"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 17 de maio de 2012

CPI É CACHOEIRA QUE JÁ DEU CACHO

Acordão entre governo e oposição decide deixar de fora a investigação de governadores tucanos, petistas e peemebebistas. Ao que tudo indica, o esquema era maior do se imaginava. E a vontade de investigar menor do que o pobre cidadão pagados de estradas, pontes e estádios superfaturados, além de funcionários públicos e políticos corruptos, supunha. É Cachoeira que já deu cacho.

Governo e oposição fizeram ontem um acordo para não investigar governadores, o comando nacional da empreiteira Delta e parlamentares na CPI do Cachoeira. O pacto tem como objetivo restringir o foco da comissão a personagens secundários do grupo do empresário Carlinhos Cachoeira. O acordo, que deve esvaziar politicamente a CPI, surgiu após PT e PMDB ameaçarem aprovar na sessão de hoje da comissão um requerimento de quebra do sigilo telefônico do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), suspeito de ter vendido casa ao empresário -ele nega.

Mas o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), mandou avisar ao relator Odair Cunha (PT-MG) que retaliaria, apresentando requerimento de igual teor contra os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) -também suspeitos de envolvimento com o grupo de Cachoeira- e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que aparece em fotos e vídeos confraternizando com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta. "Se houver deliberação a respeito do Perillo, vamos dar o troco", disse Dias.

Diante da ameaça, petistas e peemedebistas recuaram e decidiram focar os trabalhos nos auxiliares diretos de Cachoeira, já fartamente investigados pela Polícia Federal. Com o acordo, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) foi convencido a retirar o seu requerimento que pedia a quebra do sigilo do governador de Goiás da pauta da reunião de hoje. "Para não parecer uma proteção aos demais governadores, vou pedir para que o meu não seja votado." Também vão para o arquivo os pedidos de quebra de sigilo das contas da Delta em todo o país e de Cavendish.

Agora, só será pedida a abertura dos dados da Delta no Centro-Oeste, base das operações de Cachoeira.O PSDB, que defendia a quebra do sigilo da empreiteira, concordou em restringir o pedido ao Centro-Oeste em troca de salvar Perillo. Para o governo, não interessa investigar a Delta nacionalmente porque a empresa é a maior recebedora de recursos federais desde 2007.

Isso apesar de as investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo terem levantado suspeitas de que Cavendish sabia das ações conduzidas pelo ex-diretor da empreiteira no Centro-Oeste Claudio Abreu.
A Delta diz que eventuais desvios são responsabilidade de Abreu. Parlamentares como o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), também foram deixados de lado. Não serão votados requerimentos de convocação hoje.(Folha de São Paulo)
 
17 de maio de 2012
in coroneLeaks

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