"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 27 de março de 2013

DILMA FALA DEMAIS, DEPOIS PERDE A LINHA E DIZ QUE SUAS DECLARAÇÕES SOBRE INFLAÇÃO FORAM MANIPULADAS

 

Após declaração à imprensa na África do Sul, onde participa da 5ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidenta Dilma Rousseff disse hoje que seus comentários sobre inflação foram manipulados e mal interpretados.

Último dia da cúpula dos Brics
Falando bobagem sobre economia

A presidenta disse ser contrária a medidas de combate à inflação que comprometam o ritmo de crescimento econômico do país. “Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico, até porque nós temos uma contraprova dada pela realidade”, disse.

“Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado, você entende? Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso daí está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, acrescentou.

As declarações da presidenta, segundo nota divulgada pelo Blog do Planalto, foram mal interpretadas pelo mercado financeiro. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, disse a presidenta, de acordo com nota oficial do Planalto.

Além de divulgar a nota, Dilma Rousseff determinou que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, prestasse esclarecimentos sobre o assunto.

PRESSÃO DE BAIXA

Os comentários da presidente sobre a inflação trouxeram pressão de baixa para o mercado futuro de juros. Ao dizer que “não acredita em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico”, Dilma disparou a redução das taxas na curva a termo, em meio à percepção de que a alta da Selic não está no horizonte.

À tarde, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou à Agência Estado, a pedido de Dilma. “Ela pede para que o mal entendido seja desfeito: não há tolerância com a inflação”, disse Tombini.

Com a segunda fala do presidente do BC, as taxas reduziram um pouco as perdas vistas pela manhã, mas ainda assim encerraram a sessão abaixo dos ajustes de ontem. As apostas na curva a termo na elevação da Selic em abril foram quase zeradas e analistas se questionam sobre a possibilidade de o ciclo de aperto monetário, de fato, começar em maio – como atualmente é precificado pelo mercado.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Presidente da República tem de tomar cuidado com o que declara. Como diz o ditado popular, “quem fala demais dá bom dia a cavalo”. Culpar a imprensa e o mercado foi ridículo. Mostra que é uma governante realmente despreparada. (C.N.)

27 de março de 2013
Luana Lourenço (Agência Brasil)

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