"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 6 de julho de 2013

PT DO MENSALÃO DE LULA PEDE A DILMA MUDANÇAS NO NÚCLEO DO GOVERNO

Em reunião, PT pede a Dilma mudanças no núcleo do governo
  
 
Líderes do PT na Câmara cobraram ontem, durante reunião no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, mudanças no governo.
 
Na audiência, que durou mais de duas horas, porta-vozes da bancada atacaram, diante das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), a articulação, a comunicação e a política econômica.
 
Segundo participantes, dos três pontos, Dilma defendeu a política econômica, afirmando ser um erro tomar taxas do ano passado como indicativo de tendência de alta inflacionária e afirmando que os fundamentos da política econômica "serão preservados".
 
De acordo com os relatos, ela defendeu a realização do plebiscito para a reforma política e ressaltou a importância da consulta popular nesse contexto político. Disse que é um instrumento de democracia num momento em que o povo vai às ruas.
 
Dilma, afirmaram participantes, usou a primeira pessoa do plural ("nós") para reconhecer que todos os ministérios falharam na comunicação em relação às cobranças feitas nas manifestações.
 
O ministro Aloizio Mercadante (Educação) fez uma pequena intervenção. Ideli e Gleisi ouviram caladas a avaliação da articulação política. Entre os críticos estavam os deputados André Vargas (PR) e Ricardo Berzoini (SP).
 
Dilma falou por cerca de 30 minutos, dedicando boa parte a dissecar os protestos. Segundo participantes, admitiu que o governo não soube identificar os novos desejos do brasileiro e argumentou que, não fosse o governo petista, as reivindicações ainda seriam por emprego e salário.
 
"O povo quanto mais tem mais quer", justificou Dilma, segundo participantes.
 
Ainda segundo esses relatos, Dilma pediu que os petistas evitassem a aprovação de medidas que representem alta nos gastos e recomendou que não se precipitassem na crítica à política econômica. Apelou ainda por "unidade e coesão" na base governista.
 
O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), afirmou que a recomposição da base, especialmente com o PMDB, foi a pauta principal. "Vamos trabalhar para rearticular a base, pacificar a base", disse.
 
"A base não está quebrada. A viola desafinou um pouco. E qualquer viola desafinada tem que ser afinada. E o PT pode ajudar a afinar e já está afinando".
 
Guimarães saiu da reunião desenhando um céu de brigadeiro em relação ao humor e às expectativas da presidente. Segundo ele, a bancada levantou-se espontaneamente e aplaudiu a presidente de pé. "Ela está num astral ótimo."
 
Após a reunião, Guimarães, o presidente do PT, Rui Falcão, Mercadante e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) foram convidados a almoçar com Dilma.

06 de julho de 2013
CATIA SEABRA  e  BRENO COSTA - Folha de São Paulo

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