"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 18 de junho de 2012

GOODFELLAS

Boa foto de Rodrigo Coca (Foto arena/Folhapress). Reparem na expressão eufórica de Paulo Maluf, um dos quatro brasileiros na lista de corruptos elaborada pelo Banco Mundial. É como se estivesse, finalmente, entrando no mundo justos. Lula, ao contrário, faz aquela ar grave do estadista, como a dizer: “Faço o necessário, mas não o que é do meu gosto”. Entre os dois, um embevecido Gugu-Haddad, com seu arzinho socialista-infantil.

Boa foto de Rodrigo Coca (Foto arena/Folhapress). Reparem na expressão eufórica de Paulo Maluf, um dos quatro brasileiros na lista de corruptos elaborada pelo Banco Mundial. É como se estivesse, finalmente, entrando no mundo justos. Lula, ao contrário, faz aquela ar grave do estadista, como a dizer: “Faço o necessário, mas não o que é do meu gosto”. Entre os dois, um embevecido Gugu-Haddad, com seu arzinho socialista-infantil.
Jornalismo financiado pelo PT tenta tirar foco do acordo entre Lula e Maluf, segundo lei da oferta e da procura. Ou: Serra disse a Alckmin que não valia a pena se esforçar por Maluf

Os petistas financiados, disfarçados de jornalistas, estão doidinhos para tentar emplacar na imprensa uma, como dizer?, pauta alternativa. Querem que o noticiário mude de foco. Tentam criar uma intriga entre os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Segundo essa versão assalariada, o candidato à Prefeitura do PSDB estaria bravo com o governador, culpando-o por não ter fechado o acordo com Maluf.
Agora os fatos: nem Alckmin nem Serra aceitaram entrar no leilão que Maluf tentou promover. Do governador, ele queria mais espaço no estado; de Serra, o compromisso de nomear desde já alguns aliados. De um, ouviu um “não”; do outro, também. O PT, como se viu, fez um pagamento antecipado — a nomeação de Oswaldo Garcia para a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades — e ainda garantiu que a área de habitação da Prefeitura fica com os malufistas caso Haddad se eleja.
É assim que Maluf negocia. Política tem preço. Lula decidiu pagar. De fato, Maluf havia prometido apoio à candidatura de Serra, mas estava inconformado com o fato de que não estava sendo devidamente recompensado. E resolveu reabrir o leilão. Como os tucanos não se sensibilizaram, avançou na negociação com o PT.
Alckmin estava nos EUA. A mensagem que recebeu de Serra foi bem distinta daquela que está sendo veiculada pelos petralhas: não vale a pena se esforçar para tentar “reconquistar” Maluf. Ao contrário: o esforço poderia ser contraproducente qualquer que fosse o resultado. Traria junto o desgaste do leilão que ele promoveu.
O encontro de Lula e Maluf, assim, consagra o entendimento que ambos têm da política: um queria vender, e outro queria comprar. É, assim, uma espécie de versão argentária do franciscanismo: é pagando que se recebe.
18 de junho de 2012
Por Reinaldo Azevedo

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