"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 24 de março de 2012

O DESCONFORTO MORAL

'O desconforto moral' que nos obriga a comparar

Depois de diversos artigos, este abaixo nos força a comparar o nível chinfrim dos atuais "mandatários da Nação" com o alto nível dos militares. Você pode imaginar, por exemplo, o deputado Paulinho da Força Sindical escrevendo um artigo como o que está abaixo?

Ou, então, vejamos: quais seriam os parlamentares e outros capazes de um "Desconforto Moral"?

O DESCONFORTO MORAL

Todos, salvo raríssimas exceções, já tivemos aquela dorzinha chata que não passa, não tem remédio ou benzedura que dê jeito, e nem sabemos exatamente do que se trata.

Dói aqui e ali, mas passar, não passa.

Um belo dia, um luminar deu nome ao indigesto incômodo, é o tal de DESCONFORTO muscular.

Mas a dorzinha dá na cabeça, e no cérebro, também. No cérebro deve ser o DESCONFORTO CEREBRAL.

Sentimos o desconforto cerebral aumentando desde que passamos a ouvir uma vozinha insinuante a sussurrar, “ESQUECE”.

Mas esquecer o quê? “O passado”, respondeu a melíflua. Mas que passado? O da subversão, o do terrorismo, o do revanchismo? “Sim, e deixa de ser chato”, respondeu a donzela.

Mas por quê? “Meu caro irmão”, prosseguiu a maviosa sereia, “porque agora, eles estão no poder, eles estão no governo”.

“Mas esquecer como?” “As feridas não estão na carne, elas estão no coração, na dignidade maculada, na injustiça, no revanchismo sem quartel, no salário miserável, na perda de soberania, no loteamento da Nação”.

“Mas meu amigo, não olhe o retrovisor”, avisa a lânguida figura. “Não leva a nada. Esqueça o passado, viva a nova realidade, não chie, não reclame, de preferência não viva, e não perturbe os superiores”.

Ouvindo sem cessar estes conselhos que recrudesceram atualmente, o meu DESCONFORTO CEREBRAL, e creio que o de muitos tem aumentado, significativamente.

Ao que parece uma insinuação está sendo plantada nos corações e mentes dos desavisados, de forma a desarmar espíritos, e aceitar por cooptação de autoridades uma passividade perigosa.

Particularmente, preferimos ficar com as barbas de molho. É preciso olhar o presente, o passado, no mais distante, e no recente, para verificarmos que estamos num ninho de cobras.

A passividade pode atender a algumas autoridades, mas temos experiências funestas de que o que as atende significa apenas a quebra de galho, delas, que se deleitam com a abdicação da vontade livre e racional, com o silêncio e a pusilanimidade; quanto ao restante, em particular para os “agentes da repressão”, não significou nada, nem mesmo o menor apoio.

Não consta que a Comissão da Verdade será encerrada, que não serão proibidas as comemorações de 31 de março, e que as ações revanchistas terão fim, muito pelo contrario, elas prosseguirão, nos salários, nos equipamentos sucateados, nos baixos orçamentos, etc.

Por isso, encarecemos que as melosas vozinhas se calem, e de preferência nos esqueçam, pois muito aprendemos com o passado, que vivemos entre cobras peçonhentas, e a qualquer momento, elas darão o seu bote e, então, será muito pior, pois ao conviver com tal corja, padeceremos, eternamente de DESCONFORTO MORAL.

Brasília, DF, 24 de março de 2012
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

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