"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 4 de junho de 2013

DE COSTAS PARA O MUNDO



O déficit comercial recorde é mais um dos itens da safra de más notícias que o governo Dilma Rousseff vem produzindo. 
O comércio exterior brasileiro sofre as consequências de uma política externa que se fechou em copas, perdeu o bonde da história e hoje purga resultados desastrosos. 
 

Com o PT, o Brasil deu as costas para o mundo.
A balança comercial acumula rombo de US$ 5,4 bilhões neste ano até maio, conforme divulgou ontem a Secex. Trata-se do pior resultado em 20 anos, isto é, desde que a série histórica passou a ser tabulada pelo governo. 

Para se ter melhor noção do desastre, um ano atrás o país exibia superávit acumulado de US$ 6,3 bilhões. É preciso registrar que o déficit atual está fortemente influenciado por uma manobra contábil urdida pelo próprio governo. Para impedir que o superávit de 2012 não caísse mais do que caiu (35% em relação a 2011), o registro de operações de compra e venda externa de combustíveis pôde ser postergado. Como maquiagens nunca terminam bem, desde janeiro a balança brasileira vem sofrendo impacto de negócios com petróleo e derivados que, na realidade, aconteceram no ano passado. No total, US$ 4,6 bilhões foram sendo contabilizados ao longo destes cinco primeiros meses do ano - o estoque se encerrou em maio.
Mesmo sem estas operações, a balança brasileira estaria deficitária em US$ 800 milhões. Ou seja, com ou sem manobras, o país teria produzido seu primeiro resultado negativo para o período de janeiro a maio desde 2001 e a pior marca desde 1998.
 
O resultado de maio, embora superavitário (US$ 760 milhões), foi o menor para o mês em 11 anos.

O Brasil sofre a síndrome da perda de competitividade. Nossas exportações encolhem, ao mesmo tempo em que as importações não param de subir. O produto nacional não tem fôlego para concorrer com o que vem de fora. No ano, as exportações caem 2,8% na comparação com janeiro a maio de 2012; as importações, em contrapartida, aumentam 9,8%.


Bens made in Brazil estão perdendo espaço no exterior. 

 O Estado de S.Paulo informa hoje que entre 2008, a partir do início da crise internacional, e 2011, o país perdeu US$ 5,4 bilhões em vendas para Argentina, 
México, 
Peru, 
Colômbia, 
Chile, 
Equador, 
Venezuela, 
Paraguai e Bolívia. 

De lá para cá, deve ter ficado sem mais outro naco.

A participação em mercados mais ricos, como o norte-americano, e mais robustos, como o chinês, também está em queda. "Nos EUA (tradicional destino de itens manufaturados), a fatia do país caiu cerca de um terço, para 1,1% de tudo que os americanos importaram de janeiro a março", registra a Folha de S.Paulo.

Nos negócios com os norte-americanos, saímos de um superávit de US$ 5 bilhões em 2002 para um déficit de US$ 5,6 bilhões em 2012. Já o comércio com os europeus, superavitário ao longo de uma década, passou ao vermelho, numa virada que começou em 2011 e vem se aprofundando: 
nossas exportações para lá caíram 7% neste ano até maio.

O país colhe os frutos podres de uma opção equivocada - mais uma - adotada em sua política externa. Presos a ideologias ultrapassadas, os governos petistas desdenharam a aproximação com nações mais desenvolvidas e orientaram seus esforços para mercados inexpressivos do mundo em desenvolvimento.
Fechamos apenas três acordos comerciais nos últimos dez anos.
O Brasil fez justamente o contrário do que estão fazendo nações que estão dando muito mais certo que nós. É o caso de Chile, Colômbia, México e Peru, que se juntaram num mercado de US$ 2 trilhões e população de 209 milhões de pessoas em torno da Aliança para o Pacífico.


O quarteto - cujo acordo que isenta de tarifas 90% dos produtos comercializados entre si entra em vigor no fim deste mês - concentra, ainda, 35% do PIB e 49% dos investimentos diretos estrangeiros da América do Sul. 


Cada um deles cresceu em 2012 acima de 3,1%, a média do PIB na região e muito mais que nosso pibinho de 0,9%. 

É de se perguntar: 
quem está fazendo a coisa certa? A atitude dos governos do PT isolou o Brasil do resto do mundo. Alijou nossas empresas das cadeias produtivas globais. Apequenou nossa pauta exportadora e empobreceu nosso parque industrial.
 

O erro perpetrado por Lula e mantido pela presidente Dilma prejudica a inserção do país no mundo, nos tolhe a competitividade e atrasa nosso desenvolvimento.

O Brasil precisa de mais e não de menos comércio com o mundo
.
 
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
04 de junho de 2013

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