Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
ARRUACEIROS DO PT TUMULTUAM CENTRO DE SP E CHUTAM VEICULOS DE AUTORIDADES
CANALHA COMUNISTA ANTINGE SEU OBJETIVO QUE É A REAÇÃO LEGAL DA PM. É CAMPANHA DO HADDAD.
A Polícia Militar usou gás pimenta e cassetetes contra manifestantes (a Folha não diz, mas os arruaceiros são comandados pelo PT) que protestavam na praça da Sé na manhã desta quarta-feira. O grupo é contra a reintegração de posse em Pinheirinho e contra a operação na cracolândia, no centro de São Paulo.
Uma parte dos 800 manifestantes cercou e chutou carros de autoridades que participavam da missa na catedral da Sé pelo aniversário da cidade, comemorado hoje. O prefeito Gilberto Kassab (PSD) teve que sair pelos fundos da igreja para evitar a confusão.
Após a saída do prefeito do local, um grupo de manifestantes tentou agredir ainda uma equipe da Rede Globo que estava no local. Um outro grupo que participava do protesto, no entanto, tentou interromper a confusão e fez com que os manifestantes dispersassem.
Além de Kasasb, também estavam no local os pré-candidatos a prefeitura Guilherme Afif (PSD), Andrea Matarazzo (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) era esperado, mas não compareceu.
Após a confusão, os manifestantes seguiram em passeata em direção à prefeitura. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as ruas da região estão sendo bloqueadas com a passagem dos manifestantes.
Janeiro 25, 2012
aluizio amorim
A Polícia Militar usou gás pimenta e cassetetes contra manifestantes (a Folha não diz, mas os arruaceiros são comandados pelo PT) que protestavam na praça da Sé na manhã desta quarta-feira. O grupo é contra a reintegração de posse em Pinheirinho e contra a operação na cracolândia, no centro de São Paulo.
Uma parte dos 800 manifestantes cercou e chutou carros de autoridades que participavam da missa na catedral da Sé pelo aniversário da cidade, comemorado hoje. O prefeito Gilberto Kassab (PSD) teve que sair pelos fundos da igreja para evitar a confusão.
Após a saída do prefeito do local, um grupo de manifestantes tentou agredir ainda uma equipe da Rede Globo que estava no local. Um outro grupo que participava do protesto, no entanto, tentou interromper a confusão e fez com que os manifestantes dispersassem.
Além de Kasasb, também estavam no local os pré-candidatos a prefeitura Guilherme Afif (PSD), Andrea Matarazzo (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) era esperado, mas não compareceu.
Após a confusão, os manifestantes seguiram em passeata em direção à prefeitura. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as ruas da região estão sendo bloqueadas com a passagem dos manifestantes.
Janeiro 25, 2012
aluizio amorim
LEONARDO SAKAMOTO: (MAIS) UM IMPOSTOR MARXISTA
Sakamoto é um farsante completo! Utiliza-se de sua profissão de jornalista - cujo dever é mostrar a verdade - como meio para divulgar a sua militância política travestida de louvável conhecimento científico.
Navegando pela internet acabei conhecendo o interessante “Blog do Sakamoto – Direitos Humanos, Trabalho Decente, Meio Ambiente”, de propriedade do jornalista e doutor em Ciência Política Leonardo Sakamoto, que entre outros louros em sua carreira também é professor na PUC/SP, Coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
Detive-me para conhecer seu conteúdo, tendo prestado atenção especial ao artigo Breve Comentário sobre a Violência no Pinheirinho, no qual o autor condena o procedimento de reintegração de posse na área da Comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, adotado pelo governo de São Paulo e por sua Polícia Militar com base em princípios de direito completamente deturpados.
Assim se expressou o douto cientista político, alegadamente com base em consulta a juristas cujos nomes não citou:
1) Ao receber uma ordem judicial, mesmo que formalmente correta, mas cuja execução possa colocar em risco a vida de pessoas, o Poder Executivo tem o dever de tomar todas as medidas para evitar esses excessos. E caso acredite que seja impossível, que pessoas saiam feridas ou com a dignidade vilipendiada, tem o dever de não cumpri-la e procurar alternativas;
2) A Constituição Federal proíbe servidores públicos de cumprir ordens judiciais quando, para a sua execução, tenham que cometer excessos. Acima do interesse particular está sempre a proteção da dignidade humana. Como a ocupação era antiga, cai por terra a questão da necessidade de urgência;
Sinceramente, eu gostaria de saber quem foi o dito jurista que proclamou tamanha sandice. Todavia, isto não escusa um jornalista que é doutor em Ciência Política.
Pra começar, excessos são proibidos não só pela Constituição, e nos casos que possam “colocar em risco a vida das pessoas”, mas por pura decorrência da essência do regime democrático e de direito. Especialmente ao servidor público, consagrado é um famoso dito que lhe assevera o caráter vinculado de sua atuação: “enquanto que ao particular tudo é permitido, exceto o que é proibido, ao servidor público permite-se atuar tão somente segundo o estrito ditame da lei”.
Aqui, entretanto, convém esclarecermos o que significam os excessos, mas antes peço licença para perguntar ao leitor: o que ele acha que teria ocorrido no caso do Eldorado dos Carajás se ao invés de uma tropa de choque o governo do estado do Pará tivesse enviado um esquálido oficial de justiça a chegar ao local em uma igualmente magrela bicicleta com a ordem judicial em mãos?
Só para reiterar: as imagens mostram claramente uma debandada dos policiais cuja formação já havia sido desfeita e que fugiram desesperados da turba enfurecida e armada! Atiraram em legítima defesa, isto sim! Onde já se viu chacina em que os executores atiram correndo para trás?
Algum leitor imbecil ou sonso nos últimos dias postou um comentário em meu blog questionando-me como os ditos movimentos sociais podem chamar a atenção se não fizerem uso de invasões, depredações, sequestros, cárcere privado e até de assassinatos. Pois aqui vou dizer: eu não invado rodovias nem nenhuma propriedade pública ou privada. Não estou entre aqueles que recepcionam como legítimas as agressões a bens jurídicos consolidados pela lei e pela jurisprudência para fazer valer alegados bens políticos que planam na esfera da discussão.
Meio honesto e civilizado de chamar a atenção é o que eu faço: escrevo no meu blog e nos sites que publicam meus textos e reúno-me com cidadãos em locais onde nenhum direito de qualquer cidadão será arranhado. Isto é democracia e é direito. O resto é o uso da força: é Genghis Khan redivivo.
Ainda assim, se algum dia hei de receber uma notificação de um juiz, que venha o oficial de justiça na pessoa de uma simpática senhora prestes a se aposentar, e eu a cumprirei no ato, por mais inconformado que me reste ficar. Eu e milhares de brasileiros assim fazemos. Os centenários arrozeiros de Roraima assim o fizeram. Por quê aos Sem-Terra e os Sem-Teto dispensam-se tais deveres?
Agora sim, vamos entender o que significam os tais excessos. Chegar ao local atirando com munição letal, derrubar com tratores os barracos de surpresa com pessoas em seu interior seriam casos hipotéticos de verdadeiros excessos. Seriam excessos porque não dariam a chance de dar conhecimento do ato estatal aos administrados, e seriam também porque o uso da força estatal sobrepujaria demais e notoriamente as expectativas de resistência ao cumprimento da ordem judicial.
Entretanto, a polícia deu oportunidade aos retirados de evacuarem em paz e em ordem, e muito embora o besteirol de reclamar de ter sido executada em final de semana, a Constituição não proíbe isto (proíbe, sim, que seja efetuada durante a noite). Além disso, um juiz de direito foi designado ao local para acompanhar o despejo, o que invalida o argumento de necessidade do tendencioso cientista político que sequestra seu título acadêmico para aplicar sua militância marxista.
É absolutamente necessário destacar a diligência de certos movimentos políticos interessados no acirramento do conflito que previamente prepararam os moradores a resistir, tendo-lhes fornecido logística e técnicas de guerrilha, detalhezinho que o enviesado propagandista da revolução disfarçado de jornalista sonega ao público.
Adiante, Sakamoto faz considerações sobre urgência que não passam de mero diversionismo. Puro trololó: ele pretende confundir o público com certas ferramentas jurídicas que levam em conta a iminência de grave e irreparável prejuízo ao cidadão, em face de direito líquido e certo e que se submetem a certos critérios de avaliação de urgência, o que não se aplica ao caso concreto, pois a ordem judicial foi formada com pleno conhecimento e exame do mérito.
O fato é que houve a emissão de uma ordem judicial que deve ser cumprida, e muito ao contrário do que afirma – e engana o público, pois sabe muito bem disso – não resta ao Poder Executivo a discricionariedade sobre a conveniência e a justiça de obedecê-la com base em alegações de dignidade da pessoa humana ou da função social da propriedade ou o escambau, pois estes fatores já foram examinados por quem é competente: o juiz. Ora, se lícito for a qualquer um definir de per se o que entende por dignidade humana ou função da propriedade, de nada mais vale o trabalho do homem da capa preta.
Há pessoas sem teto? Há, sim, e eu sou um deles, pois não tendo moradia própria, vivo de aluguel. Outro conhecido meu vive na casa dos seus pais, e assim vamos contornando - sem invadir bens que não nos pertencem - as agruras que o governo nos impõe com seus pesados tributos e infernal burocracia. Certamente, eu, ele e aquelas pessoas da comunidade Pinheirinho teríamos um pouco mais de oportunidades de conseguir uma casa própria se o governo não nos esbulhasse os bolsos sob o pretexto justamente de proporcioná-la, entre outras promessas miraculosas.
Ainda assim, há meios de morar em lugares mais baratos. O que acontece é que invadir é um bom negócio. Além da viável expectativa de possivelmente adquirir a propriedade do terreno roubado em área nobre e valorizada, o governo ainda incentiva com benefícios tais como cestas básicas ou a barbaridade chamada de “aluguel social”.
Eu não recebo aluguel social. Sou culpado de por conta própria ter decidido não morar em área de risco. Ainda me lembro de uma cidadã americana que declarou não morar em área de risco porque o seu seguro residencial aumentaria muito. Lá, segundo adesão voluntária dos clientes, os corretos incentivos monitorados pelo mercado privado capitalista que o Sr. Sakamoto tanto deprecia, funcionam, salvam vidas e mantêm a paz social e o império das leis.
O Sr. Sakamoto é um farsante completo! Utiliza-se de sua profissão de jornalista - cujo dever é mostrar a verdade - como meio para divulgar a sua militância política travestida de louvável conhecimento científico. Ninguém é proibido de ser jornalista e cientista político e ao mesmo tempo esquerdista, mas o uso conveniente dos títulos acadêmicos para manipular o público com suas mentiras, ocultações e deturpações dos fatos e das leis, como demonstrado aqui, fazem deste homem sem caráter um verdadeiro impostor.
Escrito por Klauber Cristofen Pires, 25 Janeiro 2012
Navegando pela internet acabei conhecendo o interessante “Blog do Sakamoto – Direitos Humanos, Trabalho Decente, Meio Ambiente”, de propriedade do jornalista e doutor em Ciência Política Leonardo Sakamoto, que entre outros louros em sua carreira também é professor na PUC/SP, Coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
Detive-me para conhecer seu conteúdo, tendo prestado atenção especial ao artigo Breve Comentário sobre a Violência no Pinheirinho, no qual o autor condena o procedimento de reintegração de posse na área da Comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, adotado pelo governo de São Paulo e por sua Polícia Militar com base em princípios de direito completamente deturpados.
Assim se expressou o douto cientista político, alegadamente com base em consulta a juristas cujos nomes não citou:
1) Ao receber uma ordem judicial, mesmo que formalmente correta, mas cuja execução possa colocar em risco a vida de pessoas, o Poder Executivo tem o dever de tomar todas as medidas para evitar esses excessos. E caso acredite que seja impossível, que pessoas saiam feridas ou com a dignidade vilipendiada, tem o dever de não cumpri-la e procurar alternativas;
2) A Constituição Federal proíbe servidores públicos de cumprir ordens judiciais quando, para a sua execução, tenham que cometer excessos. Acima do interesse particular está sempre a proteção da dignidade humana. Como a ocupação era antiga, cai por terra a questão da necessidade de urgência;
Sinceramente, eu gostaria de saber quem foi o dito jurista que proclamou tamanha sandice. Todavia, isto não escusa um jornalista que é doutor em Ciência Política.
Pra começar, excessos são proibidos não só pela Constituição, e nos casos que possam “colocar em risco a vida das pessoas”, mas por pura decorrência da essência do regime democrático e de direito. Especialmente ao servidor público, consagrado é um famoso dito que lhe assevera o caráter vinculado de sua atuação: “enquanto que ao particular tudo é permitido, exceto o que é proibido, ao servidor público permite-se atuar tão somente segundo o estrito ditame da lei”.
Aqui, entretanto, convém esclarecermos o que significam os excessos, mas antes peço licença para perguntar ao leitor: o que ele acha que teria ocorrido no caso do Eldorado dos Carajás se ao invés de uma tropa de choque o governo do estado do Pará tivesse enviado um esquálido oficial de justiça a chegar ao local em uma igualmente magrela bicicleta com a ordem judicial em mãos?
Só para reiterar: as imagens mostram claramente uma debandada dos policiais cuja formação já havia sido desfeita e que fugiram desesperados da turba enfurecida e armada! Atiraram em legítima defesa, isto sim! Onde já se viu chacina em que os executores atiram correndo para trás?
Algum leitor imbecil ou sonso nos últimos dias postou um comentário em meu blog questionando-me como os ditos movimentos sociais podem chamar a atenção se não fizerem uso de invasões, depredações, sequestros, cárcere privado e até de assassinatos. Pois aqui vou dizer: eu não invado rodovias nem nenhuma propriedade pública ou privada. Não estou entre aqueles que recepcionam como legítimas as agressões a bens jurídicos consolidados pela lei e pela jurisprudência para fazer valer alegados bens políticos que planam na esfera da discussão.
Meio honesto e civilizado de chamar a atenção é o que eu faço: escrevo no meu blog e nos sites que publicam meus textos e reúno-me com cidadãos em locais onde nenhum direito de qualquer cidadão será arranhado. Isto é democracia e é direito. O resto é o uso da força: é Genghis Khan redivivo.
Ainda assim, se algum dia hei de receber uma notificação de um juiz, que venha o oficial de justiça na pessoa de uma simpática senhora prestes a se aposentar, e eu a cumprirei no ato, por mais inconformado que me reste ficar. Eu e milhares de brasileiros assim fazemos. Os centenários arrozeiros de Roraima assim o fizeram. Por quê aos Sem-Terra e os Sem-Teto dispensam-se tais deveres?
Agora sim, vamos entender o que significam os tais excessos. Chegar ao local atirando com munição letal, derrubar com tratores os barracos de surpresa com pessoas em seu interior seriam casos hipotéticos de verdadeiros excessos. Seriam excessos porque não dariam a chance de dar conhecimento do ato estatal aos administrados, e seriam também porque o uso da força estatal sobrepujaria demais e notoriamente as expectativas de resistência ao cumprimento da ordem judicial.
Entretanto, a polícia deu oportunidade aos retirados de evacuarem em paz e em ordem, e muito embora o besteirol de reclamar de ter sido executada em final de semana, a Constituição não proíbe isto (proíbe, sim, que seja efetuada durante a noite). Além disso, um juiz de direito foi designado ao local para acompanhar o despejo, o que invalida o argumento de necessidade do tendencioso cientista político que sequestra seu título acadêmico para aplicar sua militância marxista.
É absolutamente necessário destacar a diligência de certos movimentos políticos interessados no acirramento do conflito que previamente prepararam os moradores a resistir, tendo-lhes fornecido logística e técnicas de guerrilha, detalhezinho que o enviesado propagandista da revolução disfarçado de jornalista sonega ao público.
Adiante, Sakamoto faz considerações sobre urgência que não passam de mero diversionismo. Puro trololó: ele pretende confundir o público com certas ferramentas jurídicas que levam em conta a iminência de grave e irreparável prejuízo ao cidadão, em face de direito líquido e certo e que se submetem a certos critérios de avaliação de urgência, o que não se aplica ao caso concreto, pois a ordem judicial foi formada com pleno conhecimento e exame do mérito.
O fato é que houve a emissão de uma ordem judicial que deve ser cumprida, e muito ao contrário do que afirma – e engana o público, pois sabe muito bem disso – não resta ao Poder Executivo a discricionariedade sobre a conveniência e a justiça de obedecê-la com base em alegações de dignidade da pessoa humana ou da função social da propriedade ou o escambau, pois estes fatores já foram examinados por quem é competente: o juiz. Ora, se lícito for a qualquer um definir de per se o que entende por dignidade humana ou função da propriedade, de nada mais vale o trabalho do homem da capa preta.
Há pessoas sem teto? Há, sim, e eu sou um deles, pois não tendo moradia própria, vivo de aluguel. Outro conhecido meu vive na casa dos seus pais, e assim vamos contornando - sem invadir bens que não nos pertencem - as agruras que o governo nos impõe com seus pesados tributos e infernal burocracia. Certamente, eu, ele e aquelas pessoas da comunidade Pinheirinho teríamos um pouco mais de oportunidades de conseguir uma casa própria se o governo não nos esbulhasse os bolsos sob o pretexto justamente de proporcioná-la, entre outras promessas miraculosas.
Ainda assim, há meios de morar em lugares mais baratos. O que acontece é que invadir é um bom negócio. Além da viável expectativa de possivelmente adquirir a propriedade do terreno roubado em área nobre e valorizada, o governo ainda incentiva com benefícios tais como cestas básicas ou a barbaridade chamada de “aluguel social”.
Eu não recebo aluguel social. Sou culpado de por conta própria ter decidido não morar em área de risco. Ainda me lembro de uma cidadã americana que declarou não morar em área de risco porque o seu seguro residencial aumentaria muito. Lá, segundo adesão voluntária dos clientes, os corretos incentivos monitorados pelo mercado privado capitalista que o Sr. Sakamoto tanto deprecia, funcionam, salvam vidas e mantêm a paz social e o império das leis.
O Sr. Sakamoto é um farsante completo! Utiliza-se de sua profissão de jornalista - cujo dever é mostrar a verdade - como meio para divulgar a sua militância política travestida de louvável conhecimento científico. Ninguém é proibido de ser jornalista e cientista político e ao mesmo tempo esquerdista, mas o uso conveniente dos títulos acadêmicos para manipular o público com suas mentiras, ocultações e deturpações dos fatos e das leis, como demonstrado aqui, fazem deste homem sem caráter um verdadeiro impostor.
Escrito por Klauber Cristofen Pires, 25 Janeiro 2012
CAPITÃO COVARDE: EIS NOSSO ADMIRÁVEL MUNDO NOVO 'SEXUALMENTE EMANCIPADO'
Artigos - Cultura
Num vídeo, Michael Voris mencionou o tipo de homem que é aprovado pelos meios de comunicação controlados pelas feministas: fraco, burro e inútil, que precisa ser governado por mulheres fortes, modernas e inteligentes.
Muitos países estavam representados na lista da tripulação do Costa Concordia. O desastre tem, por todos os lados, as impressões digitais de nossa cultura ocidental que está envenenada e morrendo.
Que tipo de homem foge, sob o manto da escuridão, de seu navio que está afundando, deixando aproximadamente 4.200 passageiros e tripulação para se virarem sozinhos? Que tipo de homens empurra violentamente mulheres idosas, menininhas e jovens mães para entrar primeiro nos botes salva-vidas? Ora, ora, os homens modernos, os homens sexualmente emancipados que foram criados conforme as doutrinas do feminismo e de nossos costumes “modernos”.
O que significa uma expressão como “mulheres e crianças primeiro” para homens modernos que foram ensinados a vida inteira que as mulheres nada mais são do que brinquedos sexuais e que as crianças nada mais são do que uma carga descartável?
Os detalhes do tombamento do Costa Concordia, um dos maiores navios cruzeiros que navegam pelo Mediterrâneo, chegaram à imprensa de língua inglesa uma semana mais tarde e todo mundo agora conhece a conversa de telefone gravada na qual o capitão da guarda costeira, Gregorio De Falco, ordena furiosamente que o capitão do navio, Francesco Schettino, volte a seu navio. Schettino respondeu mentindo repetidamente, enquanto estava tentando fugir num bote salva-vidas.
Os passageiros foram abandonados para se resgatarem sozinhos, ajudados por artistas contratados e poucos membros da tripulação. Uma mulher disse: “Havia homens grandalhões, membros da tripulação, empurrando todos nós para entrarem nos botes salva-vidas”. Outra passageira, uma avó, disse: “Eu estava ao lado dos botes salva-vidas, e homens grandalhões estavam me acertando e empurrando as meninas com brutalidade”.
Nos primeiros dias depois que o Costa Concordia tombou na água rasa a quase 300 metros da praia, toda a Itália foi pega em vergonha com as reportagens sobre a conduta de Schettino. Ele foi preso depois que chegou à praia e acusado de homicídio involuntário e abandono de seu navio. Ele foi apanhado tentando entrar num táxi, tendo, pelo que foi relatado, pedido ao taxista: “Tire-me daqui o mais rápido possível”.
Apelidado de “Capitão Covarde”, Schettino se tornou o centro da fúria nacional para os italianos que já estão fartos do estereótipo — que com demasiada frequência é acurado — dos homens italianos como permanentes adolescentes vaidosos, preguiçosos, irresponsáveis, egoístas e inconfiáveis.
Mas o problema não está limitado à Itália. A propósito, na mesma semana do caso do navio o grande apologeta católico americano Michael Voris estava fazendo uma série de vídeos sobre a feminilização dos homens e o efeito do feminismo na Igreja Católica e no mundo em geral, um assunto que poucos na Igreja Católica ousam puxar.
Num vídeo, Voris mencionou o tipo de homem que é aprovado pelos meios de comunicação controlados pelas feministas: fraco, burro e inútil, que precisa ser governado por mulheres fortes, modernas e inteligentes. Nos 50 anos passados, a Igreja Católica vem seguindo o mundo ao adotar o modelo feminista. Esse ideal, diz Voris, expulsou os homens fortes da Igreja e da vida familiar, empurrando-os para encontrar um canal para sua masculinidade em caminhos prejudiciais como a criminalidade e o tratamento das mulheres como meros objetos.
Depois de assistir ao vídeo, enviei um email a Michael perguntando se ele havia se lembrado de falar sobre o outro lado do feminismo: o ódio feminista aos homens e sua atitude de difamar e demonizar a força dos homens. De acordo com as doutrinas da ideologia feminista, os homens fortes são violentos, malignos e apavorantes. Em vez de heróis protegendo mulheres e crianças, o feminismo retrata homens fortes como monstros brutais, surradores de esposas e estupradores de crianças.
O desastre do Costa Concordia trouxe ao centro das atenções os efeitos que o feminismo, e sua filha prostituta, a Revolução Sexual, tiveram nos homens. O feminismo matou a prioridade cultural dos homens protegendo e se responsabilizando pelas mulheres. Num vídeo, Michael Voris falou da “jornada do herói”, o modelo original da cultura ocidental do rapaz que deixa o lar, enfrenta e vence adversidades e se torna um homem com capacidade de proteger uma família. Mas nossa cultura inspirada pelo feminismo, juntando forças com o materialismo consumista que mata a alma, jogou esses conceitos na lata de lixo.
Ao dizer às mulheres que elas não precisam dos homens e ao demonizar o valor da masculinidade, o feminismo ao mesmo tempo diz aos homens que eles nunca precisam crescer. Se o feminismo disse às mulheres que elas podem sair por aí dormindo com qualquer um “como se fossem homens”, devemos nos lembrar de que isso significa que os homens podem, em retribuição, fazer a mesma coisa. Em vez de insistirem em que os homens cresçam, se casem com uma mulher e protejam e cuidem de seus filhos, o feminismo oferece aos homens as mulheres como brinquedos e ao mesmo tempo oferece às mulheres a pílula anticoncepcional, aborto e tribunais para resolver questões de pensão alimentícia como plano B. O feminismo define “igualdade” como homens e mulheres competindo igualmente no mercado de trabalho e usando um ao outro igualmente como objetos.
Algum tempo atrás li um site interessante, embora profundamente assustador, que afirmava dar apoio aos homens contra o mundo feminista. Num artigo, os homens claramente irados apontavam para o injusto padrão duplo nas leis relativas à família. O sistema legal, agora preso firmemente nas garras das feministas, mantem os homens financeiramente responsáveis pelos filhos que eles geram quando se separam da mãe. Mas o artigo apontou, com suficiente lógica, que ao mesmo tempo o feminismo exige que a contracepção e o aborto sejam disponibilizados gratuitamente. Por que então, se as mulheres têm agora a liberdade de usar os homens como objetos sexuais, um homem deveria em algum momento ser responsabilizado pela paternidade? Por que os homens deveriam ser rotineiramente arruinados por ações legais de pensão alimentícia quando o aborto é legal e muito mais barato e fácil de conseguir?
Realmente, por quê? O feminismo, pelo fato de que é essencialmente desonesto, pueril e age só em causa própria, nunca confessará francamente as conclusões lógicas de suas suposições.
Recentemente, os papas escreveram contra o tipo de feminismo que promove o aborto e a contracepção e ao mesmo tempo cria uma divisão de hostilidade entre homens e mulheres. A promiscuidade geral, a contracepção, o aborto legal, o divórcio fácil, junto com uma cultura que adora a juventude e é loucamente materialista, disseram eles, criaram uma sociedade individualista de consumidores isolados para os quais todos os relacionamentos rotineiramente terminam em abandono. Uma vasta catástrofe cultural que deixa os filhos sem pais, diz às mulheres que elas não precisam dos homens e que diz aos homens que eles podem permanecer a vida inteira como adolescentes felizes e despreocupados.
Essa mensagem parece ter tido resultado especialmente evidente na Itália onde é facílimo encontrar homens que são a personificação do estereótipo consumista. O homem-criança efeminado é uma praga na Itália; meninos das mamães vaidosos, convencidos, superficiais e egoístas que vivem na casa dos pais quando já estão com trinta e quarenta anos de idade.
Outrora, o centro de vida dos italianos era a família; agora eles estão cada vez mais se divorciando ou se recusando a casar em primeiro lugar.
A jornalista italiana Rosaria Sgueglia escreve no Huffington Post que o ex-capitão do Costa Concordia é um daqueles homens italianos que estão à altura desse estereótipo ponto por ponto. Os italianos estão “furiosos”, escreveu ela, com “gente como o sr. Schettino que não fazem nada a não ser comprometer a imagem já danificada que o resto do mundo tem do povo italiano”.
“Diz-se que o homem italiano comum é narcisista, egomaníaco, covarde, egoísta, incapaz de seguir procedimentos básicos e incapaz de seguir as regras. Verdade ou não, é um estereótipo, um estereótipo que é fortemente comprovado pelos eventos trágicos mais recentes na Itália”.
Embora os italianos estejam descarregando sua fúria em Francesco Schettino por ser tudo o que eles odeiam em si mesmos, precisamos nos lembrar de que muitos países estavam representados na lista da tripulação do Costa Concordia. O desastre tem, por todos os lados, as impressões digitais de nossa cultura ocidental que está envenenada e morrendo.
Lendo as reportagens do Costa Concordia, não pude evitar reconhecer os resultados das novas prioridades de nossa sociedade. Muitos observadores fizeram a comparação com o desastre do Titanic. Cem anos atrás, os homens da primeira classe levantaram as mulheres e crianças da classe pobre e as colocaram nos botes salva-vidas tendo plena consciência de que estavam dando suas vidas. O capitão do Titanic, de acordo com os relatos, foi visto pela última vez segurando uma criança em seus braços buscando um jeito de salvá-la. Cem anos mais tarde, o que vemos é um oficial da guarda-costeira gritando para o “Capitão Covarde”: “Vada a bordo, cazzo!” que significa “Volte à bordo, caralho!”
Eis nosso admirável novo mundo sexualmente emancipado.
Escrito por Hillary White, 25 Janeiro 2012
Tradução: www.juliosevero.com
Fonte: LifeSiteNews
Num vídeo, Michael Voris mencionou o tipo de homem que é aprovado pelos meios de comunicação controlados pelas feministas: fraco, burro e inútil, que precisa ser governado por mulheres fortes, modernas e inteligentes.
Muitos países estavam representados na lista da tripulação do Costa Concordia. O desastre tem, por todos os lados, as impressões digitais de nossa cultura ocidental que está envenenada e morrendo.
Que tipo de homem foge, sob o manto da escuridão, de seu navio que está afundando, deixando aproximadamente 4.200 passageiros e tripulação para se virarem sozinhos? Que tipo de homens empurra violentamente mulheres idosas, menininhas e jovens mães para entrar primeiro nos botes salva-vidas? Ora, ora, os homens modernos, os homens sexualmente emancipados que foram criados conforme as doutrinas do feminismo e de nossos costumes “modernos”.
O que significa uma expressão como “mulheres e crianças primeiro” para homens modernos que foram ensinados a vida inteira que as mulheres nada mais são do que brinquedos sexuais e que as crianças nada mais são do que uma carga descartável?
Os detalhes do tombamento do Costa Concordia, um dos maiores navios cruzeiros que navegam pelo Mediterrâneo, chegaram à imprensa de língua inglesa uma semana mais tarde e todo mundo agora conhece a conversa de telefone gravada na qual o capitão da guarda costeira, Gregorio De Falco, ordena furiosamente que o capitão do navio, Francesco Schettino, volte a seu navio. Schettino respondeu mentindo repetidamente, enquanto estava tentando fugir num bote salva-vidas.
Os passageiros foram abandonados para se resgatarem sozinhos, ajudados por artistas contratados e poucos membros da tripulação. Uma mulher disse: “Havia homens grandalhões, membros da tripulação, empurrando todos nós para entrarem nos botes salva-vidas”. Outra passageira, uma avó, disse: “Eu estava ao lado dos botes salva-vidas, e homens grandalhões estavam me acertando e empurrando as meninas com brutalidade”.
Nos primeiros dias depois que o Costa Concordia tombou na água rasa a quase 300 metros da praia, toda a Itália foi pega em vergonha com as reportagens sobre a conduta de Schettino. Ele foi preso depois que chegou à praia e acusado de homicídio involuntário e abandono de seu navio. Ele foi apanhado tentando entrar num táxi, tendo, pelo que foi relatado, pedido ao taxista: “Tire-me daqui o mais rápido possível”.
Apelidado de “Capitão Covarde”, Schettino se tornou o centro da fúria nacional para os italianos que já estão fartos do estereótipo — que com demasiada frequência é acurado — dos homens italianos como permanentes adolescentes vaidosos, preguiçosos, irresponsáveis, egoístas e inconfiáveis.
Mas o problema não está limitado à Itália. A propósito, na mesma semana do caso do navio o grande apologeta católico americano Michael Voris estava fazendo uma série de vídeos sobre a feminilização dos homens e o efeito do feminismo na Igreja Católica e no mundo em geral, um assunto que poucos na Igreja Católica ousam puxar.
Num vídeo, Voris mencionou o tipo de homem que é aprovado pelos meios de comunicação controlados pelas feministas: fraco, burro e inútil, que precisa ser governado por mulheres fortes, modernas e inteligentes. Nos 50 anos passados, a Igreja Católica vem seguindo o mundo ao adotar o modelo feminista. Esse ideal, diz Voris, expulsou os homens fortes da Igreja e da vida familiar, empurrando-os para encontrar um canal para sua masculinidade em caminhos prejudiciais como a criminalidade e o tratamento das mulheres como meros objetos.
Depois de assistir ao vídeo, enviei um email a Michael perguntando se ele havia se lembrado de falar sobre o outro lado do feminismo: o ódio feminista aos homens e sua atitude de difamar e demonizar a força dos homens. De acordo com as doutrinas da ideologia feminista, os homens fortes são violentos, malignos e apavorantes. Em vez de heróis protegendo mulheres e crianças, o feminismo retrata homens fortes como monstros brutais, surradores de esposas e estupradores de crianças.
O desastre do Costa Concordia trouxe ao centro das atenções os efeitos que o feminismo, e sua filha prostituta, a Revolução Sexual, tiveram nos homens. O feminismo matou a prioridade cultural dos homens protegendo e se responsabilizando pelas mulheres. Num vídeo, Michael Voris falou da “jornada do herói”, o modelo original da cultura ocidental do rapaz que deixa o lar, enfrenta e vence adversidades e se torna um homem com capacidade de proteger uma família. Mas nossa cultura inspirada pelo feminismo, juntando forças com o materialismo consumista que mata a alma, jogou esses conceitos na lata de lixo.
Ao dizer às mulheres que elas não precisam dos homens e ao demonizar o valor da masculinidade, o feminismo ao mesmo tempo diz aos homens que eles nunca precisam crescer. Se o feminismo disse às mulheres que elas podem sair por aí dormindo com qualquer um “como se fossem homens”, devemos nos lembrar de que isso significa que os homens podem, em retribuição, fazer a mesma coisa. Em vez de insistirem em que os homens cresçam, se casem com uma mulher e protejam e cuidem de seus filhos, o feminismo oferece aos homens as mulheres como brinquedos e ao mesmo tempo oferece às mulheres a pílula anticoncepcional, aborto e tribunais para resolver questões de pensão alimentícia como plano B. O feminismo define “igualdade” como homens e mulheres competindo igualmente no mercado de trabalho e usando um ao outro igualmente como objetos.
Algum tempo atrás li um site interessante, embora profundamente assustador, que afirmava dar apoio aos homens contra o mundo feminista. Num artigo, os homens claramente irados apontavam para o injusto padrão duplo nas leis relativas à família. O sistema legal, agora preso firmemente nas garras das feministas, mantem os homens financeiramente responsáveis pelos filhos que eles geram quando se separam da mãe. Mas o artigo apontou, com suficiente lógica, que ao mesmo tempo o feminismo exige que a contracepção e o aborto sejam disponibilizados gratuitamente. Por que então, se as mulheres têm agora a liberdade de usar os homens como objetos sexuais, um homem deveria em algum momento ser responsabilizado pela paternidade? Por que os homens deveriam ser rotineiramente arruinados por ações legais de pensão alimentícia quando o aborto é legal e muito mais barato e fácil de conseguir?
Realmente, por quê? O feminismo, pelo fato de que é essencialmente desonesto, pueril e age só em causa própria, nunca confessará francamente as conclusões lógicas de suas suposições.
Recentemente, os papas escreveram contra o tipo de feminismo que promove o aborto e a contracepção e ao mesmo tempo cria uma divisão de hostilidade entre homens e mulheres. A promiscuidade geral, a contracepção, o aborto legal, o divórcio fácil, junto com uma cultura que adora a juventude e é loucamente materialista, disseram eles, criaram uma sociedade individualista de consumidores isolados para os quais todos os relacionamentos rotineiramente terminam em abandono. Uma vasta catástrofe cultural que deixa os filhos sem pais, diz às mulheres que elas não precisam dos homens e que diz aos homens que eles podem permanecer a vida inteira como adolescentes felizes e despreocupados.
Essa mensagem parece ter tido resultado especialmente evidente na Itália onde é facílimo encontrar homens que são a personificação do estereótipo consumista. O homem-criança efeminado é uma praga na Itália; meninos das mamães vaidosos, convencidos, superficiais e egoístas que vivem na casa dos pais quando já estão com trinta e quarenta anos de idade.
Outrora, o centro de vida dos italianos era a família; agora eles estão cada vez mais se divorciando ou se recusando a casar em primeiro lugar.
A jornalista italiana Rosaria Sgueglia escreve no Huffington Post que o ex-capitão do Costa Concordia é um daqueles homens italianos que estão à altura desse estereótipo ponto por ponto. Os italianos estão “furiosos”, escreveu ela, com “gente como o sr. Schettino que não fazem nada a não ser comprometer a imagem já danificada que o resto do mundo tem do povo italiano”.
“Diz-se que o homem italiano comum é narcisista, egomaníaco, covarde, egoísta, incapaz de seguir procedimentos básicos e incapaz de seguir as regras. Verdade ou não, é um estereótipo, um estereótipo que é fortemente comprovado pelos eventos trágicos mais recentes na Itália”.
Embora os italianos estejam descarregando sua fúria em Francesco Schettino por ser tudo o que eles odeiam em si mesmos, precisamos nos lembrar de que muitos países estavam representados na lista da tripulação do Costa Concordia. O desastre tem, por todos os lados, as impressões digitais de nossa cultura ocidental que está envenenada e morrendo.
Lendo as reportagens do Costa Concordia, não pude evitar reconhecer os resultados das novas prioridades de nossa sociedade. Muitos observadores fizeram a comparação com o desastre do Titanic. Cem anos atrás, os homens da primeira classe levantaram as mulheres e crianças da classe pobre e as colocaram nos botes salva-vidas tendo plena consciência de que estavam dando suas vidas. O capitão do Titanic, de acordo com os relatos, foi visto pela última vez segurando uma criança em seus braços buscando um jeito de salvá-la. Cem anos mais tarde, o que vemos é um oficial da guarda-costeira gritando para o “Capitão Covarde”: “Vada a bordo, cazzo!” que significa “Volte à bordo, caralho!”
Eis nosso admirável novo mundo sexualmente emancipado.
Escrito por Hillary White, 25 Janeiro 2012
Tradução: www.juliosevero.com
Fonte: LifeSiteNews
NO REINO DA IMPUNIDADE
No reino da impunidade, chefe de gabinete é demitido, mas o ministro das Cidades continua intocável.
A corda sempre arrebenta no ponto mais fraco, diz o ditado. E não deu outra. O chefe de gabinete do ministro das Cidades, Mário Negromonte, foi demitido nesta quarta-feira. A exoneração de Cássio Peixoto, braço-direito do ministro, foi publicada no “Diário Oficial da União”, e ele nao deixou o cargo espontaneamente. Foi demitido, mesmo. Oficialmente, em nota distribuída à imprensa, o ministério disse que Peixoto foi exonerado “por estar desmotivado”.
Na verdade, a demissão dele ocorreu dois dias depois de a Folha revelar sua participação em negociações com um empresário e um lobista interessados num projeto milionário do ministério. O lobista se encontrou também o próprio ministro Mário Negromonte, no apartamento de um deputado federal, João Pizzolati, do PP de Santa Catarina.
A exoneração foi assinada pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que tem a prerrogativa de nomear e exonerar quem ocupa este tipo de cargo. E a assessoria da Casa Civil informou que cabe ao ministério a explicação oficial sobre a saída do chefe de gabinete do ministro.
No dia 9 de agosto, Peixoto recebeu em seu gabinete o dono da Poliedro Informática, Luiz Carlos Garcia, e o lobista Mauro César dos Santos para discutir o assunto, ligado a uma proposta de informatização da pasta.
O encontro ocorreu depois de três reuniões do empresário e do lobista na casa do deputado João Pizzolatti (PP-SC) sobre o mesmo tema. Negromonte participou de pelo menos uma das reuniões, assim como seu secretário-executivo, Roberto Muniz. Todos os envolvidos negam que as conversas trataram de algum acerto.
Na edição desta quarta-feira, a Folha mostra que a cúpula do PP negociou, durante as mesmas reuniões, uma manobra que poderia evitar a fiscalização do dinheiro utilizado no projeto.
A estratégia discutida seria estabelecer um convênio da pasta com um organismo internacional para levantar recursos externos, que não podem, por exemplo, ser fiscalizados pelo TCU (Tribunal de Contas da União), vejam só que bela jogada. Todo dia a gente aprende uma maneira nova de desviar recursos públicos, não é mesmo.
Carlos Newton
25 de janeiro de 2012
A corda sempre arrebenta no ponto mais fraco, diz o ditado. E não deu outra. O chefe de gabinete do ministro das Cidades, Mário Negromonte, foi demitido nesta quarta-feira. A exoneração de Cássio Peixoto, braço-direito do ministro, foi publicada no “Diário Oficial da União”, e ele nao deixou o cargo espontaneamente. Foi demitido, mesmo. Oficialmente, em nota distribuída à imprensa, o ministério disse que Peixoto foi exonerado “por estar desmotivado”.
Na verdade, a demissão dele ocorreu dois dias depois de a Folha revelar sua participação em negociações com um empresário e um lobista interessados num projeto milionário do ministério. O lobista se encontrou também o próprio ministro Mário Negromonte, no apartamento de um deputado federal, João Pizzolati, do PP de Santa Catarina.
A exoneração foi assinada pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que tem a prerrogativa de nomear e exonerar quem ocupa este tipo de cargo. E a assessoria da Casa Civil informou que cabe ao ministério a explicação oficial sobre a saída do chefe de gabinete do ministro.
No dia 9 de agosto, Peixoto recebeu em seu gabinete o dono da Poliedro Informática, Luiz Carlos Garcia, e o lobista Mauro César dos Santos para discutir o assunto, ligado a uma proposta de informatização da pasta.
O encontro ocorreu depois de três reuniões do empresário e do lobista na casa do deputado João Pizzolatti (PP-SC) sobre o mesmo tema. Negromonte participou de pelo menos uma das reuniões, assim como seu secretário-executivo, Roberto Muniz. Todos os envolvidos negam que as conversas trataram de algum acerto.
Na edição desta quarta-feira, a Folha mostra que a cúpula do PP negociou, durante as mesmas reuniões, uma manobra que poderia evitar a fiscalização do dinheiro utilizado no projeto.
A estratégia discutida seria estabelecer um convênio da pasta com um organismo internacional para levantar recursos externos, que não podem, por exemplo, ser fiscalizados pelo TCU (Tribunal de Contas da União), vejam só que bela jogada. Todo dia a gente aprende uma maneira nova de desviar recursos públicos, não é mesmo.
Carlos Newton
25 de janeiro de 2012
O PROFETA TOCQUEVILLE
Artigos - Conservadorismo
Escrito por William Henry Chamberlin, 25 Janeiro 2012
O número alarmante de previsões suas que se tornaram realidade não é resultado de acidente, sortuda adivinhação ou intuição inspirada. É uma conseqüência natural de uma mente poderosa e criativa, ampliada por vasta erudição e um entendimento sensível da natureza do homem e da sociedade, projetando as lições do passado e do presente para iluminar o futuro.
O dom de prever em um século o formato político, econômico e social do século seguinte é dado com bastante frugalidade. Todavia, uma gritante exceção a essa regra é Alexis de Tocqueville [1], o cientista político francês liberal-conservador. Sua “Democracia na América”, publicada após uma longa viagem pelos Estados Unidos nos anos 1830, é importante tanto por sua visão presciente sobre alguns dos problemas futuros da América e do mundo ocidental quanto por seus afiados insights sobre a América tal qual era no tempo de Andrew Jackson [2].
Ele próprio um aristocrata, Tocqueville via na democracia uma tendência do futuro. Ele notou que o sol dos monarcas absolutos e das nobrezas privilegiadas estava se pondo. O prospecto do triunfo da democracia não lhe inspirava nem entusiasmo desqualificado, nem fanática repulsa. Pois a democracia, como ele a via, seria boa ou ruim na medida em que oferecesse salvaguardas necessárias à liberdade individual. Em um tempo quando a maior parte dos membros de sua classe se referiam à democracia como anarquia iminente e a queda de toda autoridade legítima, Tocqueville anteviu que o real perigo a ser antecipado por um governo democrático não era excesso de fraqueza, mas de força, capacidade de esmagar, dobrar ou enfraquecer a vontade de liberdade do indivíduo. Pertence a Alexis de Tocqueville o crédito, em uma era de monarquia hereditária e economia laissez-faire, de apreender a possibilidade do Estado totalitário e da sociedade de bem-estar. Era no colapso ou desaparecimento das formas tradicionais de autoridade sem a ascensão de sociedades livres solidamente alicerçadas que se encontram as principais causas do surgimento de Lenins e Stalins, Hitleres e Mussolinis. Eis a premonição de Tocqueville sobre esse perigo:
Em nossos dias, quando todas as posições são mais e mais confundidas, quando o indivíduo desaparece na multidão, e se perde facilmente em meio a uma obscuridade comum, quando a honra da monarquia quase perdeu seu império sem ser sucedida pela virtude pública, e quando nada permite ao homem ascender a si mesmo, quem poderá dizer a que ponto as exigências do poder e a servidão da fraqueza interromper-se-ão? [...]
Os anais da França não fornecem nada análogo à condição em que esse país pode ser lançado. Mas isso pode ser melhor assimilado aos tempos antigos, e àquelas hediondas eras de opressão romana, quando os costumes do povo foram corrompidos, suas tradições obliteradas, seus hábitos destruídos, suas opiniões estremecidas, e a liberdade, expulsa das leis, não pôde encontrar refúgio na terra; quando nada protegia os cidadãos e os cidadãos não mais se protegiam a si mesmos; quando a natureza humana era o esporte do homem, e príncipes exauriam a clemência dos Céus antes de esgotar a paciência de seus subalternos. [3]
Não é essa uma excelente previsão da condição dos russos sob Stalin, dos alemães sob Hitler, quando a tirania do ditador plebeu chegou a maiores proporções do que a dos mais reis e imperadores mais opressores, ainda sujeitos a alguma limitação da religião e da opinião pública, que governaram no passado?
Em uma de suas passagens mais eloqüentes e prescientes, Tocqueville imagina o povo sendo seduzido, não coagido, a abandonar o exercício de seus direitos de livre vontade e livre julgamento. Levantando a questão de como o despotismo pode aparecer em um mundo sob novas formas, ele enxerga uma vasta multidão, igual em status e alienada, cada um concentrado na busca por pequenos prazeres. Então, avançando até um crescendo de visão profética, escreve:
Acima da raça humana paira um poder imenso e tutelar, que toma apenas para si o poder de assegurar suas gratificações e cuidar de seu destino. Esse poder é absoluto, ágil, regular, providente e gentil. Seria como a autoridade de um pai se, como essa autoridade, seu objeto fosse preparar os homens para a maturidade; mas ele procura, ao contrário, mantê-los em infância perpétua. É bem esperado que o povo deva alegrar-se, tendo em vista que não pensam em nada além de se alegrar. Por sua felicidade tal governo trabalha de bom grado, mas ele escolhe ser o único agente e árbitro dessa felicidade. Ele provê sua segurança, prevê e supre suas necessidades, facilita seus prazeres, dirige sua indústria, regula a derivação de propriedade e subdivide suas heranças – o que resta além de livrá-los da preocupação de pensar e do problema de viver?
A vontade do homem não é quebrada, mas enfraquecida, dobrada e guiada; os homens raramente são forçados a agir, mas são constantemente restringidos de fazê-lo. Tal poder não destrói, mas previne a existência. Ele não tiraniza, mas comprime, enerva, extingue e estupidifica um povo, até que cada nação seja reduzida a ser nada mais que um rebanho de tímidos e diligentes animais, dos quais o governo é o pastor.
Sempre imaginei que a servidão do tipo regular, quieto e gentil que acabei de descrever poderia ser combinada mais facilmente do que se imagina com algumas das formas externas de liberdade; e que isso pode até mesmo se estabelecer sob as asas da soberania do povo. [4]
Quando Tocqueville escreveu seu trabalho clássico, Londres e Paris, ao observador comum, pareciam mais próximas do eixo da política mundial do que Washington e São Petersburgo. Os Estados Unidos, sob a Doutrina Monroe [5], renunciaram a quaisquer preocupações com rixas e alianças européias enquanto punham um sinal de “Não Ultrapasse” (sem marinha alguma como apoio) no continente americano contra as possíveis intenções predatórias dos poderes colonialistas europeus. A jovem República escassamente figurava nos cálculos diplomáticos e militares da Europa.
Quanto à Rússia, era um grande poder que compartilhou com a Inglaterra a façanha da queda de Napoleão. Mas era apenas um de tais poderes, sendo os outros a Grã-Bretanha, França, Prússia e Áustria. Fora do mainstream da cultura européia, o Império dos Czares não era considerado uma ameaça que justificasse uma aliança geral dos outros poderes europeus com o propósito de impor limites a seus desígnios agressivos. Vinte anos depois, a Grã-Bretanha e a França estavam para lançar uma invasão à Rússia pela península da Criméia, um empreendimento que seria fantasticamente inimaginável para esses dois poderes hoje. Mas Tocqueville falou o que é talvez sua profecia mais conhecida, e aquela que foi mais conspicuamente defendida depois da Segunda Guerra Mundial:
Há, no tempo presente, duas grandes nações no mundo que parecem tender ao mesmo fim, ainda que tenham começado em pontos diferentes. Aludo aos russos e aos americanos. Ambos têm crescido sem se fazer notar e, enquanto a atenção da humanidade estava direcionada para outros lugares, eles assumiram subitamente um lugar mais proeminente dentre as nações; e o mundo conheceu sua existência e sua grandeza quase ao mesmo tempo.
Todas as outras nações parecem ter alcançado seus limites naturais, e apenas para custearem a manutenção de seus poderes; mas essas ainda estão a crescer. Todas as outras pararam, ou continuam a avançar com extrema dificuldade; essas estão procedendo com facilidade e celeridade através de um caminho no qual o olho humano não pode enxergar fim. Os americanos lutam contra os obstáculos naturais que se lhes opõem; os adversários dos russos são os homens. Aqueles combatem a natureza e a vida selvagem; estes, a civilização, com todas as suas armas e artes; as conquistas de um são, portanto, ganhas pelo fio do arado; do outro, pelo da espada.
O anglo-americano se firma no interesse pessoal para conquistar seus fins, e confere livre alcance para os esforços não-guiados e o senso-comum dos cidadãos; o russo centra toda a autoridade da sociedade num único braço; o principal instrumento daquele é a liberdade, e deste, a servidão. Seus pontos de partida são distintos e seus cursos não são os mesmos; todavia, cada um deles parece ter sido marcado pela vontade dos céus para guiar os destinos de metade do globo. [6]
Essa chocante profecia segue duas outras observações judiciosas: que chegará um tempo quando 150 milhões de homens viverão na América do Norte e que produtos de intercâmbio intelectual unirão os mais remotos rincões da terra. Há pouca diferença, Tocqueville sugere, entre os europeus e seus descendentes no Novo Mundo do que havia entre certas cidades, separadas apenas por um rio, no século XIII. Desde aquele tempo, o cabo transatlântico, o avião, o rádio e a televisão, a comunicação via satélite têm acelerado fortemente esse processo de comunicação estreita entre os povos do mundo, sem, infelizmente, fazer com que seus governos sejam mais amigáveis.
A antecipação de Tocqueville sobre a futura estatura americana como uma potência mundial cresce naturalmente de um processo que ele viu em primeira mão, a construção de um continente por uma população pioneira. O que o levou a esse insight sobre a Rússia, o futuro parceiro dos Estados Unidos na dominação mundial, não está tão claro. Talvez ele tenha sido um geopolítico prematuro, reconhecendo que os enormes espaços da Rússia criavam oportunidades para uma população em crescimento que faltavam às terras quase totalmente ocupadas da Europa ocidental. De qualquer modo, mais de um século antes de Yalta e Potsdam [7], esse cientista político francês ofereceu uma sólida imagem de um mundo orientado a América e Rússia, o tipo de previsão que raramente se cumpre mais de um século depois de ter sido feita. Tocqueville também percebeu o contraste ideológico entre os sistemas russo e “anglo-americano” ao notar que o instrumento de um é a servidão, e do outro, liberdade.
À época da visita de Tocqueville, a renda per capita era desconhecida nos Estados Unidos e a taxação, em geral, leve, comparada com o que hoje é tido por certo. Ele aponta que o alto escalão do governo era frugalmente pago, de acordo com padrões europeus, mas que “enormes somas são gastas para fazer face às exigências ou para facilitar as satisfações do povo”. Ele prevê o estado vindouro das coisas na América, e registra outra de suas profecias estranhamente precisas sobre o que as futuras gerações poderiam esperar, quando escreve:
Quando os pobres dirigem os assuntos públicos e o emprego de recursos naturais, parece certo que, à medida que lucram com os gastos do estado, ficam aptos a aumentarem esse gasto.
Eu concluo, portanto, [...] que o governo democrático dos americanos não é um governo barato, como é normalmente dito. E eu não hesito em prever que, se o povo dos Estados Unidos se envolver em sérias dificuldades, sua taxação vai aumentar rapidamente ao mesmo ponto que prevalece na maior parte das aristocracias e monarquias da Europa. [8]
Teria sido impossível para qualquer um no início do século XIX prever a natureza precisa das “sérias dificuldades” nas quais o povo americano se envolveu no século XX, duas guerras mundiais e uma grande depressão, mais uma situação entre guerra e paz ao fim da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, a previsão mantém-se profundamente correta, fortificada pela astuta observação de que, como um resultado do sufrágio universal, com mais votos à disposição dos pobres do que dos abastados, a taxação deverá assumir um caráter cada vez mais nivelador. O que, é claro, foi exatamente o que aconteceu.
Analisando as novas instituições da jovem república americana, Tocqueville concedeu importância crucial à Suprema Corte [9]. A paz, a prosperidade e a própria existência da União, ele acredita, encontram-se nas mãos de seus juízes. O presidente, que exerce um poder limitado (aqui, para ficar claro, ele talvez tenha ignorado o imenso poder inespecífico do Chefe Executivo como comandante-em-chefe), pode errar sem causar maiores problemas ao Estado. O Congresso pode decidir equivocadamente sem destruir a União, pois o Congresso está sujeito a mudança por ação dos eleitores. Mas, ele continua, “se a Suprema Corte for composta de homens imprudentes ou maus cidadãos, a União pode ser lançada na anarquia ou na guerra civil”.
Decisões recentes da Corte em assuntos tais como integração escolar, redefinição compulsória dos distritos legislativos e outras matérias, indica a possibilidade de que este corpo, quando composto por juízes inclinados a decretar o que julgam como reforma ao invés de interpretar estritamente a Constituição, possa tender, talvez inconscientemente, a assumir as funções do que o juiz Learned Hand [10] referiu como a terceira câmara legislativa, ou guardiães platônicos.
Tocqueville, ainda que não fosse um opositor da democracia em princípio e tivesse sido impressionado favoravelmente por muito do que viu nos Estados Unidos (especialmente pela tendência, arrefecida em tempos modernos, do cidadão em depender de si mesmo, ou do esforço cooperativo, e não do governo central, na condução de empreendimentos econômicos), não acreditava que a democracia estava bem qualificada para a condução de relações exteriores.
Política externa demanda escassamente quaisquer das qualidades pertencentes à democracia; e requer, ao contrário, o perfeito uso de quase todas as faculdades nas quais [a democracia] é deficiente. [...] Uma democracia é incapaz de regular os detalhes de um acordo importante, de perseverar em um intento, e de trabalhar em sua execução na presença de obstáculos sérios. Ela não pode combinar suas medidas com sigilo, e não irá esperar pacientemente por suas conseqüências. [11]
O contraste entre sucesso militar e falha política em duas guerras mundiais parece confirmar a justeza dos comentários de Tocqueville sobre a inabilidade de uma democracia em conduzir política externa com sabedoria, presciência e discrição. Quinze anos antes de os Estados Unidos lançarem-se entusiasticamente na cruzada de Woodrow Wilson [12] para “fazer o mundo seguro para a democracia”, o americano médio teria encontrado dificuldades consideráveis em definir o que foi alcançado por esse abandono grosseiro do princípio da Doutrina Monroe de que, enquanto as potências européias mantivessem suas mãos longe do continente americano, os Estados Unidos se recusariam a envolver-se nas querelas e alianças da Europa.
Obviamente, o mundo não se tornou mais seguro para a democracia; o comunismo e o fascismo foram as forças emergentes após a guerra. Os Catorze Pontos de Wilson, tomados como pré-requisitos para uma paz justa, foram tão deturpados e repudiados nos acordos pós-guerra que uma ácida piada européia representava Wilson recebendo o Prêmio Nobel de matemática – por ter feito catorze ser igual a zero.
Tecnicamente, a guerra estourou porque a guerra de submarinos alemã causou a perda de vidas americanas (quase todas no afundamento de navios aliados), ameaçou o comércio americano com a Grã-Bretanha e a França, e a segurança dos empréstimos privados a esses governos beligerantes. Mas nos anos 1930, o povo americano estava tão farto com o decepcionante resultado de sua cruzada que estava pronto e ansioso por aprovar uma legislação renunciando antecipadamente aos supostos direitos que serviram de pretexto para o envolvimento na Primeira Guerra Mundial.
Nem a subseqüente Segunda Guerra Mundial foi um testemunho convincente da habilidade democrática em fazer política externa sábia, consistente e efetivamente. Os ideais positivos desse conflito, expostos na Carta do Atlântico, foram impiedosamente pisoteados de forma ainda mais flagrante e brutal do que os Catorze Pontos de Wilson. A política externa de Roosevelt, até onde possuísse algum caráter coerente, baseava-se na assunção de que Alemanha e Japão deveriam ser despidos de todo seu poder político e militar.
Isso teria feito sentido apenas na hipótese de a União Soviética não possuir planos agressivos contra o vácuo que foi criado na Europa e na Ásia pela eliminação da Alemanha e do Japão. Mas tal hipótese era um tanto despropositada em face do histórico da Rússia como um poder expansionista no passado, agravado pela ambição ilimitada do comunismo como uma fé revolucionária mundial. Igualmente absurda e inoperante era a concepção da máquina de manutenção de paz das Nações Unidas, que só seria possível se houvesse uma estreita comunhão de interesses entre Washington e Moscou.
O postulado de Tocqueville acerca da inépcia da democracia em relações exteriores foi fortalecido por um desenvolvimento que ele notou, mas cuja visão completa não pôde conceber: as potencialidades da propaganda de guerra dos modernos meios de comunicação. Foi a ausência, no passado, de uma propaganda de guerra organizada que tornou mais fácil para os diplomatas no Congresso de Viena [13] trabalharem em um acordo de paz relativamente razoável, um acordo que não contivesse as sementes de guerras futuras.
Tocqueville previu, como duas conseqüências negativas da democracia, materialismo excessivo e um novo tipo de tirania, a opressão da maioria. Em uma de suas passagens mais brilhantes, ele descreve o incansável instinto acumulativo que encontrou nos Estados Unidos e que o impressionou mais fortemente por ser ele cidadão de um país em que as raízes ancestrais são normalmente profundas:
Um nativo dos Estados Unidos atém-se aos bens do mundo como se estivesse certo de que nunca morrerá; e ele é tão ávido por obter tudo em seu alcance que alguém poderia supor que está constantemente temeroso de não viver o bastante para aproveitar. Ele agarra tudo, não solta com facilidade, mas logo arrefece a força para obter frescas gratificações.
Nos Estados Unidos, um homem constrói uma casa para passar seus últimos anos, e a vende antes que o teto esteja pronto; ele cultiva um jardim e o deixa justo quando as árvores estão começando a crescer; ele começa a cultivar um campo e deixa a outros homens a colheita. Ele abraça uma profissão e abre mão dela. Ele se firma em um canto, do qual ele logo se vai, carregando seus pertences mutáveis para outro lugar. [...] A Morte o leva no fim, mas depois que ele está cansado da fútil perseguição àquela felicidade completa que está sempre em trânsito. [14]
Ainda mais profundamente reflexivo, e profético, é seu medo da tirania da maioria que é latente em uma democracia sem freios e contrapesos. A especial tendência nos Estados Unidos no século XX de dispensar essas medidas, eleição indireta de senadores, por exemplo, e permissão de fatores não relacionados com proporcionalidade aritmética em legislaturas estaduais, e abolição de testes de leitura para eleitores, confere uma qualidade especialmente atual às reflexões de Tocqueville nesse assunto:
Eu não poderia jamais investir voluntariamente qualquer número de concidadãos com essa autoridade ilimitada que eu recusaria a qualquer um deles. [...] Eu sou da opinião de que um poder social deve sempre ser feito para predominar sobre os outros; mas creio que a liberdade é ameaçada quando esse poder não é controlado por nenhum obstáculo que possa retardar seu curso e forçá-lo a moderar sua própria veemência.
Nenhum poder sobre a terra é tão digno de honra por si mesmo, ou de obediência reverente aos direitos que representa, que eu consentiria em admitir sua autoridade sem controle e toda-poderosa. Quando vejo que o direito e os meios de comando absoluto são conferidos a um povo ou sobre um rei, sobre uma aristocracia ou uma democracia, uma monarquia ou uma república, eu reconheço o gérmen da tirania, e me afasto rumo a uma terra de instituições mais esperançosas. [15]
Tanto o fascismo, agora obsoleto na teoria e na prática, quanto a tirania mais perene do comunismo são perversões da democracia. Ambos esses sistemas alcançam o poder pelo abuso da liberdade de expressão, imprensa e propaganda que, uma vez no poder, negam a todos os seus opositores. Seria impossível dizer com precisão que proporção dos russos aprovou o golpe bolchevique de novembro de 1917, ou quantos italianos simpatizaram com a Marcha sobre Roma de Mussolini, ou qual porcentagem de alemães corroboravam a sede de poder de Hitler. O que é certo é que nem russos, nem italianos, nem alemães tiveram nada a dizer sobre seus próprios destinos depois que as três ditaduras se estabeleceram.
Mesmo quando não há possibilidade de se criar um estado totalitário absoluto, é sinal de perigo quando uma democracia começa a desgastar os freios do funcionamento de seu poder governamental. É um dos muitos méritos de Tocqueville, como um pensador profundo e profético, ter reconhecido esse sinal de perigo num tempo em que a democracia era, no geral, um prospecto do futuro.
Na época da Segunda Guerra Mundial, houve uma obsessão, sobretudo na França, com as previsões rimadas de um astrólogo francês do século XVI chamado Nostradamus. As pessoas diziam ver em suas profecias ambíguas das coisas por vir referências precisas sobre o que estava acontecendo na Europa quatro séculos depois. A dificuldade com essa teoria era que as sentenças obscuras de Nostradamus poderiam ser interpretadas de diversas maneiras. Há muito ele saiu de moda.
Mas a alegação de que Alexis de Tocqueville pode ser considerado um grande profeta reside em um alicerce muito mais sólido. Lord Acton [16] disse a seu respeito: “Ele é sempre certo, sempre sábio e tão justo quanto Aristides [17].”[18]
O número alarmante de previsões suas que se tornaram realidade não é resultado de acidente, sortuda adivinhação ou intuição inspirada. É uma conseqüência natural de uma mente poderosa e criativa, ampliada por vasta erudição e um entendimento sensível da natureza do homem e da sociedade, projetando as lições do passado e do presente para iluminar o futuro. Sua “Democracia na América” é um dos poucos Grandes Livros verdadeiros, uma obra para ser lida e relida com renovada apreciação de seus insights e visões.
Notas:
[1] Alexis-Charles-Henri Clérel de Tocqueville (1805 – 1859) foi um historiador, pensador político e aristocrata francês. (Nota do Tradutor)
[2] Andrew Jackson (1767 – 1845) foi o sétimo presidente dos Estados Unidos da América, ocupando o cargo de 1829 a 1837. (N. T.)
[3] “Democracia na América” (Oxford University Press, 1947), pp. 218, 219. (Nota do Autor)
[4] Ibid., pp. 489-91. (N. A.)
[5] A chamada Doutrina Monroe, posta em prática pelo presidente norte-americano James Monroe (1758 – 1831), era baseada em três pontos: não-criação de colônias no continente americano; não-intervenção nos assuntos internos de países do continente; não-intervenção em conflitos dos países europeus. A expressão “América para os americanos” foi cunhada pela Doutrina Monroe. (N. T.)
[6] “Democracia na América”, pp. 242, 243. (N. A.)
[7] A Conferência de Yalta (4 a 11 de fevereiro de 1945) e a Conferência de Potsdam (entre 17 de julho e 2 de agosto de 1945) foram duas de três reuniões entre os líderes dos países Aliados (EUA, Grã-Bretanha e URSS) para a definição dos rumos finais da Segunda Guerra Mundial. A primeira dessas reuniões foi a Conferência de Teerã (28 de novembro a 1º de dezembro de 1943). (N. T.)
[8] “Democracia na América”, p. 135. (N. A.)
[9] Ibid., pp. 86, 87. (N. A.)
[10] Billings Learned Hand (1872 –1961) foi um juiz e filósofo do direito dos EUA. É um dos mais importantes juristas daquele país. (N. T.)
[11] “Democracia na América”, p. 138. (N. A.)
[12] Thomas Woodrow Wilson (1856 –1924) foi o 28º presidente dos Estados Unidos, ocupando o cargo de 1913 a 1921. Alguns especialistas em história americana, como Jonah Goldberg, consideram-no o primeiro líder fascista de fato do século XX (Cf. “Fascismo de Esquerda”, Jonah Goldberg, Ed. Record). (N. T.)
[13] O Congresso de Viena foi uma conferência realizada entre embaixadores das potências européias para a solução de diversos problemas de ordem política e militar do continente, como as Guerras Napoleônicas e a dissolução do Sacro Império Romano. Ocorreu entre setembro de 1814 e junho de 1815. (N. T.)
[14] “Democracia na América”, pp. 344, 345. (N. A.)
[15] Ibid., pp. 161, 162. (N. A.)
[16] John Emerich Edward Dalberg-Acton, 1º Barão de Acton (1834 – 1902), conhecido simplesmente como Lord Acton, foi um político, escritor e historiador inglês. É autor da famosa frase: “o poder tende a corromper; o poder absoluto corrompe absolutamente.” (N. T.)
[17] Aristides, o Justo, (535 – 468 a.C.), foi um estadista ateniense. (N. T.)
[18] Lord Acton, “Lectures on the French Revolution”, p. 357. (N. A.)
William Henry Chamberlin (1897 – 1969), jornalista e historiador americano, foi editor-assistente do jornal The Wall Street Journal e autor de diversos livros, como “The Russian Revolution: 1917-1921” (1935) e “Collectivism: A False Utopia” (1937, disponível na íntegra.
Publicado na revista Modern Age, nº 10, vol. 1 – Inverno 1965-1966.
Tradução: Felipe Melo
Escrito por William Henry Chamberlin, 25 Janeiro 2012
O número alarmante de previsões suas que se tornaram realidade não é resultado de acidente, sortuda adivinhação ou intuição inspirada. É uma conseqüência natural de uma mente poderosa e criativa, ampliada por vasta erudição e um entendimento sensível da natureza do homem e da sociedade, projetando as lições do passado e do presente para iluminar o futuro.
O dom de prever em um século o formato político, econômico e social do século seguinte é dado com bastante frugalidade. Todavia, uma gritante exceção a essa regra é Alexis de Tocqueville [1], o cientista político francês liberal-conservador. Sua “Democracia na América”, publicada após uma longa viagem pelos Estados Unidos nos anos 1830, é importante tanto por sua visão presciente sobre alguns dos problemas futuros da América e do mundo ocidental quanto por seus afiados insights sobre a América tal qual era no tempo de Andrew Jackson [2].
Ele próprio um aristocrata, Tocqueville via na democracia uma tendência do futuro. Ele notou que o sol dos monarcas absolutos e das nobrezas privilegiadas estava se pondo. O prospecto do triunfo da democracia não lhe inspirava nem entusiasmo desqualificado, nem fanática repulsa. Pois a democracia, como ele a via, seria boa ou ruim na medida em que oferecesse salvaguardas necessárias à liberdade individual. Em um tempo quando a maior parte dos membros de sua classe se referiam à democracia como anarquia iminente e a queda de toda autoridade legítima, Tocqueville anteviu que o real perigo a ser antecipado por um governo democrático não era excesso de fraqueza, mas de força, capacidade de esmagar, dobrar ou enfraquecer a vontade de liberdade do indivíduo. Pertence a Alexis de Tocqueville o crédito, em uma era de monarquia hereditária e economia laissez-faire, de apreender a possibilidade do Estado totalitário e da sociedade de bem-estar. Era no colapso ou desaparecimento das formas tradicionais de autoridade sem a ascensão de sociedades livres solidamente alicerçadas que se encontram as principais causas do surgimento de Lenins e Stalins, Hitleres e Mussolinis. Eis a premonição de Tocqueville sobre esse perigo:
Em nossos dias, quando todas as posições são mais e mais confundidas, quando o indivíduo desaparece na multidão, e se perde facilmente em meio a uma obscuridade comum, quando a honra da monarquia quase perdeu seu império sem ser sucedida pela virtude pública, e quando nada permite ao homem ascender a si mesmo, quem poderá dizer a que ponto as exigências do poder e a servidão da fraqueza interromper-se-ão? [...]
Os anais da França não fornecem nada análogo à condição em que esse país pode ser lançado. Mas isso pode ser melhor assimilado aos tempos antigos, e àquelas hediondas eras de opressão romana, quando os costumes do povo foram corrompidos, suas tradições obliteradas, seus hábitos destruídos, suas opiniões estremecidas, e a liberdade, expulsa das leis, não pôde encontrar refúgio na terra; quando nada protegia os cidadãos e os cidadãos não mais se protegiam a si mesmos; quando a natureza humana era o esporte do homem, e príncipes exauriam a clemência dos Céus antes de esgotar a paciência de seus subalternos. [3]
Não é essa uma excelente previsão da condição dos russos sob Stalin, dos alemães sob Hitler, quando a tirania do ditador plebeu chegou a maiores proporções do que a dos mais reis e imperadores mais opressores, ainda sujeitos a alguma limitação da religião e da opinião pública, que governaram no passado?
Em uma de suas passagens mais eloqüentes e prescientes, Tocqueville imagina o povo sendo seduzido, não coagido, a abandonar o exercício de seus direitos de livre vontade e livre julgamento. Levantando a questão de como o despotismo pode aparecer em um mundo sob novas formas, ele enxerga uma vasta multidão, igual em status e alienada, cada um concentrado na busca por pequenos prazeres. Então, avançando até um crescendo de visão profética, escreve:
Acima da raça humana paira um poder imenso e tutelar, que toma apenas para si o poder de assegurar suas gratificações e cuidar de seu destino. Esse poder é absoluto, ágil, regular, providente e gentil. Seria como a autoridade de um pai se, como essa autoridade, seu objeto fosse preparar os homens para a maturidade; mas ele procura, ao contrário, mantê-los em infância perpétua. É bem esperado que o povo deva alegrar-se, tendo em vista que não pensam em nada além de se alegrar. Por sua felicidade tal governo trabalha de bom grado, mas ele escolhe ser o único agente e árbitro dessa felicidade. Ele provê sua segurança, prevê e supre suas necessidades, facilita seus prazeres, dirige sua indústria, regula a derivação de propriedade e subdivide suas heranças – o que resta além de livrá-los da preocupação de pensar e do problema de viver?
A vontade do homem não é quebrada, mas enfraquecida, dobrada e guiada; os homens raramente são forçados a agir, mas são constantemente restringidos de fazê-lo. Tal poder não destrói, mas previne a existência. Ele não tiraniza, mas comprime, enerva, extingue e estupidifica um povo, até que cada nação seja reduzida a ser nada mais que um rebanho de tímidos e diligentes animais, dos quais o governo é o pastor.
Sempre imaginei que a servidão do tipo regular, quieto e gentil que acabei de descrever poderia ser combinada mais facilmente do que se imagina com algumas das formas externas de liberdade; e que isso pode até mesmo se estabelecer sob as asas da soberania do povo. [4]
Quando Tocqueville escreveu seu trabalho clássico, Londres e Paris, ao observador comum, pareciam mais próximas do eixo da política mundial do que Washington e São Petersburgo. Os Estados Unidos, sob a Doutrina Monroe [5], renunciaram a quaisquer preocupações com rixas e alianças européias enquanto punham um sinal de “Não Ultrapasse” (sem marinha alguma como apoio) no continente americano contra as possíveis intenções predatórias dos poderes colonialistas europeus. A jovem República escassamente figurava nos cálculos diplomáticos e militares da Europa.
Quanto à Rússia, era um grande poder que compartilhou com a Inglaterra a façanha da queda de Napoleão. Mas era apenas um de tais poderes, sendo os outros a Grã-Bretanha, França, Prússia e Áustria. Fora do mainstream da cultura européia, o Império dos Czares não era considerado uma ameaça que justificasse uma aliança geral dos outros poderes europeus com o propósito de impor limites a seus desígnios agressivos. Vinte anos depois, a Grã-Bretanha e a França estavam para lançar uma invasão à Rússia pela península da Criméia, um empreendimento que seria fantasticamente inimaginável para esses dois poderes hoje. Mas Tocqueville falou o que é talvez sua profecia mais conhecida, e aquela que foi mais conspicuamente defendida depois da Segunda Guerra Mundial:
Há, no tempo presente, duas grandes nações no mundo que parecem tender ao mesmo fim, ainda que tenham começado em pontos diferentes. Aludo aos russos e aos americanos. Ambos têm crescido sem se fazer notar e, enquanto a atenção da humanidade estava direcionada para outros lugares, eles assumiram subitamente um lugar mais proeminente dentre as nações; e o mundo conheceu sua existência e sua grandeza quase ao mesmo tempo.
Todas as outras nações parecem ter alcançado seus limites naturais, e apenas para custearem a manutenção de seus poderes; mas essas ainda estão a crescer. Todas as outras pararam, ou continuam a avançar com extrema dificuldade; essas estão procedendo com facilidade e celeridade através de um caminho no qual o olho humano não pode enxergar fim. Os americanos lutam contra os obstáculos naturais que se lhes opõem; os adversários dos russos são os homens. Aqueles combatem a natureza e a vida selvagem; estes, a civilização, com todas as suas armas e artes; as conquistas de um são, portanto, ganhas pelo fio do arado; do outro, pelo da espada.
O anglo-americano se firma no interesse pessoal para conquistar seus fins, e confere livre alcance para os esforços não-guiados e o senso-comum dos cidadãos; o russo centra toda a autoridade da sociedade num único braço; o principal instrumento daquele é a liberdade, e deste, a servidão. Seus pontos de partida são distintos e seus cursos não são os mesmos; todavia, cada um deles parece ter sido marcado pela vontade dos céus para guiar os destinos de metade do globo. [6]
Essa chocante profecia segue duas outras observações judiciosas: que chegará um tempo quando 150 milhões de homens viverão na América do Norte e que produtos de intercâmbio intelectual unirão os mais remotos rincões da terra. Há pouca diferença, Tocqueville sugere, entre os europeus e seus descendentes no Novo Mundo do que havia entre certas cidades, separadas apenas por um rio, no século XIII. Desde aquele tempo, o cabo transatlântico, o avião, o rádio e a televisão, a comunicação via satélite têm acelerado fortemente esse processo de comunicação estreita entre os povos do mundo, sem, infelizmente, fazer com que seus governos sejam mais amigáveis.
A antecipação de Tocqueville sobre a futura estatura americana como uma potência mundial cresce naturalmente de um processo que ele viu em primeira mão, a construção de um continente por uma população pioneira. O que o levou a esse insight sobre a Rússia, o futuro parceiro dos Estados Unidos na dominação mundial, não está tão claro. Talvez ele tenha sido um geopolítico prematuro, reconhecendo que os enormes espaços da Rússia criavam oportunidades para uma população em crescimento que faltavam às terras quase totalmente ocupadas da Europa ocidental. De qualquer modo, mais de um século antes de Yalta e Potsdam [7], esse cientista político francês ofereceu uma sólida imagem de um mundo orientado a América e Rússia, o tipo de previsão que raramente se cumpre mais de um século depois de ter sido feita. Tocqueville também percebeu o contraste ideológico entre os sistemas russo e “anglo-americano” ao notar que o instrumento de um é a servidão, e do outro, liberdade.
À época da visita de Tocqueville, a renda per capita era desconhecida nos Estados Unidos e a taxação, em geral, leve, comparada com o que hoje é tido por certo. Ele aponta que o alto escalão do governo era frugalmente pago, de acordo com padrões europeus, mas que “enormes somas são gastas para fazer face às exigências ou para facilitar as satisfações do povo”. Ele prevê o estado vindouro das coisas na América, e registra outra de suas profecias estranhamente precisas sobre o que as futuras gerações poderiam esperar, quando escreve:
Quando os pobres dirigem os assuntos públicos e o emprego de recursos naturais, parece certo que, à medida que lucram com os gastos do estado, ficam aptos a aumentarem esse gasto.
Eu concluo, portanto, [...] que o governo democrático dos americanos não é um governo barato, como é normalmente dito. E eu não hesito em prever que, se o povo dos Estados Unidos se envolver em sérias dificuldades, sua taxação vai aumentar rapidamente ao mesmo ponto que prevalece na maior parte das aristocracias e monarquias da Europa. [8]
Teria sido impossível para qualquer um no início do século XIX prever a natureza precisa das “sérias dificuldades” nas quais o povo americano se envolveu no século XX, duas guerras mundiais e uma grande depressão, mais uma situação entre guerra e paz ao fim da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, a previsão mantém-se profundamente correta, fortificada pela astuta observação de que, como um resultado do sufrágio universal, com mais votos à disposição dos pobres do que dos abastados, a taxação deverá assumir um caráter cada vez mais nivelador. O que, é claro, foi exatamente o que aconteceu.
Analisando as novas instituições da jovem república americana, Tocqueville concedeu importância crucial à Suprema Corte [9]. A paz, a prosperidade e a própria existência da União, ele acredita, encontram-se nas mãos de seus juízes. O presidente, que exerce um poder limitado (aqui, para ficar claro, ele talvez tenha ignorado o imenso poder inespecífico do Chefe Executivo como comandante-em-chefe), pode errar sem causar maiores problemas ao Estado. O Congresso pode decidir equivocadamente sem destruir a União, pois o Congresso está sujeito a mudança por ação dos eleitores. Mas, ele continua, “se a Suprema Corte for composta de homens imprudentes ou maus cidadãos, a União pode ser lançada na anarquia ou na guerra civil”.
Decisões recentes da Corte em assuntos tais como integração escolar, redefinição compulsória dos distritos legislativos e outras matérias, indica a possibilidade de que este corpo, quando composto por juízes inclinados a decretar o que julgam como reforma ao invés de interpretar estritamente a Constituição, possa tender, talvez inconscientemente, a assumir as funções do que o juiz Learned Hand [10] referiu como a terceira câmara legislativa, ou guardiães platônicos.
Tocqueville, ainda que não fosse um opositor da democracia em princípio e tivesse sido impressionado favoravelmente por muito do que viu nos Estados Unidos (especialmente pela tendência, arrefecida em tempos modernos, do cidadão em depender de si mesmo, ou do esforço cooperativo, e não do governo central, na condução de empreendimentos econômicos), não acreditava que a democracia estava bem qualificada para a condução de relações exteriores.
Política externa demanda escassamente quaisquer das qualidades pertencentes à democracia; e requer, ao contrário, o perfeito uso de quase todas as faculdades nas quais [a democracia] é deficiente. [...] Uma democracia é incapaz de regular os detalhes de um acordo importante, de perseverar em um intento, e de trabalhar em sua execução na presença de obstáculos sérios. Ela não pode combinar suas medidas com sigilo, e não irá esperar pacientemente por suas conseqüências. [11]
O contraste entre sucesso militar e falha política em duas guerras mundiais parece confirmar a justeza dos comentários de Tocqueville sobre a inabilidade de uma democracia em conduzir política externa com sabedoria, presciência e discrição. Quinze anos antes de os Estados Unidos lançarem-se entusiasticamente na cruzada de Woodrow Wilson [12] para “fazer o mundo seguro para a democracia”, o americano médio teria encontrado dificuldades consideráveis em definir o que foi alcançado por esse abandono grosseiro do princípio da Doutrina Monroe de que, enquanto as potências européias mantivessem suas mãos longe do continente americano, os Estados Unidos se recusariam a envolver-se nas querelas e alianças da Europa.
Obviamente, o mundo não se tornou mais seguro para a democracia; o comunismo e o fascismo foram as forças emergentes após a guerra. Os Catorze Pontos de Wilson, tomados como pré-requisitos para uma paz justa, foram tão deturpados e repudiados nos acordos pós-guerra que uma ácida piada européia representava Wilson recebendo o Prêmio Nobel de matemática – por ter feito catorze ser igual a zero.
Tecnicamente, a guerra estourou porque a guerra de submarinos alemã causou a perda de vidas americanas (quase todas no afundamento de navios aliados), ameaçou o comércio americano com a Grã-Bretanha e a França, e a segurança dos empréstimos privados a esses governos beligerantes. Mas nos anos 1930, o povo americano estava tão farto com o decepcionante resultado de sua cruzada que estava pronto e ansioso por aprovar uma legislação renunciando antecipadamente aos supostos direitos que serviram de pretexto para o envolvimento na Primeira Guerra Mundial.
Nem a subseqüente Segunda Guerra Mundial foi um testemunho convincente da habilidade democrática em fazer política externa sábia, consistente e efetivamente. Os ideais positivos desse conflito, expostos na Carta do Atlântico, foram impiedosamente pisoteados de forma ainda mais flagrante e brutal do que os Catorze Pontos de Wilson. A política externa de Roosevelt, até onde possuísse algum caráter coerente, baseava-se na assunção de que Alemanha e Japão deveriam ser despidos de todo seu poder político e militar.
Isso teria feito sentido apenas na hipótese de a União Soviética não possuir planos agressivos contra o vácuo que foi criado na Europa e na Ásia pela eliminação da Alemanha e do Japão. Mas tal hipótese era um tanto despropositada em face do histórico da Rússia como um poder expansionista no passado, agravado pela ambição ilimitada do comunismo como uma fé revolucionária mundial. Igualmente absurda e inoperante era a concepção da máquina de manutenção de paz das Nações Unidas, que só seria possível se houvesse uma estreita comunhão de interesses entre Washington e Moscou.
O postulado de Tocqueville acerca da inépcia da democracia em relações exteriores foi fortalecido por um desenvolvimento que ele notou, mas cuja visão completa não pôde conceber: as potencialidades da propaganda de guerra dos modernos meios de comunicação. Foi a ausência, no passado, de uma propaganda de guerra organizada que tornou mais fácil para os diplomatas no Congresso de Viena [13] trabalharem em um acordo de paz relativamente razoável, um acordo que não contivesse as sementes de guerras futuras.
Tocqueville previu, como duas conseqüências negativas da democracia, materialismo excessivo e um novo tipo de tirania, a opressão da maioria. Em uma de suas passagens mais brilhantes, ele descreve o incansável instinto acumulativo que encontrou nos Estados Unidos e que o impressionou mais fortemente por ser ele cidadão de um país em que as raízes ancestrais são normalmente profundas:
Um nativo dos Estados Unidos atém-se aos bens do mundo como se estivesse certo de que nunca morrerá; e ele é tão ávido por obter tudo em seu alcance que alguém poderia supor que está constantemente temeroso de não viver o bastante para aproveitar. Ele agarra tudo, não solta com facilidade, mas logo arrefece a força para obter frescas gratificações.
Nos Estados Unidos, um homem constrói uma casa para passar seus últimos anos, e a vende antes que o teto esteja pronto; ele cultiva um jardim e o deixa justo quando as árvores estão começando a crescer; ele começa a cultivar um campo e deixa a outros homens a colheita. Ele abraça uma profissão e abre mão dela. Ele se firma em um canto, do qual ele logo se vai, carregando seus pertences mutáveis para outro lugar. [...] A Morte o leva no fim, mas depois que ele está cansado da fútil perseguição àquela felicidade completa que está sempre em trânsito. [14]
Ainda mais profundamente reflexivo, e profético, é seu medo da tirania da maioria que é latente em uma democracia sem freios e contrapesos. A especial tendência nos Estados Unidos no século XX de dispensar essas medidas, eleição indireta de senadores, por exemplo, e permissão de fatores não relacionados com proporcionalidade aritmética em legislaturas estaduais, e abolição de testes de leitura para eleitores, confere uma qualidade especialmente atual às reflexões de Tocqueville nesse assunto:
Eu não poderia jamais investir voluntariamente qualquer número de concidadãos com essa autoridade ilimitada que eu recusaria a qualquer um deles. [...] Eu sou da opinião de que um poder social deve sempre ser feito para predominar sobre os outros; mas creio que a liberdade é ameaçada quando esse poder não é controlado por nenhum obstáculo que possa retardar seu curso e forçá-lo a moderar sua própria veemência.
Nenhum poder sobre a terra é tão digno de honra por si mesmo, ou de obediência reverente aos direitos que representa, que eu consentiria em admitir sua autoridade sem controle e toda-poderosa. Quando vejo que o direito e os meios de comando absoluto são conferidos a um povo ou sobre um rei, sobre uma aristocracia ou uma democracia, uma monarquia ou uma república, eu reconheço o gérmen da tirania, e me afasto rumo a uma terra de instituições mais esperançosas. [15]
Tanto o fascismo, agora obsoleto na teoria e na prática, quanto a tirania mais perene do comunismo são perversões da democracia. Ambos esses sistemas alcançam o poder pelo abuso da liberdade de expressão, imprensa e propaganda que, uma vez no poder, negam a todos os seus opositores. Seria impossível dizer com precisão que proporção dos russos aprovou o golpe bolchevique de novembro de 1917, ou quantos italianos simpatizaram com a Marcha sobre Roma de Mussolini, ou qual porcentagem de alemães corroboravam a sede de poder de Hitler. O que é certo é que nem russos, nem italianos, nem alemães tiveram nada a dizer sobre seus próprios destinos depois que as três ditaduras se estabeleceram.
Mesmo quando não há possibilidade de se criar um estado totalitário absoluto, é sinal de perigo quando uma democracia começa a desgastar os freios do funcionamento de seu poder governamental. É um dos muitos méritos de Tocqueville, como um pensador profundo e profético, ter reconhecido esse sinal de perigo num tempo em que a democracia era, no geral, um prospecto do futuro.
Na época da Segunda Guerra Mundial, houve uma obsessão, sobretudo na França, com as previsões rimadas de um astrólogo francês do século XVI chamado Nostradamus. As pessoas diziam ver em suas profecias ambíguas das coisas por vir referências precisas sobre o que estava acontecendo na Europa quatro séculos depois. A dificuldade com essa teoria era que as sentenças obscuras de Nostradamus poderiam ser interpretadas de diversas maneiras. Há muito ele saiu de moda.
Mas a alegação de que Alexis de Tocqueville pode ser considerado um grande profeta reside em um alicerce muito mais sólido. Lord Acton [16] disse a seu respeito: “Ele é sempre certo, sempre sábio e tão justo quanto Aristides [17].”[18]
O número alarmante de previsões suas que se tornaram realidade não é resultado de acidente, sortuda adivinhação ou intuição inspirada. É uma conseqüência natural de uma mente poderosa e criativa, ampliada por vasta erudição e um entendimento sensível da natureza do homem e da sociedade, projetando as lições do passado e do presente para iluminar o futuro. Sua “Democracia na América” é um dos poucos Grandes Livros verdadeiros, uma obra para ser lida e relida com renovada apreciação de seus insights e visões.
Notas:
[1] Alexis-Charles-Henri Clérel de Tocqueville (1805 – 1859) foi um historiador, pensador político e aristocrata francês. (Nota do Tradutor)
[2] Andrew Jackson (1767 – 1845) foi o sétimo presidente dos Estados Unidos da América, ocupando o cargo de 1829 a 1837. (N. T.)
[3] “Democracia na América” (Oxford University Press, 1947), pp. 218, 219. (Nota do Autor)
[4] Ibid., pp. 489-91. (N. A.)
[5] A chamada Doutrina Monroe, posta em prática pelo presidente norte-americano James Monroe (1758 – 1831), era baseada em três pontos: não-criação de colônias no continente americano; não-intervenção nos assuntos internos de países do continente; não-intervenção em conflitos dos países europeus. A expressão “América para os americanos” foi cunhada pela Doutrina Monroe. (N. T.)
[6] “Democracia na América”, pp. 242, 243. (N. A.)
[7] A Conferência de Yalta (4 a 11 de fevereiro de 1945) e a Conferência de Potsdam (entre 17 de julho e 2 de agosto de 1945) foram duas de três reuniões entre os líderes dos países Aliados (EUA, Grã-Bretanha e URSS) para a definição dos rumos finais da Segunda Guerra Mundial. A primeira dessas reuniões foi a Conferência de Teerã (28 de novembro a 1º de dezembro de 1943). (N. T.)
[8] “Democracia na América”, p. 135. (N. A.)
[9] Ibid., pp. 86, 87. (N. A.)
[10] Billings Learned Hand (1872 –1961) foi um juiz e filósofo do direito dos EUA. É um dos mais importantes juristas daquele país. (N. T.)
[11] “Democracia na América”, p. 138. (N. A.)
[12] Thomas Woodrow Wilson (1856 –1924) foi o 28º presidente dos Estados Unidos, ocupando o cargo de 1913 a 1921. Alguns especialistas em história americana, como Jonah Goldberg, consideram-no o primeiro líder fascista de fato do século XX (Cf. “Fascismo de Esquerda”, Jonah Goldberg, Ed. Record). (N. T.)
[13] O Congresso de Viena foi uma conferência realizada entre embaixadores das potências européias para a solução de diversos problemas de ordem política e militar do continente, como as Guerras Napoleônicas e a dissolução do Sacro Império Romano. Ocorreu entre setembro de 1814 e junho de 1815. (N. T.)
[14] “Democracia na América”, pp. 344, 345. (N. A.)
[15] Ibid., pp. 161, 162. (N. A.)
[16] John Emerich Edward Dalberg-Acton, 1º Barão de Acton (1834 – 1902), conhecido simplesmente como Lord Acton, foi um político, escritor e historiador inglês. É autor da famosa frase: “o poder tende a corromper; o poder absoluto corrompe absolutamente.” (N. T.)
[17] Aristides, o Justo, (535 – 468 a.C.), foi um estadista ateniense. (N. T.)
[18] Lord Acton, “Lectures on the French Revolution”, p. 357. (N. A.)
William Henry Chamberlin (1897 – 1969), jornalista e historiador americano, foi editor-assistente do jornal The Wall Street Journal e autor de diversos livros, como “The Russian Revolution: 1917-1921” (1935) e “Collectivism: A False Utopia” (1937, disponível na íntegra.
Publicado na revista Modern Age, nº 10, vol. 1 – Inverno 1965-1966.
Tradução: Felipe Melo
APROXIMAÇÃO DO BRASIL AOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS MOSTRA SER COMERCIALMENTE PROVEITOSA
Vai bem o comércio brasileiro com a América Latina, obtendo crescentes superávits, e agora o governo da Venezuela planeja comprar novas aeronaves comerciais da Embraer, para expandir os serviços da estatal venezuelana de aviação, a Conviasa, segundo anunciou o próprio presidente Hugo Chávez.
Ele afirmou ter aprovado um plano para obter crédito junto ao governo brasileiro (leia-se, BNDES) e comprar até 20 aeronaves a um custo de US$ 814 milhões. Nada mal.
Por sua vez, a Colômbia deve comprar algumas unidades do cargueiro fabricado pela Embraer, o KC-390. Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Colômbia, Juan Carlos Pinzon Bueno, reuniram-se recentemente para estabelecer um cronograma de parcerias militares entre os dois paises – inclusive a participação da Colômbia na fabricação do KC-390.
Além do cargueiro KC-390, que é uma espécie de Hercules em versão moderna, os dois países estudam uma parceria na construção de um navio patrulha fluvial. A Colômbia quer ainda conhecer os projetos brasileiros de veículos aéreos não-tripulados, para estudar a compra futura.
Amorim anunciou também que o Brasil irá enviar integrantes do ministério à Colômbia em fevereiro para conhecer lanchas fluviais blindadas fabricadas no país vizinho. O Brasil estuda adquirir as lanchas para utilização no controle das fronteiras da região amazônica.
Na verdade, a política de integração da América do Sul, que começou a ser implantada no primeiro governo Lula, está dando bons resultados para o Brasil. De 2003 a 2010, as exportações brasileiras para a região aumentaram 350% (de US$ 18 bilhões para 63 bilhões) e o saldo comercial cresceu 450% (de US$ 2,5 bilhões para 11,3 bilhões).
No ano passado, 65% do saldo comercial brasileiro se deveram às exportações para a América Latina e Caribe, chegando a espantosos US$ 19,342 bilhões. Nada mal, mesmo.
Carlos Newton
25 de janeiro de 2012
Ele afirmou ter aprovado um plano para obter crédito junto ao governo brasileiro (leia-se, BNDES) e comprar até 20 aeronaves a um custo de US$ 814 milhões. Nada mal.
Por sua vez, a Colômbia deve comprar algumas unidades do cargueiro fabricado pela Embraer, o KC-390. Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Colômbia, Juan Carlos Pinzon Bueno, reuniram-se recentemente para estabelecer um cronograma de parcerias militares entre os dois paises – inclusive a participação da Colômbia na fabricação do KC-390.
Além do cargueiro KC-390, que é uma espécie de Hercules em versão moderna, os dois países estudam uma parceria na construção de um navio patrulha fluvial. A Colômbia quer ainda conhecer os projetos brasileiros de veículos aéreos não-tripulados, para estudar a compra futura.
Amorim anunciou também que o Brasil irá enviar integrantes do ministério à Colômbia em fevereiro para conhecer lanchas fluviais blindadas fabricadas no país vizinho. O Brasil estuda adquirir as lanchas para utilização no controle das fronteiras da região amazônica.
Na verdade, a política de integração da América do Sul, que começou a ser implantada no primeiro governo Lula, está dando bons resultados para o Brasil. De 2003 a 2010, as exportações brasileiras para a região aumentaram 350% (de US$ 18 bilhões para 63 bilhões) e o saldo comercial cresceu 450% (de US$ 2,5 bilhões para 11,3 bilhões).
No ano passado, 65% do saldo comercial brasileiro se deveram às exportações para a América Latina e Caribe, chegando a espantosos US$ 19,342 bilhões. Nada mal, mesmo.
Carlos Newton
25 de janeiro de 2012
BRASIL DESABA NO RANKING DA LIBERDADE DE IMPRENSA. MAIS UMA CONQUISTA DO PT E DA ESQUERDA BRASILEIRA
No domingo passado, um carro da Globo foi incendiado por militantes de esquerda insuflados por um assessor presidencial. Hoje um fotógrafo da Folha de São Paulo levou uma pedrada dos mesmos militantes de esquerda. E um repórter do Estadão foi agredido. A esquerda, ao contrário de outros países mais civilizados no trato da imprensa como o Haiti, Botswana e Moldávia, está no poder no Brasil. Imagina se não estivesse no governo.
Segundo ranking divulgado hoje pelos Repórteres Sem Fronteira, o Brasil ocupa a 99a. posição em liberdade de imprensa. Caiu 41 posições em um ano! O Haiti, ocupado pelo exército brasileiro, está em 55o. lugar. Segundo O Globo, a organização lembrou que três repórteres morreram no Brasil em 2011. Há dez dias, a entidade International News Safety Institute (Insi) considerou o Brasil o oitavo país mais perigoso para o trabalho da imprensa. Segundo o instituto, o país só fica atrás de quadros graves de violência contra a imprensa, caso do México, com o agravamento da violência do tráfico de drogas, e de países em conflito no Oriente Médio. O ranking foi baseado no número de jornalistas assassinados no exercício da profissão.
25 de janeiro de 2012
coroneLeaks
Segundo ranking divulgado hoje pelos Repórteres Sem Fronteira, o Brasil ocupa a 99a. posição em liberdade de imprensa. Caiu 41 posições em um ano! O Haiti, ocupado pelo exército brasileiro, está em 55o. lugar. Segundo O Globo, a organização lembrou que três repórteres morreram no Brasil em 2011. Há dez dias, a entidade International News Safety Institute (Insi) considerou o Brasil o oitavo país mais perigoso para o trabalho da imprensa. Segundo o instituto, o país só fica atrás de quadros graves de violência contra a imprensa, caso do México, com o agravamento da violência do tráfico de drogas, e de países em conflito no Oriente Médio. O ranking foi baseado no número de jornalistas assassinados no exercício da profissão.
25 de janeiro de 2012
coroneLeaks
IRÃ: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DO EMBARGO EUROPEU
O jornalista Valter Xeu, editor do excelente site Pátria Latina, nos envia este artigo sobre a explosiva situação do Irã, com base em informações do sociólogo Mahdi Darius Nazemroaya, especializado em questões do Oriente Médio e da Ásia Central.
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Não só as vastas reservas de energia e recursos naturais do Irã atiçam a cobiça dos dirigentes dos países economicamente impotentes da União Européia, assim como do líder de todos, os Estados Unidos. Sabemos que sempre foi essa cobiça, de mãos dadas com a debilidade econômica, que esteve por detrás das guerras ilegais dos últimos vinte anos, a última das quais a da Líbia.
Agora temos que os caminhos que levam à Moscou e a Pequim passam por Teerã, capitais essas localizadas respectivamente na Rússia, China e Irã. O que se tem passado em relação às atitudes ocidentais agressivas dos últimos anos em relação à Síria e ao Irã, enquadra-se também num ramo de maiores considerações políticas geoestratégicas.
Um estudo apresentado pelo sociólogo Mahdi Darius Nazemroaya considera que esses caminhos que levam à Moscou e à Pequim passam por Teerã do mesmo modo que os caminhos que levam à Teerã passam por Damasco na Síria, Bagdá no Iraque e Beirute no Líbano.
Ressalta-se que os Estados Unidos querem controlar o Irã por razões políticas e econômicas, especialmente para satisfazer as suas próprias necessidades de energia. Eles querem também poder controlar a forma de pagamento da exportação do petróleo do país. Querem que o pagamento das exportações de petróleo do Irã seja feita em dólares.
Isso é para que o uso global e contínuo do dólar nas transações internacionais seja mantido e não dilapidado, como tem sido nos últimos tempos. Lembramo-nos que o uso do dólar como moeda de pagamento internacional é uma das duas pernas em que o controle americano sobre o mundo se sustenta, apesar dos pesares. Digo apesar dos pesares, porque o dólar não tem valor nenhum por si mesmo. Poderia e deveria ser trocado por sistemas de pagamento mais condizentes com a realidade de 2012 e não condizente com a realidade de 1945, como é o caso. A outra perna em que o poder americano sobre o mundo se sustenta é a força militar.
Controlando o Irã através de um regime de marionetes posto no poder através de uma guerra dirigida pelos Estados Unidos e executada pelos seus aliados (como foi o caso na Líbia e como estão ameaçando a fazer na Síria), Washington também estaria a pôr uma corda no pescoço da China.
Essa corda deveria ser apertada ou afrouxada de acordo com os interesses norte- americanos, dando a eles o controle da segurança energética da China. Se a China não se comportasse de acordo com os interesses americanos, lá estariam eles a estripá-la através do fornecimento do petróleo. Estripamento esse que seria garantido pelas marionetes estabelecidas no Irã ao custo do sangue de muitos milhares e milhares de inocentes no Irã e no Oriente Médio, assim como à custa de uma desestabilização econômica no mundo inteiro, se não por uma catástrofe global.
É fato de conhecimento geral que a ameaça de guerra aberta que vemos hoje é uma continuação dos acontecimentos desencadeados por ações encobertas há já uns anos. Essas ações encobertas incluem serviços de informação específica, ataques e vírus cibernéticos, grupos militares secretos, espiões, assassinos, agentes de provocação e sabotadores agindo contra o Irã em favor dos interesses ocidentais.
O sequestro e assassinato de cientistas iranianos e de comandantes militares é de conhecimento público. Sabe-se de diplomatas iranianos sequestrados no Iraque e de iranianos visitando a Arábia Saudita e Turquia que foram detidos e também sequestrados. Sabe-se de oficiais sírios, assim como vários palestinos e representantes de Hezbolah, que foram assassinados. Ressalta-se que esses foram assassinados e não detidos e colocados perante um tribunal de justiça.
Pressupõe-se que Israel tenha atacado o Líbano não só para exterminar ou pelo menos enfraquecer o Hezbolah, mas também para estrategicamente ferir a Síria. É como dito, os caminhos que ferem a Síria vão através do Líbano. Os caminhos que estrategicamente ferem Irã vão através da Síria. Os caminhos que estrategicamente ferem ou afetam a Rússia e a China vão através da Síria e do Irã.
Síria é o apoio e o eixo do bloco da resistência contra os abusos ocidentais na região. Essa resistência é apoiada pelo Irã. Há cinco ou seis anos os Estados Unidos seguido dos seus irmãos em armas tentam desligar a Síria do Irã. Essa tentativa vinha sido feita por esforços de seduzir a Síria. Sendo que a Síria não se deixou seduzir pelas ofertas ocidentais as tentativas de sedução já se transformaram em ameaças e preparações de guerra.
Combater a Síria é combater o Irã. Esse é um ponto central a se ter em conta no contexto atual. A balança do poder e da influência política hoje na região tende a favor do Irã, mas nada enfraqueceria mais o Irã do que a perda da Síria.
Há aqui cenários potenciais e devastadores. O Irã manter-se-ia passivo frente a um ataque à Síria, ataque esse liderado pelos interesses ocidentais? Podemos pressupor que não. Os Estados Unidos não desejam que esse potencial cenário veja a luz do dia. O que eles querem é atacar a Síria e depois atacar o Irã, não os dois juntos. Seria demais até mesmo para os EUA-UE-OTAN. Isso já para nem se mencionar a cadeia de acontecimentos a serem desencadeados imprevisivelmente.
A marcha para uma guerra total e devastadora continua enquanto os Estados Unidos intensificam a guerra política e econômica, da qual a decisão de embargo da União Européia só é um passo a mais. É uma marcha fúnebre dirigida por loucos falidos e letalmente armados.
25 de janeiro de 2012
Anna Malm
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Não só as vastas reservas de energia e recursos naturais do Irã atiçam a cobiça dos dirigentes dos países economicamente impotentes da União Européia, assim como do líder de todos, os Estados Unidos. Sabemos que sempre foi essa cobiça, de mãos dadas com a debilidade econômica, que esteve por detrás das guerras ilegais dos últimos vinte anos, a última das quais a da Líbia.
Agora temos que os caminhos que levam à Moscou e a Pequim passam por Teerã, capitais essas localizadas respectivamente na Rússia, China e Irã. O que se tem passado em relação às atitudes ocidentais agressivas dos últimos anos em relação à Síria e ao Irã, enquadra-se também num ramo de maiores considerações políticas geoestratégicas.
Um estudo apresentado pelo sociólogo Mahdi Darius Nazemroaya considera que esses caminhos que levam à Moscou e à Pequim passam por Teerã do mesmo modo que os caminhos que levam à Teerã passam por Damasco na Síria, Bagdá no Iraque e Beirute no Líbano.
Ressalta-se que os Estados Unidos querem controlar o Irã por razões políticas e econômicas, especialmente para satisfazer as suas próprias necessidades de energia. Eles querem também poder controlar a forma de pagamento da exportação do petróleo do país. Querem que o pagamento das exportações de petróleo do Irã seja feita em dólares.
Isso é para que o uso global e contínuo do dólar nas transações internacionais seja mantido e não dilapidado, como tem sido nos últimos tempos. Lembramo-nos que o uso do dólar como moeda de pagamento internacional é uma das duas pernas em que o controle americano sobre o mundo se sustenta, apesar dos pesares. Digo apesar dos pesares, porque o dólar não tem valor nenhum por si mesmo. Poderia e deveria ser trocado por sistemas de pagamento mais condizentes com a realidade de 2012 e não condizente com a realidade de 1945, como é o caso. A outra perna em que o poder americano sobre o mundo se sustenta é a força militar.
Controlando o Irã através de um regime de marionetes posto no poder através de uma guerra dirigida pelos Estados Unidos e executada pelos seus aliados (como foi o caso na Líbia e como estão ameaçando a fazer na Síria), Washington também estaria a pôr uma corda no pescoço da China.
Essa corda deveria ser apertada ou afrouxada de acordo com os interesses norte- americanos, dando a eles o controle da segurança energética da China. Se a China não se comportasse de acordo com os interesses americanos, lá estariam eles a estripá-la através do fornecimento do petróleo. Estripamento esse que seria garantido pelas marionetes estabelecidas no Irã ao custo do sangue de muitos milhares e milhares de inocentes no Irã e no Oriente Médio, assim como à custa de uma desestabilização econômica no mundo inteiro, se não por uma catástrofe global.
É fato de conhecimento geral que a ameaça de guerra aberta que vemos hoje é uma continuação dos acontecimentos desencadeados por ações encobertas há já uns anos. Essas ações encobertas incluem serviços de informação específica, ataques e vírus cibernéticos, grupos militares secretos, espiões, assassinos, agentes de provocação e sabotadores agindo contra o Irã em favor dos interesses ocidentais.
O sequestro e assassinato de cientistas iranianos e de comandantes militares é de conhecimento público. Sabe-se de diplomatas iranianos sequestrados no Iraque e de iranianos visitando a Arábia Saudita e Turquia que foram detidos e também sequestrados. Sabe-se de oficiais sírios, assim como vários palestinos e representantes de Hezbolah, que foram assassinados. Ressalta-se que esses foram assassinados e não detidos e colocados perante um tribunal de justiça.
Pressupõe-se que Israel tenha atacado o Líbano não só para exterminar ou pelo menos enfraquecer o Hezbolah, mas também para estrategicamente ferir a Síria. É como dito, os caminhos que ferem a Síria vão através do Líbano. Os caminhos que estrategicamente ferem Irã vão através da Síria. Os caminhos que estrategicamente ferem ou afetam a Rússia e a China vão através da Síria e do Irã.
Síria é o apoio e o eixo do bloco da resistência contra os abusos ocidentais na região. Essa resistência é apoiada pelo Irã. Há cinco ou seis anos os Estados Unidos seguido dos seus irmãos em armas tentam desligar a Síria do Irã. Essa tentativa vinha sido feita por esforços de seduzir a Síria. Sendo que a Síria não se deixou seduzir pelas ofertas ocidentais as tentativas de sedução já se transformaram em ameaças e preparações de guerra.
Combater a Síria é combater o Irã. Esse é um ponto central a se ter em conta no contexto atual. A balança do poder e da influência política hoje na região tende a favor do Irã, mas nada enfraqueceria mais o Irã do que a perda da Síria.
Há aqui cenários potenciais e devastadores. O Irã manter-se-ia passivo frente a um ataque à Síria, ataque esse liderado pelos interesses ocidentais? Podemos pressupor que não. Os Estados Unidos não desejam que esse potencial cenário veja a luz do dia. O que eles querem é atacar a Síria e depois atacar o Irã, não os dois juntos. Seria demais até mesmo para os EUA-UE-OTAN. Isso já para nem se mencionar a cadeia de acontecimentos a serem desencadeados imprevisivelmente.
A marcha para uma guerra total e devastadora continua enquanto os Estados Unidos intensificam a guerra política e econômica, da qual a decisão de embargo da União Européia só é um passo a mais. É uma marcha fúnebre dirigida por loucos falidos e letalmente armados.
25 de janeiro de 2012
Anna Malm
QUEM É O DOLEIRO DOS 282 MILHÕES?
Quem é o doleiro dos 282 milhões? Quem é o desembargador que recebeu 511 mil em dezembro? Mas isso os apodrecidos poderes da União não revelam.
A melhor profissão do momento, no Brasil, é ser corrupto. Ganha-se muito dinheiro e a impunidade é garantida. O máximo que pode acontecer é ser execrado publicamente. Mas quem liga para isso? Antonio Palocci, o ministro que destruiu o caseiro Francenildo, por exemplo, já está acostumado com escândalos desde a época remota em que foi prefeito de Ribeirão Preto.
Os outros ministros defenestrados também não estão nem aí, como ensina a canção popular. Já faturaram, agora vamos em frente, esse negócio de imagem limpa é caretice. Daqui a pouco ninguém se lembra mais de nada. Basta se mirar nos exemplos de Ademar de Barros, Sarney, Quércia, Maluf, Jucá, ACM, Renan, Newton Cardoso, Moyses Lupion, Jader Barbalho, Sergio Cabral, a lista é interminável. E não acontece, todos sabe.
Agora, a novela do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro é mais emocioante do que o Big Brother. O personagem principal é um doleiro que faz hora extra como serventuário da justiça, vejam que pessoa versátil. Em apenas um ano, movimentou R4 282 milhões, isso foi há 10 anos, não aconteceu nada, e agora ninguém revela o nome dele. È uma versão moderna do Homem da Máscara de Ferro, ninguém sabe a identidade dele.
Ninguém consegue saber também quem é o felizardo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, que no mês passado recebeu um contracheque com R$ 511.739,23 e passou o melhor Natal de sua vida.
Com dizem os apresentadores de televisão, o povo quer saber. Mas ninguém revela.
Carlos Newton
25 de janeiro de 2012
A melhor profissão do momento, no Brasil, é ser corrupto. Ganha-se muito dinheiro e a impunidade é garantida. O máximo que pode acontecer é ser execrado publicamente. Mas quem liga para isso? Antonio Palocci, o ministro que destruiu o caseiro Francenildo, por exemplo, já está acostumado com escândalos desde a época remota em que foi prefeito de Ribeirão Preto.
Os outros ministros defenestrados também não estão nem aí, como ensina a canção popular. Já faturaram, agora vamos em frente, esse negócio de imagem limpa é caretice. Daqui a pouco ninguém se lembra mais de nada. Basta se mirar nos exemplos de Ademar de Barros, Sarney, Quércia, Maluf, Jucá, ACM, Renan, Newton Cardoso, Moyses Lupion, Jader Barbalho, Sergio Cabral, a lista é interminável. E não acontece, todos sabe.
Agora, a novela do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro é mais emocioante do que o Big Brother. O personagem principal é um doleiro que faz hora extra como serventuário da justiça, vejam que pessoa versátil. Em apenas um ano, movimentou R4 282 milhões, isso foi há 10 anos, não aconteceu nada, e agora ninguém revela o nome dele. È uma versão moderna do Homem da Máscara de Ferro, ninguém sabe a identidade dele.
Ninguém consegue saber também quem é o felizardo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, que no mês passado recebeu um contracheque com R$ 511.739,23 e passou o melhor Natal de sua vida.
Com dizem os apresentadores de televisão, o povo quer saber. Mas ninguém revela.
Carlos Newton
25 de janeiro de 2012
O QUE DÓI MAIS? A MORTE DE UM AMIGO, OU A TORTURA DE UM DESCONHECIDO?
O vídeo sobre a morte de Celso Daniel já foi retirado do Youtube. Mas pode ser visto no blog do Sanharol na página abaixo.
http://blogdosanharol.blogspot.com/2012/01/o-silencio-revelador-por-augusto-nunes.html
O blog do Noblat, por exemplo, já perdeu o vídeo que seria do Youtube. No entanto, vemos lá comentários de alguns petistas revoltados com 'essa bobagem' de retornar a um assunto que se tornou caduco de tão antigo. Para começar, assassinato só se torna 'caduco' quando quem morre é importante para os outros, não para quem o despreza.
Fora isso, se a morte de Celso Daniel não tem mais valor por causa do tempo decorrido, então seria o caso de acabar com o suposto interesse em investigar as torturas cometidas no regime militar.
Além de ser um caso ainda mais antigo, ninguém tem autoridade para dizer o que é pior para um indivíduo: a morte de um parente, ou amigo, ou o sofrimento de quem continua vivo e ainda se tornou presidente do país.
A morte é eterna.
O silencio revelador
- Por Augusto Nunes -
25 de janeiro de 2012
O vídeo divulgado pela Band no dia em que a execução de Celso Daniel completou dez anos - sem desfecho à vista - escancara em pouco mais de quatro minutos um crime com claríssimas motivações políticas.
Ouça o que dizem o promotor designado para o caso e o irmão do morto insepulto sobre a usina de dinheiro sujo, instalada na prefeitura de Santo André, que abasteceu com muitos milhões de reais os cofres do PT. Ouça as acusações explícitas feitas por Bruno Daniel a Gilberto Carvalho, José Dirceu e Miriam Belchior. E tente entender por que a trinca nem contesta as declarações nem aciona judicialmente o declarante.
Se a versão do crime comum não fosse apenas outro embuste, os Altos Companheiros estariam berrando há dez anos que a polícia de Geraldo Alckmin, que governava São Paulo em janeiro de 2002, é tão inepta que, além de não ter garantido a vida do prefeito, não consegue esclarecer o episódio e identificar todos os assassinos.
Em vez disso, Gilberto, Dirceu e Miriam não comentam o episódio sequer para lamentar o trágico destino de Celso Daniel. Eles sabem o que não devem dizer. O silêncio estrepitoso das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões.
http://blogdosanharol.blogspot.com/2012/01/o-silencio-revelador-por-augusto-nunes.html
O blog do Noblat, por exemplo, já perdeu o vídeo que seria do Youtube. No entanto, vemos lá comentários de alguns petistas revoltados com 'essa bobagem' de retornar a um assunto que se tornou caduco de tão antigo. Para começar, assassinato só se torna 'caduco' quando quem morre é importante para os outros, não para quem o despreza.
Fora isso, se a morte de Celso Daniel não tem mais valor por causa do tempo decorrido, então seria o caso de acabar com o suposto interesse em investigar as torturas cometidas no regime militar.
Além de ser um caso ainda mais antigo, ninguém tem autoridade para dizer o que é pior para um indivíduo: a morte de um parente, ou amigo, ou o sofrimento de quem continua vivo e ainda se tornou presidente do país.
A morte é eterna.
O silencio revelador
- Por Augusto Nunes -
25 de janeiro de 2012
O vídeo divulgado pela Band no dia em que a execução de Celso Daniel completou dez anos - sem desfecho à vista - escancara em pouco mais de quatro minutos um crime com claríssimas motivações políticas.
Ouça o que dizem o promotor designado para o caso e o irmão do morto insepulto sobre a usina de dinheiro sujo, instalada na prefeitura de Santo André, que abasteceu com muitos milhões de reais os cofres do PT. Ouça as acusações explícitas feitas por Bruno Daniel a Gilberto Carvalho, José Dirceu e Miriam Belchior. E tente entender por que a trinca nem contesta as declarações nem aciona judicialmente o declarante.
Se a versão do crime comum não fosse apenas outro embuste, os Altos Companheiros estariam berrando há dez anos que a polícia de Geraldo Alckmin, que governava São Paulo em janeiro de 2002, é tão inepta que, além de não ter garantido a vida do prefeito, não consegue esclarecer o episódio e identificar todos os assassinos.
Em vez disso, Gilberto, Dirceu e Miriam não comentam o episódio sequer para lamentar o trágico destino de Celso Daniel. Eles sabem o que não devem dizer. O silêncio estrepitoso das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões.
FHC E A SENILIDADE
Após a polêmica entrevista ao site britânico "The Economist", onde as veladas declarações de amor ao PT, ajudaram a enterrar a moribunda oposição brasileira.
FHC só faltou jurar amor eterno ao ex-presidente, o enfermo Defuntus Sebetus.
Chego a conclusão que aos 80 anos o ex presidente FHC está senil.
A entrevista é prova da senilidade do antigo mandatário de banânia, ou é a mostra inconteste de que ele jamais deixou de ser esquerdofrênico de carteirinha e passou os ultimos anos enganando 44 milhões de brasileiros que jamais votariam no PT.
Na verdade o que parece é que FHC queria ser o Sebento.
E diante das declarações e das juras de amor, estamos entrando pelo caminho da perpetuação no poder das Ratazanas Vermelhas, não temos uma oposição decente, o povaréu vai continuar votando com a barriga e os que ainda pensam não se mobilizam de verdade para colocar um fim na bandalheira.
O Brasil certamente está com a democracia, na concepção da palavra, ameaçada.
E com uma "oposição' bunda mole e safada como essa...
ESTAMOS REALMENTE PHUDIDOS!!!!
Pede pra sair FHC, seu fanfarrão!!!
o mascate
25 de janeiro de 2012
FHC só faltou jurar amor eterno ao ex-presidente, o enfermo Defuntus Sebetus.
Chego a conclusão que aos 80 anos o ex presidente FHC está senil.
A entrevista é prova da senilidade do antigo mandatário de banânia, ou é a mostra inconteste de que ele jamais deixou de ser esquerdofrênico de carteirinha e passou os ultimos anos enganando 44 milhões de brasileiros que jamais votariam no PT.
Na verdade o que parece é que FHC queria ser o Sebento.
E diante das declarações e das juras de amor, estamos entrando pelo caminho da perpetuação no poder das Ratazanas Vermelhas, não temos uma oposição decente, o povaréu vai continuar votando com a barriga e os que ainda pensam não se mobilizam de verdade para colocar um fim na bandalheira.
O Brasil certamente está com a democracia, na concepção da palavra, ameaçada.
E com uma "oposição' bunda mole e safada como essa...
ESTAMOS REALMENTE PHUDIDOS!!!!
Pede pra sair FHC, seu fanfarrão!!!
o mascate
25 de janeiro de 2012
ESTARRECEDOR
O silêncio das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões
Por Augusto Nunes - Veja Online
O vídeo divulgado pela Band no dia em que a execução de Celso Daniel completou dez anos ─ sem desfecho à vista ─ escancara em pouco mais de quatro minutos um crime com claríssimas motivações políticas. Ouça o que dizem o promotor designado para o caso e o irmão do morto insepulto sobre a usina de dinheiro sujo, instalada na prefeitura de Santo André, que abasteceu com muitos milhões de reais os cofres do PT.
Ouça as acusações explícitas feitas por Bruno Daniel a Gilberto Carvalho, José Dirceu e Miriam Belchior. E tente entender por que a trinca nem contesta as declarações nem aciona judicialmente o declarante.
Se a versão do crime comum não fosse apenas outro embuste, os Altos Companheiros estariam berrando há dez anos que a polícia de Geraldo Alckmin, que governava São Paulo em janeiro de 2002, é tão inepta que, além de não ter garantido a vida do prefeito, não consegue esclarecer o episódio e identificar todos os assassinos.
Em vez disso, Gilberto, Dirceu e Miriam não comentam o episódio sequer para lamentar o trágico destino de Celso Daniel.
Eles sabem o que não devem dizer. O silêncio estrepitoso das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões.
O VÍDEO FOI REMOVIDO DO YOUTUBE
Por Augusto Nunes - Veja Online
O vídeo divulgado pela Band no dia em que a execução de Celso Daniel completou dez anos ─ sem desfecho à vista ─ escancara em pouco mais de quatro minutos um crime com claríssimas motivações políticas. Ouça o que dizem o promotor designado para o caso e o irmão do morto insepulto sobre a usina de dinheiro sujo, instalada na prefeitura de Santo André, que abasteceu com muitos milhões de reais os cofres do PT.
Ouça as acusações explícitas feitas por Bruno Daniel a Gilberto Carvalho, José Dirceu e Miriam Belchior. E tente entender por que a trinca nem contesta as declarações nem aciona judicialmente o declarante.
Se a versão do crime comum não fosse apenas outro embuste, os Altos Companheiros estariam berrando há dez anos que a polícia de Geraldo Alckmin, que governava São Paulo em janeiro de 2002, é tão inepta que, além de não ter garantido a vida do prefeito, não consegue esclarecer o episódio e identificar todos os assassinos.
Em vez disso, Gilberto, Dirceu e Miriam não comentam o episódio sequer para lamentar o trágico destino de Celso Daniel.
Eles sabem o que não devem dizer. O silêncio estrepitoso das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões.
O VÍDEO FOI REMOVIDO DO YOUTUBE
PARA SE OPOR AO PT, SÓ MESMO UM PRESIDENTE TUCANO INTERINO
Esta é a Nota Oficial do PSDB, em resposta às acusações do Coveiro do PT, aquele encarregado de combinar versões com acusados do Caso Celso Daniel. Coturno Noturno
É deplorável a intromissão do governo federal, através do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, no processo de reintegração de posse da área invadida do Pinheirinho, em São José dos Campos. Ao politizar um assunto que se transformou em drama que sensibiliza a todos nós, mas sobre o qual nunca procurou encontrar uma solução, o ministro ignorou o princípio da separação entre os poderes e a autonomia dos entes federativos. Mais: ao dizer que o “método” do governo federal não é esse, sugeriu à nação que não se acatem decisões judiciais. Fato grave quando a atitude vem de um ministro que tem a obrigação de zelar pela Constituição.
O método do ministro e de seu governo é conhecido. O cumprimento da decisão judicial fez com que o PT movimentasse todos seus tentáculos políticos e sua máquina de desinformação, com o intuito de atingir três metas: culpar o Governo do Estado pelo fato, caracterizar como de extrema violência a intervenção policial no local e se apresentar como paladino da justiça social, fazendo falsas promessas e criando expectativas irreais para os moradores do local. Criaram, o ministro e seu partido, nos moradores do Pinheirinho, uma falsa expectativa, nunca concretizada, de resolver a questão. Ao invés de fazer proselitismo político, o Governo Federal poderia ter publicado decreto de desapropriação da área, mas não o fez.
É temerário que, mal se tenha iniciado o processo eleitoral deste ano, o PT já disponha de uma fábrica tão ampla de mentiras. Pior ainda é ver esse projeto de poder ser traçado às custas da ordem democrática e do sofrimento de pessoas que os petistas, hipocritamente, fingem confortar. O governo de São Paulo agiu em cumprimento de determinação do Judiciário, e a operação foi comandada diretamente pela Presidência do Tribunal de Justiça paulista. Enquanto o governo federal só agride, o governo paulista e a prefeitura do município providenciam a ajuda necessária para minorar o sofrimento das famílias desalojadas.
Brasília, 24 de Janeiro de 2012
ALBERTO GOLDMAN
Presidente Interino - Comissão Executiva Nacional
BALANÇO DO PRIMEIRO ANO DO GOVERNO DILMA (Parte 2)
Como vimos no primeiro post desta série, na minha opinião o balanço do primeiro ano do governo Dilma foi positivo por dois fatores principais: 1) a menor tolerância em relação a corrupção em relação a Lula; e 2) o não agravamento da situação econômica do país em meio a um cenário altamente desfavorável, fruto da combinação do agravamento da crise européia com os abacaxis deixados por Lula.
Neste post, vamos checar o que foi conseguido pelo atual governo diante de cada um dos desafios apontados na série “Desafios do Pós-Lula”.
Antes, no entanto, é preciso deixar bem claro que, como alertamos aqui desde 2009, a maioria dos problemas deixados por Lula poderiam ter sido evitados caso este fosse menos preocupado com sua popularidade e tivesse um pouco de coragem para assumir alguns ônus necessários para efetuar algumas reformas essenciais ao nosso crescimento sustentável. E olha que não estou me referindo diretamente às faladas e consensuais reformas estruturais prometidas pelo próprio Lula desde o discurso de posse do primeiro mandato, mas que até hoje nenhuma foi realmente tocada, e sim de pequenas ações que poderiam ter evitado a esquizofrenia econômica herdada por Dilma. Por exemplo, a economia já estava a pleno vapor depois dos seis meses desastrosos da crise de 2008, mas o governo Lula continuou dando incentivos a setores específicos da economia que já não precisavam, como o automobilístico e de eletrodoméstico. Com isto, o governo deu mais fôlego para a inflação. Com mais inflação, já no governo Lula o BC teve que reiniciar uma trajetória de alta de juros, aumentando assim o custo da dívida pública. Com mais dívida e mais juros, mais especuladores vieram ao Brasil. Com mais dinheiro entrando, mais o Real se valorizou em relação ao Dólar. Com mais valorização do Real, mais a nossa indústria perdeu competitividade e mais gente saiu do Brasil para gastar no exterior, o que, por sua vez turbinou o nosso déficit em transações correntes.
Ou seja, em busca de fazer um PIB gordo no seu último ano de governo e assim eleger sua sucessora, Lula prejudicou todos os fundamentos da nossa economia e, de quebra, agravou ainda mais os problemas dos gargalos logísticos da nossa economia, superlotando aeroportos, portos e estradas e tornando os investimentos nestas áreas ainda mais urgentes. Vamos então a cada um dos itens:
A valorização do Real
A excessiva desvalorização do Dólar (que chegou a casa dos 1,50) era uma preocupação constante no início do governo, pois estava inviabilizando alguns dos setores da nossa indústria. Hoje o Dólar está na casa de 1,80 e deu um fôlego a nossa indústria e exportadores, o que fez bombar nossa balança comercial, como veremos adiante. E o que o governo fez para melhorar este quadro?
Desde o final do governo Lula, o BC já havia iniciado uma série de medidas para conter a valorização do Real, mas todas com resultados pífios, pois o Dólar subia um pouco na divulgação das medidas, mas nas semanas seguintes já voltava a cair. Como os analistas previam, o BC enxugava gelo. O governo Dilma continuou enxugando gelo até que um fato novo (externo) aconteceu: o aprofundamento da crise européia. E como sempre acontece nos momentos de crise aguda, a cotação do dólar sobe. E assim chegamos à casa dos 1,80 compensando a valorização excessiva do Real. Portanto, o governo não teve nenhum mérito na melhora deste quadro. A valorização do Dólar foi decorrente do agravamento da crise européia e, mais uma vez, saímos lucrando com a crise do mundo rico.
O déficit nas contas externas
Ainda não saíram os números finais do ano, mas até outubro, o défict chegava a US$ 39 bilhões. Felizmente terminaremos o ano com um défict menor que o recorde deixado por Lula de US$ 49 bilhões. E qual a explicação para a redução? A alta do Dólar decorrente do agravamento da crise européia. Como o Real estava supervalorizado, a alta do Dólar veio a calhar. Com o Dólar mais alto, os gastos dos brasileiros no exterior e as importações são dificultadas, pois ficam mais caros. Por outro lado, com o Dólar em alta os exportadores brasileiros ganham mais, turbinando assim o nosso saldo positivo que pulou de US$ 20,26 bilhões em 2010 para surpreendentes US$ 29,70 bilhões em 2011. Com isto, demos um importante passo para voltar aos anos da bolha da economia mundial de antes de 2008, quando o saldo positivo da nossa balança comercial rodava em torno dos US$ 45 bilhões.
E de onde veio todo este saldo? Da exportação de commodities (minérios e produtos agrícolas), cujos preços continuam em alta no mercado internacional. Destaque para a Vale, nossa maior exportadora, que responde sozinha por 12% do total exportado brasileiro. Mais uma vez os méritos ficam com a iniciativa privada e com os ventos favoráveis aos países emergentes que continuam aumentando sua participação na economia mundial.
A dúvida é como o Brasil vai se comportar depois que a onda das commodities baixar, pois, como diria Warrem Bufet, “é quando a onda baixa que sabemos quem está nu”.
Desindustrialização
A previsão de déficit no comércio exterior dos bens típicos da indústria de transformação já era prevista. No entanto, os números ficaram bem piores: 40,2% superior ao já expressivo déficit de US$ 34,8 bilhões registrado em 2010. Ou seja, terminamos o ano com um saldo negativo de US$ 48,7 bilhões com tendência de aumentar ainda mais nos próximos anos.
Este número preocupante, no entanto, vai sendo escondido para debaixo do tapete, pois no geral, nosso saldo comercial foi positivo em US$ 29,8 bilhões, com um incremento de US$ 9,5 bilhões em relação ao ano anterior. Ou seja, nosso superávit recorde na exportação de produtos primários (US$ 78,5 bilhões) vai segurando a nossa peteca. Até quando, ninguém sabe, mas o certo é que nossa vulnerabilidade vai aumentando a cada ano, assim como nossa desindustrialização.
Um número que ilustra bem este processo é o déficit de US$ 50 bilhões da nossa indústria no ano passado, déficit este que tem piorado ano após ano. Só a título de comparação, em 2007 tivemos um saldo positivo de US$ 18,8 bilhões.
E o pior é que a principal medida a se tomada para reverter este quadro (a desoneração da cadeia produtiva) nem sequer tem sido cogitada. Muito pelo contrário, em seu primeiro ano, o governo Dilma continuou com a obsessão de Lula de recriar a CPMF. Diante do salve-se quem puder que tem se tornado a sobrevivência da indústria nacional, o governo tem agido sob demanda, baixando um IPI para um determinado setor, oferecendo crédito para outro. Ou seja, soluções paliativas que não atacam o principal fator que a cada ano torna-se mais decisivo para nossa indústria: o famigerado “custo Brasil”.
A solução para outras indústrias tem sido mudar para a China ou para a Índia. Depois da Azaléia, outras grandes empresas nacionais estão migrando para conseguir melhores condições de competitividade, como, por exemplo, a WEG, com sede em Santa Catarina. Especializada na fabricação de motores elétricos, e tintas, a empresa produziu 60 mil motores em 2009, 110 mil motores em 2010, tudo para o mercado chinês.
Tal tendência já tem números reveladores. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 10% das grandes empresas brasileiras já produzem com fábrica própria na China. Pior: 67% das nossas empresas perderam clientes para a China e 45% das empresas que competem com a China perderam participação no mercado brasileiro.
A taxa Selic
O governo fez uma aposta arriscada ao baixar os juros substancialmente em um momento em que a inflação se apresentava como um dos principais problemas. E acertou. Mais uma vez o aprofundamento da crise européia foi determinante, pois arrefeceu o crescimento da economia, cumprindo assim o papel dos juros, que puderam entrar numa nova trajetória de queda.
Inflação
Uma das principais preocupações do governo no último ano, a inflação passou a maior parte do tempo acima do teto da meta, chegando inclusive a 7,2% no início do segundo semestre. E mais uma vez o agravamento da crise européia foi decisivo, pois a desaceleração da nossa economia no último trimestre trouxe a inflação para o teto da meta que, segundo o governo, foi de redondos 6,5%.
O déficit da Previdência
Uma das melhores notícias do ano. O recuo do déficit da previdência, que caiu de R$ 47 bilhões em 2010 para R$ 36,5 bilhões no ano passado. A redução já era prevista por causa do baixo impacto do aumento do salário mínimo em 2011, o que reduziu sensivelmente os custos da Previdência. A má notícia, no entanto, é que a redução deste ano dificilmente se repetirá em 2012, pois com o aumento mais expressivo do salário mínimo, a previsão é que a Previdência Social tenha um gasto extra de R$ 14 bilhões. Ou seja, a Previdência continua sendo um enorme ralo para as contas públicas e sem perspectivas de resolução, pois nem mesmo a mini-reforma aprovada ainda no primeiro governo Lula até hoje não foi sancionada. Aliás, Dilma já fala em discutir uma nova reforma, voltando a proposta inicial do governo FHC que aumentaria a idade mínima para aposentadoria, proposta esta que foi rejeitada pelos congressistas e terminou substituída pelo odiado “fator previdenciário” que, bem ou mal, economizou R$ 11 bilhões no ano passado.
Apesar da boa notícia, cabe ressaltar que a redução do déficit concentrou-se apenas no setor privado, pois o dos servidores públicos segue crescendo, atingindo novo recorde R$ 56 bilhões, com perspectiva de novo recorde em 2012.
E aqui está mais um câncer da nossa economia agravado pelo governo Lula, pois o um milhão aposentados do setor público são hoje responsáveis por uma déficit maior que os demais 30milhões de segurados da iniciativa privada. Para o futuro, portanto, teremos muito mais servidores públicos aposentados, já que o governo do PT, pelo menos até o governo Lula, aumentou substancialmente o número de servidores.
Gastos públicos
O ano começou com o anúncio de ajuste fiscal que cortaria R$ 50 bilhões da máquina pública. Mesmo com os cortes, a previsão dos gastos para o ano seria superior ao do último ano do governo Lula. Ou seja, a promessa de corte era, na verdade, a promessa de não aumentar os gastos na mesma proporção do governo Lula, o que na prática representou a admissão da presidente Dilma de que o governo Lula aumentava os gastos numa proporção insustentável. Mas apesar das boas intenções, o governo só conseguiu economizar 80% do prometido. Seria um número razoável num país acostumado a orçamentos fictícios. O problema é que tal resultado foi obtido com o reforço extra de R$ 21,3 bilhões proveniente da surpreendente arrecadação recorde do ano passado, turbinada com a melhora da balança comercial alavancada pela alta dos preços das commodities no mercado internacional, como vimos acima. Contribuiu também para isso a crescente formalização do mercado de trabalho. No entanto, se não houvesse esta arrecadação recorde, fruto de um contexto internacional favorável, certamente o ajuste não teria chegado nem a R$ 20 bilhões. Portanto, continuamos com o mesmo problema de gastos excessivos, apesar de atenuado um pouco pelo governo Dilma.
O aumento da dívida pública
Os números finais da dívida pública ainda não foram divulgados, mas já podemos “comemorar a diminuição do ritmo de aumento da dívida”. Comparando com o final de 2011 o Brasil terá reduzido a dívida pública em 0,4% em comparação ao PIB, graças ao cumprimento do governo da meta do superávit primário, que a Dilma conseguiu cumprir, depois de três anos de não cumprimento do governo Lula.
A relação da dívida líquida com o PIB, que é a que o governo gosta de divulgar, em projeção feita no penúltimo mês do ano passado terá ficado na casa dos 38,5%. Em termos comparativos, estamos ainda dois pontos percentuais acima do nosso melhor resultado, conquistado em 2008.
Mas existem outros números que o governo não gosta de revelar. Um deles é a dívida interna bruta contabilizada na metodologia antiga, em vigor até 2007, que já em novembro chegava à casa dos R$ 2,616 trilhões. Ou seja, em um ano, o governo Dilma terá aumentado mais de R$ 200 bilhões na divida interna bruta, apesar do esforço para cumprir a meta da superávit primário.
Na nova metodologia introduzida pelo governo Lula, como era de se esperar, os números são “suavizados”, mas ainda assim terminaremos o primeiro ano do governo Dilma rondando a casa dos R$ 2,3 trilhões, o que dá um percentual de endividamento em relação ao PIB de 55,4%. Tudo bem, estamos muito distante ainda do desastre europeu, mas não custa lembrar que o custo da nossa dívida continua sendo um dos maiores do mundo, apesar do nosso bom momento.
Com a dívida externa não foi muito diferente. Em apenas NOVE meses a dívida externa bruta pulou de US$ 352 bilhões para US$ 400,3 bilhões! Se duvidar, pode conferir diretamente no site do BC: http://www.bc.gov.br/?SERIEDEBH. Tudo bem que o aumento das nossas reservas também aumentou na mesma proporção, mas estas, ao contrário do que o governo tenta vender a idéia, não são uma poupança. Se fossem, o governo já teria usado para quitar a parte pública da dívida que corresponde a 2/3 do total. No entanto, o governo continua pagando juros da dívida externa e, pasmem, o “custo das reservas” que a cada ano fica maior, como veremos a seguir.
Reservas Cambiais
Este é nosso maior orgulho macroeconômico. Favorecido pelo fluxo de capitais que rumou para os países emergentes nossos últimos anos (ou seja, dinheiro que não é nosso), nossas reservas continuaram aumentado ano após ano. Em 2012 não foi diferente. De um total de US$ 300 bilhões em reservas no final do governo Lula, terminamos 2012 na casa dos US$ 360 bilhões. Teoricamente teríamos como pagar a parte pública da dívida externa, mas na prática isto não acontece justamente porque boa parte das reservas não são dinheiro do governo, e sim dinheiro depositados na conta do governo. E o pior, para manter tais reservas o governo fica no prejuízo. Os números de 2011 ainda não foram divulgados, mas já se sabe que em 2010 o Brasil pagou R$ 27 bilhões para manter as reservas de US$ 300 bilhões. Para 2011, os custos serão muito mais elevados, pois só nos dois primeiros meses do ano, nossas reservas custaram R$ 6,8 bilhões. Ou seja, o dobro da média mensal paga em 2011. Portanto, certamente teremos mais um recorde também nesta área. As reservas, portanto, já se transformaram naquilo que os economistas chamam de “dívida invisível”.
Nível de endividamento
O aumento do nível de endividamento do brasileiro era previsível, mas até o final do governo Lula ainda não era considerado um problema, afinal, em comparação com os países do primeiro mundo em crise, podemos ainda nos considerar numa posição privilegiada. Mas a situação piora a cada ano. Pela primeira vez nos nove anos do PT mais da metade das famílias brasileiras estão endividadas. De um percentual de 21% no final do governo FHC, saltamos para 47% no final do governo Lula e agora chegamos aos 51% ao final do primeiro ano do governo Dilma.
Mas como explicar o aumento considerável no primeiro ano de Dilma se o governo reduziu um pouco o crédito? Em economia também acontecem “ressacas”. Portanto, depois da farra de estímulos ao consumo nos últimos dois anos de Lula, muitos brasileiros se deram conta de que gastaram mais do que deveriam. Portanto, mais um sinal de alerta ao governo Dilma. Estimular o crescimento com crédito é fácil. O problema é administrar as dívidas depois e nosso país já está chegando a níveis preocupantes.
Poupança interna
Também ainda não temos os números finais do nível de poupança interna em 2012, mas a julgar pelo nível de endividamento das famílias, é muito mais provável que esta tenha caído. Na melhor das hipóteses, se mantido entre 16 e 18%. Ou seja, no mesmo patamar ou um ponto percentual acima do nível de 1995 e muito aquém dos 30% recomendável para se chegar a um padrão desenvolvido.
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Os demais itens (as reformas estruturais prometidas) que citei na série “Desafios do Pós-lula” não valem à pena gastar saliva, pois até agora só ficaram nos discursos dos primeiro mês de governo. De concreto mesmo só as propostas de reforma política que pioram ainda mais o que já é ruim.
No próximo e último post desta série, vamos falar dos desafios de investimentos. Até lá!
amilton aquino
25 de janeiro de 2012
Neste post, vamos checar o que foi conseguido pelo atual governo diante de cada um dos desafios apontados na série “Desafios do Pós-Lula”.
Antes, no entanto, é preciso deixar bem claro que, como alertamos aqui desde 2009, a maioria dos problemas deixados por Lula poderiam ter sido evitados caso este fosse menos preocupado com sua popularidade e tivesse um pouco de coragem para assumir alguns ônus necessários para efetuar algumas reformas essenciais ao nosso crescimento sustentável. E olha que não estou me referindo diretamente às faladas e consensuais reformas estruturais prometidas pelo próprio Lula desde o discurso de posse do primeiro mandato, mas que até hoje nenhuma foi realmente tocada, e sim de pequenas ações que poderiam ter evitado a esquizofrenia econômica herdada por Dilma. Por exemplo, a economia já estava a pleno vapor depois dos seis meses desastrosos da crise de 2008, mas o governo Lula continuou dando incentivos a setores específicos da economia que já não precisavam, como o automobilístico e de eletrodoméstico. Com isto, o governo deu mais fôlego para a inflação. Com mais inflação, já no governo Lula o BC teve que reiniciar uma trajetória de alta de juros, aumentando assim o custo da dívida pública. Com mais dívida e mais juros, mais especuladores vieram ao Brasil. Com mais dinheiro entrando, mais o Real se valorizou em relação ao Dólar. Com mais valorização do Real, mais a nossa indústria perdeu competitividade e mais gente saiu do Brasil para gastar no exterior, o que, por sua vez turbinou o nosso déficit em transações correntes.
Ou seja, em busca de fazer um PIB gordo no seu último ano de governo e assim eleger sua sucessora, Lula prejudicou todos os fundamentos da nossa economia e, de quebra, agravou ainda mais os problemas dos gargalos logísticos da nossa economia, superlotando aeroportos, portos e estradas e tornando os investimentos nestas áreas ainda mais urgentes. Vamos então a cada um dos itens:
A valorização do Real
A excessiva desvalorização do Dólar (que chegou a casa dos 1,50) era uma preocupação constante no início do governo, pois estava inviabilizando alguns dos setores da nossa indústria. Hoje o Dólar está na casa de 1,80 e deu um fôlego a nossa indústria e exportadores, o que fez bombar nossa balança comercial, como veremos adiante. E o que o governo fez para melhorar este quadro?
Desde o final do governo Lula, o BC já havia iniciado uma série de medidas para conter a valorização do Real, mas todas com resultados pífios, pois o Dólar subia um pouco na divulgação das medidas, mas nas semanas seguintes já voltava a cair. Como os analistas previam, o BC enxugava gelo. O governo Dilma continuou enxugando gelo até que um fato novo (externo) aconteceu: o aprofundamento da crise européia. E como sempre acontece nos momentos de crise aguda, a cotação do dólar sobe. E assim chegamos à casa dos 1,80 compensando a valorização excessiva do Real. Portanto, o governo não teve nenhum mérito na melhora deste quadro. A valorização do Dólar foi decorrente do agravamento da crise européia e, mais uma vez, saímos lucrando com a crise do mundo rico.
O déficit nas contas externas
Ainda não saíram os números finais do ano, mas até outubro, o défict chegava a US$ 39 bilhões. Felizmente terminaremos o ano com um défict menor que o recorde deixado por Lula de US$ 49 bilhões. E qual a explicação para a redução? A alta do Dólar decorrente do agravamento da crise européia. Como o Real estava supervalorizado, a alta do Dólar veio a calhar. Com o Dólar mais alto, os gastos dos brasileiros no exterior e as importações são dificultadas, pois ficam mais caros. Por outro lado, com o Dólar em alta os exportadores brasileiros ganham mais, turbinando assim o nosso saldo positivo que pulou de US$ 20,26 bilhões em 2010 para surpreendentes US$ 29,70 bilhões em 2011. Com isto, demos um importante passo para voltar aos anos da bolha da economia mundial de antes de 2008, quando o saldo positivo da nossa balança comercial rodava em torno dos US$ 45 bilhões.
E de onde veio todo este saldo? Da exportação de commodities (minérios e produtos agrícolas), cujos preços continuam em alta no mercado internacional. Destaque para a Vale, nossa maior exportadora, que responde sozinha por 12% do total exportado brasileiro. Mais uma vez os méritos ficam com a iniciativa privada e com os ventos favoráveis aos países emergentes que continuam aumentando sua participação na economia mundial.
A dúvida é como o Brasil vai se comportar depois que a onda das commodities baixar, pois, como diria Warrem Bufet, “é quando a onda baixa que sabemos quem está nu”.
Desindustrialização
A previsão de déficit no comércio exterior dos bens típicos da indústria de transformação já era prevista. No entanto, os números ficaram bem piores: 40,2% superior ao já expressivo déficit de US$ 34,8 bilhões registrado em 2010. Ou seja, terminamos o ano com um saldo negativo de US$ 48,7 bilhões com tendência de aumentar ainda mais nos próximos anos.
Este número preocupante, no entanto, vai sendo escondido para debaixo do tapete, pois no geral, nosso saldo comercial foi positivo em US$ 29,8 bilhões, com um incremento de US$ 9,5 bilhões em relação ao ano anterior. Ou seja, nosso superávit recorde na exportação de produtos primários (US$ 78,5 bilhões) vai segurando a nossa peteca. Até quando, ninguém sabe, mas o certo é que nossa vulnerabilidade vai aumentando a cada ano, assim como nossa desindustrialização.
Um número que ilustra bem este processo é o déficit de US$ 50 bilhões da nossa indústria no ano passado, déficit este que tem piorado ano após ano. Só a título de comparação, em 2007 tivemos um saldo positivo de US$ 18,8 bilhões.
E o pior é que a principal medida a se tomada para reverter este quadro (a desoneração da cadeia produtiva) nem sequer tem sido cogitada. Muito pelo contrário, em seu primeiro ano, o governo Dilma continuou com a obsessão de Lula de recriar a CPMF. Diante do salve-se quem puder que tem se tornado a sobrevivência da indústria nacional, o governo tem agido sob demanda, baixando um IPI para um determinado setor, oferecendo crédito para outro. Ou seja, soluções paliativas que não atacam o principal fator que a cada ano torna-se mais decisivo para nossa indústria: o famigerado “custo Brasil”.
A solução para outras indústrias tem sido mudar para a China ou para a Índia. Depois da Azaléia, outras grandes empresas nacionais estão migrando para conseguir melhores condições de competitividade, como, por exemplo, a WEG, com sede em Santa Catarina. Especializada na fabricação de motores elétricos, e tintas, a empresa produziu 60 mil motores em 2009, 110 mil motores em 2010, tudo para o mercado chinês.
Tal tendência já tem números reveladores. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 10% das grandes empresas brasileiras já produzem com fábrica própria na China. Pior: 67% das nossas empresas perderam clientes para a China e 45% das empresas que competem com a China perderam participação no mercado brasileiro.
A taxa Selic
O governo fez uma aposta arriscada ao baixar os juros substancialmente em um momento em que a inflação se apresentava como um dos principais problemas. E acertou. Mais uma vez o aprofundamento da crise européia foi determinante, pois arrefeceu o crescimento da economia, cumprindo assim o papel dos juros, que puderam entrar numa nova trajetória de queda.
Inflação
Uma das principais preocupações do governo no último ano, a inflação passou a maior parte do tempo acima do teto da meta, chegando inclusive a 7,2% no início do segundo semestre. E mais uma vez o agravamento da crise européia foi decisivo, pois a desaceleração da nossa economia no último trimestre trouxe a inflação para o teto da meta que, segundo o governo, foi de redondos 6,5%.
O déficit da Previdência
Uma das melhores notícias do ano. O recuo do déficit da previdência, que caiu de R$ 47 bilhões em 2010 para R$ 36,5 bilhões no ano passado. A redução já era prevista por causa do baixo impacto do aumento do salário mínimo em 2011, o que reduziu sensivelmente os custos da Previdência. A má notícia, no entanto, é que a redução deste ano dificilmente se repetirá em 2012, pois com o aumento mais expressivo do salário mínimo, a previsão é que a Previdência Social tenha um gasto extra de R$ 14 bilhões. Ou seja, a Previdência continua sendo um enorme ralo para as contas públicas e sem perspectivas de resolução, pois nem mesmo a mini-reforma aprovada ainda no primeiro governo Lula até hoje não foi sancionada. Aliás, Dilma já fala em discutir uma nova reforma, voltando a proposta inicial do governo FHC que aumentaria a idade mínima para aposentadoria, proposta esta que foi rejeitada pelos congressistas e terminou substituída pelo odiado “fator previdenciário” que, bem ou mal, economizou R$ 11 bilhões no ano passado.
Apesar da boa notícia, cabe ressaltar que a redução do déficit concentrou-se apenas no setor privado, pois o dos servidores públicos segue crescendo, atingindo novo recorde R$ 56 bilhões, com perspectiva de novo recorde em 2012.
E aqui está mais um câncer da nossa economia agravado pelo governo Lula, pois o um milhão aposentados do setor público são hoje responsáveis por uma déficit maior que os demais 30milhões de segurados da iniciativa privada. Para o futuro, portanto, teremos muito mais servidores públicos aposentados, já que o governo do PT, pelo menos até o governo Lula, aumentou substancialmente o número de servidores.
Gastos públicos
O ano começou com o anúncio de ajuste fiscal que cortaria R$ 50 bilhões da máquina pública. Mesmo com os cortes, a previsão dos gastos para o ano seria superior ao do último ano do governo Lula. Ou seja, a promessa de corte era, na verdade, a promessa de não aumentar os gastos na mesma proporção do governo Lula, o que na prática representou a admissão da presidente Dilma de que o governo Lula aumentava os gastos numa proporção insustentável. Mas apesar das boas intenções, o governo só conseguiu economizar 80% do prometido. Seria um número razoável num país acostumado a orçamentos fictícios. O problema é que tal resultado foi obtido com o reforço extra de R$ 21,3 bilhões proveniente da surpreendente arrecadação recorde do ano passado, turbinada com a melhora da balança comercial alavancada pela alta dos preços das commodities no mercado internacional, como vimos acima. Contribuiu também para isso a crescente formalização do mercado de trabalho. No entanto, se não houvesse esta arrecadação recorde, fruto de um contexto internacional favorável, certamente o ajuste não teria chegado nem a R$ 20 bilhões. Portanto, continuamos com o mesmo problema de gastos excessivos, apesar de atenuado um pouco pelo governo Dilma.
O aumento da dívida pública
Os números finais da dívida pública ainda não foram divulgados, mas já podemos “comemorar a diminuição do ritmo de aumento da dívida”. Comparando com o final de 2011 o Brasil terá reduzido a dívida pública em 0,4% em comparação ao PIB, graças ao cumprimento do governo da meta do superávit primário, que a Dilma conseguiu cumprir, depois de três anos de não cumprimento do governo Lula.
A relação da dívida líquida com o PIB, que é a que o governo gosta de divulgar, em projeção feita no penúltimo mês do ano passado terá ficado na casa dos 38,5%. Em termos comparativos, estamos ainda dois pontos percentuais acima do nosso melhor resultado, conquistado em 2008.
Mas existem outros números que o governo não gosta de revelar. Um deles é a dívida interna bruta contabilizada na metodologia antiga, em vigor até 2007, que já em novembro chegava à casa dos R$ 2,616 trilhões. Ou seja, em um ano, o governo Dilma terá aumentado mais de R$ 200 bilhões na divida interna bruta, apesar do esforço para cumprir a meta da superávit primário.
Na nova metodologia introduzida pelo governo Lula, como era de se esperar, os números são “suavizados”, mas ainda assim terminaremos o primeiro ano do governo Dilma rondando a casa dos R$ 2,3 trilhões, o que dá um percentual de endividamento em relação ao PIB de 55,4%. Tudo bem, estamos muito distante ainda do desastre europeu, mas não custa lembrar que o custo da nossa dívida continua sendo um dos maiores do mundo, apesar do nosso bom momento.
Com a dívida externa não foi muito diferente. Em apenas NOVE meses a dívida externa bruta pulou de US$ 352 bilhões para US$ 400,3 bilhões! Se duvidar, pode conferir diretamente no site do BC: http://www.bc.gov.br/?SERIEDEBH. Tudo bem que o aumento das nossas reservas também aumentou na mesma proporção, mas estas, ao contrário do que o governo tenta vender a idéia, não são uma poupança. Se fossem, o governo já teria usado para quitar a parte pública da dívida que corresponde a 2/3 do total. No entanto, o governo continua pagando juros da dívida externa e, pasmem, o “custo das reservas” que a cada ano fica maior, como veremos a seguir.
Reservas Cambiais
Este é nosso maior orgulho macroeconômico. Favorecido pelo fluxo de capitais que rumou para os países emergentes nossos últimos anos (ou seja, dinheiro que não é nosso), nossas reservas continuaram aumentado ano após ano. Em 2012 não foi diferente. De um total de US$ 300 bilhões em reservas no final do governo Lula, terminamos 2012 na casa dos US$ 360 bilhões. Teoricamente teríamos como pagar a parte pública da dívida externa, mas na prática isto não acontece justamente porque boa parte das reservas não são dinheiro do governo, e sim dinheiro depositados na conta do governo. E o pior, para manter tais reservas o governo fica no prejuízo. Os números de 2011 ainda não foram divulgados, mas já se sabe que em 2010 o Brasil pagou R$ 27 bilhões para manter as reservas de US$ 300 bilhões. Para 2011, os custos serão muito mais elevados, pois só nos dois primeiros meses do ano, nossas reservas custaram R$ 6,8 bilhões. Ou seja, o dobro da média mensal paga em 2011. Portanto, certamente teremos mais um recorde também nesta área. As reservas, portanto, já se transformaram naquilo que os economistas chamam de “dívida invisível”.
Nível de endividamento
O aumento do nível de endividamento do brasileiro era previsível, mas até o final do governo Lula ainda não era considerado um problema, afinal, em comparação com os países do primeiro mundo em crise, podemos ainda nos considerar numa posição privilegiada. Mas a situação piora a cada ano. Pela primeira vez nos nove anos do PT mais da metade das famílias brasileiras estão endividadas. De um percentual de 21% no final do governo FHC, saltamos para 47% no final do governo Lula e agora chegamos aos 51% ao final do primeiro ano do governo Dilma.
Mas como explicar o aumento considerável no primeiro ano de Dilma se o governo reduziu um pouco o crédito? Em economia também acontecem “ressacas”. Portanto, depois da farra de estímulos ao consumo nos últimos dois anos de Lula, muitos brasileiros se deram conta de que gastaram mais do que deveriam. Portanto, mais um sinal de alerta ao governo Dilma. Estimular o crescimento com crédito é fácil. O problema é administrar as dívidas depois e nosso país já está chegando a níveis preocupantes.
Poupança interna
Também ainda não temos os números finais do nível de poupança interna em 2012, mas a julgar pelo nível de endividamento das famílias, é muito mais provável que esta tenha caído. Na melhor das hipóteses, se mantido entre 16 e 18%. Ou seja, no mesmo patamar ou um ponto percentual acima do nível de 1995 e muito aquém dos 30% recomendável para se chegar a um padrão desenvolvido.
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Os demais itens (as reformas estruturais prometidas) que citei na série “Desafios do Pós-lula” não valem à pena gastar saliva, pois até agora só ficaram nos discursos dos primeiro mês de governo. De concreto mesmo só as propostas de reforma política que pioram ainda mais o que já é ruim.
No próximo e último post desta série, vamos falar dos desafios de investimentos. Até lá!
amilton aquino
25 de janeiro de 2012
EDUCAÇÃO, PIADAS E FANTASIAS
Assistindo hoje a uma cerimônia na Sala Cecília Meirelles no Rio, onde foi prestada uma homenagem ao ministro da educação Fernando Haddad, ao ouvir o discurso proferido da boca de Lula me vi tragado para um universo paralelo onde à realidade era algo pintado de vermelho e repleto de estrelas, aplausos e sorrisos alienados ou cúmplices.
Enquanto nosso presidente ditava sandices e fantasias como a excelente qualidade das escolas brasileiras e o magnífico trabalho executado pelo ministro homenageado, ao multiplicar de algumas poucas centenas para algo na casa dos milhões, o número de participantes das desafiadoras olimpíadas de matemática e de português promovidas pelo Estado. Entre outras pérolas, Lula saiu-se com essa: “Graças aos projetos Prouni e Reuni, por exemplo, nunca vi tanto pobre fazendo universidade neste país. E não apenas cursando letras ou cursos que são mais baratos, mas também medicina ou engenharia, todos cursos que eles têm direito de escolher como qualquer outro cidadão brasileiro”. Ainda em relação às Olimpíadas de Matemática e Português; Lula mandou “na lata”: “Talvez nem a China tenha uma equipe maior que a nossa. Essas Olimpíadas são grandes incentivadoras para as crianças estudarem. Quem vier a assumir o ministério depois de você, Haddad, terá que fazer muito mais. Mudou-se o patamar da educação do Brasil”.
Realmente; nessa Lula tem razão. Mudou-se verdadeiramente o patamar da educação do Brasil. O detalhe que ele esqueceu de dizer foi que se mudou para a pior. Isso mesmo. Enquanto Lula tecia elogios ao seu ministro e distribuía esses mesmos elogios a sua política de educação “de ponta”; ignorava completamente o relatório da UNESCO com a informação de que o Brasil piorou no ranking educacional mundial. E olha que não foi uma simples troca de posições (coisa de um ou dois lugares no ranqueamento); foram DOZE posições perdidas (de 76º para o 88º lugar entre 128 países).
Mais uma vez o discurso fantasioso e claramente mentiroso do governo se faz contrário à realidade do “mundo cruel” e “dominado pela burguesia de direita” que é composta por “escravos estadunidenses” e “inimigos do povo” que não se “preocupam com os pobres”.
Longe de atacar a realidade da evasão escolar e das verdadeiras causas dos pífios resultados do Brasil nas Olimpíadas Internacionais (as quais o país fez questão de relegar a terceiro plano); o governo Lula incentiva apenas à comparação entre escolas brasileiras. Afinal de contas, com o mesmo nível médio de aprendizado e de condições de ensino; os resultados serão bem melhores do que os comparados com embates realizados contra estudantes de outros países. Propaganda é isso. Se você não tem condições de competir em pé de igualdade e quer mascarar seu desempenho fraco; o caminho ideal é reduzir as expectativas nivelando tudo por baixo.
Para que possa ser feita uma comparação com as últimas Olimpíadas Internacionais de matemática e de línguas disputadas por nossos estudantes o Brasil ocupou, quase sempre, as piores posições em todos os itens avaliados. Exemplo, onde os finlandeses obtiveram 648 pontos (95% do total) -seguido de perto pelo Canadá e pela Nova Zelândia- os estudantes brasileiros atingiram 388 pontos, o último lugar, logo abaixo do México, que atingiu 422.
Percebe-se, pelo próprio relatório da UNESCO que o Brasil é o pior da América Latina no quesito educação; ficando atrás de países muito mais pobres e sem recursos do que nós.
Nos últimos exames internacionais, o Brasil obteve a vergonhosa avaliação de que 60% dos jovens brasileiros, estavam situados nos dois níveis inferiores na escala de avaliação, sendo incapazes de executar operações matemáticas simples e mesmo a compreensão de textos de baixa e média complexidade. Resultados bem parecidos com o de países da África Subsaariana.
Ao invés de discursos, homenagens e rapapés eleitorais; Lula deveria investir na formação de professores qualificados; auxiliar os estados com a folha de pagamento desses profissionais e exigir que apenas fossem contratados profissionais de ponta que se empenhassem realmente no que fazem. Além de oferecer-se melhores condições de trabalho e material de apoio adequado.
De nada adianta vomitar rapapés e encher as universidades com estudantes pobres quando uma legião enorme, desses mesmos pobres, sequer consegue acabar o segundo grau ou encontra escolas que fingem ensinar enquanto eles fingem que aprendem.
Mal formados e mal orientados; esses estudantes rapidamente abandonam as escolas e mergulham no subemprego ou em trabalhos com lata rotatividade de mão-de-obra. Garantir uma escola de base de qualidade e eficiente; um segundo grau voltado para a formação técnica e que verdadeiramente prepare o estudante carente para a realidade do mercado e lhe dê uma profissão; garantirá muito mais oportunidades aos estudantes pobres do que os programas de cotas e as mirabolâncias criadas para produzir índices de grande volume e de pouca profundidade.
Mas aí; haveria um grande problema: esses estudantes seriam mais argutos, inquisitivos e não tolerariam ouvir alguém falando tanta mentira e tanta baboseira como o nosso presidente adora fazer.
Pense nisso.
Arthurius Maximus
25 de janeiro de 2012
Enquanto nosso presidente ditava sandices e fantasias como a excelente qualidade das escolas brasileiras e o magnífico trabalho executado pelo ministro homenageado, ao multiplicar de algumas poucas centenas para algo na casa dos milhões, o número de participantes das desafiadoras olimpíadas de matemática e de português promovidas pelo Estado. Entre outras pérolas, Lula saiu-se com essa: “Graças aos projetos Prouni e Reuni, por exemplo, nunca vi tanto pobre fazendo universidade neste país. E não apenas cursando letras ou cursos que são mais baratos, mas também medicina ou engenharia, todos cursos que eles têm direito de escolher como qualquer outro cidadão brasileiro”. Ainda em relação às Olimpíadas de Matemática e Português; Lula mandou “na lata”: “Talvez nem a China tenha uma equipe maior que a nossa. Essas Olimpíadas são grandes incentivadoras para as crianças estudarem. Quem vier a assumir o ministério depois de você, Haddad, terá que fazer muito mais. Mudou-se o patamar da educação do Brasil”.
Realmente; nessa Lula tem razão. Mudou-se verdadeiramente o patamar da educação do Brasil. O detalhe que ele esqueceu de dizer foi que se mudou para a pior. Isso mesmo. Enquanto Lula tecia elogios ao seu ministro e distribuía esses mesmos elogios a sua política de educação “de ponta”; ignorava completamente o relatório da UNESCO com a informação de que o Brasil piorou no ranking educacional mundial. E olha que não foi uma simples troca de posições (coisa de um ou dois lugares no ranqueamento); foram DOZE posições perdidas (de 76º para o 88º lugar entre 128 países).
Mais uma vez o discurso fantasioso e claramente mentiroso do governo se faz contrário à realidade do “mundo cruel” e “dominado pela burguesia de direita” que é composta por “escravos estadunidenses” e “inimigos do povo” que não se “preocupam com os pobres”.
Longe de atacar a realidade da evasão escolar e das verdadeiras causas dos pífios resultados do Brasil nas Olimpíadas Internacionais (as quais o país fez questão de relegar a terceiro plano); o governo Lula incentiva apenas à comparação entre escolas brasileiras. Afinal de contas, com o mesmo nível médio de aprendizado e de condições de ensino; os resultados serão bem melhores do que os comparados com embates realizados contra estudantes de outros países. Propaganda é isso. Se você não tem condições de competir em pé de igualdade e quer mascarar seu desempenho fraco; o caminho ideal é reduzir as expectativas nivelando tudo por baixo.
Para que possa ser feita uma comparação com as últimas Olimpíadas Internacionais de matemática e de línguas disputadas por nossos estudantes o Brasil ocupou, quase sempre, as piores posições em todos os itens avaliados. Exemplo, onde os finlandeses obtiveram 648 pontos (95% do total) -seguido de perto pelo Canadá e pela Nova Zelândia- os estudantes brasileiros atingiram 388 pontos, o último lugar, logo abaixo do México, que atingiu 422.
Percebe-se, pelo próprio relatório da UNESCO que o Brasil é o pior da América Latina no quesito educação; ficando atrás de países muito mais pobres e sem recursos do que nós.
Nos últimos exames internacionais, o Brasil obteve a vergonhosa avaliação de que 60% dos jovens brasileiros, estavam situados nos dois níveis inferiores na escala de avaliação, sendo incapazes de executar operações matemáticas simples e mesmo a compreensão de textos de baixa e média complexidade. Resultados bem parecidos com o de países da África Subsaariana.
Ao invés de discursos, homenagens e rapapés eleitorais; Lula deveria investir na formação de professores qualificados; auxiliar os estados com a folha de pagamento desses profissionais e exigir que apenas fossem contratados profissionais de ponta que se empenhassem realmente no que fazem. Além de oferecer-se melhores condições de trabalho e material de apoio adequado.
De nada adianta vomitar rapapés e encher as universidades com estudantes pobres quando uma legião enorme, desses mesmos pobres, sequer consegue acabar o segundo grau ou encontra escolas que fingem ensinar enquanto eles fingem que aprendem.
Mal formados e mal orientados; esses estudantes rapidamente abandonam as escolas e mergulham no subemprego ou em trabalhos com lata rotatividade de mão-de-obra. Garantir uma escola de base de qualidade e eficiente; um segundo grau voltado para a formação técnica e que verdadeiramente prepare o estudante carente para a realidade do mercado e lhe dê uma profissão; garantirá muito mais oportunidades aos estudantes pobres do que os programas de cotas e as mirabolâncias criadas para produzir índices de grande volume e de pouca profundidade.
Mas aí; haveria um grande problema: esses estudantes seriam mais argutos, inquisitivos e não tolerariam ouvir alguém falando tanta mentira e tanta baboseira como o nosso presidente adora fazer.
Pense nisso.
Arthurius Maximus
25 de janeiro de 2012
CLUBE DO BOLINHA
É a mesma coisa de sempre nesse país onde a politicalha transformou cargos políticos em feudos. Ou "Clube do Bolinha"? Huuum... 'clube do fominha' ficaria mais de acordo, já que transformaram cargos que seriam decetnes
Aloizio Mercadante fez o curso de economia, mas nunca chegou a ser um verdadeiro economista. Mercadante é apenas um político brasileiro.
Ajudou a criar o PT aos vinte e seis aninhos de idade. Daí em diante, nunca mais largou o osso como é hábito dos políticos brasileiros.
Mercadante nunca trabalhou de fato.
Empregos que ele teve: nenhum
Mercadante foi vice-presidente nacional do PT, secretário de relações internacionais, integrante do Diretório Nacional e da Executiva Nacional. Foi candidato à vice-presidência da República na chapa de Lula nas eleições de 1994. Em sua primeira disputa por uma vaga de Foi deputado
Em 1996 coordenou o programa de governo do PT e foi candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Luiza Erundina. Foi protagonista no debate econômico nacional, participando de palestras e publicando artigos propondo um modelo alternativo de desenvolvimento. Este período resultou no lançamento do livro "O Brasil Pós-Real", organizado por Mercadante.
Em 1998, Mercadante voltou à Câmara dos Deputados como o terceiro deputado mais votado do país - 241.559 votos. Em seu segundo mandato, participou de diversas comissões especializadas nas áreas econômica, financeira e tributária. Presidiu a Comissão de Economia, Indústria e Comércio (1999), foi líder da Bancada do PT (2000) e membro das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional e de Finanças e Tributação (2001).
Ao concorrer a uma vaga no Senado em 2002, Mercadante obteve a maior votação da história do País – 10.497.348, recorde superado por Aloysio Nunes, do PSDB, que obteve 11.182.669 votos nas eleições de 2010. No Senado, exerceu a liderança do governo até junho de 2006.
Em 2006, foi candidato ao governo de São Paulo pelo PT, quando obteve o maior número de votos do partido no Estado – 6.771.582 votos. Neste mesmo ano, lançou o livro: "Brasil – Primeiro Tempo", uma análise comparativa do Governo Lula. De 2007 a 2008, presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Durante o processo de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) defendeu a junção de todas as denúncias contra Calheiros, para que os processos fossem julgados de uma única vez, em sessão aberta. Em discurso, defendeu sua posição: "Meu voto não foi de omissão, como alguns disseram. Foi um voto transparente, de quem entende que o julgamento de mérito se faz com base na conclusão do processo".[2]
Em janeiro de 2009, foi eleito líder do PT no Senado. Em 20 de agosto de 2009, anunciou que iria renunciar ao cargo, por causa da decisão de seu partido de arquivar a abertura de investigação pelo Conselho de Ética contra o presidente da Senado Federal, José Sarney.[3] No dia seguinte, porém, em discurso no Senado, após longa conversa noturna com o presidente Lula, afirmou que - contra a vontade de sua família - aceitava o pedido do presidente para que continuasse na liderança.
Em 2010, concorreu como candidato ao governo do estado de São Paulo pelo PT, sendo, porém, derrotado no primeiro turno por Geraldo Alckmin. Foi convidado a integrar o governo da presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 2011. Em 18 de Janeiro de 2012, foi convidado para assumir o Ministério da Educação, devido a saída do atual Ministro Fernando Haddad, para concorrer a Prefeitura de São Paulo
Vida
Esta página ou secção não cita nenhuma fonte ou referência, o que compromete sua credibilidade (desde dezembro de 2009)
Por favor, melhore este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto por meio de notas de rodapé. Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus. Veja como referenciar e citar as fontes.
Aloizio Mercadante foi o senador mais votado do Brasil em 2002, sendo superado em 2010 pelo tucano Aloysio Nunes, que obteve mais de 11 milhões de votos se tornando o senador mais votado da História do Brasil.
Mas a estreia mais efetiva de Mercadante na vida política começou mesmo na época da faculdade de Economia na USP. Ele foi presidente do Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC) em 1974 e 1975 e ajudou a organizar protestos contra o assassinato do estudante Alexandre Vannucchi Leme e do jornalista Vladimir Herzog.
Venceu a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy nas prévias do PT e concorreu ao governo do estado de São Paulo nas eleições de 2006. Derrotado por José Serra, voltou aos seus quatro anos restantes no Senado.
Em 2010 concorreu ao governo de São Paulo tendo o apoio das seguintes legendas PDT, PCdoB, PR, PRB, PPL e também busca a aliança com PTdoB, PRP, PTC, PSL, PTN , e foi derrotado pelo opositor Geraldo Alckmin que obteve 11,5 milhões (50,63 %) de votos. Mercadante obteve 8,01 milhões de votos (35,23 %).
Aloizio Mercadante fez o curso de economia, mas nunca chegou a ser um verdadeiro economista. Mercadante é apenas um político brasileiro.
Ajudou a criar o PT aos vinte e seis aninhos de idade. Daí em diante, nunca mais largou o osso como é hábito dos políticos brasileiros.
Mercadante nunca trabalhou de fato.
Empregos que ele teve: nenhum
Mercadante foi vice-presidente nacional do PT, secretário de relações internacionais, integrante do Diretório Nacional e da Executiva Nacional. Foi candidato à vice-presidência da República na chapa de Lula nas eleições de 1994. Em sua primeira disputa por uma vaga de Foi deputado
Em 1996 coordenou o programa de governo do PT e foi candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Luiza Erundina. Foi protagonista no debate econômico nacional, participando de palestras e publicando artigos propondo um modelo alternativo de desenvolvimento. Este período resultou no lançamento do livro "O Brasil Pós-Real", organizado por Mercadante.
Em 1998, Mercadante voltou à Câmara dos Deputados como o terceiro deputado mais votado do país - 241.559 votos. Em seu segundo mandato, participou de diversas comissões especializadas nas áreas econômica, financeira e tributária. Presidiu a Comissão de Economia, Indústria e Comércio (1999), foi líder da Bancada do PT (2000) e membro das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional e de Finanças e Tributação (2001).
Ao concorrer a uma vaga no Senado em 2002, Mercadante obteve a maior votação da história do País – 10.497.348, recorde superado por Aloysio Nunes, do PSDB, que obteve 11.182.669 votos nas eleições de 2010. No Senado, exerceu a liderança do governo até junho de 2006.
Em 2006, foi candidato ao governo de São Paulo pelo PT, quando obteve o maior número de votos do partido no Estado – 6.771.582 votos. Neste mesmo ano, lançou o livro: "Brasil – Primeiro Tempo", uma análise comparativa do Governo Lula. De 2007 a 2008, presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Durante o processo de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) defendeu a junção de todas as denúncias contra Calheiros, para que os processos fossem julgados de uma única vez, em sessão aberta. Em discurso, defendeu sua posição: "Meu voto não foi de omissão, como alguns disseram. Foi um voto transparente, de quem entende que o julgamento de mérito se faz com base na conclusão do processo".[2]
Em janeiro de 2009, foi eleito líder do PT no Senado. Em 20 de agosto de 2009, anunciou que iria renunciar ao cargo, por causa da decisão de seu partido de arquivar a abertura de investigação pelo Conselho de Ética contra o presidente da Senado Federal, José Sarney.[3] No dia seguinte, porém, em discurso no Senado, após longa conversa noturna com o presidente Lula, afirmou que - contra a vontade de sua família - aceitava o pedido do presidente para que continuasse na liderança.
Em 2010, concorreu como candidato ao governo do estado de São Paulo pelo PT, sendo, porém, derrotado no primeiro turno por Geraldo Alckmin. Foi convidado a integrar o governo da presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 2011. Em 18 de Janeiro de 2012, foi convidado para assumir o Ministério da Educação, devido a saída do atual Ministro Fernando Haddad, para concorrer a Prefeitura de São Paulo
Vida
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Aloizio Mercadante foi o senador mais votado do Brasil em 2002, sendo superado em 2010 pelo tucano Aloysio Nunes, que obteve mais de 11 milhões de votos se tornando o senador mais votado da História do Brasil.
Mas a estreia mais efetiva de Mercadante na vida política começou mesmo na época da faculdade de Economia na USP. Ele foi presidente do Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC) em 1974 e 1975 e ajudou a organizar protestos contra o assassinato do estudante Alexandre Vannucchi Leme e do jornalista Vladimir Herzog.
Venceu a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy nas prévias do PT e concorreu ao governo do estado de São Paulo nas eleições de 2006. Derrotado por José Serra, voltou aos seus quatro anos restantes no Senado.
Em 2010 concorreu ao governo de São Paulo tendo o apoio das seguintes legendas PDT, PCdoB, PR, PRB, PPL e também busca a aliança com PTdoB, PRP, PTC, PSL, PTN , e foi derrotado pelo opositor Geraldo Alckmin que obteve 11,5 milhões (50,63 %) de votos. Mercadante obteve 8,01 milhões de votos (35,23 %).
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