"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 2 de julho de 2012

RÉQUIEM PARA A REPÚBLICA


Falência múltipla de órgãos: os três poderes deixam de funcionar.

Os bancos sugam o erário e o povo. As autoridades prevaricam.

Não há segurança pessoal, nem jurídica, nem econômica.


O florentino Maquiavel nos ensina que, sendo a massa de um Estado corrupta, as boas leis não têm serventia, as más brotam a todo instante como cogumelos venenosos.

Esgota-se a fórmula do Pão & Circo.

O público está cansado dos velhos palhaços e já não acha graça em suas pantominas repetidas à náusea. Chega a hora de enfrentar a Verdade.

Num ensaio geral do juízo final, teremos em agosto o ponto de não retorno.

Só falta Cesar atravessar o Rubicão.

Alea jacta est.


Pedro Chaves é Advogado.

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Com ares proféticos, o texto anuncia os dias finais de uma república corrupta. A semelhança de Pompéia, um Vesúvio arrasará a terra republicana, punindo os pecadores e os corruptos. A Lei e a Ordem transformar-se-ão em estátuas de sal.

Fico pensando nos antigos profetas que sempre anunciaram que o Brasil estava a beira do abismo.
Cresci com a vertigem de que cairíamos nas profundezas absconsas das trevas anunciadas.
Continuamos insistentemente, tristemente, a beira do abismo. Parece uma vocação...

O jogo está feito, a sorte está lançada, e as fronteiras da sanidade brasileira, precisa de um novo Cesar para rompê-las. Resta saber quem triunfará sobre os bárbaros que assolam a República, que destroem e roubam a República. 
O podres poderes caminham sobre cordeiros silenciosos, esmagados pela desesperança de um futuro melhor. Mas ainda estão se divertindo no circo, encantados com a distribuição dos pães.
Os horizontes nublados nada prometem, senão a tempestade vindoura.
 
Quando surgirão os heróis para punir os lobos e libertar as ovelhas?
De onde virão os vingadores dos injustiçados? Quem finalmente cantará a parábola de um novo mundo? Quem impedirá o naufrágio de César?

Pompéia esteve sob as cinzas vulcânicas por 1600 anos... O Brasil está soterrado pelos escombros do colonialismo, da bandalheira, da corrupção, das
capitanias hereditárias entricheiradas na impunidade, há 1500 anos...
Ave, Brasilia, morituri te salutant...
m.americo

Nenhum comentário:

Postar um comentário