"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 5 de julho de 2013

BECO SEM SAÍDA

Pressionada pela crise, Dilma busca saída honrosa para a pífia proposta do plebiscito

 
O fracasso da proposta de plebiscito enviada ao Congresso Nacional obrigou a presidente Dilma Rousseff a um repentino silêncio em relação ao tema, que surgiu no vácuo das manifestações que tomaram conta do País nas últimas semanas.

Diante de um fiasco eminente, assessores palacianos trabalham nos bastidores para encontrar uma saída de encomenda para que a presidente não sofra desgaste ainda maior, o que comprometeria ainda mais o seu projeto de reeleição.

Dilma está longe de ser uma estreante na seara política e não justifica a sua decisão inicial de propor a realização de uma assembleia constituinte específica para tratar do tema.
Vencido o primeiro tropeço, a presidente surgiu com a ideia do plebiscito, que dependendo dos próximos capítulos pode se transformar na segunda derrota política em menos de quinze dias.

O governo sempre soube que o fator tempo seria o maior empecilho para levar adiante a proposta do plebiscito, principalmente com a obrigação de a reforma política ser válida nas eleições do próximo ano.
Com a inviabilidade marcando presença, a ideia foi propor algo esdrúxulo e deixar com os parlamentares a responsabilidade pela não realização de uma reforma política imediata.

Acontece que a proposta presidencial está mais para reforma eleitoral do que política. De agora em diante, a estratégia será a de justificar o engodo com alegações sobre os entraves legais e políticos.

Nesse imbróglio, mais duas pessoas terão de contabilizar prejuízos políticos ao lado da presidente: os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), que desde a eclosão da crise assumiram o papel de interlocutores de Dilma.
E têm se saído muitíssimo mal, o que confirma a conhecida incompetência do governo do PT.

Enquanto parte da base aliada costura essa saída honrosa para Dilma Rousseff, o PT trabalha para colocar a militância na rua com o objetivo de defender o indefensável.
Ou seja, os petistas são os responsáveis maiores pela crise que aí está, mas como sempre insistem em usar a fantasia do Aladim incompreendido, quando a mais adequada seria a de Irmãos Metralha.

05 de julho de 2013
ucho.info
 

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