"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 12 de julho de 2012

DILMA DEMONSTRA QUE ESTÁ DE OLHO NA CVM, QUE VEM SENDO CONTROLADA PELOS DIRIGENTES DA BOVESPA

A indicação de Ana Novaes, nome técnico, eminentemente técnico, para a Diretoria da Comissão de Valores Mobiliários, demonstra uma natural preocupação da presidente Dilma Rouseff com os rumos da autarquia, que hoje está capturada pela BM&FBovespa.

Ponto para dona Dilma Rousseff. No entanto, corre nos bastidores forte articulação da presidente da CVM, Maria Helena Fernandes de Santana, para emplacar como seu sucessor Otávio Yazbek (como ela, ex-BM&FBovespa).
Os dois, segundo fontes do mercado financeiro, teriam recebido stock options da Bovespa e da BM&F antes da fusão. Detalhe: stock options são um sistema que concede aos empregados o direito de comprar ações a preços abaixo do mercado e de vendê-las com lucro.

Como participar de julgamentos de interesse da BM&FBovespa depois de terem recebido milhões de reais em stock options? Dada a forte rejeição do nome de Otávio Yazbek, o grupo que comanda a CVM há anos tem um plano B: emplacar os nomes dos advogados Marcos Barbosa Pinto, ex-diretor que integrou a comitiva da primeira viagem de Lula à China, ou o de Pedro Marcílio, cujas relações com Marcelo Trindade, antecessor de Maria Helena na presidência da CVM, são também conhecidas por todo o mercado financeiro.

Segundo notícias veiculadas pela Agência Estado, a preocupação de Dilma é não só a troca de cadeiras entre dirigentes da CVM e da BM&FBovespa, mas, principalmente, a passagem de advogados pela CVM, os quais se servem da autarquia para catapultarem suas carreiras, captando clientela em virtude da anterior ocupação de cargos na CVM, o que é vedado pelo Código de Ética da OAB.

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“PREFERIDO” DE MANTEGA

O preferido de Mantega, Marcos Pinto, sócio de Armínio Fraga, foi o diretor que fez a maior lambança da história da CVM no caso RioPrevidência, levando a autarquia a ter, pela primeira vez, uma decisão sua anulada pela Justiça Federal, em 36 anos de existência (aquela modesta multa de R$ 504 milhões, cuja anulação na Justiça Federal só foi noticiada pelo Blog da Tribuna, vejam só a desmoralização da CVM).

Marcos Pinto é do grupo e agradará muito à BM&FBovespa e a seu presidente Edemir Pinto, bem como a todos os envolvidos no caso das stock options, que têm interesse em que o sucessor de Maria Helena não permita a apuração da suspeita de que a presidente e o diretor da CVM, Otávio Yazbek, tiveram seus rendimentos de funcionários públicos turbinados para suportarem o período de mínguas salariais impostos pela sua passagem na autarquia.

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DILMA ESTÁ CERTA!

E é por isso que o mercado financeiro agradecerá penhorado se ela não ceder às pressões da BM&FBovespa, capitaneadas por Edemir Pinto, chefe de Maria Helena, Otavio Yazbek & Cia. Ltda., e indicar Sergio Weguellin, outro nome eminentemente técnico, capaz de restaurar a credibilidade da instituição perante o mercado financeiro e apaziguá-lo.

Como diz o jornalista Ancelmo Gois, que Deus a abençoe e ilumine, a nós não desampare; caso contrário, a CVM continuará sendo o quintal da BM&FBovespa e seus diretores títeres do presidente Edemir Pinto.

Carlos Newton

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