"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 29 de maio de 2013

UMA HISTÓRIA INTERESSANTE SOBRE HOMENS E MÁQUINAS

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Melhores partes do livro se dedicam a examinar as aplicações mais sérias da modalidade (Reprodução/Internet)

Escritor britânico combina ciência e romantismo para contar as histórias dos primeiros balonistas da Europa
O início do balonismo

Richard Holmes, acadêmico e autor britânico, é uma espécie de romântico e é reconhecido por suas biografias de Percy Bysshe Shelley e Samuel Taylor Coleridge. Em seu novo livro, "Falling Upwards", ele combina ciência e romantismo para contar as histórias dos primeiros balonistas da Europa.
Os balonistas pioneiros incluem John Money, que alçou voo em um dia em 1785, pousou a 32 quilômetros da costa e foi resgatado após passar cinco horas no mar; e Sophie Blanchard, a queridinha dos balonistas franceses revolucionários, cujo "cesto" era uma gôndola de prata com o formato de um berço que ganhou o título de Aéronaute des Fêtes Officielles por um impressionado Napoleão.

Holmes escreve de modo interessantes sobre o lado esotérico do balonismo, mas as melhores partes do livro se dedicam a examinar as aplicações mais sérias da modalidade.
Na guerra civil americana, por exemplo, tanto o Norte quanto o Sul colocaram observadores em balões amarrados ao solo para monitorar as movimentações do inimigo.

Durante o cerco prussiano de Paris em 1870-1871, os balonistas conseguiram sair voando da cidade (ainda que não tenham conseguido retornar) para se comunicar com o governo francês no exílio em Tours. Mas o relato mais eletrizante cabe à Suécia e à malfadada tentativa de Salomon Andrée de voar de balão de Spitsbergem ao Polo Norte em 1896.

O balão de Andrée aterrissou no gelo, e ele e seus companheiros não conseguiram chegar a lugar nenhum com vida. Diários e um filme, encontrados com os corpos dos homens mais de 30 anos depois, contam detalhes pungentes.

"Falling Upwards" inclui muitas das ferramentas dos historiadores, tais como notas de rodapé e bibliografia, mais o seu epílogo se refere modestamente à obra como um conjunto de histórias de balonismo verdadeiras.
Tem-se a impressão de que o livro não se aprofunda nos aspectos mais técnicos do balonismo e que pouco é dito a respeito dos irmãos franceses Montgolfier, tidos como os inventores do balão.
No entanto, esse parece um preço pequeno a pagar para se desfrutar uma obra tão espirituosa.

29 de maio de 2013
Texto traduzido e adaptado da Economist por Eduardo Sá
Fontes: The Economist-Shifting perspectives

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