"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 21 de março de 2012

ACIONISTAS MINORITÁRIOS EXIGEM QUE PETROBRÁS ABRA CAIXA PRETGA DA GOVERNANÇA E JUSTIFIQUE INVESTIMENTOS

Embora derrotados na indicação para membros do Conselho de Administração da Petrobrás, os investidores minoritários prometem apertar o cerco para que seja aberta a caixa de pandora dos investimentos financeiros da estatal de economia mista onde o governo manda cada vez mais. Eles vão cobrar explicações detalhadas da empresa de auditoria KPMG, que audita a Petrobrás desde 2006, sobre indícios de que a Petrobras investiu em ativos nos quais empresa não estava autorizada a investir, imiscuindo-se na gestão dos fundos.

O principal alvo dos investidores é Nelson Rocha Augusto, durante nove anos na função de conselheiro fiscal da Petrobras. A Petrobras tinha ingerência direta na gestão da carteira dos fundos geridos pelo Banco do Brasil e pelo Santander. Os investidores também denunciam ter indícios de que os fundos BB milênio 6 Multimercado, o Fundo Exclusivo Multimercado Santander e o BNP Paribas Fundos Exclusivos Multimercados interagiam. O caso chegou a render um processo na Comissão de Valores Mobiliários. Mas os diretores da área financeira da Petrobrás escaparam de punição, embora a CVM tenha decidido que tais operações não podem se repetir de agora em diante.

Além das explicações da área financeira, os investidores também querem saber o destino dos 21 blocos exploratórios legalmente adquiridos em leilão na oitava rodada da ANP, em novembro de 2006. Eles raciocinam que essas concessões seriam importantíssimas para a companhia atingir os níveis de produção de óleo e gás previstos no plano de negócios. Também querem detalhes sobre as 13 áreas terrestres na bacia do tucano, áreas de nova fronteira, com potencial para descobertas de acumulações profundas de gás natural, e que abrangem 2.288,15 km quadrados.

Publicamente, tais cobranças são feitas pelo investidor Romano Allegro - presidente do Instituto Brasileiro de Ativismo Societário e Governança. Sua demanda deve contar com o apoio dos gestores de recursos BlackRock (com 5% das ações preferenciais da Petrobrás) e Pólo Capital. Eles articularam mudanças no conselho da estatal de economia mista, mas acabaram derrotados porque o governo conseguiu reeleger seus conselheiros, em manobra apoiada pelos fundos de pensão Petros, Previ e Funcef – aparelhados pelos sindicalistas petistas.

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

21 de março de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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