"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 30 de julho de 2013

SÓ DEUS


 
Após os oito anos do desgoverno de Lula, caracterizados pelo oceano de corrupção alimentado via rios do mensalão, pela marolinha que acabou virando vagalhão ameaçador, colocando em risco a estabilidade econômica do país, pelos assistencialismos demagógicos que estimulam o crescimento do tumor eleitoral cujo único objetivo é a permanência vitalícia no poder.
 
Tudo pelo constrangimento internacional imposto ao país quando abrigou um terrorista assassino, amigo da turma, pela política externa suicida, pela deterioração da segurança pública que transformou o ir e vir do cidadão num ato de heroísmo, pela educação pessimamente ranqueada, dificultando a promoção intelectual das crianças e dos jovens, pela infraestrutura raquítica que tira a competitividade da produção, pelo indigno transporte público de massa, responsável por consumir considerável parte do dia dos trabalhadores, pelas emergências hospitalares transformadas em ante câmaras de horror, sem falar nos meses de espera por um procedimento médico, algo que não ocorre no SUS dos poderosos, o Sírio-Libanês.
 
Após, enfim, oito anos e tudo isso, vemos o nosso ex conseguir erguer um poste para sucedê-lo, consequência da inépcia de uma oposição pífia, da miopia e da falta de educação do eleitor brasileiro.
Mas o pior é assistir ao continuador desse circo de horrores, que poderia, se fosse dotado de um mínimo de liderança e bom-senso, aliviar o tenso panorama, vir a público e, para espanto da sociedade, declarar que seu governo está indissoluvelmente ligado ao antigo protagonista e, pior, que, na realidade, este nunca saiu da direção, ficando, portanto, sem sentido a sugestão de sua volta. 
A sociedade está realmente nadando sem destino numa piscina repleta de crocodilos famintos, sem um guardião com boia salva-vidas que a socorra. 
Só resta recorrer a Deus.

30 de julho de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-mar-e-guerra – reformado.

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