"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 30 de abril de 2012

BRASÍLIA ESTÁ COMPLETAMENTE ABANDONADA

Na Praça dos Três Poderes, de 1960, os edifícios representam o Executivo, o Judiciário e o Legislativo.

O “Correio Braziliense” mostrou em duas reportagens o estado de abandono a que foi relegada a Capital do País, durante o governo de Agnelo Queiroz. Barracos instalados em nas Superquadras 112/113 Sul incomodam e amedrontam os moradores, que pagam um gordo IPTU e são obrigados a conviver com isso.

Quem mora nas quadras próximas reclama do acúmulo de lixo e do mau cheiro e cobra providências do governo do Distrito Federal. As autoridades respondem que farão levantamento para enquadrar os invasores em programas assistenciais e, só depois, removerão quem se negar a sair do local.

A pequena plantação de abacaxi na Entrequadra 112/113 Sul prova que a permanência do morador de rua João Antônio no local, 55 anos, conhecido como Peter Pan, já dura bastante tempo. Mas a invasão dos barracos de lona preta, nos fundos do prédio de uma empresa de telefonia, só começou em novembro do ano passado, segundo moradores. O local, apelidado de Acampamento Porto Solidão, reúne cinco casas onde moram jovens e adultos.

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NA ASA NORTE

Moradores da Quadra 310 (Asa Norte) foram surpreendidos ao verem pelo menos seis carros, estacionados no local, com pichações de símbolos do anarquismo. Os donos levaram os automóveis para oficinas. Houve um registro de boletim de ocorrência na 2ª DP (Asa Norte).

Um dos carros pertence à Polícia Federal e é usado em investigações. Um dos prejudicados foi o síndico de um prédio na região, que tinha acabado de vender o carro. O novo proprietário, ao chegar ao local para buscá-lo, é que percebeu as figuras desenhadas com tinta na lataria.

As câmeras de segurança não conseguiram captar a ação dos suspeitos. Os síndicos vão analisar imagens do circuito interno de outros edifícios para tentar identificar os autores, porque a polícia não se interessou em fazê-lo.

Segundo a polícia, o caso pode ser registrado com um crime de dano, desde que fique configurado que este tenha sido prejudicial a ponto de diminuir o valor do bem, o que foi considerado um verdadeiro deboche, por parte dos atingidos pelo vandalismo, que clamam por providências efetivas, por parte das autoridades, já que pagam impostos altíssimos e quando precisam de segurança é esse o retorno que recebem.

José Carlos Werneck
30 de abril de 2012

NOTA AO PÉ DO TEXTO

A pequena crônica-denúncia do Sr. José Carlos, reflete a responsabilidade do voto, que coloca o governante no comando de uma cidade. E não apenas o Governador, caso da crônica, mas vereadores, deputados, prefeitos, que se espalham por esse Brasil, sempre acompanhados de corrupção, desmandos, fraudes de toda ordem...

Brasília parece destinada aos maus governantes. Elegeram Agnelo Queiroz, envolvido em denúncias no Ministério dos Esportes, caso Cachoeira e sabe-se lá que outras maracutaias.
Creio que ninguém esqueceu o caso Arruda, de tão recente lembrança. Ou de Joaquim Roriz...

Será que os eleitores de Brasília apenas cumprem o ritual do voto, indiferente a qualidade ética e competência dos candidatos? Será que tais eleitores são tão desinformados a ponto de se deixarem guiar apenas por campanhas eleitorais, ou seguem cegamente o rebanho adestrado da maioria?

A irresponsabilidade do voto termina no cidadão, geralmente com preços altíssimos, como mostra a crônica do Sr. José Carlos.
E acredito que não se limita apenas a esse caso denunciado. Sabe-se da violência que assola Brasília, das gangues organizadas das superquadras, do  entorno, com índices altíssimos de homicidios. Sabe-se do tráfico de drogas...
Quanto a saúde, um completo sucateamento... Trânsito? Caótico...

É lamentável! O que um governo pode provocar numa cidade que deveria ser modelo. Como disse Oscar Niemeyer, o conteúdo do projeto é responsabilidade de quem colocou essa gente lá, culpa do eleitor desmiolado. Ele apenas projetou Brasilia em forma de um avião, aí sim um erro, quando deveria tê-la projetado em forma de camburão...

Enfim, o que se denuncia é consequência imediata do voto irrresponsável, que tem feito desse país a maior vítima. Miséria, ausência de políticas públicas, descaso com a cidadania, escândalos seguidos, desfaçatez, impunidade...
Ausência de consciência política permite que espertalhões em busca de trambiques assumam o poder, e cumpram com seus objetivos: roubar, fraudar, corromper, apodrecer o que seja possível...
m.americo

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