"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS HOUVE UMA JOGADA TÃO SUJA COMO A MANOBRA COM AS AÇÕES DA PETROBRAS

O comentarista Mario Assis, ex-secretário de Administração do governo do RJ, sempre atento ao lance, nos manda esse importante artigo de denúncia sobre o caso do sobe-e-desce das ações da Petrobras na Bovespa.

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Roberto Saboya

O presidente de uma grande empresa, carro chefe do mercado de ações brasileiro, reclama com a chefe do presidente do conselho que a empresa não tem condições de continuar vendendo sua mercadoria por um preço abaixo do custo.

A chefe do presidente do conselho diz que tem de ser assim porque é do “interesse nacional”. O presidente insiste e é defenestrado. Em seu lugar assume uma amigona da chefe do presidente do conselho que diz que vai continuar vendendo por preço abaixo do custo.

Humilhado, o presidente demitido apresenta um incrível balanço, aparentemente errado, com um lucro 50% menor do que o esperado e vai, todo sorridente, brincar o carnaval na Bahia. Investidores estrangeiros, que tinham colocado R$ 7 bilhões em diversas empresas no mês passado, saem em correria vendendo R$ 900 milhões em um único dia.

Investidores nacionais, desde o Estado controlador até a velhinha de Taubaté, que investiu sua aposentadoria na empresa, perdem, em um único dia, R$ 28 bilhões.

No dia seguinte, data da posse da amigona, a chefe do presidente do conselho manda os bancos estatais e investidores institucionais de empresas estatais, sobre os quais exerce forte domínio, comprarem as ações que os estrangeiros venderam (R$ 1,1 bilhão), enquanto os estrangeiros descarregam mais R$ 349 milhões. As ações voltam a subir. O prejuízo de R$ 28 bilhões cai para R$ 12 bilhões.

Posse tomada, crachá nº1 no peito, a nova presidente parte para cuidar dos “interesses nacionais”, e as ações caem 5% em um único dia, e os investidores, brasileiros ou não, perdem mais R$ 20 bilhões.

20 de fevereiro de 2012

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