O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, é um daqueles políticos medíocres. Com muito pouco a apresentar e com quase nada de relevante em sua bagagem administrativa; seu principal talento sempre foi o de mudar de legenda quando seus interesses eram contrariados (já foi do PFL, PSDB, PV, PTB e PMDB).
Eleito para o primeiro mandato graças às manobras políticas do governador Sérgio Cabral (criação de um feriadão para tirar os cariocas da capital e eliminar grande parte dos votos da oposição e a suposta distribuição de milhões de panfletos afirmando que seu oponente legalizaria as drogas, o aborto e o estupro); Eduardo Paes se elegeu apoiado no fisiologismo do PMDB e em rios de dinheiro jogados na eleição pelo PT e pelos empresários ligados as empresas de ônibus e do ramo imobiliário.
Com a cidade praticamente abandonada (a não ser pelas obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas), sua reeleição se deu muito mais pelo terror da perda de verbas para a continuidade das obras (pelo fim da “aliança” PT/PMDB) do que por suas virtudes como prefeito.
Mergulhado em escândalos ligados a incrível escalada de especulação imobiliária que a cidade sofreu após sua eleição: negligência na fiscalização de obras e em prédios na cidade, abandono do patrimônio público, subúrbios entregues ao “Deus dará”, cessão de terrenos municipais para empreiteiras, obras tocadas muito acima dos orçamentos propostos e com contratos repletos de aditivos, etc… Também cedeu o controle do transporte público na cidade para a FETRANSPOR (entidade que representa as empresas de ônibus), tornando seu antigo porta-voz o secretário de transportes da cidade e fazendo com que o transporte rodoviário na cidade ficasse mais caro e perdesse qualidade, apresentando denúncias de irregularidades frequentes e garantia de impunidade para empresários e empresas.
Agora, em um estilo digno de políticos folclóricos do interior do país ou mesmo da ficção literária; Eduardo Paes mostra sua “esperteza” ao produzir – sem licitação e sem consulta prévia ao Ministério Público e a Câmara dos Vereadores – um jogo de tabuleiro (Banco Imobiliário) em que as “realizações” de seu governo (na verdade obras que sairiam até se o prefeito fosse Fidel Castro) são destacadas e levadas para as crianças.
Pego em flagrante fazendo sua autopromoção; o prefeito alegou que as obras fazem parte da cidade e que o jogo (com o tema Rio Olímpico) obrigatoriamente tinha de apresentá-las.
Até aí, tudo bem. Mesmo que a coisa pudesse ser colocada de outra forma e o jogo pudesse trazer as obras sem ligá-las a imagem da prefeitura; Eduardo Paes não ficou satisfeito.
Vivendo em um país onde a “esperteza” é sempre premiada e a violação das leis eleitorais recebe sempre a impunidade como amiga fiel para jantar; Eduardo Paes resolveu editar cartilhas de matemática para os alunos. A maravilhosa ideia veio acompanhada, mais uma vez, de um “jeitinho” capaz de fixar na mente das crianças (de 11 a 13 anos) que Eduardo Paes é responsável pelo bem-estar delas e foi um dos prefeitos mais bem votados do Rio. Da ainda a ideia de que o prefeito fornece benesses aos habitantes ao invés de cumprir apenas com suas obrigações e cita inclusive o lema da campanha de Paes e as alianças feitas por ele.
Novamente apanhado “no pulo” a ordem é de que os professores arranquem as páginas que contém a apologia ao prefeito. Da mesma forma, o Ministério Público e as autoridades eleitorais.
Mas, só com o tal Banco Imobiliário, o gasto para os cofres públicos chegou a mais de um milhão de reais. Falta ainda divulgar o valor gasto com as cartilhas.
Infelizmente, se acontecerem punições ligadas a esses fatos; isso vai demorar vários anos de recursos e apelações intermináveis. Até lá, o prejuízo já terá sido concretizado e a “esperteza” de um político medíocre sido coroada de êxito.
Garantir punições severas e rápidas, que envolvam perda de mandato e multas pesadas, é a única forma de acabar (ou pelo menos minimizar) com essas “espertezas” que se repetem sempre que um político ruim pensa em usar o povo e o Tesouro Público como meros joguetes de suas ambições ou fonte de seus “recursos especiais” para propagandear a sua mediocridade.
E você, o que pensa disso?
27 de fevereiro de 2013
arthurius maximus
Nenhum comentário:
Postar um comentário