"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 18 de julho de 2013

SEIS NOTAS DE CARLOS BRICKMANN

 

O grande mudo… 

O ex-presidente Lula continua em silêncio, quase 240 dias depois da operação Porto Seguro, que envolveu a funcionária federal Rosemary Noronha.
Não falou sobre o caso, não falou sobre as manifestações de rua, não fala sobre as articulações de setores do PT que pretendem lançá-lo candidato à sucessão de Dilma.


…continua mudo

Não são só assuntos públicos que emudecem o ex-presidente. Neste domingo, o sexto neto de Lula foi batizado em Santo André, SP. A história é muito bem narrada pela repórter Bruna Gonçalves, do Diário do Grande ABC:
Lula não quis falar com jornalistas. Sentou-se longe dos parentes, conversou apenas com um amigo. 

Em silêncio entrou, em silêncio saiu, pela porta dos fundos da paróquia.

Onde está o dinheiro? 

A Assembleia Legislativa de São Paulo pagava auxílio-moradia para todos os 94 nobres parlamentares ─ inclusive os que moram na Capital.
O Tribunal de Justiça extinguiu o auxílio-moradia, em 9 de maio; oito dias depois, a Assembleia criou o auxílio-hospedagem, que é a mesma coisa, só que pago apenas a quem não mora na Capital, no valor de até R$ 2.850 mensais.
E, como ninguém é de ferro, aproveitou para aumentar, discretamente, o valor da Gratificação Especial de Desempenho, que Suas Excelências podem distribuir entre os servidores de seu gabinete. 


Claro, é mais do que se gastava com auxílio-moradia; e amplia as despesas em R$ 4,3 milhões por ano. Não é uma quantia que desequilibre o orçamento do Estado, nem que, se economizada, resolveria outros problemas; mas é um problema de falta total de sensibilidade. É o levar vantagem em tudo.

Notícia boa ─ 1

Dentro de poucos dias, o papa Francisco deve chegar ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude. Este colunista não é católico, nem religioso praticante; é totalmente favorável ao Estado laico; e apoia sem restrições qualquer esforço para garantir ao papa as melhores condições possíveis para pregar, orientar e conduzir seus fiéis.
Não é na estrutura do grande evento que se deve fazer economia. A jornada do papa é um fato internacional, positivo, uma vitrine do Brasil no mundo. 

Se é para economizar, há muitos lugares em que isso deve ser feito.

Notícia boa ─ 2

Um dos melhores amigos do papa Francisco é um judeu, o rabino Abraham Skorka; ambos dedicaram muito tempo de seus encontros a conversas sobre religião, a partir da origem comum de Judaísmo e Catolicismo, e escreveram juntos um livro notável, Sobre o céu e a terra, em que o tema é abordado com rara profundidade e texto de primeira linha, que prende o leitor e o leva a pensar. 

O livro do cardeal Jorge Mario Bergoglio, papa Francisco, e do rabino Abraham Skorka deve ser lançado amanhã, no Salão Nobre da ARI, Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro, a partir das 19h (Rua General Severiano, 170).
A partir das 20h, sob o título Concordo contigo, ainda que discorde ─ razões para o diálogo inter-religioso, o rabino Skorka conversa com o padre jesuíta Jesus Hortal, com mediação da jornalista Leila Sterenberg. Oportunidade única.

Chega de boas notícias

O Governo nega, o ministro Mantega explica, o ministro Gilberto Carvalho diz que não é bem assim, a ministra do Planejamento está mais quieta do que Lula desde o caso Rose, mas desde a manifestação das centrais sindicais não dá para negar o fenômeno. Não faz muito tempo, conforme o local, colocava-se um manifestante nas ruas por R$ 30,00, lanche incluído. 

Agora, os manifestantes cobraram R$ 70,00, fora a condução. Quem pode dizer que não há inflação?

18 de julho de 2013

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