"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 29 de dezembro de 2012

LEITOR PEDE QUE LULA DÊ O EXEMPLO EM RELAÇÃO AO MENSALÃO

LEITOR EDUARDO ANDREASSI
Folha de São Paulo

José Dirceu, o homem de confiança de Lula, e um dos fundadores do PT, está sendo julgado, e Jose Genuíno, Presidente do PT à época do mensalão, diz que lidava apenas com a "articulação política".
Marcos Valério, sócio nas agências DNA Propaganda e SMP&B Comunicação, que tinha cinco contas do governo federal, entre elas a do Banco do Brasil, criou, segundo a Procuradoria, o esquema clandestino que financiou o PT e outros partidos governistas.
O senhor Lula "desconhecia" esse esquema? Mais um motivo de não sentir-se indignado.
Dê o exemplo, mostre que é digno e tem valores, e apresente-se por vontade própria para depor. Esclareça tudo isso ao invés de confundir os milhões de eleitores que depositaram a confiança em você.
Ricardo Stuckert - 12.dez.2012/Divulgação/Instituto Lula
Ex-presidente Lula discursa no encerramento de fórum que aconteceu em Paris
Ex-presidente Lula discursa no encerramento de fórum que aconteceu em Paris
Foi-se o tempo dos acordos com montadoras nos velhos tempos das greves dos metalúrgicos, quando Luis Inácio Lula da Silva entrava com seus "companheiros" e tirava os trabalhadores na base da força física, pois os mesmos não compactuavam com a greve por uma série de compromissos pessoais.
Estes são fatos conhecidos aos quatro ventos pelos antigos metalúrgicos na região do ABC paulista: inúmeras vezes eu presenciei veículos novos nos sindicatos dos metalúrgicos --para uso do mesmo-- após o término de uma greve.
Quantas vezes ouvi relatos de que após o fim dessas mesmas greves, ex-funcionários de metalúrgicas e montadoras serem despedidos. E na maioria dos casos, eram os "funcionários da linha de frente", os mais novos.
É muito contraditório uma pessoa que se dizia defensor da democracia cometer tais atos.
Muito mais sem lógica, ser mencionado nos esquemas de corrupção --onde o seu "homem de confiança" é um dos principais réus-- e o senhor sentir-se ofendido.
 
29 de dezembro de 2012
 
NOTA AO PÉ DO TEXTO
 
Sempre que me defronto com declarações como a do leitor Eduardo Andreassi, fico admirado, e me perguntando se as pessoas não se dão conta de que em "política" não se pratica o "manual dos bons princípios e da veracidade". O que seria um suicídio político.
Veracidade... Isto é coisa Zen...
E minha admiração não decorre de teorias, mas da observação dos fatos que cercam, não apenas o nosso Congresso, mas que permeiam toda a nossa História.
O que se joga nos bastidores, nunca tem ares de transparência e nem tem a intenção de demonstrar a "verdade" apregoada, hipócrita e cinicamente.
O jogo político assemelha-se ao poquer. Blefes. A manutenção do poder, ou como se diria no poquer, fazer com que se acredite que ele tem a melhor mão, que ele detém a informação privilegiada sobre todos os adversários, que lidera um grupo ou domina um arquivo das artimanhas e fraudes praticadas.
Não há ética em política. Não há ética partidária, e nem os partidos representam ideologias. Partidos são apenas clubes, que reúnem interesses de toda ordem, e jogam com a melhores oportunidades da hora presente. Esta é a prática política contemporânea.
Não é uma afirmação universal, mas caracteriza, de modo geral, o jogo político, as alianças espúrias, o corporativismo, ainda que patente seja a falta de escrúpulos e a desonestidade de partidos ou de algum dos pares.
Recente pesquisa sobre a credibilidade dos poderes institucionais, revelou o descrédito com relação ao parlamento.
A sucessão de escândalos, tal como se dá nesta era de mediocridade política e cultural, ameaça, pelo desinteresse que desencadeia, a absoluta ausência de motivação pela conformação com o que se considera "irremediável". Daí aquele triste refrão "rouba, mas faz". E quanto mais assistimos o descaso com as políticas públicas, que desce no ralo da corrupção, mas que sempre integra os discursos oportunistas, geramos uma força repulsiva e nos negamos a participar desta grande fraude, o que apenas favorece a continuidade e a permanência lesiva aos interesses públicos e nacionais.
Lamentável...
m.americo

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