SITUAÇÃO PERICLITANTE

 Pesquisa do instituto IPSUS e da Folha de SP, junto à população, demonstra que o otimismo quanto ao futuro coloca o Brasil num dos primeiros lugares. Mas de que brasileiros se tratam? A pesquisa vai em confronto com os melhores analistas.
Vamos nos lembrar da frase famosa: O otimista é um pessimista mal informado, porque só está informado de um lado. que é o emprego.

 

Do outro, não se informa. Se a pesquisa fosse feita entre os empresários brasileiros e os economistas que acompanham os números diariamente, a situação seria inversa. O problema seria maior se eles dissessem a verdade, o que evitam em função do medo do governo.

 O Brasil tem inflação alta, crescimento baixo, o deficit do orçamento está piorando, e piorando a situação das contas externas, com a importação muito mais alta do que a exportação, todos os indicadores piorando, e são fatos concretos, menos o desemprego, cujo índice se mantém baixo.

Mas o desemprego é um dos elementos que mais demoram a apresentar as causas da deterioração, da mesmo forma de uma economia que se recupera, o índice de empregabilidade é o que demora mais para apresentar resultados.
Um dos exemplos é a economia estadunidense, que vai melhorando pouco a pouco, crescendo relativamente bem, mas criando pouco emprego. É o grande debate lá. No Brasil acontece o contrário.
O emprego vem do período bom, onde a economia mundial nos favorecia, a China valorizava muito nossos produtos, um aumento bom do salário mínimo, em 2011, expansão do crédito, criando uma sensação de bem-estar.

Os economistas já detectaram a situação mas, o grande público continua enganado. Não sabe que o Brasil não cresce porque não investe, a infra-estrutura é complicada por muito intervencionismo das regras, com mudanças a cada semana, principalmente no comércio, não dando segurança. A taxa de câmbio continua desfavorável.
 
No comércio internacional, o país tem se mantido, por razões ideológicas, afastado dos acordos com a América do Norte e Europa e mantido uma burocracia excessiva para a exportação. Tem o problema da inflação crescente. O governo vem cuidando da psicologia, insuflando confiança. O problema é que essa confiança depende da realidade. Quando se tem um produto que não é bom, não se consegue convencer as pessoas que o produto é bom. O deficit comercial já passa da casa de 100 bilhões, negativos.

 Assim, a retração de investimentos na indústria, pelo custo Brasil, com uma perda absurda e crescente de competitividade, deverá se refletir fatalmente na retração de empregos. Aí veremos se a população desinformada continuará otimista. Não estou pintando de negro o quadro. O quadro já é negro, pela incompetência do partido do governo.

04 de junho de 2013
Giulio Sanmartini