"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 10 de junho de 2013

SOLDADOS AMERICANOS MORREM MAIS DE SUICÍDIO DO QUE NA GUERRA


Soldados americanos. Crédito: Reuters
Beatriz Díez (BBC Mundo)

Estatísticas mostram que o suicídio mata hoje mais militares dos Estados Unidos do que as próprias operações de combate em guerras. Acredita-se que, todos os dias, um militar americano que regressou ao país após servir em uma zona de conflito tira sua própria vida.

O número de suicidas após servir no Afeganistão é particularmente ilustrativo. Ele já supera o número total de militares dos EUA que morreram em combate no país centro-asiático.

O alto número de suicidas levanta questões sobre o tratamento dado aos veteranos de guerra americanos. O que estaria errado no cuidado prestado a eles?

Alguns motivos têm sido citados para explicar as mortes, entre eles o fato de que os veteranos sofrem de sequelas psiquiátricas e que o sistema para dar assistência a eles está sobrecarregado, já que governo não dedicaria suficientes recursos para ajudá-los.

Entretanto, desde o ano passado, o governo americano tem ampliado o apoio aos veteranos, e novas terapias têm sido usadas para tentar minimizar os efeitos do trauma.

ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

Os transtornos psiquiátricos são um dos principais motivos que levam os militares que chegam de zonas de conflito a buscar ajuda no Departamento de Assuntos para Veteranos, mantida pelo governo dos Estados Unidos.

O diagnóstico mais frequente é o de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), mas muitos também sofrem de depressão e relatam dependência de drogas.

Paula Schnurr, vice-diretora executiva do Centro Nacional para TEPT nos Estados Unidos, disse à BBC Mundo que “o TEPT é um problema muito significativo entre os veteranos e militares da ativa, já que este é um dos transtornos mais afetam os indivíduos que vivem uma experiência traumática durante o serviço militar, como por exemplo a exposição a uma zona de guerra”.

Mas não é necessariamente correto atribuir o grande número de suicídios de militares americanos ao diagnóstico de estresse pós-traumático.

“A incidência de suicídio em pessoas com TEPT juntamente com outros transtornos mentais é alta”, responde Schnurr.”Porém, a grande maioria das pessoas que sofrem de TEPT não tenta se suicidar. É um problema sério, mas tempos que salientar que a maioria desses pacientes não têm tendência ao suicídio”.

INVESTIMENTO

“A incidência de suicídio em pessoas com TEPT, juntamente com outros transtornos mentais, é alta. Porém, a grande maioria das pessoas que sofrem de TEPT não tenta se suicidar. É um problema sério, mas tempos que salientar que a maioria desses pacientes não têm tendência ao suicídio.”

Paula Schnurr, vice-diretora executiva do Centro Nacional para TEPT nos Estados Unidos
Percebendo a gravidade da situação, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, resolveu investir mais recursos materiais e humanos na atenção psicológica aos veteranos de guerra e militares em serviço.

No dia 31 de agosto do ano passado, Obama publicou um decreto de lei que transfere mais recursos e poder a um conjunto de departamentos que oferece assistência a membros do Exército ─ o Departamento para Assuntos dos Veteranos, a Secretaria de Defesa e o Serviço de Saúde.

Além disso, no ano passado, foram investidos US$ 5 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões) nos serviços de para apoio à saúde mental.

De acordo com o Departamento para Assuntos dos Veteranos, foram criados 15 projetos piloto em sete Estados, onde a entidade mantém agentes que ajudam os veteranos a ter acesso a serviços de saúde mental.

Foram contratados 1,6 mil agentes de saúde mental e 248 novos especialistas na área.
Foi ainda criada uma campanha nacional para prevenção do suicídio com a finalidade de aproximar os veteranos e militares ativos dos serviços de saúde mental.

10 de junho de 2013
(artigo enviado por Sergio Caldieri)

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