O mesmo governo que alega falta de recursos e defende a criação de um novo imposto como única alternativa para salvar os hospitais da rede pública, reservou 143 milhões de reais do orçamento de 2011 para a construção de duas mil academias da saúde. Segundo a lei, os recursos do Piso Nacional de Saúde, que este ano somam 71,5 bilhões de reais, deveriam ser empregados apenas na Saúde Pública.
Fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e as prefeituras, as academias de saúde oferecem atividades físicas, esporte, cultura e lazer. Segundo o Governo Federal, os espaços são importantes para a prevenção de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
O médico Gilson Carvalho, especialista em saúde pública, é contra os investimentos nas academias. “Gastos com serviços próprios de saúde com o funcionário é um gasto, além de imoral, ilegal”.
O Ministério da Saúde também é responsável por metade dos gastos dos hospitais universitários. Antes do decreto assinado pelo presidente Lula, em 2010, tais centros eram vinculados apenas ao Ministério da Educação. Em 2011, foram gastos 500 milhões de reais na reestruturação desses hospitais.
Outro fator que compromete grande parte dos recursos da saúde são os gastos administrativos como assistência médica e odontológica aos funcionários da área e aos seus dependentes (R$ 212,8 milhões), auxílio-alimentação (R$ 230 milhões), auxílio transporte (R$ 50, 9 milhões) e assistência pré-escolar (R$ 5,97 milhões).
Comunicação Millenium
O Globo, 11/10/2011.
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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