"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A HORA E A VEZ DA TARTARUGA...

Como se esperava, Lewandowski não tem pressa para julgar Renan Calheiros no Supremo

No Supremo Tribunal Federal, o relator do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é o ministro Ricardo Lewandowski. Como Se sabe, o novo presidente do Senado está sendo acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter praticado três crimes – peculato, falsidade ideológica e utilização de documento falso.



O documento com as denúncias foi apresentado ao Supremo na semana retrasada, mas nem mesmo essas graves acusações foram suficientes para inviabilizar a eleição de Renan Calheiros, vejam a que ponto de degradação chegou a política brasileira.

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os delitos foram cometidos quando Calheiros usou a verba de representação de seu gabinete para fins não previstos em lei. “Ele comprovou isso com notas frias. O serviço, na verdade, não foi prestado, por isso caracteriza peculato”.

Em entrevista à excelente repórter Débora Zampier, da Agência Brasil, Gurgel voltou a rejeitar a tese de que a denúncia teve motivação política e disse que o Ministério Público não podia ficar subordinado ao calendário político, por isso remeteu as denúncias ao Supremo uma semana antes da eleição para a presidência do Senado, marcada para a última sexta-feira.

“Havia duas alternativas: oferecer a denúncia antes, como eu fiz, ou aguardar para oferecer depois. Como certamente se afirmaria que o Procuradoria não teria oferecido a denúncia antes para evitar qualquer embaraço à eleição do senador Renan, então eu preferi apresentar antes”, disse o procurador.

Segundo Gurgel, a denúncia não foi apresentada no ano passado porque ele estava ocupado com o julgamento do mensalão, que dominou a pauta do STF durante o último semestre de 2012. “Se não tivesse o mensalão, provavelmente, essa denúncia teria sido oferecida antes”, disse ele à repórter da Agência Brasil

LEWANDOWSKI NÃO TEM PRESSA

O relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, disse ainda não tomou conhecimento da denúncia, que tem apenas 15 páginas, pois voltou de recesso sexta-feira. Também informou que não deve tirar o sigilo do processo porque há informações fiscais e bancárias confidenciais do senador e de outras pessoas envolvidas.

Lewandowski disse ainda que não pretende dar prioridade ao processo de Renan Calheiros, acrescentando que não há previsão para levar o caso ao plenário. “É um processo que será examinado normalmente dentro do cronograma de exame dos processos que tenho dentro do meu gabinete”, comentou.

04 de fevereiro de 2013
Carlos Newton

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