"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 15 de julho de 2013

"A TAREFA DA POLÍCIA É BATER NO POVO" - DIZ DELEGADO CHINÊS A POPULARES INDIGNADOS


Video: delegado ameaça espancar populares. "Devolva meu celular" reclama mulher

“A tarefa da polícia é bater no povo”, berra o delegado a cidadãos desarmados que protestavam indignados contra a violência sofrida.

Vozes femininas berram: “devolva meu celular”. A confusão é tão grande que o tradutor não consegue acompanhar.


O fato foi gravado em Suzhou, na província chinesa de Jiangsu, tendo o vídeo ‘viralizado’ vertiginosamente, atingindo milhões de visualizações na Internet.

“Se a polícia não bate no povo, para que vamos mantê-la?” – pergunta ameaçadoramente o delegado. “A polícia e o governo são máquinas violentas”, acrescenta, numa tentativa de dispersar os cidadãos indignados.

“Devolva meu celular”, volta a bradar a mulher e a gritaria fica maior. Os rodapés em inglês no vídeo são do
“South China Morning Post”, o mais antigo jornal de Hong Kong, ligado ao “The Wall Street Journal”.

“Nós dizemos a verdade. Os policiais são os assassinos [a mando] do governo”, escrevia um cidadãos chinês no microblog Weibo (equivalente chinês do Twitter).

O caso filmado teria começado quando um residente foi apresentar queixa na delegacia, mas a imprensa oficial silencia ex oficio os detalhes das ocorrências prejudiciais ao regime.

O “Nanfang Daily”, jornal oficial do Partido Comunista em Guandong, tentou abafar o caso com a orwelliana desculpa de que o delegado havia sido enviado para “refletir profundamente” sobre as imprudências que falou.

A violência policial é defendida nos livros escolares na China, e os manuais de treinamento ensinam aos oficiais que “a polícia é o instrumento do governo para praticar a violência”, explica
Vicky Feng, jornalista residente em Hong Kong.

Nas redes sociais o argumento oficial foi objeto de riso de reprovação. Um fato tão escandaloso não se resolve com “reflexão” como num convento de freiras, mas com uma “investigação profunda” dos fatos.
 
15 de julho de 2013
pesadelo chinês

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