"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

TREM-BALA "O TREM BÃO": TREM-BALA JÁ CUSTOU R$ 30 MILHÕES À UNIÃO


Passados cinco anos desde que foi anunciado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto do trem de alta velocidade segue no papel.
Seus custos, não.

Por meio da Lei de Acesso a Informações, o Valor perguntou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) quanto já foi gasto pelo governo até agora com o projeto do trem-bala, planejado para ligar Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.

Segundo a agência, foram sacados R$ 29,1 milhões dos cofres da União para bancar a ideia.

O desembolso, de acordo com a ANTT, foi utilizado para "a realização dos estudos de viabilidade que embasaram a concepção da modelagem econômico-financeira e de concessão, a elaboração de editais de concessão, a execução de estudos preliminares para avaliação do impacto ambiental do empreendimento, trabalhos de consultoria técnica e de apoio jurídico".

A cifra também embute a realização de audiências públicas.

A agência informou que o montante não inclui os custos relativos ao pessoal da equipe responsável pelo projeto, mas não informou que repasse seria esse.
O fato é que, depois de cinco anos e R$ 30 milhões desembolsados, o projeto retornou, praticamente, à estaca zero.

O governo argumenta que continua a se basear nas premissas dos estudos já realizados.

A modelagem do trem-bala, no entanto, foi radicalmente alterada e hoje está distante do que se previa originalmente, com o propósito de dissolver dúvidas básicas e provar a viabilidade do negócio. O governo passou os últimos anos pressionado pelos potenciais interessados no empreendimento, que questionavam o preço final do trem e a demanda de passageiros.

O resultado dessa equação foram três tentativas frustradas de licitar a obra.

Agora, a expectativa do governo é lançar o novo edital para a operação do trem-bala até o fim deste ano. As propostas comerciais deverão ser entregues pelas empresas até o dia 30 de abril de 2013. A licitação está prevista para maio do ano que vem.

O governo também está contratando consultorias para fazer o desenho da engenharia da obra.

Numa segunda etapa, será licitada a construção da linha, o que está previsto para 2014. O início de operação de alguns trechos é almejado para 2018. Pelo novo modelo que está em elaboração, agora serão os próprios empreendedores que terão de dizer qual será o custo final da obra.

André Borges | De Brasília Valor Econômico
24 de outubro de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário