"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 21 de março de 2012

BRASIL TEM UMA DAS MAIORES RESERVAS DE METAL QUE MOVIMENTA MILHÕES

Os minerais são raros, mas fazem funcionar coisas como o telefone celular, a televisão de LED, o disco rígido do nosso computador e muitos motores elétricos. Atualmente, a China é a grande exportadora desses elementos.

Pouca gente sabe, mas o Brasil é dono de uma riqueza que está valendo mais do que ouro no mercado internacional. São elementos químicos estratégicos que movimentam milhões na indústria de tecnologia. E essa riqueza nós encontramos no nosso dia a dia. Os minerais são raros, mas fazem funcionar coisas como o telefone celular, a televisão de LED, o disco rígido do nosso computador e muitos motores elétricos.

Atualmente, a China é a grande exportadora desses elementos. E sem concorrência, o país impõe o preço que quer para o mercado mundial. O Brasil precisa resolver o que vai fazer com suas reservas, que são gigantescas. Acompanhe na reportagem de Renato Biazzi.

Nós não os vemos, mas eles facilitam a nossa vida. Dão brilho às TVs de LCD, permitem a leitura de dados em computadores e estão até nos motores de usinas de energia. Pastilhas são usadas como supercondutores magnéticos que ajudam no funcionamento dos mais modernos aparelhos eletrônicos no mercado. Esses ímãs são fabricados com elementos químicos que, quando descobertos, há 200 anos, eram considerados raros. Por isso, são conhecidos no mundo inteiro como 'terras raras'.

O forte dela não é o visual e parece uma pedra qualquer. O valor da peça está naquilo que é extraído dela. A monasita contém, entre outras substâncias, 17 elementos químicos com propriedades elétricas e magnéticas. Uma vez separados do mineral, esses elementos se tornam matérias-primas importantíssimas para a indústria tecnológica e com alto valor de mercado.

A China sabe disso como nenhum outro país e, praticamente, detém o monopólio das exportações mundiais de 'terras raras'. Por isso, impõe os preços ao mercado. Mas o Brasil também poderia lucrar com esse tipo de atividade. O país tem uma das maiores reservas de ‘terras raras’ do mundo que não são exploradas. Elas estão concentradas no noroeste da Amazônia, na fronteira com a Colômbia, e em Goiás e Minas Gerais.

“Em dezembro de 2010, os americanos anunciaram para o mundo que o Brasil tem a maior reserva do mundo. Mas nós não sabíamos? Sabíamos, sim. Geólogos brasileiros sabiam, mas não tinham noção do valor. Com os preços chineses subindo dez vezes, aquilo que não valia nada passou a ter valor. Então, agora é uma reserva”, explica o diretor de inovação do IPT, Fernando Landgraf

O diretor de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológica (IPT) lembra que transformar a riqueza do solo em produto comercial é um investimento caro: “São seguramente umas sete etapas tecnológicas diferentes. O Brasil tem tecnologia para fazer quase todas, mas, em escala laboratorial. A gente estima que uma instalação industrial para produzir as ‘terras raras’ separadas custa algo em torno de US$ 200 a US$ 300 milhões. Então, é um investimento grande. E a grande pergunta é: os preços vão continuar altos? Ou vão cair?”.

São investimentos que, para o professor do departamento de AstronomiaI da AG-USP, Alex Carciofi i, poderiam baratear equipamentos como o supercomputador importado dos Estados Unidos e usado em pesquisas astronômicas na Universidade de São Paulo.

“Uma conta que eu faço aqui no meu computador em um dia, o telespectador levaria 6,5 anos para fazer na casa dele. É um equipamento muito caro, de US$ 1 milhão mais ou menos e que foi comprado no exterior. Se nos tivéssemos uma indústria de semicondutores aqui no Brasil, a gente certamente poderia fabricá-los aqui”, revela o professor.

A exploração de ‘terras raras’, além de ser bastante cara, tem outro problema: gera lixo radioativo. Mas esses elementos têm se tornado cada vez mais estratégicos para a economia mundial. O Brasil precisa, no mínimo, discutir o que vai fazer.

21 de março de 2012
Bom dia Brasil

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