"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 10 de maio de 2012

ANOTAÇÕES POLÍTICAS DE JORGE BRENNAND

MALANDRAGEM BOÇAL

Na CPI dos Correios, o operador de falcatruas do PT, Marcos Valério, dono de farto laranjal do mensalão, revelou na TV, para todo o Brasil, enfaticamente: “O dinheiro do mensalão não é nada, o grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio”. E ainda: “O Ministro José Dirceu estava negociando com os bancos uma mina de nióbio na Amazônia”. Ninguém teve coragem de investigar. Ou estarão todos ganhando com isso?

Some-se esse fato que foi publicado na Folha de São Paulo em 2002: “Lula ficou hospedado na casa do dono da CMN (produtora de nióbio) em Araxá-MG, cuja ONG financiou o programa fome zero”. E, em muitas conversas ao pé do ouvido, estudiosos no assunto afirmam que estaríamos perdendo cerca de 14 bilhões de dólares anuais, e vendendo o nosso nióbio na mesma proporção como se a OPEP vendesse a um dólar o barril do petróleo.

Porém, petróleo existe em outras fontes, e o nióbio – segundo especialistas acreditados – só no Brasil, e poderia ser uma outra moeda nossa. O que é, de fato, um descalabro alarmante.
O jornalista Carlos Marchi editou histórica e contundente matéria, na edição dominical de O Estado de São Paulo, em 31 de agosto de 2008, intitulada “Linha direta entre Lula e FHC evitou o impeachment”, detalhando: “Conversas secretas, intermediadas por Palocci e Bastos, ajudaram a evitar o caos do mensalão.”

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LULA E FHC, TUDO A VER

Durante todo o primeiro mandato e parte do segundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma linha direta de consultas com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mantida por meio de conversas secretas dos então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça.

A linha direta funcionou com mais vigor no auge do escândalo do mensalão, quando os ministros pediram a Fernando Henrique para agir e evitar que a oposição descambasse para pedir o impeachment de Lula. Ele atendeu e se posicionou publicamente contra o impeachment.

Os encontros foram confirmados ao Estadão pelo ex-presidente, Palocci e Bastos. Palocci confirmou que esteve pessoalmente com Fernando Henrique “pelo menos cinco vezes”. Bastos disse ter conversado com ele “apenas uma vez, em junho de 2005″, momento em que crescia a onda do impeatchment. Mas os contatos por telefone foram muito mais frequentes, confirmam os três.

Palocci e Bastos asseguram que Lula sempre soube das conversas antes de elas ocorrerem e foi informado de seu resultado depois. Mais de uma vez, no entanto, em momento de difícil enfrentamento com a oposição, Lula sugeriu a Palocci: “Vai conversar com o Fernando Henrique.”

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MERGULHO NO ESCURO

Tudo azedou repentinamente quando, em 8 de julho de 2005, no meio a um evento no Palácio do Planalto, Bastos foi informado de que um assessor do deputado José Nobre Guimarães (irmão do então presidente do PT, José Genoino) fora preso em São Paulo com dólares na cueca. Transmitiu o informe a Lula na mesma hora.

Depois, relataria a um amigo que, em quatro anos de convivência, nunca vira Lula tão desolado. “Meu Deus, onde é que isso vai parar ?” Balbuciou o presidente, como se tivesse perdido o rumo. Mas o pior estava por vir. Em 11 de agosto, o publicitário Duda Mendonça confessou, na CPI dos Correios, que recebera no exterior parte do pagamento pela campanha do Lula.

Naquela noite, Bastos e Palocci foram conversar com o presidente na Granja do Torto. Sem rodeios, opinaram que a confissão de Duda o atingia pessoalmente e que, a partir disso, fugia ao controle do governo.
As análises impactavam Lula que aceitou a sugestão de procurar Fernando Henrique Cardoso mais uma vez para negociar. O enviado dessa vez foi Palocci, que fez ao ex-presidente um relato assustador. Contou que o governo se sentia desorientado e que os conselheiros próximos a Lula temiam por ele após as últimas revelações, que iam ao grotesco (dólares na cueca de um assessor petista) ao dramático (comprovação de que Duda Mendonça recebera dinheiro no exterior dinheiro ilegal pela campanha, o que jogava o escândalo no colo de Lula).

Disse que havia novos escândalos não revelados, como um rombo que passara dos quinhentos milhões de reais no Banco do Brasil. Palocci chegou a admitir que tudo aquilo era “um desastre, um desastre”. Noutro momento teria dito: “Está tudo perdido”. Ao final fez um apelo “em nome da democracia e do futuro do país” – que a oposição desse uma trégua para dar tempo ao governo de “consertar tudo”, exorcizando o seu visível lado podre.

Fernando Henrique, mais uma vez, intercedeu para que Lula não sofresse o processo de impeachment. Luiz Inácio escapou por pouco, graças a Fernando Henrique. Pouco depois, ao sentir que não perderia mais o mandato por causa do mensalão, Lula passou a atacar violentamente a Fernando henrique com todo o repertório de patacoadas que possui. Estranho modo de demonstrar “agradecimento”.

Continua tartufando, mentindo, delirando e ingrato, como sempre. Procurando demonstrar que Dilma é sua obediente marionete, e ele, o presidente de fato, num agudo delírio de idiotice insepulta, que não consegue mascarar a deslealdade, a vaidade, a cobiça e a malandragem boçal.

Lula, por favor, desencarna da presidência! Deixa a Dilma governar, porque ela tem qualificações para tanto. Lula, você já é um reconhecido fenômeno, o único ser que recebeu títulos acadêmicos honoris causa sem ter lido qualquer livro. contente-se com isso, “doutor”…

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