"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

GEORGIA ON MY MIND


O ano é 1951. Eu garotinho de 6 para 7 anos e minha mãe, filha de italianos, cujo pai lutou na Etiópia, inocentemente falava uma frase sem ter idéia real da carga, hoje considerada, de racismo explícito. Negro de alma branca.

Não era racista, pois sua melhor amiga era uma negona gorda, gente finíssima, vizinha de casa geminada, casada com um português também gente fina, mas calado como um mudo. Eram os únicos que tinham geladeira, aquelas de enfiar barra de gelo na parte de cima, na rua toda. Todo dia passava o caminhão que vendia as barras.

 Sue+Keller++in+concert

Esse intróito é para justificar o que vou escrever agora: Brancos de alma negra (no bom sentido, cacete!), Sue Keller e Marty Sammon, ilustres desconhecidos no Brasil, brancos, apresentam Georgia on my mind, numa execução primorosa, com toda a alma do jazz de raíz e o soul, como alguns negros podem até não ter.

 
25 de fevereiro de 2013
magu

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