"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

DIRETÓRIO DO PT OMITIU DESPESAS COM EMPRESA LIGADA A FREUD GODOY


O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 6ª Zona Eleitoral de São Paulo, desaprovou nesta quarta-feira a prestação de contas do prefeito eleito da capital paulista, Fernando Haddad. Em outro processo analisado pelo mesmo juiz, em relação ao diretório municipal do PT, havia a omissão de despesa com serviço da empresa Caso Sistemas de Segurança, ligada a Freud Godoy, apontado por Marcos Valério como intermediário no repasse de dinheiro do esquema do mensalão para pagamento de despesas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na decisão, o juiz apontou que o interessado não apresentou documento comprovando que o gasto não era destinado à campanha, mas a uma despesa rotineira do partido. A empresa oferece serviços ao PT de São Paulo.

Na decisão referente ao prefeito, o juiz observou irregularidades na contratação de empresas durante a campanha eleitoral. Uma das citadas é a AJM de Azevedo Eletrônicos-EPP, que forneceu material no valor de R$ 4,6 milhões.
Segundo o magistrado, a empresa não emitiu notas fiscais eletrônicas e teria entregue material muito acima da sua capacidade de estocagem, uma vez que, segundo a Justiça Eleitoral, ela estaria instalada em imóvel de pequeno porte. O juiz afirmou ainda que a campanha eleitoral locou veículos de som, no mesmo valor, com empresas diferentes, o que, segundo ele, permite concluir que houve despesa paga em duplicidade.

Em sua decisão, o magistrado também avaliou que as irregularidades são graves, considerou que as informações prestadas são inconsistentes e afirmou que o documento apresentado à Justiça Eleitoral não permite a verificação da origem de recursos que foram arrecadados para a quitação de gastos durante a disputa municipal. A campanha eleitoral do prefeito eleito, a mais cara do país, produziu uma dívida de R$ 26 milhões. Cabe recurso às duas decisões.

O magistrado ressaltou ainda problemas na prestação de contas referentes a contrato de R$ 30 milhões com a empresa Polis Propaganda & Marketing LTDA, que representou 44,70% dos gastos de campanha. Na decisão, ele lembrou que a empresa recebeu durante a disputa eleitoral 30% do valor contratado. O restante foi assumido pelo PT, para pagamento futuro.
Na véspera do segundo turno, a empresa emitiu 21 notas fiscais seqüenciais, no valor de R$ 1 milhão cada. O juiz eleitoral observou que, diante da ausência de uma planilha contendo a descrição dos serviços, não é possível compreender a razão pela qual a empresa recebeu apenas 30% do valor e o motivo dela ter emitido as notas fiscais.

Em nota, a coordenação da campanha eleitoral do prefeito informou que irá ingressar com recursos da decisão e vai apresentar a documentação relativa aos serviços prestados pelas duas empresas.

camuflados
13 de dezembro de 2012

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