"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

MACHU PICCHU 2

Semana do Santuário Histórico de Machu Picchu (2)


Em 1911, o arqueólogo Hiram Bingham III, professor-assistente na Universidade de Yale, numa expedição à procura de Vilcabamba, última capital inca antes da derrota definitiva para os espanhóis, em 1572, conheceu essa fantástica cidadela.


Estava coberta por densa vegetação, mas foi possível ver que as construções eram feitas com as pedras cortadas com precisão e encaixadas sem necessidade de argamassa, o que era típico dos incas.

Tudo indica que o local não fora visitado pelo conquistador espanhol, pois estava intacto. Quando se diz que Bingham descobriu Machu Picchu, o que se quer dizer é descobrir para o mundo, pois lá viviam duas famílias de camponeses peruanos há algumas gerações.



À esquerda foto tirada em 1911, de um dos ajudantes de Bingham, no subsolo do Templo do Sol, do qual ainda falaremos.

Após longas pesquisas, somente uma única referência a Machu Picchu foi encontrada em documentos espanhóis, justamente a palavra Picchu em um texto datado de 1568, dando a compreender que era palavra para designar o imperador inca.

Acredita-se que a cidadela foi erguida por Pachacuti Inca Yupanqui (1438/1470), o nono soberano dos Incas, em meados do século XV. Um construtor de impérios, Pacachuti deu início a uma série de conquistas que veriam seu império ocupar uma vasta extensão da América do Sul, desde o Equador até o Chile.

Localizada a leste da Cordilheira dos Andes, nas margens da floresta amazônica, Machu Picchu fica na província de Urubamba, a 100 kilômetros de Cusco, a Capital Histórica do Peru, como é por direito conhecida. Já falamos em sua linda praça, mas devemos uma semana a Cusco.

As ruínas estão no canyon formado pelo rio Urubamba (foto abaixo), que contorna as duas montanhas que estão a 2438 m de altitude. Uma das montanhas é Huayna Picchu, que em qechua, linguagem dos incas, quer dizer montanha jovem. É essa montanha, que domina a cidadela, que se tornou representativa do local, pois a cidadela está a seu pés.


De alguns ângulos dizem que é possível perceber a forma de um rosto humano no topo de Huayna, a olhar para o céu, sendo que o pico da montanha seria o nariz...

No entanto, é sobre o topo de Machu Picchu, cujo significado é montanha velha, que a cidadela foi erguida. E assim ficou conhecida no mundo inteiro. Hoje Patrimônio da Humanidade, Machu Picchu é um dos mais procurados centros de turismo. Ainda bem que há leis severas a protegê-la...


Como fiquei muito tempo sentada nesse abrigo (foto acima) para "beber" a paisagem com os olhos, gosto de acreditar que Bingham fez o mesmo e, provavelmente, chorando de emoção. Eu confesso que chorei de emoção e também de dor: os mosquitos "incas" têm dentes serrilhados, só pode ser, tal a devastação que fizeram em minhas pernas, apesar de toda a indumentária e remédios para afastar os monstrinhos. Ainda voltarei ao assunto, para falar dos turistas alemães e ingleses, uns abnegados.

Abaixo, cópia do livro-depoimento de Hiram Bingham:


... a continuar...
 
17 de outubro de 2012
 Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

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