"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 10 de março de 2013

O PMDB E A "ESTRATÉGIA DA GALINHA"

A mais manjada estratégia política do PMDB para driblar os holofotes da mídia parece estar dando certo.


Ao colocar um pastor reacionário na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, os protestos da sociedade, principalmente através das redes sociais, centralizam-se para um deputado federal do PSC. Retira-se toda e qualquer pressão que havia contra os presidentes peemedebistas das Casas do Congresso Nacional.

E como fica o 1,6 milhão de assinaturas “Fora Renan” da presidência do Senado? E os processos que correm na Justiça contra o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito que estavam sendo ostensivamente divulgados?


Foto: Estadão Conteúdo

Lembro-me do filme “O Homem que Copiava” (2003), em que André (Lázaro Ramos), para desviar a atenção da imprensa e impactar as investigações, coloca uma galinha para distrair a publicidade gerada na explosão e morte do pai da Silvia (Leandra Leal). No final, a galinha sobrevive e ninguém fala mais do crime que foi cometido; só se fala no galináceo.

A galinha, no contexto atual da política brasileira, nada mais é que o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), colocado estrategicamente como peça no jogo de xadrez pelos peemedebistas. O objetivo: mudar o foco de pressão que se fazia sobre o PMDB, usando a força da legenda para manter o pastor na cúpula dos Direitos Humanos da Câmara e, assim, dividir as atenções da sociedade.

10 de março de 2013
Thiago da Costa Cartaxo Melo

Nenhum comentário:

Postar um comentário