"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 2 de julho de 2012

SÓ NO BRASIL...

Terminando de ler a Veja de 06 de Junho (é leitura de banheiro), José Roberto Guzzo, em matéria de última página, se reporta `as despesas de publicidade governamental. Entra ano, sai ano, “a gente lemos” sempre esse tipo de coisa.

Depois alguns estranham que destapamos, eu algumas vezes e nosso leitor WT quase sempre. Provavelmente meu saco seja maior que o dele. Em 2011, o desgoverno federal gastou 3 bilhões em “comunicações”. Só o federal. Se somar os estaduais e municipais, dá um volume inacreditável.

Revela que o mercado publicitário brasileiro gastou 90 bilhões em 2011. Só que os 87 bilhões da diferença saiu dos bolsos das empresas privadas.



Pois é. Gasta quem tem. Esses 3 bilhões sairam do tesouro da viúva e seus órfãos. Nós é que pagamos. Porra, meu, isso aí foi quase 5% do orçamento anual de 2011 para a Saúde. E os hospitais públicos no estado em que estão. Cambada de filhos da puta…

Aproveito para postar um pedaço da matéria: “Só no Brasil – eis aí três palavras que todo brasileiro costuma ouvir, 365 dias por ano, a respeito de coisas que só acontecem por aqui, geralmente muito ruins, e que são desconhecidas no resto do mundo.

Em geral começa como uma discreta trapaça no uso do dinheiro público, depois se transformam num hábito nacional e, no fim, acabam virando um maciço conto do vigário aplicado o tempo todo pelos governos – que, como viciados em drogas, não conseguem mais viver sem ele. É o que acontece, entre tantos outros pecados exóticos, com a “publicidade oficial”.
Qualquer cidadão sabe muito bem do que se trata – são esses anúncios que governantes de todos os níveis, da alta administração federal a remotas prefeituras do interior, pagam (com dinheiro do orçamento, é claro) para publicar em jornais e revistas, no rádio e na televisão. Dizem, alí, quanto são bondosos, eficazes e trabalhadores – e mostram as obras de seus governos, reais ou imaginárias, como se estivessem fazendo um imenso favor à população que pagou por elas…

O certo, no fim de todas as contas, é que o governo não deveria pagar um único tostão para a mídia publicar sua propaganda. Eis aí mais uma coisa que nos separa, por exemplo de um país como a Alemanha, onde publicidade oficial não existe. É que a Alemanha, coitada, é apenas a Alemanha. Já o Brasil é o Brasil – aqui há dinheiro de sobra para o governo jogar pela janela. Somos um país onde a população é riquíssima.”

E a nossa “presidenta” se dá ao luxo de querer ensinar os outros como fazer as coisas. E não tem um com os colhões roxos para, como o rei da Espanha, dizer a ela: ¿Por qué no te callas?

02 de julho de 2012
Magu
(fotomontagem)

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