"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 10 de março de 2013

O "EFEITO" CHÁVEZ

 

 
O Chávez foi - se.

Mas que bela herança legou para o socialismo macetoso que se alastra abaixo da Linha do Equador.

Sem duvida, não foi o primeiro esperto a manipular a frágil democracia, onde pelo seu conceito, a escolha da maioria decide qualquer coisa.

Um grupo composto por dez pessoas para decidir alguma coisa, o voto de meia dúzia sacramentará,democraticamente, o assunto em pauta.

Hoje, no “imbróglio” político sul - americano viceja a esperteza de cooptar, pagar, trocar com os membros do grupo que, eventualmente discordam, qualquer tipo de moeda de troca, pois o universo da política, de há muito abriu mão da dignidade, e a turminha é cretinamente dedicada a levar vantagem em tudo.

Portanto, é fácil para uma entidade, e quanto mais cretina melhor, que disponha de alguma força (poder, massa de manobra, recursos, mídia...) para impor a sua vontade ou possuir em suas mãos um punhado deargumentos convincentes (cargos, verbas,...), obter, democraticamente, a sua impunidade e, até a institucionalização da sua tirania.

E assim, sem lenço e sem documento, caminhou com raro esplendor o clone do Fidel Castro.

Se o Chávez não foi o primeiro, contudo usou com maestria, a indefesa democracia para se agarrar ao poder durante longos anos.

Em diversos países, assistimos ao êxito das práticas difundidas pelo imponente falastrão. E lá estão o Equador, a Argentina... e até o Brasil.

O domínio é paulatino, contínuo, e vai sendo enfiado sem vaselina, e com a complacência da população, e o pior, a dos segmentos esclarecidos da sociedade.

Chávez foi avançando no seu propósito de eternizar - se no seu País, e como bom megalomaníaco, sonhava em postar - se como um ídolo sobre a America Latina.

E conseguiu, em parte.

E legou em vida uma lição para uma série de tiranetes que fulguram no horizonte. Como subjugar incautos, aliciar idiotas e subornar vagabundos.

Assim, Chávez com demagogia, e às vezes com ferro e com fogo, foi se adonando do executivo, do legislativo e do judiciário.

Promoveu a estatização, que como qualquer energúmeno sabe, é decretar a falência da instituição estatizada, mas que dá ao mandatário um cacife considerável, pois seus cargos e verbas serão disputados à tapa, mesmo por eventuais adversários políticos, que recebendo o presente, passam a jurar fidelidade canina para o seu benfeitor.

Quanto à imprensa, a estratégia é obstar os opositores, torná - los falidos, cortar verbas, retirá - los das disputas por recursos governamentais, que em geral são estupendos, pois a turma de tiranetes não abre mão de propagandear - se e a decretar os seus feitos em altos brados. Em geral, puras quimeras anunciadas em concorridos palanques.

Lá como aqui, não devemos esquecer a cooptação ou o sepulcral silêncio da Forças Armadas.

Ao concluirmos este breve “necrológico”, temos que admitir que na Venezuela e por vários outros países, abundam sociedades que nasceram para a vassalagem e não para a cidadania.

Como fiel depositário do legado de Chávez, e real súdito do atual desgoverno, a Bandeira Nacional aqui da caverna está a meio - pau há muito tempo, uns vinte anos.

10 de março de 2013

Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma, é General de Brigada Reformado.

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