"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 5 de julho de 2012

UM CONGRESSO DE MOLEQUES

O voto secreto é uma forma democrática de proteger os humildes de escolher quem bem entendam Eles poderão falsear com a verdade para evitar qualquer represália, mas quando entram na cabine eleitoral, só ele saberão em quem votaram.
Numa democracia, há aqueles que valem exclusivamente seu voto, mas existem cidadãos que tem seu voto e o das pessoas que conseguem influenciar para que escolham do mesmo candidato.
Nesse caso o voto fatalmente deixará de ser secreto sem afetar a liberdade individual.

Todavia, o voto secreto dos congressistas, quando exercem suas funções, além de ridículo, causa as desconfiança que eles não querem, que aqueles os elegeram, saibam suas escolhas, pois estas muitas fezes são vergonhosamente corporativas e ignoram qualquer ética.

Mas, tudo bem, não há mal que não possa ser revogado, assim neste dia 5/7, o Senado aprovou
uma emenda que acaba com o voto secreto nas votações de perda de mandato de congressistas. A proposta seguiu para a Câmara.
A emenda que passou no Senado é de autoria de Alvaro Dias, líder do PSDB. Foi apresentada em 2007, quando estava na grelha Renan Calheiros, absolvido em dois processos de cassação votados na sombra.
Tudo apparentemente muito bonito, num momento que se votará a peramanência na Casa do ainda senador Demóstenes Torres (sem partido GO), cujo envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira é incontestável.

Mas aí surge uma molecagem, a mudança não deve ser aprovada pelos deputados a tempo de valer na votação da cassação do senador Demóstenes marcada para a próxima quarta-feira (11).

Vendo a fotografia dos senadores comemorando o feito, não posso deixar de perguntar: Estão comemorando o que? Será que agora, sacanear o eleitor é motivo para comemorações?

05 de julho de 2012
Giulio Sanmartini

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