
No acórdão do julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão do PT), o ministro José Antonio Dias Toffoli afirmou, na parte que lhe coube, não haver provas para condenar seu ex-chefe, o “mensaleiro Ali Babá” José Dirceu.
A notícia sobre tal posicionamento de Toffoli se contrapõe a outra informação envolvendo a mais alta instância da Justiça brasileira. O Supremo Tribunal Federal gastará R$ 90 mil na reforma de um apartamento funcional ocupado pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente da Corte. Muito se falou após a publicação da notícia, mas não há razão para o espalhafato que se fez na órbita do assunto.
Quem postou comentários maldosos ao pé da notícia por certo desconhece que o Estado brasileiro, assim como tantos outros ao redor do planeta, é composto por três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. E Barbosa é presidente do Poder Judiciário, cargo que tem a mesma importância do chefe do Executivo.
Desmoralizar ao máximo o STF interessa à corja de mensaleiros que foi condenada na Ação Penal 470, enquanto os advogados de defesa se debruçam sobre os recursos que serão apresentados até o próximo dia 2 de maio.
Os R$ 90 mil nada representam se comparados à dinheirama que foi desviada dos cofres públicos para alimentar parcialmente o caixa do Mensalão do PT. O valor torna-se inócuo, verdadeira agulha no palheiro, se considerado o volume de dinheiro que emoldurou os empréstimos bancários fictícios contratados juntos ao Banco Rural e ao BMG.
Para que esses ativistas do mal saibam, as operações bancárias foram o atalho encontrado pelos mensaleiros para repatriar o dinheiro das propinas cobradas em Santo André, que estavam depositadas no em contas bancárias no exterior e que levaram ao covarde assassinato de Celso Daniel.
Como se não bastasse, o caixa do Mensalão do PT recebeu dinheiro grosso de empresários que tinham interesse em realizar negócios com o governo e precisavam se aproximar da cúpula do Palácio do Planalto. Apenas um empresário, que no passado investiu/especulou na área de telecomunicações, despejou fortunas nas contas do maior esquema de corrupção da história brasileira.
Traçando um paralelo entre dois distintos pontos dessa cruzada maldosa, a reforma oficial e transparente do apartamento ocupado pelo presidente do Supremo custará infinitamente menos do que os R$ 50 mil que a esposa do petista João Paulo Cunha sacou na agência do Banco Rural, em Brasília, para pagar faturas de uma empresa de televisão a cabo, segundo declarou o parlamentar à época do escândalo.
O mais interessante no desenrolar dos fatos é que os jornalistas “chapa-branca” que nos acusavam de integrar o “Partido da Imprensa Golpista” (PIG) agora estão calados. Até porque, mesmo diante de polpudo patrocínio oficial nenhum currículo pode ser arremessado na latrina, por pior que seja a trajetória do escriba de aluguel. É no mínimo bizarro o fato de a imprensa se preocupar com os R$ 90 mil que serão gastos pelo STF, quando os artífices do Mensalão do PT pretendiam movimentar criminosamente R$ 1 bilhão.
23 de abril de 2013
ucho.info
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