"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 24 de março de 2012

"O MORRO TÁ QUÉTO"

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Dia destes estávamos em deslocamento pelo chão de fábrica rumo a uma área que exigia uma intervenção corretiva.

Ao alcançar o local do evento notávamos o aglomerado de funcionários colaboradores especializados que em torno de um representante da nova classe dominante, espécie característica da elite no poder atual, que repercutia lá seu discurso hegemônico, apreendido as margens da Anhangüera, cercanias do Pico do Jaraguá, constituído de expressões: “batalhamos mais esta conquista”, “ação política”,”luta...” etc. que ia a seu tempo marcando espaço no território de seu deletério domínio.

De imediato nos ocorreu onde poder-se-ia encaixar a situação a que chegamos com esta confluência de idéias e ideais fabianos-campesinos-coronelistas produzidas lá nos arredores dos gulags do ABC. Os diagramas acima, do já saudoso Prof. Sergio A A Coutinho, nos socorre nestes momentos.

Se em uma de nossas mãos temos o cumprimento de metas, evidências de qualidade, indicadores de toda ordem, na outra, que encontra-se amarrada nas costas pela genial política industrial das cabeças geniosas no poder, está a realidade produzida pela galopante intervenção estatal que tem fome imensa por mais impostos, que distorce a visão de qualquer horizonte a médio prazo de retomarmos o que já foi nossa indústria de transformação.

Tolamente sonhamos no que derivaria de uma situação hipotética originada na exportação de centrais e forças para nossos parceiros BRICS. Para completar trocaríamos os fornecedores de matéria prima, num estilo “job rotation”. Pura ilusão.

Naquele filme famoso, que ganhou o festival de Berlin, o personagem “Baiano” comendo sua quentinha profetizou: “Este morro tá muito quéto”.

Nós daqui, que também para reduzir os custos nos servimos das quentinhas, aproveitamos a deixa:

“Este chão de fábrica tá muito quieto também!”

Alberto Mendes Junior é Engenheiro de Chão de Fábrica.

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