"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

"VOU-ME EMBORA PRA BRUZUNDANGA"


O Brasil é um país fantástico. Nulidades são transformadas em gênios da noite para o dia. Uma eficaz máquina de propaganda faz milagres. Temos ao longo da nossa História diversos exemplos. O mais recente é Dilma Rousseff.

Surgiu no mundo político brasileiro há uma década. Durante o regime militar militou em grupos de luta armada, mas não se destacou entre as lideranças. Fez política no Rio Grande do Sul exercendo funções pouco expressivas. Tentou fazer pós-graduação em Economia na Unicamp, mas acabou fracassando, não conseguiu sequer fazer um simples exame de qualificação de mestrado.

Mesmo assim, durante anos foi apresentada como "doutora" em Economia. Quis-se aventurar no mundo de negócios, mas também malogrou. Abriu em Porto Alegre uma lojinha de mercadorias populares, conhecidas como "de 1,99". Não deu certo. Teve logo de fechar as portas.

Caminharia para a obscuridade se vivesse num país politicamente sério. Porém, para sorte dela, nasceu no Brasil. E depois de tantos fracassos acabou premiada: virou ministra de Minas e Energia. Lula disse que ficou impressionado porque numa reunião ela compareceu munida de um laptop. Ainda mais: apresentou um enorme volume de dados que, apesar de incompreensíveis, impressionaram favoravelmente o presidente eleito.

Foi nesse cenário, digno de O Homem que Sabia Javanês, que Dilma passou pouco mais de dois anos no Ministério de Minas e Energia. Deixou como marca um absoluto vazio. Nada fez digno de registro. Mas novamente foi promovida. Chegou à chefia da Casa Civil após a queda de José Dirceu, abatido pelo escândalo do mensalão.

Cabe novamente a pergunta: por quê? Para o projeto continuísta do PT a figura anódina de Dilma Rousseff caiu como uma luva. Mesmo não deixando em um quinquênio uma marca administrativa - um projeto, uma ideia -, foi alçada a sucessora de Lula.

Nesse momento, quando foi definida como a futura ocupante da cadeira presidencial, é que foi desenhado o figurino de gestora eficiente, de profunda conhecedora de economia e do Brasil, de uma técnica exemplar, durona, implacável e desinteressada de política. Como deveria ser uma presidente - a primeira - no imaginário popular.

Deve ser reconhecido que os petistas são eficientes. A tarefa foi dura, muito dura. Dilma passou por uma cirurgia plástica, considerada essencial para, como disseram à época, dar um ar mais sereno e simpático à então candidata. Foi transformada em "mãe do PAC". Acompanhou Lula por todo o País. Para ela - e só para ela - a campanha eleitoral começou em 2008.

Cada ato do governo foi motivo para um evento público, sempre transformado em comício e com ampla cobertura da imprensa. Seu criador foi apresentando homeopaticamente as qualidades da criatura ao eleitorado. Mas a enorme dificuldade de comunicação de Dilma acabou obrigando o criador a ser o seu tradutor, falando em nome dela - e violando abertamente a legislação eleitoral.

Com base numa ampla aliança eleitoral e no uso descarado da máquina governamental, venceu a eleição. Foi recebida com enorme boa vontade pela imprensa. A fábula da gestora eficiente, da administradora cuidadosa e da chefe implacável durante meses foi sendo repetida. Seu figurino recebeu o reforço, mais que necessário, de combatente da corrupção.

Também, pudera: não há na História republicana nenhum caso de um presidente que em dois anos de mandato tenha sido obrigado a demitir tantos ministros acusados de atos lesivos ao interesse público.

Com o esgotamento do modelo de desenvolvimento criado no final do século 20 e um quadro econômico internacional extremamente complexo, a presidente teve de começar a viver no mundo real. E aí a figuração começou a mostrar suas fraquezas.

O crescimento do produto interno bruto (PIB) de 7,5% de 2010, que foi um componente importante para a vitória eleitoral, logo não passou de uma recordação. Independentemente da ilusão do índice (em 2009 o crescimento foi negativo: -0,7%), apesar de todos os artifícios utilizados, em 2011 o crescimento foi de apenas 2,7%.

Mas para piorar, tudo indica que em 2012 não tenha passado de 1%. Foi o pior biênio dos tempos contemporâneos, só ficando à frente, na América do Sul, do Paraguai. A desindustrialização aprofundou-se de tal forma que em 2012 o setor cresceu negativamente: -2,1%.

O saldo da balança comercial caiu 35% em relação à 2011, o pior desempenho dos últimos dez anos, e em janeiro deste ano teve o maior saldo negativo em 24 anos. A inflação dá claros sinais de que está fugindo do controle. E a dívida pública federal disparou: chegou a R$ 2 trilhões.

As promessas eleitorais de 2010 nunca se materializaram. Os milhares de creches desmancharam-se no ar. O programa habitacional ficou notabilizado por acusações de corrupção. As obras de infraestrutura estão atrasadas e superfaturadas. Os bancos e empresas estatais transformaram-se em meros instrumentos políticos - a Petrobrás é a mais afetada pelo desvario dilmista.

Não há contabilidade criativa suficiente para esconder o óbvio: o governo Dilma Rousseff é um fracasso. E pusilânime: abre o baú e recoloca velhas propostas como novos instrumentos de política econômica. É uma confissão de que não consegue pensar com originalidade. Nesse ritmo, logo veremos o ministro Guido Mantega anunciar uma grande novidade para combater o aumento dos preços dos alimentos: a criação da Sunab.

Ah, o Brasil ainda vai cumprir seu ideal: ser uma grande Bruzundanga. Lá, na cruel ironia de Lima Barreto, a Constituição estabelecia que o presidente "devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, de uma mediocridade total".

11 de fevereiro de 2013
Marco Antonio Villa, O Estado de São Paulo

BENTO XVI É O PRIMEIRO PAPA A RENUNCIAR DESDE GREGÓRIO XII EM 1415

Papa Bento XVI deixará suas funções em 28 de fevereiro. Ratzinger sai oito anos após substituir João Paulo II como líder da Igreja Católica

O papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11/02) , durante o consistório para a canonização de dois mártires, que vai se retirar de suas funções no dia 28 de fevereiro. Pouco antes, o Vaticano havia confirmado a informação às agências internacionais. "O papa anunciou que renunciará a seu ministério às 20 horas do dia 28 de fevereiro", disse o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, citado pela agência France Presse em um pronunciamento em latim.

Nascido Joseph Alois Ratzinger, Bento XVI, de 85 anos, afirmou que iria deixar o posto por não reunir mais condições físicas para exercê-lo. A partir de sua saída, será iniciado um período de vacância na Igreja Católica até a formação de um conclave que irá eleger um novo sumo pontífice.

Agência Efe

Bento XVI, no dia em que anunciou sua saída do comando da Igreja Católica, em Roma
O cardeal alemão Joseph Ratzinger assumiu a chefia da Igreja Católica em 19 de abril de 2005, no lugar de João Paulo II, adotando a alcunha de Bento XVI. No ano passado, Bento XVI tinha já dito que estava “na última etapa da vida”,a brindo espaço para especulações sobre sua saída.

Sua decisão de deixar o cargo em vida tem poucos precedentes na história, mas é prevista no direito canônico. O último papa a abdicar de seu pontificado foi Gregório XII (1406-1415), aos 88 anos. Ele assmuiu o poto quando a instituição se encontrava em grave crise, no episódio histórico conhecido como "Grande Cisma do Ocidente". Na ocaisão, brigas políticas acabaram levando à criação de três papas simultâneos, minando o prestígio da Santa Sé.

Após ser nomeado, sempre deixou claro que deixaria o cargo à disposição se isso fosse para o bem da instituição. Sua postura facilitou uma reconciliação, dando início ao Concílio de Constança. Após ter se tornado novamente o único papa reconhecido, cumpriu o prometido e, aos 88 anos, deixou o cargo nove anos após assumi-lo.

Segue a íntegra das palavras do papa de anúncio de sua renúncia, lida por ele em carta:


"Queridísimos irmãos,

Convoquei-os a este Consistório, não só para as três causas de canonização, mas também para comunicar-vos uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.

Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino. Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando.


No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.


Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, desde 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.


Queridísimos irmãos, lhes dou as graças de coração por todo o amor e o trabalho com que levastes junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.


Agora, confiamos à Igreja o cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista com sua materna bondade os Cardeais a escolherem o novo Sumo Pontífice. Quanto ao que diz respeito a mim, também no futuro, gostaria de servir de todo coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.


Vaticano,10 de fevereiro 2013

11 de fevereiro de 2013
(*) com agências de notícias internacionais

COMO SE ESCOLHE UM PAPA?

 


À porta fechada, sob grande secretismo e isolamento. É neste clima único no mundo que decorre o conclave em que é escolhido o futuro Papa.
 
Dentro de 20 dias no máximo, o Conclave de Cardeais terá de iniciar o processo de escolha do novo Sumo Pontífice. Segundo dados do Vaticano, 118 cardeais, de 66 países, todos com idades inferiores a 80 anos, vão reunir-se na Capela Sistina, no Vaticano, e decidir o sucessor de Bento XVI.

Portugal tem actualmente três cardeais no Colégio de Cardeais: D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos; D. José Policarpo, cardeal Patriarca de Lisboa; e D. Manuel Monteiro de Castro. Apenas D. José Policarpo e D. Manuel Monteiro de Castro são eleitores por terem actualmente menos de 80 anos.

O dia exacto para o Conclave de Cardeais ainda não foi anunciado (deverá ter início em Março, segundo o Vaticano), mas a forma como decorrerá mantém-se inalterada há séculos. No primeiro dia, os cardeais reúnem-se na Capela Sistina à porta fechada. As chaves da sala são retiradas das portas e guardadas e o isolamento verificado pelo cardeal camerlengo, que tem a responsabilidade de organizar e supervisionar o processo de eleição.

Longe dos olhares do mundo, os cardeais, que juraram sigilo e arriscam a excomunhão se o violarem, iniciam uma discussão secreta sobre as qualidades dos potenciais candidatos a Papa, que não têm que ser obrigatoriamente um dos seus pares, já que qualquer homem, maior de idade, baptizado pela Igreja Católica, pode ser eleito Papa.

Antes de se iniciar a votação, toda a área é escrutinada pela segurança em busca de microfones ou câmaras escondidas. O Conclave pode demorar vários dias e até que termine, com o anúncio do novo Papa, os cardeais comem e dormem numa zona chamada “Domus Sanctae Marthae”, junto à Basílica de São Pedro.
Durante todo o processo, é vedado aos cardeais o contacto com o exterior. Só poderão ter acesso a assistência médica. À zona que envolve a sala onde decorre o Conclave só podem aceder padres para as confissões e pessoal de manutenção e limpeza. Todas estas pessoas ficam obrigadas a uma cláusula de segredo absoluto sobre tudo o que ouvirem ou virem.

No primeiro dia do Conclave é celebrada de manhã uma eucaristia “pro elegendo Papa”. Já no interior da sala onde o processo eleitoral vai decorrer, os cardeais ficam finalmente sozinhos, sem a presença de qualquer pessoal do Vaticano. Os cardeais podem votar apenas uma vez no primeiro dia de eleição, mas a partir do segundo dia devem votar duas vezes de manhã e outras duas à tarde.

Num boletim de voto em que se pode ler “Eligio in Summum Pontificem" ("Eu elejo como Sumo Pontífice..."), cada cardeal deve escrever o nome do seu eleito. Depois de recolhidos todos os votos, estes são contados e os nomes dos cardeais que receberam votos ditos em voz alta.

Os boletins são depois queimados num forno. É o fumo que resulta da queima que fica visível na chaminé da Capela Sistina que anunciará ao mundo se a Igreja Católica já tem um novo Papa.
Se o fumo negro se tornar branco, foi encontrado o sucessor do último Sumo Pontífice. Se se mantiver negro, haverá uma nova votação. O processo continua até que um dos candidatos reúna dois terços dos votos.

É ainda necessário um voto adicional se o número de votantes não for divisível por três. No entanto, este processo pode sofrer alterações se, ao final de vários dias, não for alcançado um consenso.
Pode decidir-se, por exemplo, que seja nomeado Papa o candidato que reúna mais de metade dos votos. Se ao fim de três dias de votação nenhum dos candidatos conseguir uma maioria de dois terços, o processo eleitoral é suspenso por um dia para orações e discussões informais.

Alcançada a maioria necessária é entregue uma espécie de resumo das votações e respectivos resultados ao recém-eleito Papa. O documento é depois selado e arquivado.
Ao cardeal eleito é perguntado se aceita a nova função e qual o nome pelo qual quer passar a ser designado.
O nome pelo qual o novo Papa escolheu ser designado é também avançado nessa altura. A 19 de Abril de 2005, Joseph Ratzinger escolheu Bento XVI.

O anúncio de que foi eleito um novo Sumo Pontífice é depois feito através da chaminé da Capela Sistina, de onde sairá fumo branco. “Habemus Papam!” (“Temos Papa”, em latim), será anunciado em seguida pelo decano do Colégio dos Cardeais a partir da varanda da basílica de São Pedro. O novo Papa oferece depois a sua primeira bênção apostólica.

11 de fevereiro de 2013

O PONTIFICADO DE BANTO XVI EM 13 IMAGENS

 

Com os dois irmãos na Alemanha


1977. Arcebispoi de Munich, Alemanha


Cardeal de ferro


O candidato da continuidade a João Paulo II


2008. Visita a Sydney, Austrália


2009. Sapatos feitos sob encomenda


2009. O chapéu combina com o sapato


2009. Braço machucado


2009.


2010. Em Roma


2012. Santiago de Cuba

 

2012. Em Roma

 
11 de fevereiro de 2013

UM CONCLAVE CURTO PARA ELEGER O SUCESSOR DE BENTO XVI

 

 A um longo pontificado, como foi o de João Paulo II, costuma suceder um pontificado curto. Tem sido assim em grande parte da história da Igreja Católica.

O pontificado curto, como o de Bento XVI, permite que os cardeais-eleitores do Papa ganhem tempo para refletir sobre o momento que a Igreja atravessa e o seu futuro.

De resto, a sabedoria recomenda que se evite sucessivos pontificados longos. Para que a Igreja possa fazer correções de rumo em tempo mais ou menos hábil.

Além de idoso, o cardeal alemão Joseph Ratzinger estava com a saúde fortemente abalada quando foi eleito para suceder João Paulo II, o polonês que governou a Igreja durante mais de 20 anos. Todo mundo na cúpula da Igreja sabia disso.


O conclave que elegeu Bento XVI foi rápido, rapidíssimo porque a escolha dele fora acertada com a devida antecedência.

Por sua afinidade com João Paulo II, era o candidato natural ao cargo. Por sua saúde debilitada, era a certeza de um pontificado breve, destinado apenas a dar continuidade ao anterior.

Às vezes, o Espírito Santo, que costuma inspirar os cardeais-eleitores, apronta suas gracinhas.

O pontificado de Pio XII foi longo. Acabou no final dos anos 50 do século passado. Deu lugar ao pontificado de João XXIII, o Patriarca de Veneza, de idade avançada e má saúde.

Embora curto, como se esperava, o pontificado de João XXIII foi um dos mais marcantes da história da Igreja. Ele convocou o Concílio Ecumêmino Vaticano II. E deu uma forte guinada no rumo da Igreja.

Emergiu do concílio uma igreja mais aberta à participação dos leigos e à aproximação com outras religiões.

Os Papas que se seguiram a João XXIII impediram que tal abertura aumentasse. Várias das medidas que tomaram levaram a Igreja a um recuo.

É provável que o conclave para a escolha do sucessor de Bento XVI também seja rápido. Há cinco anos os cardeais-eleitores só pensam e conversam sobre o substituto dele.

11 de fevereiro de 2013
Ricardo Noblat

BENTO XVI: UMA AGENDA MARCADA PELA FADIGA

 

Desde antes de sua eleição, toda a Cúria Romana, uma espécie de governo da Igreja, sabia do estado delicado da saúde do cardeal Josepeh Ratzinger. E assim desde o primeiro momento ficou claro que sua agenda diária seria muito diferente da agenda movimentada do seu antecessor.

Se João Paulo II dividia sua jornada em audiências pela manhã e entrevistas pessoais pela tarde, Bento XVI estabeleceu uma agenda bem menos intensa onde as tarefas de governo ocupavam as manhãs. Ele dedicava as tardes aos estudos.


Ratzinger deixou claro desde o primeiro momento a seus colaboradores que não tinha a intenção de renunciar a um dos seus maiores projetos intelectuais - a publicação com o objetivo de alcançar o grande público de uma trilogia sobre Jesus. E cumpriu o prometido.

Embora seguindo o programa de viagens previsto por seu antecessor, enxugou-o o quanto pode, tanto em termos de duração quanto em número de viagens propriamente ditas.

Sucedeu o mesmo com as férias.

A saúde de Bento XVI também influenciou a organização de importantes atos religiosos no Vaticano. A Missa do Galo, por exemplo, foi adiantada para evitar extrema fadiga.

11 de fevereiro de 2013
El País

BENTO XVI RENUNCIA AO PONTIFICADO. É O 4o. PAPA A FAZÊ-LO

 

O Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger, anunciou nesta segunda-feira que vai deixar seu cargo na liderança da Igreja Católica. Em comunicado, o porta-voz do religioso disse que sua força não é mais adequada para continuar no posto devido à sua idade avançada e que tomou a decisão pelo bem da Igreja. O Vaticano não quis comentar o caso até o momento e ainda não divulgou qual será o processo para a substituição do líder.

“Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino.
Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando”, disse o religioso.
 
A CNBB recebeu a informação com surpresa. Segundo a assessoria de imprensa da entidade católica, ainda não há uma orientação de como será tratada a renúncia. No entanto, a conferência promete divulgar ainda na manhã desta segunda-feira uma nota oficial sobre a decisão do Pontífice.
 
Ratzinger, de 85 anos, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927, e foi baptizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas.
A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.
 
Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido, que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.
 
Ele é o quarto Papa a renunciar ao cargo. Antes dele, o Papa Ponticiano deixou a liderança da Igreja Católica no ano de 235. Depois vieram Celestino V, em 1294; Gregório XII, em 1415. Com a renúncia de Gregório XII foi possível acabar com o chamado Cisma do Ocidente, quando a Igreja chegou a ter um papa legítimo (Gregório XII) e dois antipapas, um em Avignon na França e outro em Pisa.
 
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Público, de Portugal
 
Papa não controla a Cúria, cartas falam de corrupção e Bento XVI preocupa-se com eventuais cismas. No Vaticano, os últimos meses adensaram o ambiente de fim de pontificado. (Texto publicado na edição de 15 de Abril de 2012)
 
A Cúria Romana tornou-se um monstro ingovernável que o próprio Papa, de perfil sobretudo intelectual e académico, já não consegue controlar.
 
No Vaticano, nas vésperas do sétimo aniversário da eleição de Bento XVI, parece viver-se já um ambiente de final de pontificado, semelhante ao que caracterizou a última década de João Paulo II.
 
O diagnóstico é feito por responsáveis do Vaticano ouvidos pelo PÚBLICO e resulta de diferentes episódios dos últimos meses, onde não faltaram acusações de lutas pelo poder e a divulgação de cartas dirigidas ao Papa a denunciar corrupção.
 
Também há quem relativize, dizendo que os casos apenas traduzem luzes e sombras de uma instituição plural, onde convive o melhor e o pior da natureza humana. O PÚBLICO escolheu nove casos recentes que traduzem este ambiente e falou com vários observadores no Vaticano.
 
A estrutura central do catolicismo parece colada com cuspo. Bento XVI, que em Fevereiro se tornou o sexto Papa mais velho dos últimos 700 anos, já não tem mão na Cúria. Ao mesmo tempo, tenta evitar a custo um cisma dos católicos germânicos.
 
Leia mais em Bento XVI já não manda na Igreja

11 de fevereiro de 2013
Globo

CANSOU!

 

Responda com sinceridade e sem preconceitos contra quem quer que seja: é notícia ou não é o Procurador-Geral da República denunciar por crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos um senador da República candidato a presidir o Senado pela segunda vez?
 
Leve em conta que o tal senador renunciou no passado à presidência do Senado para escapar de ser cassado por quebra de decoro.
 
Da mesma maneira e sob a mesma condição, responda: é ou não dever da imprensa produzir uma extensa cobertura do julgamento mais longo da história do Supremo Tribunal Federal, e que poderia remeter para a cadeia cabeças do partido que mandam no país há 10 anos?
 
Jamais o Supremo condenara políticos à cadeia. Nem mesmo os mequetrefes. Mas vamos em frente.
A imprensa tem ou não o direito de expressar sua opinião a respeito de qualquer tema que julgue de interesse público?
 
De que forma ela cumprirá melhor seu papel - sendo pródiga em elogios aos poderes da República ou preferindo fiscalizá-los para apontar seus erros e defeitos?
 
Quem tem ideia fixa é doido. Pode também não ser. Pode estar em campanha - daí a insistência com a ideia. Qualquer ideia.
 
Em 1989, candidato a presidente da República, Collor se apresentou como o político ético, moralista, contra um bando de corruptos, a começar pelo presidente da República. Só quem prestava era ele.
 
Lula foi mais modesto do que Collor. Havia no Congresso 300 picaretas, acusou ele. Collor diria que todos no Congresso eram picaretas.
 
Como disse que rejeitava o apoio dos políticos. Como desprezou publicamente o apoio de empresários. Como jurou não ser político nem empresário.
 
Uma ideia fixa a serviço de um plano - no caso o dele, o de ocupar a vaga que Sarney deixaria no Palácio do Planalto.
 
O plano de Collor o empurrou para o ataque. O mais recente, de Lula e seus seguidores, para a defesa.
 
Até aqui esgrimam com a ideia fixa de que a imprensa existe para destruí-los, e ao PT. A ideia está a serviço do plano de desacreditar quem os ataca.
O plano começou a ser posto em prática quando o governo Lula e o PT se tornaram alvo de críticas. Antes, não.
 
Lembra de Lula sentadinho na bancada do Jornal Nacional sendo entrevistado ao vivo no dia seguinte à sua eleição? Tão dócil!
 
Mas aí veio o Caso Waldomiro Diniz - o assessor do ministro José Dirceu que antes de assumir o cargo tentou tomar dinheiro do bicheiro Cachoeira.
 
Veio o Caso Mensalão - o pagamento de propinas para que deputados votassem como mandava o governo.
 
E aí... Aí não precisaria de mais nada, não é mesmo? Embora ao mensalão tenham se seguido outros escândalos de peso.
 
O que fazer? O que Lula e o PT fizeram: exibirem-se como vítimas. Apontarem a imprensa como algoz. Acusarem-na de mentir, mentir e mentir.
 
Você tem de dar a seus correligionários argumentos para que o defendam. O argumento da imprensa golpista, a serviço da oposição ao primeiro governo com raízes populares, não deixa de ser um bom argumento. Tem aderência. E o dispensa de se defender de fato das acusações.
 
De resto, embora estrile, a imprensa aprecia quando apanha. Isso lhe oferece a chance de publicar as críticas como quem diz: "Veem como sou isenta?". Parece razoável.
 
Mas ao cabo, a verdade é que envelheceu a fórmula que serve simultaneamente aos desafetos da imprensa e a ela mesma.
 
Imaginem que José Dirceu, outro dia, disse que Renan é alvo de um golpe mediático. Pode? Renan? Logo ele?
 
11 de fevereiro de 2013
Ricardo Noblat

BLINDADO, RENAN PODE CAUSAR CRISE COM O SUPREMO

Abertura de inquérito contra o senador no STF pode criar novo embate entre Judiciário e Legislativo. PMDB providencia blindagem no Senado

 
 
Deputado Renan Calheiros senta-se ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, durante a cerimônia de abertura do ano legislativo no Parlamento
 
 
Deputado Renan Calheiros senta-se ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, durante a cerimônia de abertura do ano legislativo no Parlamento - Ueslei Marcelino/Reuters
 
O primeiro dia de funcionamento do Congresso neste ano registrou uma cena constrangedora: na sessão de inauguração da legislatura, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, seguindo o protocolo, sentou-se ao lado de Renan Calheiros (PMDB-AL), eleito presidente do Senado.

Em breve, Barbosa poderá ter de participar de uma decisão sobre o futuro do senador: a Procuradoria-Geral da República acusa Renan dos crimes de peculato, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Caberá ao tribunal decidir se aceita a denúncia, o que tornará réu o terceiro homem na linha sucessória da república.

Dada a lentidão do rito judicial, caso o Supremo aceite a denúncia, é possível que o desfecho do caso só ocorra quando ele já tiver deixado o posto - foi eleito para um mandato de dois anos, com possibilidade de reeleição.
Porém, ao eleger Renan para presidir o Congresso, os senadores assumiram também o risco de uma crise institucional entre o Legislativo e o Judiciário.
Por exemplo: em caso de condenação no Supremo, caberia a Renan Calheiros chancelar a perda de mandato do senador Renan Calheiros.
 
No final do ano passado, o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) por pouco não causou um embate institucional ao defender que o Legislativo descumprisse a decisão do Supremo sobre a perda de mandato de quatro mensaleiros condenados pela corte. Se decidisse tomar um caminho similar, Renan enfrentaria o STF para defender a si próprio.
 
O caso que pode opor Renan e Joaquim Barbosa é o mesmo que levou o peemedebista a renunciar à Presidência do Senado em 2007. Na época, a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha fora do casamento, revelou que a pensão alimentícia de 12 000 reais mensais era paga por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
Para tentar sustentar que tinha recursos para arcar com a despesa, o senador alegou que obteve lucro extraordinário com a venda de bois.
As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, entretanto, concluíram que as transações eram fictícias.
 
Quase seis anos depois, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou Renan ao STF, simultaneamente ao retorno do peemedebista ao comando do Senado.
 
Conselho de Ética - Um segundo caminho para a perda do mandato do presidente do Senado ocorreia por meio da abertura de um processo de cassação no Conselho de ética da Casa.
A ala "independente" do Senado, que se uniu em torno da candidatura de Pedro Taques (PDT-MT) na eleição contra Renan, vai aguardar a decisão do STF sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República para agir.
Se o senador se tornar réu no Supremo, deve também passar a responder a um processo por quebra de decoro parlamentar.
 
No Senado, entretanto, a chance de o senador perder o mandato por decisão dos parlamentares é considerada nula. O PMDB, partido de Renan, tem direito a cinco das quinze cadeiras do Conselho de Ética. Outras sete vagas são de partidos aliados, como o PT.
 
Na composição atual do colegiado, o próprio Renan Calheiros figura como membro. Além dele, integram a comissão os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), Romero Jucá (PMDB-RR), Gim Argello (PTB-DF) e Ciro Nogueira (PP-PI), todos ligados ao peemedebista. O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), outro aliado de Renan, também possui voto no Conselho de Ética.
 
O senador Romero Jucá, influente na bancada e integrante da formação atual do conselho, já afirmou que o PMDB deve ficar no comando do órgão: "Pela proporcionalidade, a presidência do Conselho de Ética cabe ao PMDB", afirmou. O interesse é óbvio: proteger Renan Calheiros.
 
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), integrante da ala "independente", critica a articulação do PMDB: "Essa é a proporcionalidade de resultado. Blindar o Conselho de Ética é um mau começo", diz o parlamentar. Ele pede que o PMDB abra mão do posto - já que não o quis no ano passado quando Demóstenes Torres enfrentou processo de cassação.

No caso de Demóstenes, a tropa de choque de Renan teve a chance de mostrar seu poder de investigação: no sorteio para a relatoria do processo contra o parlamentar goiano, foram escolhidos Lobão Filho, Gim Argelo, Ciro Nogueira, Romero Jucá e, curiosamente, o próprio Renan.
Todos rejeitaram a função.
O mesmo não ocorreia se o investigado, desta vez, fosse o novo presidente do Senado.

11 de fevereiro de 2013
Gabriel Castro, de Brasília

A TRAGÉDIA E SEUS SÓCIOS

 

Ainda saía fumaça da boate Kiss quando começou o julgamento da tragédia de Santa Maria. Pela imprensa de São Paulo e Rio, especialistas de plantão e autoridades instantâneas soltando veredictos em tempo real. Os primeiros condenados foram os seguranças da boate.

Esses trogloditas não deixaram os jovens sair – afirmavam os justiceiros a mais de mil quilômetros de distância. Esses autômatos a serviço do capitalismo exigiram que as vítimas pagassem a conta! Aí surgiu na TV a imagem de um jovem forte, sem camisa, que se arriscara salvando vidas. Quem era esse herói com a bondade estampada no rosto? Era um segurança da boate Kiss…

Os tele-juízes então remendavam suas sentenças, explicando que “nem todos” os seguranças eram vilões. Mas e os que chegaram a barrar os jovens na saída? Tinham condições de saber de imediato o que se passava, sem a visão completa do local? E se algum segurança tivesse morrido tentando salvar vidas, deixando mulher e filhos sofrendo? Bem, isso fica para depois. O importante para os especialistas remotos é ter culpados no paredão. Afinal, a audiência está indignada e quer se vingar de alguém.

Um dos personagens mais frequentes nas primeiras imagens era o chefe do Corpo de Bombeiros de Santa Maria. Ele explicava os erros da boate, falava de alvará vencido etc. Assim é o tribunal dos estereótipos. Os seguranças são maus, os bombeiros são bons. Mas como autorizaram durante anos o funcionamento de uma casa noturna para mil pessoas com uma única e estreita porta? Como manter aberto um local desse porte com extintores de incêndio que, segundo várias testemunhas, não funcionavam?

O tal show com fogos de artifícios em local fechado não era novidade. Houve tempo mais do que suficiente para surgir uma única alma sensata – entre os sócios da casa, funcionários, bombeiros, fiscais, autoridades municipais, jornalistas, músicos e milhares de frequentadores – para dizer o óbvio: isso não pode dar certo.

As responsabilidades legais terão que ser apuradas, e os culpados diretos terão que ser punidos. Mas a tragédia da boate Kiss também contou com uma boa dose de insensatez coletiva. Entre autoridades e civis, ninguém achou, nunca, que aquela caixa de sapato inflamável com mil pessoas dentro poderia a qualquer momento virar uma ratoeira? E poderia ser por um cigarro escondido, por um curto-circuito ou outras causas invisíveis – mas foi por uma tocha, acesa na frente de todos, como parte de um show conhecido. A estupidez era a atração.

A Kiss era um coquetel de riscos – evidentes – que não foram evitados for uma soma de omissões. Mas tragédia com muitos culpados dificulta o espetáculo do linchamento. Por que o músico da banda foi preso? Porque o show tem que continuar.

E hoje não pode haver show grandioso no Brasil sem a presença do governo popular. Num passe de mágica, poucas horas depois do incêndio, quem estava em todas as manchetes? “Dilma cancela”, “Dilma volta”, “Dilma chora”. E Dilma faz comício para milhares de prefeitos, ordenando-lhes que a tragédia de Santa Maria não se repita. Como é fácil ser presidente.

Já que seu discurso nunca quer dizer nada, o jeito é entendê-la por gestos. Aí tudo fica claro: escondido na aba da presidente, por exemplo, há um ministro com alvará vencido. Após faturar R$ 2 milhões com consultorias fantasmas, Fernando Pimentel foi interditado pela Comissão de Ética da Presidência. O que fez Dilma, a sensível? Interditou a Comissão de Ética – e manteve o ministro pirotécnico no cargo.

Este é apenas um dos muitos exemplos de legalidade que a líder da nação oferece a bombeiros, prefeituras e donos de boate. Sem falar no risco energético que o país corre para sustentar o truque da bondade tarifária.

Assim o governo popular estimula o cumprimento das regras: durante anos, a presidente e seu padrinho mantiveram como sua representante oficial Rosemary Noronha, que atuava sobre as agências reguladoras – as que criam as regras – como negociante de cargos e propinas. As ações dos companheiros de Dilma que não deixam dúvida: driblar a lei dá lucro.

Os donos de boates piratas em todo o Brasil têm, portanto, em quem se espelhar. Por esse ângulo, até dá para entender que Dilma seja a estrela da tragédia.

11 de julho de 2013
guilherme fiuza, Época

PETIÇÃO POR IMPEACHMENT DE CALHEIROS ULTRAPASSA META DE ASSINATURAS

Mais de 1,36 milhão de pessoas haviam se unido à iniciativa no final da noite de domingo; proposta deve ser encaminhada ao Congresso

Calheiros fala durante a sessão de votação que o reelegeu à presidência do Senado Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
Calheiros fala durante a sessão de votação que o reelegeu à presidência do Senado
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
    A petição online que tem por objetivo o impeachment do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ultrapassou no final da noite deste domingo a meta das 1.360.000 assinaturas. Há dias a petição vem angariando apoiadores críticos do senador, alvo de denúncias da Procuradoria-Geral da República e que foi reeleito à presidência do Senado no dia 1º de feveiro após renunciar em 2007 em meio a denúncias.


De acordo com o texto da petição, é necessária uma quantidade de assinaturas correspondente a um centésimo do eleitorado brasileiro. Este é o número almejado e alcançado na noite de hoje, mas ainda resta saber se as mais 1,36 milhão de assinaturas estão distribuídas por pelo menos cinco Estados e “com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles”.

Caso estas especificidades - de verificação não disponível no site da petição - sejam cumpridas, a proposta será levada ao Congresso para "causar um rebuliço na mídia, desafiar as restrições desta Iniciativa popular e exigir a revogação do presidente do Senado, Renan Calheiros. Vamos usar o poder do povo agora para exigir um Senado limpo", diz o texto da proposta.

11 de fevereiro de 2013
Terra

É LADRÃO? LULA APÓIA!

 

Vaccari com LulaDepois de quase dois anos de sucessivas e inúteis tentativas de intimar o bancário João Vaccari Neto a Justiça de São Paulo decidiu citá-lo por edital – na quarta feira, 6/2, o Diário da Justiça Eletrônico publicou a chamada a Vaccari para que se manifeste na ação em que é réu por quadrilha, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, crimes que teria praticado quando exerceu a presidência da Cooperativa Habitacional dos Bancários.

A citação é subscrita pela juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa, da 5.ª Vara Criminal da Capital.

Vaccari, ex-presidente da Bancoop, Cooperativa Habitacional dos Bancários, é acusado de ter embolsado algo como 100 milhões da cooperativa, deixando uma série de compradores sem o imóvel que tinham pago. Esse dinheiro foi usado para campanhas políticas de Lula e do PT.

Nessa época Vacccari tinha já deixado o Bancoop, era tesoureiro da campanha da atual presidente da República, Dilma Rousseff e secretário de Finanças do PT.
O réu apesar de estar em lugar incerto e não sabido, continua ganhando R$ 16 mil como membro do Conselho Administrativo da estatal Itaipu Bi-nacional, onde é visto com assiduidade.

Convém também lembrar que de 1° a 31 de janeiro de 2011, ele mesmo sendo réu no caso da cooperativa habitacional, foi senador como primeiro suplente de Aloizio Mercadante, que assumira o ministério da Ciência e Tecnologia.

Portanto, o que se pode observar é que o PT faz de tudo para tornar o crime algo legal para seus seguidores, no mínimo, basta ser ladrão para ter o apoio inconteste do presidente de honra (e ponha honra nisso) Luiz Inácio Lula da Silva.

(1) Foto: Três larápios; Berzoini, Vaccari e Lula

11 de fevereiro de 2013
Giulio Sanmartini

INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO DO PT PODE ALIMENTAR PERIGOSO AVANÇO DA INFLAÇÃO


 
Depois que passar a orgia carnavalesca virá a fatal realidade. O ano de 2013 começa sob o signo do crescimento da inflação. Editorial do jornal O Estado de S. Paulo alerta para este grave problema. A ladainha da crise internacional com causa do problema é apenas espuma lançada pelos consultores econômicos sabujos desse governo de viés socialista que continua há uma década repassando de quem produz para quem não produz nada ou produz muito pouco.
O torniquete aplicado à verdadeira classe média está pronto para arrebentar. Afinal, os salários receberam uma gota de reajuste com base na inflação passada. Os assalariados terão que esperar um ano para ver seu poder de compra pelo menos mitigado.
A solução será chamar de volta o Fernando Henrique que, como nunca antes neste país, conseguiu acabar coma inflação. O título original do editorial é "Inflação Preocupante". Leiam:

Com os preços em disparada, o ano começou mal para as famílias brasileiras e com sinais agourentos para o governo da presidente Dilma Rousseff. Nenhum outro país emergente vem enfrentando, como o Brasil, a combinação de custo de vida em alta e produção estagnada, uma das grandes marcas da economia nacional nos últimos dois anos.
As perspectivas de expansão da atividade parecem melhores em 2013 do que no biênio anterior, mas as pressões inflacionárias continuam preocupantes, embora as autoridades apostem, pelo menos oficialmente, numa melhora gradual do quadro.A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 0,79% em dezembro para 0,86% em janeiro e atingiu a maior variação mensal desde abril de 2005, segundo informou na quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta acumulada em 12 meses chegou a 6,15% e continuou a distanciar-se da meta fixada pelas autoridades de 4,5%. Não há ainda sinal, no entanto, de uma política anti-inflacionária mais firme que a adotada a partir de agosto de 2011, quando o Banco Central (BC) passou a reduzir os juros.

A hipótese de um aumento de juros já foi considerada nos mercados, depois de o presidente do BC, Alexandre Tombini, descrever o quadro atual como desconfortável, mas ainda é tratada como improvável. Os dirigentes do BC reafirmaram no fim de janeiro, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a expectativa de uma acomodação dos preços ao longo de 2013. Reiteraram também a disposição de manter a atual política por um "período suficientemente prolongado".

Esse é um jogo de alto risco. A experiência já desmentiu no ano passado algumas das previsões mais importantes do Copom. A inflação, segundo o pessoal do BC, vinha sendo impulsionada principalmente pelos preços internacionais dos produtos agrícolas. A crise global derrubaria esses preços. Oscilaram, de fato, mas voltaram a subir. O governo cumpriria a meta fiscal e isso também ajudaria a conter as pressões inflacionárias. Também essa projeção foi errada.
No fim do ano, o Ministério da Fazenda recorreu a uma porção de truques para maquiar o resultado das contas públicas. Além de tudo, outros fatores, além dos preços internacionais das commodities, alimentaram fortemente a inflação. Os fatos, portando, desmentiram tanto o diagnóstico quanto os prognósticos oficiais.
 
11 de fevereiro de 2013
in aluizio amorim

OS NOVOS (ENROLADOS) DONOS DO CONGRESSO

 

A nova cúpula do Legislativo brasileiro terá de se revezar entre as atividades de comando das duas Casas e responder a uma série de processos na Justiça
Nuvens carregadas sobre o prédio do Congresso Nacional, em Brasília
 
Eleitos para presidir o Senado e a Câmara mesmo cercados por denúncias, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) dividirão o comando do Legislativo brasileiro com parlamentares que também enfrentam problemas na Justiça. A dupla do PMDB terá a companhia nas Mesas Diretoras de sete congressistas — cinco senadores e dois deputados — que respondem a ações ou inquéritos judiciais.

Além disso, as reuniões de líderes dos partidos no Congresso também passarão a ter a presença de uma nova elite, que chega ao poder com vistoso currículo de denúncias.
A lista de acusações contra os novos "donos do Congresso" é ampla: compra de votos, formação de quadrilha, fraude em licitações, corrupção e improbidade administrativa. Nada, entretanto, que impeça os principais partidos políticos do país de escolhê-los para cargos de comando na esfera federal.

No Senado, cinco parlamentares que ocuparão cargos na Mesa Diretor enfrentam processos e investigações na Justiça. A começar pelo primeiro na linha sucessória de Renan Calheiros, o vice-presidente da Casa, Jorge Viana (AC), do PT. Ele é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por compra de votos, declaração falsa em documento eleitoral e recebimento de doação proibida pela Lei Eleitoral.

Na sequência da hierarquia da Casa, o próximo da lista é Romero Jucá (PMDB-RR), que também tem o nome relacionado a inquéritos no Supremo. Em um deles, o peemedebista figura como integrante de um esquema de desvio de verbas federais em obras municipais em Roraima.
Em outro, as investigações do Ministério Público são de desvio de contribuições previdenciárias e crimes contra a ordem tributária. Recentemente, Jucá passou também a responder a inquérito que apura a origem e o destino de 100 000 reais jogados pela janela de um carro pelo empresário Amarildo Freitas. Às vésperas das eleições de 2010, o empresário, ligado a Jucá, se desfez do pacote de dinheiro após uma perseguição da Polícia Federal.

Na Mesa Diretora, completam a lista dos enrolados com a Justiça Ciro Nogueira (PP-PI) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA). No caso do tucano, que ocupa uma espécie de “prefeitura do Senado”, a acusação é que a empresa Engeplan, que pertenceu ao parlamentar e era contratada do governo do Pará, desviou recursos públicos para pagar despesas de campanha de candidatos do PSDB nas eleições de 2002.

Contra Ciro Nogueira, as suspeitas são de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e formação de quadrilha. De acordo com a investigação policial, o parlamentar utilizava o Ministério das Cidades e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), feudos do PP, para direcionar criminosamente para suas empresas contratos publicidade e de prestação de serviços.

O primeiro suplente, Magno Malta (PR-ES), responde a processo por crime eleitoral, e o segundo suplente, Jayme Campos (DEM-MT), é formalmente réu por transferir irregularmente terras do estado por meio de certidões falsas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Na lista de pendências judiciais contra Campos, ex-governador de Mato Grosso e ex-prefeito de Várzea Grande, também aparecem processos por desvio de recursos públicos, fraude em licitações e crime de responsabilidade.

Câmara

Em um cenário não menos desolador, a cúpula da Câmara dos Deputados também abriga congressistas acusados de uma série de crimes. Além do presidente Henrique Eduardo Alves, suspeito de desviar recursos da verba indenizatória a que tem direito para empresas de fachada, outros dois integrantes da Mesa Diretora têm episódios mal explicados no currículo.

O alagoano Maurício Quintella Lessa (PR-AL) é investigado por ser beneficiário de cerca de 100 000 reais de um esquema que desviou 52 milhões de reais de dois convênios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação de seu estado. Novo corregedor da Câmara, ele atuou, de acordo com as investigações, em parceria com o primo e ex-governador Ronaldo Lessa quando estava à frente da secretaria de Educação de 1997 a 1999. Outras seis pessoas também são investigadas.

Eleito para a quarta suplência na Casa, Takayama (PSC-PR) tem 12 acusações pelo crime de peculato. Investigado pelo Ministério Público Federal, o pastor evangélico e deputado é acusado de desviar verbas públicas na contratação de funcionários para seu gabinete na época em que era deputado estadual no Paraná (1999-2003). Os servidores, apesar de bancados pela Assembleia Legislativa, cuidavam exclusivamente de interesses particulares do paranaense, inclusive realizando serviços religiosos.

Líderes

Responsáveis por negociar os temas que serão levados à votação na Câmara e no Senado, os líderes de partidos no Congresso também respondem a inúmeras ações judiciais. A lista é suprapartidária e inclui o líder do PT no Senado, Wellington Dias (prevaricação); do PTB, Gim Argello (apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva); do PV, Paulo Davim (crime eleitoral); e do PR, o ex-ministro Alfredo Nascimento. Demitido por suspeita de desvios no Ministério dos Transportes, Nascimento é investigado no Supremo por corrupção passiva, peculato, crime de responsabilidade e improbidade administrativa.

Nem mesmo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), emissário da presidente Dilma Rousseff no Congresso, se livra do histórico criminal. Ele é suspeito de improbidade administrativa e crime eleitoral. Uma das acusações envolve indícios de que participou de negociações para a aquisição de terreno pelo estado do Amazonas, quando foi governador, por valor estratosférico, alegando uma “inexplicável supervalorização”.

Na Câmara, PT e PR repetem a dobradinha: o novo líder, Anthony Garotinho (PR-RJ), é investigado por crime eleitoral e peculato. E o petista José Guimarães, irmão do mensaleiro José Genoino (PT-SP), responde por crimes eleitorais. Guimarães, aliás, ganhou notoriedade após um assessor ser flagrado pela polícia carregando dólares na cueca em 2005.

O representante do PMDB, segunda maior bancada da Casa, também não passa despercebido. O STF investiga a participação de Eduardo Cunha (RJ) em dois esquemas: o de sonegação de impostos na Refinaria de Manguinhos (RJ) e o de falsificação de documentos entregues ao Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, com o objetivo de esconder irregularidades em uma estatal comandada por ele.

11 de fevereiro de 2013
Veja online
 

NA LINHA GLOBALITÁRIA DO TEMPO

 

O que se pode esperar como legado para as nossas crianças? A Joana, herdeira do Alerta Total, completou 6 aninhos em Janeiro de 2012. Em 2022, será uma eleitora, alguém que no Brasil se define como: “ pessoa obrigada a legitimar um processo em que alguns candidatos já estão eleitos, num sistema eletrônico blindado, inauditável e que não passa recibo.”

Também pode ser que até lá, como tudo leva a crer por analogia histórica, as instituições já terão consolidado o que está indicado no monumento de pedra – The Georgia Guidestones – que em 7 idiomas prenuncia a “idade da razão” , indicando a necessidade de manter a população mundial em “500 milhões de habitantes em equilíbrio perpétuo com a natureza”.

O panorama internacional há muito ignora e se afasta dos ideais democráticos históricos da fundação dos EEUU, que orientavam para a construção de um estado de direito, privilegiando o livre pensamento e a liberdade individual em ambiente de justiça igualitária, de lambuja com direito à busca da felicidade.

O modelo que parecia ser copiado por todas as nações colonizadas pelos ricos do norte, nunca foi aplicado em sua plenitude nos “pobres” países tutelados, sabotados pelas manobras do sistema financeiro internacional, políticas de submissão, tratados, invasões – impedidos de consolidar a independência e a soberania.

Para situar aproximadamente como tudo isto tem afetado o Brasil, vamos recuar aos anos 80, quando Fernando Henrique Cardoso – cujos estudos tinham sido financiados pela fundação Ford - e Luis Inácio – líder metalúrgico, criatura política tutelada pelo General Golberi do Couto e Silva – foram convocados por Rockfeller para o “Diálogo Interamericano”, junto com outros acadêmicos, escritores e políticos, escolhidos a dedo, em todos os países das Américas.

Os entusiasmados líderes das colônias, saíram do convescote de rico, para tomar o poder em seus países e retirar as últimas pedras no caminho da globalização, isto é, internacionalização das políticas e centralização do controle imperial. Saíram convencidos de serem os representantes da raça eleita por Deus ou pelo diabo para reinar como senhores feudais.

Alexandre da Macedonia havia conquistado meio mundo. Bonaparte tentou. A troika soviética – Lenin, Trotsky e Stalin avançaram mais. Hitler apareceu como alternativa. E foi derrotado: “impérios unidos, jamais serão vencidos!” Os Rothschild, Morgan, Rockfeller, Harriman, Bush e outros já controlavam a economia, a indústria, as escolas, a propaganda, a matriz energética, o comércio, a informação para as massas. “As condições estavam amadurecidas” para acabar de vez com nacionalismos, patriotismos e culturas locais.

Seguindo as etapas do planejamento estratégico, Fernando foi eleito presidente e Luis, que já vinha sendo preparado como oposição para substituí-lo no momento propício, foi incumbido para aproximar-se de Fidel Castro e fundar o Foro de São Paulo, aparelho teórico para a reunião dos cacos da Internacional Comunista, abalada com a queda do muro de Berlim.

Instalava-se o núcleo orientador de governantes analfabetos funcionais e “quadros” fanáticos, com viseiras ideológicas que assumiriam as funções de escalões inferiores até a organização marginal. A estratégia dos senhores imperiais, velhos controladores do mercado de armas, ópio, cocaína, maconha, contava com o crime organizado e violência continuada para desestabilizar os sonhos dos românticos súditos deste hemisfério.

“Nação” e “Amor à Pátria” passaram a ser categorias marginais, enxovalhadas no ideário globalizante, coisas de milico. Pra quê defesa? Bastava conservar uma forcinha de “paz”, para atuar onde a ONU mandasse. Para isto era preciso propagar a campanha de desmoralização das Forças Armadas. Os milicos que em governos sucessivos haviam mudado a infraestrutura e ordem institucional, mesmo sabotados com a infiltração do criador de Lula, o General Golberi, passaram a ser perseguidos e reduzidos à generalização de ditadores sinistros.

A história real pode encontrar os documentos em arquivos mantidos em sigilo, na ação de seitas secretas e agências de inteligência, enlaçados com os exemplos repetitivos do império romano, da revolução francesa e das guerras napoleônicas; orientando e financiando o comunismo soviético, chinês, nazismo e outras revoluções, como as guerrilhas na América do Sul – estes últimos comprovadamente provocados e financiados pelos banqueiros capitaneados pela Casa dos Rothschild.

Teoria da conspiração? Fala, Mané gostoso! Prepare-se para legitimar o que os Rothschild anunciaram em sua mansão londrina: “Aécio Neves, futuro Presidente do Brasil”. Fernando já está preparando o terreno. É “A Arte da Guerra” e “Maquiavel” praticados em sua essência.


Refs.:

- Atas do Foro de São Paulo;

-“George Bush: The Unauthorized Biography”, por Webster G. Tarpley & Anton Chaitkin

- Hitler Ganhou a Guerra – Walter Graziano, Editora Palindromo, Sãqo Paulo, 2005

- Sites marginais, inúmeros!
11 de fevereiro de 2013
Arlindo Montenegro é Apicultor.