"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 9 de julho de 2012

O ARTICULISTA PERCIVAL PUGGINA E A VERDADE RE A LUTA ARMADA E

O articulista Percival Puggina expõe fatos irrespondíveis, envolvendo a turma da luta armada e seu distanciamento da vida nacional, e fala de forma até gentil. Assisti de perto ao trabalho daqueles audazes resistentes, considerando serem eles pessoas tão valentes e tão preparadas que nos faziam sentir apequenados, até parecia que falavam outro idioma. A constatação da completa falta de apoio popular é lapidar: o povo não falava aquele idioma.

O Brasil nunca foi nem nunca será marxista. E muitos dos marxistas poderão ficar embaraçados se souberem o verdadeiro nome do papa/messias da teoria revolucionária que pretendeu – pretendeu mesmo?… – postergar o capitalismo com aquele papo canseira de mais valia (procedente como visão teórica e prática, mas empolada no seu “como”) e outras falas alienígenas. Os fatos comprovam por inteiro as palavras claras e simples do Percival.

Outro dia vi um ex-guerrilheiro falando sobre suas atividades revolucionárias num programa especial de TV. Curiosíssimo o depoimento, porque conheci o cara quando o meio artístico de Rio e São Paulo se mexia querendo alterar as regras ditatoriais que regiam ECAD, CNDA, sindicatos e Ordem dos Músicos. Em momento nenhum, no depoimento do ex-guerrilheiro, apareceu a palavra Brasil ou qualquer conteúdo aproximado de nacionalismo ou patriotismo.

Ele e sua organização lutavam por que objetivo ou ideal? Lutavam pelo País ou por uma ideologia que sonhavam implantar aproveitando a mão grande da ditadura? Qual era o “Brasil” desses caras? Seriam internacionalistas, já então estariam lutando pela globalização política e pela implantação do governo único no planeta?

Teriam, outrossim, Lênin, Trotsky e Stálin cacife para serem admitidos como líderes/ícones do povo brasileiro? Fica até grotesco pensarmos em nossos índios ou nordestinos comuns se referindo à trinca vermelha como sendo coisa saída mesmo de dentro de seus peitos…

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EXECUÇÃO SUMÁRIA

Mais admirável ainda é sabermos hoje de execuções sumárias praticadas dentro das organizações quando algum quadro entrava em suspeição. A que instância “divina” obedeciam os que eliminavam outros membros? Ao manifesto do Partido Comunista ou ao Livro Vermelho de Mao? Por que simplesmente não expulsavam o cara? Por medo de ele dar todo o serviço às forças repressivas? E esse temor os autorizava a eliminar um ser humano, não concedendo a ele qualquer direito de defesa?
Bem, o ex-guerrilheiro alegava tratar-se de uma guerra. Não era: era guerrilha, condenada em todos os sistemas legais e tratados internacionais como sendo atividade criminosa ou coisa que tal.

A partir do depoimento do ex-guerrilheiro, respeitante ao direito que os guerrilheiros se concediam de eliminar sumariamente qualquer quadro que caísse em suspeição, comprovada ou não, a valer essa “legislação”, imagine-se o que decorreria caso, mesmo que sendo algo impensável, essa turma se alçasse ao poder… Sobreviriam massacres exatamente como depois da ascensão dos comunistas na União Soviética e em todo o Leste, sem contar nos países do Oriente, que beleza!

Então, Percival Puggina falou e disse. A turma dessa Pindorama não reconhece aqueles opositores em armas: “Escassos serão os que lhes atribuem qualquer mérito na necessária redemocratização. Com razão dirão que a retardaram. Não os reconhecem como democratas.”

O brasileiro comum, fadado ao fracasso histórico, condenado às filosofices do louro josé e ao besteirol televisivo casado no civil e no religioso com a plutocracia e a corrupção, prossegue torcendo o nariz ao sentir a inhaca da fala marxista. Por sinal, extinta e de nada saudosa memória, graças ao nosso bom Deus.

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