"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 21 de março de 2012

CNJ DECIDE INVESTIGAR RENDIMENTOS DE TODOS OS DESEMBARGADORES DE SÃO PAULO

Diante de novas importantes informações, a corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, decidiu ampliar suas investigações sobre os rendimentos da cúpula do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, estendendo a apuração a todos os 354 desembargadores da corte e também alguns juízes da primeira instância.

Reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha, mostra que, a princípio, a inspeção feita pelo Conselho no Tribunal paulista na primeira quinzena de dezembro tinha como alvo cerca de 70 desembargadores, mas apareceram novos casos suspeitos desde então.

Esses casos já foram identificados pela nova direção do Tribunal, que tomou posse em janeiro. O presidente do TJ paulista, desembargador Ivan Sartori, abriu investigações próprias para examiná-los.

Já se sabe que o desembargador Roberto Bellocchi, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, aprovou para si próprio um pagamento milionário. Bellocchi recebeu cerca de R$ 1,5 milhão no biênio 2008-2009, quando presidiu o TJ. De acordo com a investigação, o valor é o maior benefício pago pelo tribunal a um único desembargador.

O desembargador afirmou que o fato de ter sido presidente não altera em nada a legitimidade dos pagamentos. E lembrou que não foi o único a receber créditos do tipo. “Isso tem em outros tribunais também”, disse Bellocchi, afirmando que a questão está superada e que não tem nada a falar sobre ela. Segundo ele, houve apenas “créditos legítimos, públicos e parcelados”.

Será? A investigação vai conferir. Se for verdade, tudo bem. Afinal, Belocchi tem o aval do presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Henrique Nelson Calandra, que garante: “Os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo não têm nada a esconder”.

21 de março de 2012
carlos newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário