"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A LAMBANÇA.

Acordo de livre comércio entre os EUA e a União Europeia reforçará crise da economia brasileira

 

Marcha à ré – Lambança é a palavra mais apropriada para classificar o desempenho de Celso Amorim à frente do Itamaraty, durante os dois governos de Luiz Inácio da Silva.

O ex-chanceler conseguiu não apenas estender a mão a ditadores truculentos e dar guarida a adeptos do golpe, mas alcançou a proeza de atrapalhar a participação do Brasil nas negociações da Organização Mundial do Comércio, a OMC.

Em qualquer país do planeta Amorim seria punido, mas no Brasil ele foi recompensado pela companheira Dilma e agora está no comando do Ministério da Defesa.

Enquanto Celso Amorim via a banda do comércio internacional passar e as autoridades econômicas do governo posavam de parentes de Aladim, Estados Unidos e União Europeia tratavam dos detalhes de um acordo econômico que há quase cinco décadas era discutido.

Nesses dez anos em que o PT gazeteou nos quatro cantos do planeta, com Lula empunhando o trompete da mentira, União Europeia e Estados Unidos avançaram na criação do maior acordo de livre comércio de todos os tempos, que prejudicará ainda mais a já combalida economia brasileira.
Nesse período, o Palácio do Planalto, impulsionado pelo messianismo que brota na Esplanada dos Ministérios, se dedicou a patrocinar litigâncias que deram em nada.

Para se ter ideia do tamanho do estrago que representará a pasmaceira do governo brasileiro, o comércio entre norte-americanos e europeus movimenta perto de US$ 700 bilhões por ano, o que representa aproximadamente um terço do comércio internacional. Esse acordo comercial não começa a funcionar dentro de alguns dias, pois regras ainda precisam ser estabelecidas, mas a catástrofe já faz eco antecipado no Brasil.

Com esse acordo, a União Europeia passará a comprar dos Estados Unidos produtos que eram fornecidos pelo Brasil, como aço, equipamentos, combustível, carne bovina e algodão.
Nessa bilionária via comercial que será formada no Atlântico Norte, EUA e União Europeia compraram, um do outro, aviões e automóveis, mercado que tinha a participação de produtos brasileiros em ambos os mercados.

O tal acordo estará funcionando efetivamente dentro de no máximo dois anos, o que em termos de tempo quando o assunto é comércio internacional representa quase nada.

Para minimizar os efeitos do golpe provocado pela letargia das autoridades, o governo brasileiro precisará tomar medidas de incentivo à indústria local, tornando os produtos mais competitivos no mercado internacional.
Para isso será preciso desvalorizar o real diante da moeda norte-americana, o que só é possível se a inflação estiver sob controle ou o governo encontrar outra ferramenta para impedir o seu estouro. Com a equipe econômica atual, que esbanja incompetência de forma assustadora, consertar o estrago provocado pela era Lula é missão impossível.

Diante das dificuldades que apontam no horizonte, a economia brasileira enfrentará reveses preocupantes, que podem colocar por terra, de uma só vez, o discurso ufanista entoado por Lula, Dilma e os companheiros.

Por questões meramente ideológicas, não comerciais, o Brasil preferiu parolar com os parceiros do Mercosul (Argentina, Uruguai e Venezuela, além do Paraguai que está suspenso), na esperança de que as regras do bloco sul-americano seriam respeitadas, entre elas a de consenso coletivo para a criação de acordos comerciais terceiros, o que não aconteceu.
As previsões de crescimento da economia para 2013 têm caído semana após semana, como aconteceu no ano passado.

Se o acordo EUA – União Europeia começar a funcionar na prática até o final de 2014, a economia brasileira irá pelo ralo e sem direito a retorno imediato. Com isso, a reeleição de Dilma Rousseff torna-se cada vez mais difícil, o que explica a decisão, ainda não oficial, do governador pernambucano Eduardo Campos de concorrer à Presidência em 2014.
A esse cenário nada suave acrescente-se a conta bilionária que será deixada pela Copa do Mundo.

Mesmo assim, quando o ucho.info afirma que os petistas são incompetentes e os palacianos desconhecem qualquer significado da palavra planejamento, a esquerda verde-loura torce o nariz e nos dedica críticas.

15 de fevereiro de 2013
ucho.info
 

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