"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Lula teme que Barbosa tire segredo do Processo Investigatório 2.474 que apura como BMG ajuda o PT

 
Abafar informações sobre o esquema de financiamento ilegal de políticos feito pela empreiteira Delta e impedir que o desdobramento do julgamento do Mensalão revele quais são as relações de negócios entre o PT e o Banco BMG. Estas são as duas preocupações imediatas do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que consegue a façanha de ser o sujeito judicialmente mais inimputável pelos tribunais tupiniquins. Só não se sabe até quando vai durar tal blidagem de Lula agora que combater a corrupção virou “moda globalitária”.

O maior temor de Lula é com o primeiro negro a presidir o Supremo Tribunal Federal. Com a ausência do convidado Lula (em viagem des palestras pela África), Joaquim Barbosa toma posse amanhã, disposto a desdobrar o julgamento do Mensalão. Para isto, basta que Barbosa faça andar o Processo Investigatório 2.474 que corre em estranho sigilo e dormita desde 2007 no STF. Esta é ação que liga Lula ao Mensalão.

Os 77 volumes até agora produzidos revelam as relações do BMG com o PT e Lula. O caso é explosivo porque a cúpula do BMG já foi condenada pela Justiça Federal em Minas Gerais de ter concedido empréstimos fraudulentos ao PT e ao empresário Marcos Valério – a exemplo da condenação imposta pelo STF aos dirigentes do Banco Rural. O BMG é um dos patrocinadores atuais do Instituto Lula – que é dirigido por Paulo Okamoto, ex-presidente do Sebrae nas gestões presidenciais do agora Lula sem foro privilegiado.

A procuradora da República Luciana Loureiro avisou ontem que vai recorrer da decisão da Justiça Federal de Brasília que livrou Lula de responder a uma ação de improbidade administrativa que o acusava de promoção pessoal e de benefício ao banco BMG. O juiz Paulo Cesar Lopes, da 13ª Vara Federal, extinguiu o processo 0007807-08.2011.4.01.3400 sem julgar o mérito.

Lula se salvou mesmo sendo um “ato de ofício” o fato de ter mandado cartinhas assinadas por ele recomendando aos aposentaos e pensionistas do INSS que pegassem dinheiro no crédito consignado do Banco BMG – que tinha e tem um dos juros mais altos do mercado. Com base na Constituição, o juiz avaliou que, quando comete atos que atentem contra a probidade da administração, o Presidente da República só pode ser processado por crime de responsabilidade, e não por improbidade administrativa, como fez o Ministério Público.

Fora tal dúvida constitucional, a procuradora da República Luciana Loureiro vai insistir, no recurso, que Lula e seu ex-ministro da Previdência Amir Lando devolvam aos cofres públicos os R$ 9,5 milhões gastos com o envio de cartas a segurados do INSS informando sobre a possibilidade de obter empréstimos consignados a juros reduzidos – em uma época em que só o banco BMG oferecia tal “serviço”.


Desaguando...

Durante nove meses em que esteve hospedado na Penitenciária da Papuda, em Brasília, Carlinhos Cachoeira se transformou em uma espécie de líder dos presos.

Ontem, ao deixar o cárcere, com a revogação de sua prisão provisória, Cachoeira foi ovacionado pelos detentos, de quem recebeu até muitas cartas de agradecimento.

Mais felizes que os presos da Papuda ficaram os políticos parceiros de Cachoeira, já que, até agora, ele nunca abriu a boca para prejudicar nenhum deles – nem mesmo os que lhe viraram as costas depois que a casa caiu...


Delta dos governadores

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), anunciou que seu partido irá protocolar na Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido para que continuem as investigações da CPI do Cachoeira.

Os tucanos exigem que a PGR investigue eventual ligação entre a construtora Delta e os governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Siqueira Campos (PSDB-TO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), e o prefeito petista de Palmas (TO), Raul Filho.

Se acatar o pedido, claro, a Procuradoria também investigará o tucano Marconi Perillo (PSDB-GO).


Ilusionismo

O relatório final da CPI do Cachoeira - escrito pelo petista Odair Cunha (MG) – promete trazer um capítulo inteiro sobre a construtora Delta.

O documento mostrará que a sede da empreiteira, e não apenas a regional Centro-Oeste, se valeu do esquema de empresas fantasmas para beneficiar políticos de alta estirpe.

Se não houve um providencial apagão nos arquivos da Delta, os governadores já relacionados terão sérios problemas com a Justiça.

A sorte deles é que, como têm foro privilegiado, o caso demora uns 10 anos para ser julgado e o tempo se transforma no senhor da impunidade...


Nazipetralhagem na CPI

PTs da vida com a condenação da companheirada no Mensalão, dirigentes do PT querem que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) investigue o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por supostas ligações com o empresário Carlinhos Cachoeira.

Os petralhas também pedem o indiciamento do jornalista Policarpo Junior - redator-chefe da Revista Veja - por formação de quadrilha, alegando que ele e Cachoeira mantinham "constantes e permanentes" ligações.

Os petralhas que se preparem para as vinganças do Gurgel e da Veja...


Seres especiais

Cada Senador no rico Brasil recebe, por ano, dois salários extras de R$ 26.723,12 (R$ 53,4 mil no total).

Diferentemente dos reles mortais cidadãos-eleitores-contribuintes, os senadores deixam de recolher cerca de R$ 12 mil ao Imposto de Renda.

Fora juros e multas impostos pela Super Receita, os parlamentares teriam de devolver cerca de R$ 64,7 mil referentes aos anos de 2007 a 2011.

Mas a Mesa Diretora do Senado resolveu que o pagamento do Imposto de Renda devido sairá dos cofres do Senado...


Apagão da Nextel

Ferrou-se feio quem usou aparelho BlackBerry da Nextel ontem à noite em São Bernardo do Campo, no grande ABC.

Os aparelhos sofreram uma súbita reinicialização, sem conseguir voltar à operação normal.

Quem não tinha back-up perdeu todos os dados do rádio-celular...

A atualização do sistema da Nextel para o 3G ainda deve fazer muitos estragos...

Apoio maduro





Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
21 de novembro de 2012
alerta total

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