"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

BRASSAII (GUYLA HALÁSZ) - SEMANA DOS FOTÓGRAFOS

 

"A mais bela das fotos não valerá jamais o que vale um belo desenho – depois da descoberta da fotografia nos disseram isso muitas vezes – mas o mais belo dos desenhos poderá substituir o mérito da fotografia, testemunha insubstituível do instante, substituta privilegiada da realidade?" Brassaii



Gyula Halász (1899/1984) (à esquerda), fotógrafo, poeta, escultor, desenhista, ficou célebre por suas dramáticas fotos de Paris. Recebeu de Henry Miller a alcunha de O Olho de Paris. Nascido na Transilvânia, quando aquela região ainda era parte da Hungria (mais tarde seria anexada à România), estudou Artes em academias de Budapeste e Berlim antes de ir morar em Paris, na metade dos anos 20.

Não tinha o menor interesse por fotografia, antes pelo contrário, achava que aquilo não era arte. Até conhecer o trabalho feito por seu conterrâneo, André Kertész.

Ficou tão impressionado que resolveu estudar e se dedicar a esse meio totalmente novo para ele. E tomou uma boa providência: mudou de nome já que o seu era muito difícil de pronunciar, que dirá decorar. Escolheu Brassaii em memória de sua cidade natal, Brasso, que era também, reza a lenda, a cidade natal do Conde Drácula.

Apaixonou-se por Paris e com sua câmera saiu fotografando a cidade, quase sempre à noite. Ganhava a vida fotografando para jornais e revistas, ilustrando artigos e matérias, mas à noite passou a fotografar já com a intenção de publicar um livro sobre o lado escuro de Paris.

O livro, Paris de Nuit, é uma coleção fascinante de tipos de má fama, a típica fauna do bas fond da Paris dos anos 20/30: prostitutas, cafetinas, travestis, rufiões, chicaneiros e todo tipo de viciados.




"Bijou", a 'madame' dos cabarés de Montmarte




Legenda desnecessária



Nos bastidores do Folies Bergères



Amanhece nas escadarias de Montmartre

Publicado em 1933, o livro é considerado até hoje um dos mais notáveis ensaios fotográficos daquela primeira metade do século XX.

19 de novembro de 2012
in r.noblat

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