"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 17 de agosto de 2013

MINISTRO LEWANDOWSKI: V.EXA. É QUEM DEVE SE RETRATAR... AO POVO BRASILEIRO!


Ricardo Lewandowski:  “Presidente, nós estamos com pressa do quê? Nós queremos fazer justiça”.
Joaquim Barbosa: “Nós queremos fazer nosso trabalho. Não chicana, ministro”.
Ricardo Lewandowski: “Vossa Excelência está dizendo que estou fazendo chicana? Eu peço que Vossa Excelência se retrate imediatamente”.
Joaquim Barbosa: “Não vou me retratar, ministro”.

Chicana:
1 - Rubrica: termo jurídico.
dificuldade criada, no curso de um processo judicial, pela apresentação de um argumento com base num detalhe ou num ponto irrelevante
2 - Rubrica: termo jurídico.
abuso dos recursos, sutilezas e formalidades da justiça
3 - Rubrica: termo jurídico. Uso: pejorativo.
o processo judicial
4 - Rubrica: termo jurídico.
contestação feita de má-fé
5 - Derivação: por extensão de sentido.
manobra capciosa; trapaça, tramoia
6 - Rubrica: automobilismo.
passagem em zigue-zague através de uma série de obstáculos
7 - Rubrica: automobilismo.
cada um desses obstáculos
8 - Rubrica: esportes.
no esqui, figura de slalom que compreende três ou quatro portas
 
Como bem lembrou Augusto Nunes, “o dicionário informa que é Lewandowski quem deve pedir desculpas pela chicana”.
 
E prossegue:
 
“Para dispensar-se de desculpas, basta a Joaquim Barbosa avisar que usou a primeira acepção [ou mesmo a segunda]: desde o início do processo, Lewandowski não tem feito outra coisa além de valer-se de filigranas legais para interpretar a lei em favor de quem merece cadeia. Para continuar amuado, ele teria de invocar a segunda acepção. Nessa hipótese, correria o risco de ouvir de volta que quem interpreta textos legais capciosamente acaba percorrendo trilhas desmatadas por tramoias, trapaças, sofismas e ardis.
 
O revisor do mensalão  perdeu há muito tempo o direito de considerar intoleravelmente ofensiva a palavra usada por Joaquim Barbosa. Como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, ofensiva é a procissão de manobras destinados a adiar para o próximo ano, ou para o próximo século, o desfecho do processo aberto em agosto de 2007. Intolerável é ver um juiz do STF no papel de advogado de defesa em combate permanente pela revogação do castigo merecidamente imposto aos culpados.
 
Lewandowski não pode exigir retratação de ninguém. É ele quem deveria desculpar-se com os milhões de brasileiros que só exigem justiça.”
 
17 de agosto de 2013

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