"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 1 de abril de 2013

DILMA ASSUME QUE O GOVERNO DO PT É CORRUPTO E DEVOLVE TRANSPORTE AO PR

César Borges é o novo ministro dos Transportes. A posse do novo ministro será na quarta-feira às 9h30
 
César Borges será o novo ministro dos transportes Foto: Geraldo Magela / Agência O Globo
César Borges será o novo ministro dos transportesGeraldo Magela / Agência O Globo


O vice-presidente de Governo do Banco do Brasil, César Borges, foi confirmado nesta segunda-feira no Ministério dos Transportes. Ele esteve reunido com a presidente Dilma Rousseff em audiência no Planalto. Ex-governador da Bahia, César Borges é do PR. A posse do novo ministro está marcada para quarta-feira, às 09h30.

Em reunião com os senadores Alfredo Nascimento e Antônio Carlos, Dilma acordou a volta do PR para a Esplanada. O partido havia sido defenestrado da pasta em meados de 2011, quando Nascimento foi acusado de corrupção.
 
O nome não conta com aval da bancada do partido na Câmara. Poucos minutos antes de anunciar César Borges para a pasta, a presidente telefonou ao líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), para perguntar se havia algum impedimento em relação à escolha. Garotinho teria respondido que não tem nada contra Borges, mas deixou claro que o nome não é apoiado pela bancada.

Nas últimas semanas, Garotinho e senadores do PR participaram de reuniões com Dilma para discutir a volta da legenda à base aliada. Nas conversas, surgiu o nome de César Borges, que é considerado escolha da cota pessoal da presidente. Apesar das resistências na bancada, a presidente bancou a escolha por considerar que Borges seria o único nome no PR capaz de permanecer “fora das páginas policiais”.
O acordo teria sido entre Dilma e Alfredo Nascimento, sem o aval do líder na Câmara.

O deputado, assim como colegas na Câmara, revelaram a interlocutores que a escolha não foi bem recebida e que o partido ainda irá discutir se voltará para a base aliada. De acordo com pessoas próximas, Garotinho teria se sentido ignorado pela presidente, que somente o consultou na última hora. Desde que deixaram a Esplanada, os deputados do PR se consideram “independentes” do governo.

Dilma agradece dedicação de Paulo Passos

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência diz que Paulo Passos "prestou grande contribuição ao governo e ao país". No texto, a presidente Dilma Rousseff agradeceu sua "dedicação, empenho e espírito público", de Passos. Sobre o ex-senador César Borges, a presidente disse estar confiante de que ele dará continuidade, "com a mesma eficiência que demonstrou no Banco do Brasil", aos projetos que vêm sendo desenvolvidos pelo ministério dos Transportes.

Paulo Passos assumiu o ministério após a primeira demissão que Dilma fez em seu primeiro ano de mandato para promover o que ficou conhecida como faxina ética. Na época ela tirou o presidente do PR, Alfredo Nascimento, e elevou Passos, então secretário-executivo, ao posto de ministro. Embora seja filiado ao PR, Passos no entanto, nunca foi reconhecido pelo partido como um integrante da legenda dentro do governo.


Leia a íntegra da nota:

"O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, está deixando o cargo depois de prestar grande contribuição ao governo e ao país. No ministério, Paulo Sérgio coordenou importantes ações para dar mais eficiência ao sistema brasileiro de transportes. Assumirá a pasta o ex-senador e atual vice-presidente do Banco do Brasil César Borges.

A presidenta Dilma Rousseff agradeceu a dedicação, o empenho e o espírito público de Paulo Sérgio Passos em todas as missões que lhe foram confiadas. A presidenta desejou boa sorte a César Borges, manifestando confiança de que, à frente do Ministério dos Transportes, ele dará continuidade aos projetos essenciais ao desenvolvimento do país com a mesma eficiência que demonstrou no Banco do Brasil".

Após o anúncio, o governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou estar “satisfeito” com a nomeação de Borges, que é da Bahia.

“Fiquei muito satisfeito com a nomeação de um aliado do governo federal e estadual, que vai fortalecer a posição do PR no governo Dilma e na Bahia e, ao mesmo tempo, aumenta a presença de um político baiano no primeiro escalão”, afirmou o ministro, em nota divulgada pelo governo do estado. Segundo o texto, o governador foi consultado pela presidente Dilma e teria dado aval a indicação.

O ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, parabenizou Borges pelo Twitter. “Parabéns a César Borges pela nomeação para o Ministério. Para a Bahia é um espaço importante”, afirmou.
 
01 de abril de 2013
Júnia Gama e Catarina Alencastro - O Globo

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Dilma afaga PR e nomeia vice do BB para o Ministério dos Transportes. Presidente escolheu César Borges (PR) em busca de apoio do partido para sua reeleição
  
A presidente Dilma Rousseff escolheu nesta segunda-feira, 1, o ex-senador baiano César Borges, do PR, para comandar o Ministério dos Transportes. Borges é atualmente vice-presidente de Governo do Banco do Brasil e vai substituir Paulo Sérgio Passos. O anúncio, porém, ainda não foi feito oficialmente pela presidente.

Desde que o senador Alfredo Nascimento foi defenestrado do Ministério dos Transportes, em junho de 2011, no rastro de denúncias de corrupção, o PR quer retomar o controle da pasta. Embora Passos seja filiado ao partido, ele é considerado pela cúpula do PR como integrante da "cota pessoal" de Dilma.

Ao atender à direção do PR, Dilma espera obter o apoio da legenda para sua campanha à reeleição, no ano que vem. O PR tem a oferecer um dote de1 minuto e 10 segundos na propaganda política e ameaçava apoiar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível adversário de Dilma em 2014.

01 de abril de 2013
Vera Rosa - O Estado de S. Paulo

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