"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

VIVEMOS NUM PAÍS DE "FAZ DE CONTA" QUE É VERDADE E EU "FAÇO DE CONTA" QUE ACREDITO

    Porque estamos nas garras do crime

 
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"Matei papai e 'mamãe', e tou numa boa, falou?
 

Sexta-feira foi Gil Rugay que matou o próprio pai e a namorada dele ha nove anos (!!!). “33 anos e 9 meses de cadeia”, disse o juiz. “Trata-se de um criminoso dissimulado e perigoso”. E lá se foi o “condenado”, livre leve e solto, rindo, de volta para o aconchego da sua casa, talvez para esperar outros 9 anos por um novo julgamento…

Vinte e quatro horas antes eram Cristian e Daniel Cravinhos que, em 2002, massacraram com golpes de barras de ferro o casal Richthofen enquanto dormia a pedido da própria filha deles, que saiam da prisão para desfrutar o “regime semi-aberto”, por “bom comportamento”. (Tente explicar para qualquer estrangeiro que a Justiça do seu país considera soltar autores de crimes como estes “por bom comportamento”…)

Poucas semanas antes, Sergio Costa Junior, policial que, junto com outros policiais, trucidou com 21 tiros no rosto a juiza Patricia Acioly, foi beneficiado com redução de pena “por colaborar com a justiça”…

O jovem casal que assassinou Daniela Perez na flor da idade, com centenas de tesouradas, anda por aí já ha uns bons dois anos, solto por “bom comportamento”.

cri7

Praticamente toda semana os jornais noticiam mais uma barbaridade – assassinatos, estupros, assaltos, sequestros – perpetrada por algum bandido preso e condenado, solto da cadeia “por bom comportamento” ou para visitar os amigos e parentes.
Natal, Dia das Mães são datas em que, por anos a fio, o numero de crimes explode graças a esses indultos. Mas eles continuam sendo concedidos.
Este ano chegamos ao extremo patético do comandante da PM rogar aos senhores juízes que ao menos parcelem os indultos para que a polícia não perca o controle da situação.
Nada! Dane-se a população.

Ninguém neste país, por mais monstruoso que tenha sido o seu crime, cumpre a metade de uma pena já leve demais parao peso do crime por tirar uma vida e destruir uma família para sempre.

Se for menor de idade então, nem que seja um serial killer ou um estuprador de bebes, será chmado pelas autoridades apenas de “infrator” e pode, na melhor das hipóteses ficar retido até fazer 21 anos, data em que sairá da cadeia livre e com a ficha limpa, nem que tenha sido preso um dia antes. Sensato, não é mesmo?

cri4

Pois então. Encerrei a semana passada com o post sobre Mantega e Yoani Sanchez afirmando que o ponto de ruptura que desloca o pensamento de esquerda para o campo ideo-lógico é a negação do princípio do mérito, e que negar o principio do mérito, ou a relação de causa e efeito implica negar também as ideias de responsabilidade individual e de livre arbítrio.

É por isso que não ha polícia que chegue; é por isso que o Brasil está a mercê dos criminosos.
A esquerda brasileira – e no Brasil todo mundo é “de esquerda” – não reconhece a existência da covardia nem da maldade.
A mãe que mata o filho, o pai que estupra o bebê e daí para cima no vasto rol que define o lado negro da alma humana, nada, nunca, é culpa do autor do crime.
Até o ódio de classe desaparece nessa hora. Rico ou pobre, é sempre “a iniquidade da ordem social” que o levou a se transformar no monstro que é.

cri5

Daí decorre que não é que seja a principal: a única função da cadeia é “ressocializar” o criminoso e devolvê-lo o quanto antes às ruas e não proteger dele o resto da sociedade.

Não ha monstruosidade que não possa ser redimida e apagada (menos para quem morreu; menos para quem teve seu ente querido morto) com um par de anos de bom comportamento” na prisão.

É isso que a televisão mostra diariamente a todos os brasileiros desde que nascem. Uma vida tirada para sempre, ainda que por nada e de forma torpe e covarde, quando custa alguma coisa, custa um par de anos na cadeia entremeados de indultos e outros benefícios que o cidadão que paga impostos e obedece as leis não merece.

E se uma vida não vale nada, o que poderia valer alguma coisa?
Antes de mudar isso nada mais pode mudar no Brasil.

cri9


25 de fevereiro de 2013
vespeiro

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