"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 10 de junho de 2013

VAMOS MUDAR TUDO ISSO QUE ESTÁ AÍ!

 

Em 3 de janeiro de 2003, um mineiro nascido em Passa Quatro, ex-líder estudantil e ex-militante de esquerda perseguido pela ditadura militar se tornava o segundo homem mais importante da República. José Dirceu de Oliveira e Silva havia sido nomeado ministro-chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o operário que chegou ao Palácio do Planalto.
 
José Dirceu
José Dirceu
 
Juntos, esses dois homens de biografia extraordinária prometiam mudar o Brasil, como ele mesmos disse: “Vamos mudar tudo isso que está aí."
 
Na primeira mudança logo mostrou ao que vinha. Dirceu assinou algo bem menos grandioso que o dito, mas revelador de seu caráter. Era uma portaria que mudava a ordem de entrada dos ministros nas solenidades do palácio.
 
Historicamente, depois do presidente da República, vinha o titular do Ministério da Justiça, por ter sido a primeira pasta a ser criada. Dirceu transferiu a prerrogativa para si: quem apareceria caminhando logo atrás do presidente seria ele, o chefe da Casa Civil – que, a partir de então, teria também a primazia no uso de carros oficiais e de aviões da Força Aérea Brasileira.

Mas Dirceu, em tudo que fez,  revelou-se de incompetência impar,  desde o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna (SP), onde  foi responsável pela prisão de 700 participantes, até o mensalão que levou à condenação seus companheiros de partido.
 
Não estará de todo errado imaginar que  percebendo  poder meter a mão grande sem  cerimônias, ao abrir o cofre público, num momento de arroubo ao ver o que tinha dentro,  gritou aos seus asseclas: “Vamu cume putada!”
 
10 de junho de 2013
Giulio Sanmartini

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