"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 11 de julho de 2013

FORÇA SINDICAL PEDE DEMISSÃO DE MANTEGA E CENTRAIS AMEAÇAM GREVE GERAL

Cerca de 4 mil pessoas fazem ato na Avenida Paulista


Manifestantes ocupam a Avenida Paulista nos dois sentidos Foto: Eliaria Andrade / Agência O Globo
Manifestantes ocupam a Avenida Paulista nos dois sentidos Eliaria Andrade / Agência O Globo

Em ato com cerca de 7 mil pessoas, a Força Sindical pediu, nesta quinta-feira, a demissão da atual equipe econômica do governo federal. As principais centrais sindicais do país ameaçaram fazer uma greve geral em agosto, caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas pelo Palácio do Planalto.
 
 
- A equipe econômica perdeu as condições de dirigir o Brasil. É necessário a demissão da equipe econômica. O ministro Mantega fala e ninguém mais presta atenção. Ele não tem mais condições de ser ministro - afirmou Paulinho.
 
A política econômica do governo federal foi criticada também pelo presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. Segundo ele, há dois pontos dos quais a central sindical diverge completamente do governo federal: a taxa de juros e o superávit primário. Para Freitas, “foi uma excrescência” a elevação da taxa de juros pelo banco central na quarta-feira.
 
- Nesse governo federal, em relação à política, nós temos uma grande divergência. A revisão da taxa de juros foi uma excrescência. Outro ponto equivocado é o superávit primário, que pode ter eficiência em outra conjuntura econômica, mas não na atual – afirmou.
 
As centrais sindicais reivindicam medidas como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas, o fim da terceirização, 10% dos recursos do PIB investidos em saúde e educação, entre outras reivindicações.
 
Nesta sexta-feira, os líderes das centrais sindicais irão se reunir na sede da Força, na capital paulista, para avaliar a série de manifestações pelo país. A expectativa é de que marque uma nova data, em agosto , de manifestações e paralisações, o que pode evoluir para uma greve geral. Para evitar esse quadro, as centrais sindicais reivindicam, pelo menos, que o Palácio do Planalto atenda ou ao fim do fator previdenciário ou a redução da jornada.
 
- Eu acho que está chegando no limite. Amanhã haverá uma reunião. Iremos discutir os passos que serão tomados no futuro - afirmou o presidente da Central dos Sindicatos do Brasil, Antonio Neto.
 
- Nós vamos esperar o retorno dos intorlocutores (do governo federal) para atender nossas reivindicações. Se não atender as nossas reivindicações, podemos fazer uma greve maior, é uma questão de entendimento ou não entendimento - disse o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
 
Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, chegou a hora da presidente Dilma Rousseff enquadrar os ministros do seu governo e dar mais atenção aos trabalhadores. Segundo ele, o caso não se trata de um “fora, Dilma”, mas de um “acorda, Dilma”.
 
- É um ato contra as políticas do governo federal. A presidente precisa enquadrar os seus ministros de governo. A saúde no Brasil está péssima e o transporte é terrivelmente ruim - afirmou Patah.
 
A Associação dos Delegados do Estado de São Paulo também participa do ato e promete entrar em greve por melhores salários. Segundo a presidente da entidade, Marilda Pansonato, a possibilidade de uma greve não está descartada. - Se depender da associação, vamos entrar em greve sim. Estamos nos sentindo impotentes em relação à criminalidade. Além de más condições de trabalho, a cada dez dias um delegado vai embora (da polícia de SP) - disse ela.

11 de julho de 2013
Gustavo Uribe e Tatiana Farah - O Globo

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