"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 30 de maio de 2013

BOLSONARO E A FARSA DA COMISSÃO DA VERDADE


Eu não gosto do Bolsonaro. Além dele ter vários parafusos a menos, o que às vezes o transforma em um palhaço, minha impressão é que ele tem um quê de desonestidade. Talvez eu esteja errado quanto à desonestidade.

Porém, é inegável que ele é um dos raríssimos políticos com coragem para peitar o governo e falar verdades que merecem ser ditas, doa a quem doer. Sob esse aspecto, eu até me identifico bastante com Bolsonaro.

Uma dessas “peitadas”, com direito a algumas verdades inconvenientes para os petralhas, foi gravada nesse vídeo onde ele fala sobre a nefasta Comissão da Verdade.
 
Ricardo Froes
 

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




30 de maio de 2013

VIDA DE CIGARRA

 

O BRASIL E OS AUTOMÓVEIS



 
Há décadas, impera uma espécie de dilema administrativo urbano entre o automóvel (bem privado) e o transporte coletivo. As pessoas justificam que saem com seus carros da garagem diariamente porque a cidade não oferece sistemas de ônibus, metrô ou trem metropolitano eficientes o bastante para levá-las ao trabalho.
O Estado, no outro lado da moeda, argumenta não ter capacidade de caixa para investir nesses modais públicos. E, em boa medida, essa restrição resulta das escolhas trágicas a que se vê obrigado a tomar o gestor, que, ao priorizar determinado setor, perde a condição de investir no transporte urbano. Em suma, é aquela condição imposta pelo cobertor curto.
 
Ah, as prioridades: eis a questão. Washington Luís recebeu o apelido de Estradeiro porque, grosso modo, exerceu o cargo de presidente do Brasil quase como sinônimo de abridor de rodovias. Não à toa, uma das principais vias do Estado de São Paulo leva o nome dele. Pois, com o último chefe da República Velha, faz quase 90 anos que essa predileção pelo asfalto marcou irrevogavelmente a história e a vocação da administração pública brasileira.

O que dói é saber que, na mesma década de 20, todas as 11 linhas atuais do metrô de Londres, identificadas por cores, já haviam iniciado operação, com trens elétricos, claro que não com a dimensão de hoje. E Buenos Aires, em sua opulenta pretensão de “Paris sul-americana”, ali do lado, colocou o trem nos trilhos em 1913, a partir da praça de Maio.
 
Mas o Brasil fez um pacto com o sistema rodoviário, desde Washington Luís e passando Juscelino, que, nos nos 50, elegeu o binômio “energia e transporte” como slogan de seu governo em Minas. De que “transporte” tratou? De fazer estradas, claro, o que repetiu em escala majorada na Presidência da República, com a meta dos “50 anos em cinco”.

SEDE PELO PODER

Pois não é que hoje, em plena era do trem-bala, o asfalto ainda lembra o cheiro do orgasmo em quem tem sede pelo poder! Por quê? Este jornalista – que chegou para trabalhar e escrever esta coluna em seu automóvel – desconfia que o surgimento de ruas, pontes e viadutos, como oásis de desenvolvimento, também comunica à alma dos eleitores.

Investir em educação é semear para colher uma geração após, e não há prefeito com tamanhas paciência e abnegação. Disponibilizar verba para a saúde em atendimento básico é apagar incêndios individuais. Fazer metrô ou rede de saneamento é mexer debaixo da terra, onde não mora ninguém.

Além de gerar visibilidade, abrir rodovias reforça a relação de amor entre a gestão pública e as empreiteiras: não há asfalto que seja eterno e não demande manutenção de tempos em tempos.

A Prefeitura de Belo Horizonte segue priorizando o automóvel e o asfalto em suas intervenções urbanas. Após um ano ou dois de investimentos, segundo as reportagens, os projetos já nascem defasados, insuficientes para dar vazão ao fluxo. Como em 2038, segundo o Sindicato de Arquitetura e Engenharia de Minas, a capital terá um carro por habitante, a cidade seguirá correndo atrás do próprio rabo até o colapso. Já passou da hora de mudar a chave da prioridade.

30 de maio de 2013
João Gualberto Jr.

SÍRIA: OBAMA DECEPCIONA ALIADOS



Esperava-se que a visita do primeiro-ministro turco Recep Erdogan a Washington, pressionasse o governo Obama a adotar posição mais dura contra o regime sírio. Houve notícias de que Erdogan chegava em busca de uma zona aérea de exclusão sobre a Síria, liderada pelos EUA, e de aumento no suprimento de armas para os ‘rebeldes’.
Mas, no encontro, Obama manteve a posição anterior e insistiu que não há “fórmula mágica” para resolver a crise. Claro que a resposta veio envolta em trivialidades diplomáticas, durante a conferência conjunta, dos dois governantes, com a imprensa na Casa Branca. Mas não foi a resposta que Erdogan esperava obter.

Em termos simplificados, Obama não dá sinais de estar disposto a permitir que os EUA afundem-se em mais um atoleiro semelhante ao Iraque. Quer ‘mudança de regime’, sim, mas tem de ser transição negociada, como ele próprio disse, “na qual as instituições sírias sejam mantidas em funcionamento, mas tenhamos um corpo representativo, multiétnico, multirreligioso, que consiga trazer democracia e paz para a Síria.”

Noutra fala, Obama acrescentou que tem de ser uma Síria “intacta e inclusiva de todos os grupos étnicos e religiosos; e fonte de estabilidade, não de extremismo.”

Uma boa coisa resultante da conferência de imprensa foi que Obama reverteu à ideia de uma conferência de paz em Genebra. Disse: “Acho, sim, que a possibilidade de conversações em Genebra, envolvendo russos e representantes, sobre uma transição política séria, que todos os partidos possam aceitar pode dar resultado.”

ARMAS QUÍMICAS

Mas, e quanto às armas químicas e a “linha vermelha”? Eis o que, literalmente, disse Obama: “Esse é problema internacional. Tenho grandes esperanças de poder continuar a trabalhar com todos os partidos envolvidos, para encontrar uma solução que leve a paz à Síria, estabilize a região, estabilize aquelas armas químicas. Mas não será algo que os EUA farão sozinhos.”

As imagens em vídeo mostraram um Erdogan anormalmente submisso, tomando chuva no Jardim das Rosas, ao lado de Obama, o qual ditava todas as regras para a paz na Síria. Ali, Erdogan ouviu e nada disse. Mas logo depois, em conferência na Brookings, voltou ao seu normal, falou à vontade e atacou, como quis, no ponto mais sensível, que mais diretamente atinge os interesses dos EUA: insistiu que o Hamás tem de estar presente, como representante legítimo, em qualquer negociação de paz para o Oriente Médio.

Revelou que visitará Rússia e os países do Golfo, em breve, para conversações “para avaliar a situação por lá.” Erdogan voltou a reiterar sua intenção de visitar Gaza no mês que vem.
Erdogan não é o único que se sente desertado, abandonado. Os sauditas também estão lívidos.
 
O jornal governamental Asharq Al-Awsat atacou furiosamente a política dos EUA para a Síria, em editorial intitulado “Obama traidor”, assinado pelo editor-chefe da publicação, Eyad Abu Shakra.
Para o jornal, “Obama cedeu à interpretação dos russos (…) Washington conformou-se à realidade da permanência de Bashar Al-Assad no comando da Síria até o final de seu mandato presidencial, ano que vem, exatamente como Rússia e Irã desejavam.”

Os sauditas concluíram que estão “perdendo” a Síria e, na barganha, podem estar perdendo terreno também para o Hezbollah no Líbano. Significativamente, o ministro saudita de Relações Exteriores manteve reunião de longas duas horas, em Jeddah, com seu contraparte iraniano.

LINHA DIRETA

Segundo a rede israelense de notícias DEBKAfile, a reunião em Jeddah significa que os sauditas abriram uma linha direta com o Irã, dando as costas à iniciativa de Rússia-EUA para a Síria.
Seja como for, o Irã já anunciou a intenção de hospedar uma conferência de ministros e altos funcionários das Relações Exteriores de vários países, em Teerã, dia 29 de maio, para “definir um quadro para resolver a crise síria.” Não será surpresa se a Turquia e o Egito participarem. Os sauditas também? Talvez?

Enquanto isso, os países ‘amigos da Síria’ planejam reunir-se semana que vem na Jordânia,[6] para deliberar sobre a iniciativa de EUA-Rússia para conversações de paz. Essa reunião, se acontecer, será reunião ‘de arromba’: os ‘amigos da Síria’ constituíram-se para derrubar Bashar Al-Assad (e rapidamente). Agora, Obama já praticamente diz que Assad pode concorrer às eleições e ser parte de uma ‘Síria democrática’.

E A RÚSSIA?

A Rússia, como seria de prever, mantém os cruzados. Como escreveu Fyodor Lukyanov, analista estrategista que opera em Moscou, em coluna assinada para a agência oficial de notícias Novosti, a situação atual pode andar para qualquer lado: “momento crítico, quando os que pregam e os que atacam qualquer acordo negociado para a Síria estão, literalmente, um com a mão na garganta do outro.”

Mas Lukyanov sabe, e o Kremlin também sabe, que a Rússia está jogando rodada vencedora: a Rússia conseguiu abrir um buraco enorme, tão grande que por ali passa um elefante, na doutrina do intervencionismo ‘humanitário’.

De fato, no atual momento, o melhor que a Rússia pode fazer é garantir que qualquer aventureirismo ocidental para aumentar o atual nível de intervenção militar na Síria prove-se custoso e inaceitável.” Segundo despacho da Agência Reuters, não há dúvidas de que a Rússia está, sim, no jogo.
Concordo com Jeffrey Laurenti, da Century Foundation, que diz que Obama pode ter feito por merecer seu Prêmio Nobel, afinal, na Síria. Mas Obama não deve guardar para si todo o prêmio: bem poderia dar metade do prêmio a Vladimir Putin da Rússia. Questão de justiça.

30 de maio de 2013
MK Bhadrakumar (Indian Punchline)
(artigo enviado por Sergio Caldieri)
 

BOLSA FAMÍLIA DESENTROSAMENTO SURGE NA ÁREA DO GOVERNO


A entrevista do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, publicada nos jornais de terça-feira 28, publicada com o devido destaque, veio acentuar a existência de pelo menos um desentrosamento na área do governo. Sem dúvida.
 
Basta ler melhor a reportagem sobre o tema, de Demétrio Weber, O Globo. Para início de conversa, Hereda saque o primeiro escalão do executivo desconhecia a antecipação do pagamento.
 
Começou na sexta-feira, surpreendentemente, véspera da veiculação da onda de boatos, tanto sobre o fim do programa, quanto pela liberação de uma parcela a título de abono pela passagem do Dia da Mães.
O vice-presidente da CEF, José Urbano Duarte, entretanto havia afirmado que o pagamento foi liberado no sábado diante do tumulto registrado. Em todo o país, 900 mil pessoas inscritas sacaram um montante de 152 milhões, ressalta a matéria de O Globo, só no sábado. No domingo os saques prosseguiram.
O governo não recorreu à televisão e ao rádio para desfazer a boataria. Por que motivo?
Mas o desentrosamento ficou assinalado também pelas declarações das ministras Tereza Campelo, do Desenvolvimento Social e Maria do Rosário, dos Direitos Humanos. Tereza Campelo disse ter autorizado antecipação do pagamento do mês de maio. Maria do Rosário, pelo twitter, acentuou que os boatos poderiam ter partido da oposição. Depois recuou. Não havia provas. Aliás, não surgiram concretamente até hoje sobre tanto a origem quanto a rapidez da veiculação das notícias falsas.
O presidente Da CEF, Jorge Hereda, afirma agora que não aconteceu nem uma coisa nem outra. O pagamento foi antecipado para corrigir um erro detectado no sistema quando se verificou a existência de milhares de registros duplos no programa. Parece que 690 mil casos. Mas não chegou a ocorrer nenhum saque em dobro. Ora, então qual o motivo da correção? Além disso, existe o fato de serem coisas distintas. Erros no sistema nada têm a ver com boatos sobre o fim do programa e, muito menos, com a decisão de antecipar o pagamento. Uma antecipação de duas semanas praticamente, como aconteceu, já que os primeiros saques foram liberados na sexta-feira. O volume cresceu assustadoramente no sábado. É preciso maior unidade, maior conexão, com entrosamento.
Fatores que faltaram diante da emergência surgida, agravando sua dimensão e conduzindo o episódio a uma crise envolvendo a segunda maior agência financeira do governo. Na frente da CEF, na área estatal, somente o Banco do Brasil. A falta de sintonia, com reflexo na área parlamentar, já havia se evidenciado na votação da Medida Provisória dos Portos. O projeto há três meses no Congresso, para ser aprovado na última hora, exigiu uma sessão corrida de 21 horas na Câmara, avanços e recuos, repetição de emendas de igual conteúdo, e, na escala seguinte, uma sessão rápida demais para a importância do tema no Senado.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que o Senado votava pela última vez um projeto de afogadilho, sem conhecer seu conteúdo. Porém a situação semelhante repete-se agora, revelou a Folha de São Paulo, com a Medida Provisória que reduziu as tarifas de energia. Há três meses no Parlamento, para não perder o valor, terá que ser votada até segunda-feira, primeiro na Câmara, logo depois pelo Senado. Engrenagens estão funcionando sem a devida articulação na área do governo.

30 de maio de 2013
Pedro do Coutto

E POR FALAR EM TEORIA DA CONSPIRAÇÃO...




Talvez, você ainda acredite que não existam fontes alternativas de energia limpa viáveis economicamente e não saiba que 5.000 patentes de energia renovável, limpa e econômica foram retiradas do USPTO (escritório de patentes norte-americano) pelo governo, furtando do conhecimento público as novas tecnologias.
Será que a indústria do petróleo, que justifica a indústria da guerra e continua lucrando com a indústria da reconstrução civil das áreas destruídas pela guerra, tem algo a ver com isso? Parece-me óbvio que sim, afinal, acima destas indústrias, temos as mesmas corporações internacionais patrocinando tudo.

Se estiver achando o texto com cara de teoria da conspiração, saiba que esse foi mais um preconceito, martelado na sua cabeça, através da ridicularização de todo aquele que traz alguma informação que escapa do que “falou no Jornal”. Duvide! Pesquise! Tenho certeza que vai se surpreender.

Você vai ver que a crise, que a Grécia e boa parte da Europa enfrentam hoje, começou nas Olimpíadas de Atenas. A Grécia se endividou mais do que podia, não conseguiu ter o retorno e adivinha o que aconteceu? Assim como os gregos, o Estado do RJ acaba de contrair um empréstimo de 750 MILHÕES de dólares do Bank of America.
Considerando que o Brasil possui uma dívida interna de 2 TRILHÕES com os bancos (Bradesco, Itaú, Santander, HSBC etc) e que quase metade (43%) dos recursos da União são para pagamento de juros da dívida pública, é razoável afirmar que estamos sendo sugados pelas corporações financeiras internacionais.

A consequência inevitável é a inflação, tributo oculto utilizado pelos governos através do sistema das reservas bancárias fracionadas e do aumento da base monetária pela emissão de moedas e títulos da dívida pública.

Não preciso dizer quem paga e vai continuar pagando esta conta. E ainda tem gente que duvida que a crise da Europa vá chegar aqui cedo ou tarde.

EDUCAÇÃO

Depois de 50 anos de destruição da educação pública, o povo não tem a menor chance de reação. A maioria não consegue sequer entender o que está acontecendo. E não estou falando apenas dos analfabetos funcionais (20% dos brasileiros entre 15 e 49 anos, segundo o IBOPE), mas de muita gente estudada e letrada que não dispõe de tempo ou vontade para se aprofundar nas informações, satisfazendo-se com 20 minutos de telejornal.

Por causa de um boato sobre a extinção de um benefício assistencial, que chega no máximo a pouco mais de R$300, vimos o povo nas ruas, como nunca se viu numa manifestação contra a corrupção ou mesmo quando do impeachment do ex-presidente e atual senador Fernando Collor que, atualmente, preside a Comissão de Reforma Política junto com o ex-presidente e senador José Sarney.

Fato é que os beneficiados pelas bolsas do governo correspondem a 1/3 dos votos para a presidência. Ou seja, na lógica da reeleição, quem detém esse poder precisa conquistar 30% menos eleitores do que os demais candidatos. É algo como uma corrida de 100 metros em que seu concorrente sai 30 metros na sua frente.

É hora de desviar o olhar do circo e querer mais do que pão, para que não se perpetue a ditadura da desinformação, fantasiada de democracia. Sem educação, sem informação livre e acessível, o povo continuará legitimando o poder de seus próprios opressores. Afinal, democracia sem educação é a forma mais cínica de se implantar uma ditadura.

30 de maio de 2013
Marcelo Nogueira, advogado no Rio de Janeiro, membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário

QUE PÁÍS É ESTE ? PRISÃO DOMICILIAR ?!

Supremo vai decidir se mensaleiros poderão ter direito à prisão domiciliar



O Supremo Tribunal Federal (STF) discutiu segunda-feira, em audiência pública, a possibilidade de deixar em prisão aberta ou domiciliar os condenados que tenham direito à prisão semiaberta, mas não possam ser colocados nesse regime por falta de vagas nas cadeias.

O assunto foi posto em debate pelo ministro Gilmar Mendes, relator de um recurso extraordinário apresentado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul contra decisão do Tribunal de Justiça do estado que considerou possível a concessão do benefício. Para resolver o problema, houve uma proposta de edição de súmula vinculante pelo STF, apresentada pela Defensoria Pública da União.

A audiência trouxe a público um panorama dramático dos presídios do país, apresentado por defensores públicos e outros participantes, como o juiz gaúcho Sidinei Brzuska, da Vara de Execuções Penais, que denunciou a morte de 24 presos do regime semiaberto, o desaparecimento de cinco e uma quantidade desconhecida de considerados fugitivos pelo Estado.

REPERCUSSÃO GERAL

Mendes considerou grave a situação apresentada, mas disse que o assunto precisa ser bem analisado pelo STF, pois a decisão que for tomada “terá repercussões sobre a segurança pública”. O tema já foi reconhecido como de repercussão geral, o que obrigará toda a Justiça a seguir a decisão. Mendes explicou que o julgamento pelo plenário deverá ocorrer no segundo semestre deste ano.

A proposta foi defendida pelo defensor público-geral federal, Haman Tabosa, segundo o qual o Supremo já decidiu que até mesmo os condenados por crimes hediondos têm direito ao benefício de progressão penal para um regime mais brando, como o semiaberto. Assim, a defensoria deseja que seja fixado o entendimento “de forma vinculante, de que a falta de vagas correspondente ao regime de pena imposto ao condenado não pode significar sua colocação em outro mais severo”.

Segundo os defensores públicos que participaram da audiência, por falta de presídios para o cumprimento de pena em regime semiaberto, a Justiça mantém os presos em regime fechado, juntamente com criminosos de maior periculosidade, o que acaba dificultando a sua reintegração na sociedade. Além disso, a legislação penal não permite a imposição de regime mais gravoso do que o fixado na sentença em razão do sistema prisional.

Um dos estados em pior situação é São Paulo, que tem atualmente, ainda cumprindo pena no sistema fechado, 6.400 presos que deveriam estar em regime semiaberto, segundo a defensora pública-geral do estado, Daniela Cembranelli.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

Traduzindo tudo isso: o Supremo deve confirmar o direito de os condenados no mensalão cumprirem pena em prisão domiciliar. É justo para eles, mas injusto para os milhares de presos que têm o mesmo direito mas continuam cumprindo pena em prisões fechadas, convivendo com todo tipo de facínoras. Que país é esse, Francelino? (C.N.)

30 de maio de 2013
Jorge Wamburg (Agência Brasil)

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA HELIO FERNANDES

Eduardo Campos tenta acalmar e aplacar inimigos, os adversários ficam para depois. Renan sabe contar nos dedos, mas chama isso de MATEMÁTICA. Há muito tempo digo aqui: só o Brasil aumenta juros com satisfação, pensando que é solução.A emoção e o sofrimento na Comissão da Verdade.



Foi emocionante, comovente, mas improdutiva a reunião na Alerj da Comissão da Verdade.  Assistir o depoimento de tantas vítimas da ditadura, revivendo muitos anos depois, tudo o que sofreram, foi realmente inacreditável.

E é tudo duplamente improdutivo, a palavra obrigatória que usei no início.
Primeiro, que é impiedoso, cruel e destruidor. Praticamente ser torturado novamente, numa repetição do que aconteceu não só com os que depunham, mas também com os que desapareceram. Eram lembrados, mais tristeza, angústia, sofrimento.

E segundo, que a Comissão da Verdade sinaliza, claramente, que não vai revogar a tão proclamada “anistia ampla, geral e irrestrita”, que só absolveu os criminosos, assassinos, torturadores. Deixam entrever que não têm poderes para isso. Ou então repetem os que tentam suavizar os que não foram nunca suaves, mas agora seriam e são beneficiados pelo fato de terem morrido.

Repetindo Bernard Shaw: “Morreram fétidos de respeitabilidade, se julgando em odor de santidade”. Nada melhor para identificar esses torturadores, os que assumiram ou os que se esconderam.

A Comissão da Verdade tem que restabelecer os fatos. Nem adianta a “justificativa” de que já morreram. Afinal, todos têm que morrer, não podem ser absolvidos, imunizados ou inocentados apenas porque o coração parou de bater. A vida, como esses crimes, não prescreve nunca.

O PRESIDENCIÁVEL AÉCIO, EM MARCHA DESALINHADA

O ex-governador de Minas finalmente dá a impressão de que será candidato mesmo. Anuncia que vai percorrer o Brasil inteiro, “para ficar mais conhecido”. Isso não basta, é perda de tempo.

Pode, e nada contra, que percorra o Brasil todo, mas nas horas vagas. Durante a caminhada para atingir ou conquistar Brasília, precisa “morar” em São Paulo. Quer dizer: não apenas no estado e na capital, mas tentando obter o apoio de Alckmin e de Serra. Sem eles não vai nem para o segundo turno, que é o objetivo quase confessado.

O PARTIDO DE DONA MARINA CHEGA AOS 500 MIL

É o primeiro passo para a candidatura. Nunca tive dúvidas de que ela atingiria o total necessário. Minha restrição, apenas em relação à propriedade ou transferência dos votos que teve em 2010, e se repetiria em 2014.

Nas pesquisas, não está correspondendo. O governador de Pernambuco, decepcionado, aparece bem abaixo dela, o que provoca desespero e quase desistência.

O ponto de referência tem de ser a votação do ex-governador Garotinho, pelo mesmo inexistente PSB: 15 milhões de votos. Longe disso não dá nem para conversar.

EDUARDO CAMPOS: SINAIS DE DESISTÊNCIA

São cada vez mais numerosos e visíveis. Desde os problemas com a própria sucessão, até a sonata e fuga dos governadores que deveriam apoiá-lo, consagrá-lo, carregá-lo até o Planalto. Dia sim e outro também, Eduardo Campos vem com a afirmação de que é candidato e não de “mentirinha” (royalties para Joaquim Barbosa).

A fala de agora: “Sou perseguido por todos os lados, inventam coisas que eu não disse, minha candidatura é irreversível”. E os governadores do Amapá, Espírito Santo e Amapá, eleitos pelo PSB? E que dizem abertamente, “não é a hora do governador”. Digamos, ele tem 10 meses para falar por falar. Depois, acabou o tempo.

Mas para fingir que continua, parte para a ofensiva de desmontar os contrários, puxa, que trabalho. Em vez de começar pelos adversários, dá prioridade aos inimigos. E escolhe logo Ciro Gomes para jantar, quem mais importante e irreversível do que esse?

ESSE É O RENAN CALHEIROS

O presidente do Senado comunicou ao Planalto que não colocaria em votação a MP que permitiria a redução das contas de luz para residências e empresas. Garantiu que, votada na Câmara na terça-feira e na outra segunda no Senado, não cumpriria os 7 dias que ele mesmo estabelecera.

E para que todos entendessem, resolveu decodificar e explicou: “Isso não é política, é matemática”. Ah! Renan, você nunca se preserva? Podiam ter dito a você, presidente do Senado (recusando proposta de um presidente da República), que MATEMÁTICA é o todo, ARITMÉTICA é a parte que trata apenas de números. Eu sei que não é fácil, Renan.

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PS – Na semana passada, escrevi aqui: “Na próxima reunião do Copom, no próximo dia 29 (ontem), não haverá espaço para alta de 0,25. Ou fica nos atuais 7,50 ou sobe 0,50 para 8% cravados”.

PS2 – Subiu 0,50 num dia de notícias inteiramente desagradáveis. O dólar subiu quase 2 por cento, a Bolsa caiu 2,50 e o PIB do tamanho da frustração que provocou.

PS3 – No trimestre, alta de 0,6 do PIB , o que surpreendeu negativamente e desagradou a todos. Esperava-se alta de 1 por cento no trimestre, o que daria, mantida a media, alta de 4 por cento no ano.

PS4 – Como no primeiro trimestre de 2012, a alta foi exatamente desse 0,6%, e no final subiu apenas 0,8%. Todos torcem ou apostam para uma não repetição.

PS5 – E o ministro Mantega, que é sempre naturalmente otimista, não foi. Já se prevê um novo “pibinho”, por enquanto, de 2,9 para 2013.

30 de maio de 2013
Helio Fernandes

TRANSPORTE PÚBLICO IMPRENSA INTERNACIONAL CHEGA ATRASADA PARA NOTICIAR O CAOS NO BRASIL

 

(Foto: Nacho Doce - Reuters)

Tarde demais – A imprensa internacional demorou quase oito anos para perceber que era verdadeiro o alerta feito pelo ucho.info, em 2008, sobre as consequências de um governo incompetente e irresponsável como o do Partido dos Trabalhadores.

Em dezembro daquele ano, quando o então presidente Lula ocupou os meios de comunicação para pedir ao povo brasileiro que mergulhasse no consumo como forma de minimizar os efeitos da crise financeira internacional, este site afirmou sem medo de errar que o estrago seria inevitável. Duramente criticado por assessores palacianos de então, o editor lembrou que as medidas adotadas pelo governo careciam de planejamento e ações antecedentes.

Entre os pontos destacados estava a necessidade de se investir em transporte público antes de gerar novos empregos e empurrar o cidadão ao consumismo. Outros pontos aqui já relatados mereceram destaque.

Não bastasse o aumento de pessoas economicamente ativas, mudança que ocorreu da noite para o dia, quem comprou o primeiro carro e passou a enfrentar caóticos congestionamentos acabou migrando para o transporte público, o que proporcionou um quase apagão no setor.
Lula agiu de forma equivocada e responsável no vácuo da teoria de que um país desenvolvido é aquele em que o pobre tem carro, quando na verdade é o que atrai o rico para o transporte público. O Brasil não é um país de pessoas ricas, pelo contrário, mas a falta de infraestrutura levou muitas cidades brasileiras ao caos no transporte público.

Somente agora a imprensa internacional começa a dar espaço à caótica situação do transporte público na maior cidade brasileira, São Paulo, em especial no Metrô, que há muito opera no limite extremo da capacidade. E qualquer melhoria depende não apenas de investimento, mas de tempo para que os resultados apareçam.

O PT insiste em abusar da pirotecnia palaciana, acreditando que um país, por menor que seja, pode ser administrado como um boteco de porta de fábrica, sem qualquer preocupação com o planejamento. Lula conseguiu a proeza de arruinar o Brasil em apenas uma década, mas mesmo assim continua recebendo honrarias ao redor do planeta, como se fosse a reencarnação de Aladim. Sem contar a sua inconteste vocação para os escândalos de corrupção.
(Foto: Nacho Doce - Reuters)
 
30 de maio de 2013
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



30 de maio de 2013

PARAGUAI REJEITA MÉDICOS CUBANOS "FORMAÇÃO MEDÍOCRE" IMPEDE EXERCÍCIO DE PROFISSÃO NO PAÍS


Enquanto o Brasil se esforça para fazer o reconhecimento automático dos diplomas dos médicos cubanos em território brasileiro, o nosso vizinho Paraguai rejeitou os médicos cubanos em seu país.
Segundo o reitor da Faculdade de Medicina Nacional do Paraguai, “médicos cubanos tem têm habilidades e conhecimentos de uma licenciatura em Enfermagem”.
As autoridades médicas paraguaias consideram que os médicos formados em Cuba não têm formação suficiente para exercer a medicina em seu país, disse segunda-feira o reitor da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional do Paraguai, Aníbal Filartiga.
Um estudo comparativo entre os currículos dos cursos de medicina em Cuba e no Paraguay mostrou que o currículo da ELAM – Escola Cubana de Medicina – é medíocre.
Anualmente, Cuba disponibiliza cerca de 500 vagas para estudantes estrangeiros estudarem medicina em Cuba, de forma gratuita, tendo em vista que o governo cubano gasta entre US$ 60.000 a US$ 70.000 dólares anuais com jovens paraguaios para estudar medicina em Cuba.
As autoridades médicas do Paraguai rejeitaram a equiparação automática dos currículos dos médicos paraguaios com os médicos cubanos.
Médicos cubanos também tem dificuldades de exercer sua profissão nos EUA
Além do Paraguai, outro país que apresenta restrições aos currículos dos médicos cubanos é os Estados Unidos da América. O governo americano tem um programa especial de vistos – que facilita a imigração de médicos e enfermeiros.
Sendo assim, muitos médicos cubanos em missões no exterior, fogem das delegações e vão a embaixadas americanas solicitar o visto de imigração, no que são atendidos na maior parte das vezes. Ocorre que, quando chegam aos Estados Unidos, os médicos cubanos sofrem com imensas dificuldades para poder exercer a profissão.
O governo cubano trata os médicos cubanos que fogem como “traidores da pátria”, e, assim, colocam todo tipo de dificuldade, proibindo-os inclusive de visitar Cuba novamente. Além disso, para poderem exercer sua profissão nos EUA, os médicos precisam de um reconhecimento oficial, que envolve comunicação entre os governos dos EUA e de Cuba.
Em procedimentos que revelam o grau de mesquinhez do governo de Cuba, as informações que são solicitadas pelo governo americano sobre currículos e demais dados técnicos, necessários para a validação do currículo em território americano, são negadas pelo governo cubano.
É evidente que esse tipo de procedimento do governo de Cuba é mais um exemplo de violação dos Direitos Humanos em Cuba, tendo em vista que o governo de Cuba se acha proprietário dos médicos cubanos, proibindo-os de sair da ilha ou emigrar para qualquer outro país. Ou seja, são tratados como escravos do regime.
30 de maio de 2013
Celso Galli Coimbra
Fonte: EFE via Terra
 

ABAIXO-ASSINADO PEDE A VOLTA DE MILITARES

 
Corre na internet uma petição pública que pede a volta dos militares ao poder.
O abaixo-assinado em prol do Regime Militar já tem quase 800 assinaturas.
Na lista, os apoiadores da causa deixam comentários explicando que “o nosso país vai melhorar e muito” com a “queda dos corruptos, sequestrados e terroristas do poder”.
 
Os organizadores prometem entregar o documento para o Exército, Marinha e Aeronáutica.
Nele, os ativistas dizem organizar um golpe.
“A nossa petição tem como objetivo acordar os nossos militares, os nossos generais a dar um golpe de estado imediatamente, antes que seja tarde demais”, diz o abaixo-assinado

30 de maio de 2013
Coluna Do
Claudio Humberto

O JURISTA E O TERRORISTA

           
          Artigos - Governo do PT 
barrosoNo dia 23 de maio, após mais de 6 meses, o posto de ministro do STF ocupado por Ayres Britto – cuja vacância se deu em virtude de sua aposentadoria compulsória – recebeu uma indicação da presidente Dilma Rousseff. Eis a nota oficial a esse respeito, emitida pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República:
A Presidenta [sic] Dilma Rousseff indicou hoje o advogado Luís Roberto Barroso para compor o quadro de ministros do STF, ocupando a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Ayres Britto.
 A indicação de Barroso, professor de Direito Constitucional e Procurador do Estado do Rio de Janeiro, será encaminhada nas próximas horas ao Senado Federal para apreciação. O professor Luís Roberto Barroso cumpre todos os requisitos necessários para o exercício do mais elevado cargo da magistratura do país.

Para pessoas que não fazem parte do mundo jurídico, certamente será difícil se lembrar de quem se trata o novo ministro. Este articulista também não se recordava da figura.
No entanto, ao se pesquisar (pouco, é verdade) sobre o novo ministro, eis que seu nome surgiu indelevelmente associado a um nome que, para aqueles que acompanham de perto a vida política do País e não têm memória curta, é-nos bem conhecido: Cesare Battisti. Luís Roberto Barroso foi nada menos que advogado do eminentíssimo terrorista da Itália e fugitivo da justiça daquele país, que recebemos de braços abertos como a um verdadeiro paladino da liberdade e da democracia.

Somente esse fato já serviria para causar, no mínimo, desconfiança em qualquer pessoa que tenha senso de realidade – um bem, aliás, sobremaneira escasso em Terra Brasilis. Mas como não gostamos de dar motivos plausíveis para sermos tachados de gente ignorante que não se atém à profunda verdade dos fatos – pecha que fatalmente receberemos –, gostaríamos de comentar aqui algumas poucas considerações do novo ministro conforme entrevista concedida pelo Dr. Barroso à revista “Consultor Jurídico” em agosto de 2009. Os grifos (em vermelho) são nossos.

* * *
ConJur — É quase certo [que Battisti seja inocente]?
Barroso
— Vamos admitir, para argumentar, que Cesare Battisti tivesse participado, naqueles dias convulsionados da década de 70, de ações armadas que resultaram na morte de quatro pessoas. Dois policiais e dois civis. Mas, registre-se, não eram civis comuns. Eram simpatizantes da extrema-direita, que seguiam a política de reagir às ações da esquerda armada. Torregiani, por exemplo, o joalheiro, andava armado, com colete a prova de balas e guarda-costas e havia reagido a uma ação em um restaurante, matando um dos invasores. Eu não posso, não devo e não quero justificar as mortes. É lamentável o quadro de intolerância mútua e de violência que marcou aquela fase da vida italiana. O que estou desmistificando é a história contada pela Itália de que pobres vítimas civis e inocentes foram chacinadas. Isso é uma afirmação deliberadamente falsa, para tentar dar uma conotação de crime comum a um embate político entre extremistas.

A lógica que o Dr. Barroso utiliza é bastante peculiar: se alguém reage a uma ação armada de um terrorista socialista, é automaticamente um membro da extrema-direita e, portanto, uma pessoa cuja morte não deve provocar comoção ou estranhamento. Pierluigi Torregiani, que é colocado pelo Dr. Barroso no grupo de “simpatizantes da extrema-direita, que seguiam a política de reagir às ações da esquerda armada”, tinha 42 anos quando foi assassinado por membros do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), em 16 de fevereiro de 1979. Fato é que, em virtude de sua profissão e da época conturbada que a Itália vivia, era mais do que sensato portar uma arma: afinal, Torregiani era joalheiro. Após reagir à primeira tentativa de assalto, o joalheiro começou a receber ameaças de morte, motivo pelo qual recebeu escolta policial. No entanto, isso não impediu que fosse assassinado a sangue frio – e que seu filho, Alberto Torregiani, então com 14 anos – o atentado ocorreu na véspera de seu 15º aniversário –, ficasse paraplégico em virtude de um disparo. Será que o jovem rapaz, hoje com 49 anos, não foi uma “pobre vítima civil e inocente”?

Alberto Torregiani, filho do joalheiro Pierluigi Torregiani.

ConJur — Mas se for culpado, deve ser punido...


Barroso
— Na vida e no Direito, existem missões de justiça e missões de paz. No caso de criminosos nazistas, entendeu-se, a meu ver com razão, que deveria haver uma busca perene por justiça. A humanidade precisava virar aquela página sombria e, para tanto, punir os culpados era imprescindível. Mas, definitivamente, não acho a mesma coisa dos que foram protagonistas da guerra ideológica entre capitalismo e socialismo. Nesse caso, o que se deve buscar é a pacificação. Hoje tudo pode parecer uma aventura absurda, mas o sonho socialista conquistou corações e mentes de toda uma geração, despertando reações igualmente passionais. E, mais do que uma injustiça histórica, acho uma perversidade você pretender retaliar esses militantes mais de 30 anos depois. A guerra fria, os anos de chumbo... Diz-se que na Itália não houve uma ditadura, como ocorreu no Brasil. Mas, independente disso, a reação do Estado italiano foi mais truculenta e acompanhada de um poder paralelo de extrema direita, de que são exemplo a Loja P2 e o Gládio. Basta ler qualquer relatório da Anistia Internacional para ficar sabendo da imensa violência física e psicológica, com torturas variadas, que marcaram a repressão italiana.
Imaginem a seguinte cena: a meio caminho do rigoroso inverno ucraniano, uma família de camponeses pobres recebe uma inesperada visita de um pelotão de soldados devidamente uniformizados e armados que começam a recolher todos os víveres de que dispõe. As famílias recebem ordens de não buscarem alimentos em outros lugares, e perímetros de segurança são estabelecidos e guardados pelo exército. Num espaço de menos de 6 meses, 7 milhões de pessoas morrem de fome. Mas o que o massacre promovidos contra os ucranianos por Stalin entre 1932 e 1933, mais conhecido como Holodomor, tem a ver com os grupos armados de esquerda da Itália dos anos 1970? Uma coisa: o ideal político. Aquilo que o Dr. Barroso chama de “sonho socialista” que “conquistou corações e mentes” na Itália setentista foi o mesmo sonho responsável pelo deliberado e minucioso extermínio de mais de cem milhões de pessoas no mundo inteiro – muitas vezes mais do que as vítimas do nazismo. Foi em nome do “sonho socialista”, a ditadura do proletariado, que grupos como o PAC, de Cesare Battisti, e VAR-Palmares, de Dilma Rousseff, promoveram seqüestros, assaltos, atentados a bomba e assassinatos. Para o Dr. Barroso, condenar um terrorista contumaz por seus crimes é retaliação, e não justiça.
ConJur — Quando começa a história de Battisti no Brasil?
Barroso
— Battisti passou dez anos no México e 14 anos na França, abrigado pela doutrina Mitterand. Constituiu família, teve filhas, sobreviveu como zelador e como escritor. Seus livros são publicados pela renomada editora Gallimard. Intelectuais franceses da expressão de Bernard-Henri Levy e Fred Vargas defendem-no com veemência. Em 1991, a França negou o pedido de extradição feito pela Itália. Ele permaneceu na França até 2004. Em 2005, sob os novos ventos políticos na França e na Itália, a extradição foi concedida. Uma coisa esquisita. Nessa altura, ele já estava refugiado no Brasil. Em todo esse período, Cesare Battisti jamais esteve envolvido em qualquer tipo de conduta imprópria. Pelo contrário, ajustou-se com grande adequação a todos os lugares onde esteve. A pergunta a se fazer é a seguinte: em que serve à causa da humanidade, depois de 30 anos de vida regular e produtiva, mandar este homem para a prisão perpétua? E isso apesar da conotação política das acusações e de todos os elementos que lançam dúvidas profundas sobre a culpa? Ativistas brasileiros, acusados ou mesmo condenados pelos mesmos atos, foram anistiados. Assim como seus torturadores. Por que o Brasil deveria abandonar sua tradição humanitária para fazer uma ponta nesse filme, e como carrasco? Devemos fazer parte de uma missão de paz. Não somos vingadores mascarados. Essa não é a cara do Brasil.

É curioso notar que aqueles que pegaram em armas e cometeram inúmeros crimes em nome da implantação de uma ditadura comunista são agraciados pelo Dr. Barroso com a genérica terminologia de “ativistas”, enquanto seus algozes, que à época eram agentes de Estado no pleno cumprimento de seus deveres, são classificados taxativamente de “torturadores”, tenham-no sido efetivamente ou não. Martin Luther King foi um ativista. Mahatma Gandhi foi um ativista. Cesare Battisti não foi um ativista: foi terrorista. Assim como foi terrorista o infame Achille Lollo, que, a exemplo de Battisti, foi recebido com honras de herói estrangeiro – mesmo sendo réu confesso do assassinato Virgilio Mattei, 10 anos, e seu irmão Stefano, 22, carbonizados até a morte na madrugada de 16 de abril de 1973. O que fazer diante desses terroristas, ou melhor, ativistas? Fechar os olhos e esquecer. Tal é a “missão de paz” que propôs, à época, o eminente advogado.

Corpo carbonizado de Stefano Mattei, vítima de Achille Lollo.

* * *
O agora quase-ministro Luís Roberto Barroso não apenas atuou na defesa do terrorista italiano Cesare Battisti. É possível ver, em seu próprio site, sustentações orais perante o Supremo Tribunal Federal em que defende, dentre outras coisas, o reconhecimento legal das uniões homossexuais, as pesquisas com células-tronco embrionárias e o aborto de crianças anencéfalas.

A revolução cultural ganhou mais um defensor no seio da suprema corte constitucional brasileira. E, assim, todos nós perdemos.

30 de maio de 2013
Felipe Melo

O MELHOR TRABALHO DO MUNDO

           
          Artigos - Educação 
O homeschooling é mais que uma mera transferência de ambientes e de tutores: é um modo de viver a vida em família onde a busca pelo constante aprimoramento é o alvo.

Quando me propus, com o aval de meu marido, a iniciar as atividades de educação domiciliar complementares à escola, em pouquíssimo tempo descobri-me, como diz o ditado, "em um mato sem cachorro".

Diferentemente dos norte-americanos, que são referência mundial no assunto, possuindo dezenas, ou até centenas, de modelos, metodologias e propostas curriculares, nós, aqui no Brasil, precisamos reinventar a roda, pois não há uma proposta curricular detalhada voltada ao ensino nos lares.

E agravando um pouco a minha situação particular, não possuo formação pedagógica (embora hoje em dia eu suspeite da maioria das formações "superiores" na área das humanas), de modo que a sensação de insegurança vai e volta quando preciso explicar, por exemplo, subtração de centena ou a diferença entre os acentos circunflexo e agudo, pois nunca tenho certeza se estou adotando o método mais adequado.

No entanto, apesar das dificuldades, não desisti da missão, mas prossegui lendo (especialmente blogs e sites de mães cristãs norte-americanas praticamentes do ensino doméstico), pesquisando, falando com pessoas que estão mais familiarizadas com o assunto do que eu e, com o tempo, fui percebendo que, mais que uma questão meramente curricular, de conteúdos, o homeschooling é também e principalmente uma mais abrangente compreensão do próprio conceito de educação.

Ao trazer para dentro de casa e ter sob os meus cuidados a alfabetização, a caligrafia, as noções gerais de matemática, os cálculos, fui percebendo que não apenas o que eu ensinava era (e é) importante, mas também como eu ensinava e quando.
Ou seja, no ambiente doméstico, onde não se tem um espaço físico exclusivo para a realização das atividades, onde os relacionamentos não têm um limite de horário e de contexto, quando se tem outra criança, de outra faixa etária, ao redor, e quando muitas outras demandas paralelas precisam ser administradas e sanadas, o conceito de educação adquiriu uma outra proporção,
conectando-se a muitas outras esferas e atividades que eu antes julgava alheias à questão.
Estabeleceu-se uma tal integração das diferentes partes e momentos da vida como eu, até hoje, jamais havia experimentado.

Percebi que a matemática não é ensinada apenas nos exercícios, mas também no relógio, no microondas, no super-mercado, na hora de fazer e servir a comida. Percebi que o português perpassa toda a nossa vida, e chama especial atenção sobre si quando estamos distraídos e de papo-furado. Compreendi que paciência, persistência e dedicação não são coisas para se fazer somente quando o lápis e o papel estiverem à mão, mas também na hora de arrumar a cama, de escovar os dentes, de secar a louça, de pentear o cabelo.

Compreendi que reclamações gratuitas são como goteiras e por isso não podem, de forma alguma, ser aceitas, em ninguém. Entendi que disciplina não é um "programa bônus" que Deus colocou na alma de alguns sortudos, mas é um exercício que, antes de mais ninguém, eu preciso exercer comigo mesma, para servir de exemplo e de estímulo às crianças. Soube, então, que virtudes como obediência, fé, coerência, gratidão, humildade, cortesia e coragem realmente só fazem sentido quando personificados em gente de carne e osso, e que é melhor ainda quando essa "gente" é o pai e a mãe da gente.

Enfim, apesar de ainda não ofertar às minhas crianças uma educação exclusivamente domiciliar, de ainda não ter encontrado e/ou elaborado uma grade curricular completa que seja boa de verdade, sei, agora, que o homeschooling é mais que uma mera transferência de ambientes e de tutores: é um modo de viver a vida em família onde a busca pelo constante aprimoramento é o alvo.
Nós, como família, não temos somente o desejo, mas buscamos, de fato, apesar dos empecilhos e erros, o crescimento intelectual, moral e espiritual de todos os nossos membros e estamos nisso empenhados 24 horas por dia, para a glória de Deus. 
Desconheço trabalho mais abrangente e mais exigente que este, mas, a mim, parece-me não haver outro mais estimulante e recompensador.

30 de mio de 2013
Camila Hochmüller Abadie é mãe, esposa e mestre em filosofia. Edita o blog Encontrando Alegria.

O ESTADO ASSISTENCIALISTA SUECO ESTÁ EM CHAMAS

           
          Internacional - Europa 
suéciaOs distúrbios em Estocolmo duraram uma semana e a baderna agora se espalhou para outras cidades da Suécia.

A polícia pareceu estar completamente impotente para lidar com a situação. Grupos de jovens quebraram vitrines de lojas, saquearam e atearam fogo em carros.

Um centro cultural foi incendiado na terceira noite de tumulto em Estocolmo. As demonstrações de violência começaram no domingo em um subúrbio predominantemente de imigrantes e, logo, se espalharam para o centro da cidade.
Jovens imigrantes incendiaram carros que pertenciam a imigrantes adultos.

Um grupo comunitário chamado Megafonens reclamou de "escolas com estruturas precárias para os imigrantes", "desemprego" e "racismo estrutural", seja lá o que isso signifique.
A seguir, comento uma notícia do jornal britânico The Telegraph:
Ao caminhar pelas ruas do bairro de Husby, na semana passada, era difícil estipular à primeira vista qual era realmente o problema.  Construído na década de 1970 como parte do "Million Programme" [um ambicioso programa de habitação implantado pelo Partido Social Democrata Sueco], programa que tinha o objetivo de prover casas a preços acessíveis para todos os habitantes da Suécia, este conjunto habitacional é apenas um entre as dezenas que existem na periferia de Estocolmo e que hoje abrigam populações imigrantes, incluindo um grande número de imigrantes da Somália, da Eritréia, do Afeganistão e do Iraque.

Imigração tende a ser uma coisa boa, mas apenas quando ela atrai pessoas dispostas a trabalhar duro para subir na vida.  Já um arranjo que combina imigração livre com estado provedor está propenso ao desastre, pois ele se transforma em um chamariz para parasitas que querem apenas direitos e que se acham credores das benesses dos nativos.

Na Suécia, ao que tudo indica, a imigração livre em conjunto com generosos auxílios estatais concedidos a imigrantes — e uma tolerância que certamente é a maior de todas na Europa — não funcionou como o planejado.  Que surpresa...
Duas décadas depois, "a fuga dos brancos" fez com que apenas um em cada cinco apartamentos em Husby fosse ocupado por suecos.  E vários dos imigrantes que passaram a ocupar estes apartamentos não parecem compartilhar a visão de que uma nova vida na Suécia é um sonho que se tornou realidade.  Na semana passada, a vizinhança irrompeu em revoltas e manifestações violentas, desencadeando uma das mais ferozes convulsões urbanas que a Suécia já vivenciou em décadas, o que gerou um novo debate sobre os sucessos da integração racial.
"Antigamente, a vizinhança era mais sueca e a vida parecia um sonho; hoje, há um número excessivo de estrangeiros, e há toda uma nova geração de imigrantes que cresceu aqui dentro apenas da sua cultura", disse o imigrante Mohammed Abbas, apontando para os jovens encapuzados que vagueiam pelo centro comercial de Husby.
"Ademais, na Suécia, o estado proíbe você de dar palmadas nos seus filhos para discipliná-los, e isso é um problema para pais estrangeiros.  As crianças sentem que podem criar todas as confusões que quiserem, e a polícia nem mais tenta prender nenhum deles".
Além das fartas benesses para os imigrantes, o estado sueco assumiu para si a tarefa de como deve ser a educação paterna das crianças.  E proibiu a punição de malfeitorias, certamente sob o argumento de que um indivíduo em determinadas condições sociais não pode ser responsabilizado por seus atos.  O progressismo está apresentando sua fatura para o país que é tido como o modelo de bem-estar social na Europa.
Os distúrbios irromperem em Husby no fim de semana do dia 18 de maio, após a polícia atirar e matar um homem que brandia uma machete dentro de sua casa.  Enfurecidos com aquilo que viram como brutalidade policial, jovens atearam fogo em carros e prédios, e apedrejaram policiais e bombeiros.  A polícia foi então forçada a trazer efetivos adicionais de fora de Estocolmo à medida que os problemas foram se difundindo para outros subúrbios dominados por imigrantes e também para outras cidades, como Orebro, no centro da Suécia, onde 25 jovens mascarados atearam fogo a uma escola em uma sexta-feira à noite.
Então eles queimaram uma escola pública.  Isso é o equivalente a um sacrilégio na Europa estatista: pior do que queimar uma igreja.
O que provocou isso?  Esquerdistas, social-democratas e progressistas em geral têm a resposta na ponta da língua:
Enquanto isso, políticos da esquerda sueca, a qual comandou o país durante a maior parte do período pós-guerra, atribuíram os problemas aos cortes de gastos sociais introduzidos pelo atual primeiro-ministro Frederik Reinfeldt, cujo Partido Moderado prometeu retocar — mas não cortar — o orçamento assistencialista quando foi eleito em 2006.
É isso aí.  O real problema da Suécia — o mais assistencialista e tributador país europeu — é que o país precisa de mais tributação, de mais assistencialismo e de mais redistribuição de riqueza.  Isso sim vai corrigir tudo.
É fato que acusações de racismo irritam vários suecos, que praticamente não possuem uma história colonizadora, e cuja decisão de aceitar um grande número de imigrantes do Terceiro Mundo a partir da década de 1980 não adveio de nenhuma obrigação política, mas apenas da noção sueca de dever humanitário para com o resto do mundo.  Desde o início, o governo procurou evitar a criação de uma classe de "estrangeiros com permissão para trabalhar", algo tipicamente alemão.  E o governo evitou isso criando vários direitos para os imigrantes e introduzindo uma pletora de programas que visavam promover a integração racial.
No entanto, não obstante o governo oferecer cursos gratuitos do idioma sueco para todos os imigrantes, guetos povoados exclusivamente por estrangeiros que não falam o idioma surgiram aos montes nos últimos anos.
Que inesperado!  Conceda toda uma pletora de direitos e subsídios, e se surpreenda ao constatar que não há nenhum esforço para se adaptar à cultura do país.  Será que algum dia o espanto vai terminar?
"Nós somos o país que mais se esforçou para integrar essas pessoas, muito mais do que qualquer outro país europeu; gastamos bilhões em um sistema de bem-estar que foi criado para ajudar imigrantes desempregados e garantir a eles uma boa qualidade de vida", disse Marc Abramsson, líder do Partido Nacional Democrata.  "Ainda assim, temos áreas em que existem grupos étnicos que simplesmente não se identificam com a sociedade sueca.  Eles veem a polícia e até mesmo as brigadas de incêndio como parte do aparato repressor, e os atacam.  Já tentamos de tudo, de tudo mesmo, para melhorar as coisas, mas nada funcionou.  Não se trata de racismo; a questão é simplesmente que o multiculturalismo não reconhece como os humanos realmente funcionam".
Além de benesses, de direitos copiosos e da ausência de contrapartidas por parte dos beneficiados, estimule também uma integração forçada.  Adicione a esta integração forçada uma boa dose de redistribuição de renda e de estímulo ao parasitismo. 

No final, quando nada sair como o planejado e os beneficiados se sentirem excluídos pelo aparato opressor, faça como os suecos e se pergunte: "Mas cadê a gratidão?".
Ainda assim, membros das gerações mais jovens de Husby afirmam ser desarrazoado os suecos esperarem que eles sejam eternamente "gratos" por aceitá-los em seu país, mesmo levando-se em conta a pavorosa situação de seus países de origem.
Entre estes está o jovem Rami al Khamisi, de 25 anos, cuja família fugiu do Iraque de Saddam Hussein em 1994, passando clandestinamente primeiro pela Turquia e depois pela Rússia, e então cruzando o báltico em um barco de pesca comandado por um contrabandista de gente.  "Eu tinha seis anos e o barco estava lotado, com umas 60 pessoas", disse ele.  "Um idoso morreu durante a jornada, e eles o jogaram ao mar porque seu corpo estava fedendo muito".
Mas esta, diz ele, é a sua única memória real das privações de sua vida anterior.  Por isso, ele considera ser muito difícil demonstrar a mesma gratidão que seus pais ainda demonstram para o país que os acolheu.  "Meus pais sempre tentam fazer comparações com Bagdá ou com a Somália para mostrar como aqui tudo é melhor", disse ele. "Mas nós, que somos da geração mais nova de imigrantes, só conhecemos realmente apenas a Suécia, e por isso só podemos comparar a nossa situação com esta que nos rodeia".
E então eles saem incendiando carros em sua própria vizinhança.
Tudo isso é a inveja em ação.  Trata-se de um ressentimento contra todos os sinais visíveis de sucesso.  É algo que não pode ser apaziguado com esmolas e outros tipos de assistencialismo.  Assistencialismo não gera riqueza, mas gera parasitismo e dependência.  E parasitismo e dependência geram ainda mais ressentimento contra aqueles que realmente trabalham e são bem de vida.

O próprio fato de que os progressistas defensores do estado assistencialista quererem apaziguar a situação oferecendo mais assistencialismo gera apenas mais ressentimento.  O fato de os suecos genuínos terem dinheiro para oferecer como forma de pacificar os baderneiros enfurece ainda mais os baderneiros.
Em toda a Europa, os europeus não mais estão se reproduzindo às taxas mínimas de reposição.  O futuro da Europa está nos guetos de imigrantes, os quais são atraídos pelos generosos benefícios concedidos pelo estado.  Uma grande ideia.

30 de maio de 2013
Gary North
, economista e teólogo, é ex-membro adjunto do Mises Institute e autor de vários livros sobre economia, teologia, ética e história. Visite seu website.


Publicado no site do
Instituto Ludwig von Mises Brasil.