"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ABORTO É EVOLUÇÃO?


Artigos - Aborto


A legalização do aborto significa aplicar a pena capital a um filho sem que nenhum mal ele tenha causado. É a solução mais cínica para o sexo irresponsável.

Os sedizentes progressistas brasileiros estão eufóricos. Ocorre que, recentemente, do outro lado da fronteira, o Senado uruguaio aprovou uma lei que legaliza o aborto. Com a confirmação pela Câmara e a sanção do presidente José Mujica, a gravidez poderá ser interrompida voluntariamente até sua 12ª semana. Atualmente, a legislação permite o procedimento em casos de estupro, riscos à saúde da mãe ou má-formação do feto. E a decisão de lá já causa anseios por aqui, como evidenciam as declarações da nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci.

Mas, afinal, o que move esses militantes em defesa de uma causa cuja única finalidade é a morte?
Como um ato tão desumano e covarde pode levar pessoas sorrindo às ruas, erguendo bandeiras e entoando palavras de ordem? Não pesa a consciência quando elas aconchegam um bebê recém-nascido no colo e, ao mesmo tempo, acham razoável que lhe tivessem parado o coração? Por que uma criança de rua merece a misericórdia e outra, ainda mais indefesa, a insensibilidade? Que tipo de liberdade de escolha é essa que priva o outro de existir?

No pleito abortista, uma vida humana adquire a feição de um furúnculo: algo incômodo, indesejado e do qual é preciso livrar-se o mais rápido possível. E dizem defender direitos da mulher sobre seu próprio corpo. Porém, aos três meses de gestação – prazo máximo para a interrupção da gravidez no projeto uruguaio –, a parte mais importante do desenvolvimento já ocorreu. A criança tem fisionomia, coração batendo e bombeando sangue, órgãos vitais formados, cabeça e corpo, mãos e dedos do pé. Mesmo se não tivesse, haveria de incidir o princípio da prudência.
Mas a propaganda cultural é tão forte que a evidência da vida é diminuída à condição de caso de saúde pública. E eis que o contorcionismo argumentativo coloca-se lado a lado com a crueldade.

Há vários vídeos mostrando o procedimento de um aborto. Quem tiver coragem, veja. O feto debate-se contra um instrumento afiado, luta pela sua própria sobrevivência. Até que não pode mais resistir. Para além das direções de arte, roteiros e efeitos especiais, é a crueza de uma violência.
Não se pode negar a realidade posta: a morte de um ser humano.

A legalização do aborto significa aplicar a pena capital a um filho sem que nenhum mal ele tenha causado.
É a solução mais cínica para o sexo irresponsável. É a negação total da razão e da emoção.
Mais: relativiza um direito em cuja supremacia se baseia a civilização e eleva o egoísmo a um patamar sagrado na sociedade. Chamar de avanço a legitimação de um ato que põe fim à vida não passa de uma piada macabra.

08 de fevereiro de 2012
Rafael Codonho é jornalista.

ALÉM DA TORTURA

Artigos - Movimento Revolucionário

“Quando você dizia 'eu ainda acredito em Deus', em cinco minutos você estava cheio de sangue.”

Os jornalistas, comunicadores de todo tipo e historiadores do fim do século XX e início do XXI serão eternamente lembrados por sua omissão coletiva – salvo poucas exceções – em face dos inúmeros crimes dos regimes e grupos ateus e revolucionários. Desde os crimes mais compreensivelmente difíceis de serem vistos como assassinatos individuais, até verdadeiros democídios envolvendo milhões de pessoas, todos são omitidos ou tratados muito tangencialmente, sem que se explicite o nexo de causa e efeito entre idéias e ações.

O único sistema para o qual é permitido ver-se e falar-se da conexão de suas idéias e seus atos é o nacional-socialismo alemão, abreviado para nazismo – e mesmo assim sob um forte viés: acusando idéias de fachada, utilizadas na propaganda, e nunca tratando de forma substancial as idéias e valores que fundamentavam a ideologia nazista: o evolucionismo biológico e social, o socialismo, o progressismo, idéias esotéricas e aquele veículo sem o qual nada disso seria concretizado institucionalmente: o estado centralizado, concentrador de poder.

O documentário “Além da Tortura – A Gulag de Pitesti, Romênia” é uma destas valorosas e necessárias exceções. Nele são revelados de forma bem explícita os métodos mais tenebrosos de combate à “opressão” da Igreja e do capitalismo.
Muito se noticia, ocasionalmente com veracidade, sobre os crimes de tortura realizados pelo regime militar brasileiro. O título “Além da Tortura” visa precisamente ressaltar que entre os comunistas, apoiados pelos “rebeldes” brasileiros, a própria tortura não era o bastante, quando no trato de seus inimigos.
Não há como enfatizar o suficiente: estes “inumanos”, como os prisioneiros os chamavam, uma verdadeira nata da psicopatia e provavelmente dos possessos, consideravam a “mera” tortura coisa branda demais.
Entende-se pelas motivações e objetivos: um torturador comum pretende, normalmente, apenas extrair algum tipo de informação, ou então, em um simulacro de confissão, forçar a vítima a assumir crimes não praticados.


Não era isso que ocorria nas prisões na cidade romena de Pitesti. Ali, como em várias outras prisões soviéticas, existia um infernal laboratório de criação do “homem novo”. Devia-se ir além da excruciação física para retorcer a própria alma da vítima, no processo que chamavam de “desmascaramento”.
Tratava-se basicamente da utilização das mais terríveis formas de agressão física com o fim de causar maiores agressões psicológicas e espirituais que destruiriam por completo o ego do “burguês capitalista religioso” e deixaria-o como nova tábula rasa para a “reeducação” socialista.

Obrigar sacerdotes a realizar missas negras e amigos a traírem amigos eram algumas das formas mais brandas de ação. Morte ou loucura foram os destinos mais comuns da maioria dos prisioneiros, enquanto outros, pela sinergia da Graça Incriada e sua ascese interior, sobreviveram como verdadeiras testemunhas do inferno.

O documentário “Além da Tortura” acaba por realizar o verdadeiro e necessário desmascaramento: o do discurso revolucionário, que surpreendido em sua intimidade, quando fora das luzes da opinião pública e da propaganda politicamente correta, julgando-se oculto, se desfaz de suas roupas, falsas peles e máscaras, e como um demônio disfarçado de anjo confrontado com a luz da Verdade, revela sua forma real.

Fábio Lins Leite, 08 Fevereiro 2012

Beyond Torture – The Gulag of Pitesti, Romenia







CHANTAGEM EMOCIONAL E MITOMANIA ESQUERDISTA NO 6o. FESTIVAL DE CURTAS DE ATIBAIA



Artigos - Movimento Revolucionário

O cara confessa em palco que é adepto do crime. E ainda é aplaudido! Se um país aceita apologias ao crime dessa forma e ainda são lançados aplausos efusivos em relação a atos criminosos, a que estágio chegamos?

O Jordan me indicou o vídeo abaixo, em que um energúmeno esquerdista sobe no palco com a camisa do MST (ou seja, boa coisa ele não é) e lança um discurso que seria digno de pena, não fosse tão criminoso.

Transcrição do que a figura fala:

Estou à flor da pele.

Falo aqui como mais uma pessoa que não se aguenta perante as injustiças do mundo. Repudio a ação NAZISTA do governo do Estado de São Paulo, representado na figura de um verme intitulado Geraldo Alckimin contra nove mil pessoas na comunidade de Pinheirinho em São José dos Campos.

Mortes, xingamentos, balas, ditadura que leva o nome de democracia, violência exacerbada a luz do dia contra o povo pobre e preto em detrimento dos interesses do mega especulador Naji Nahas, ladrão de colarinho branco procurado em mais de 30 países.

Eu sou Cracolândia, sou Eldorados dos Carajás, sou Irmã Doroth, sou Carlos Mariguella, sou Zumbi, sou Zapata, sou Africa Bambaataa, sou MST, sou índio Galdino, sou Sabotage, sou Chico Science, sou Pantera Negra, sou Mandela, sou Sendero Luminoso, sou Guevara, sou Movimento Sem Teto, sou Sarau do Manolo. Sou contra a polícia nazista.Sou gay, sou empregada doméstica, sou ambulante, sou xavante, sou preto, sou militante, sou poeta, sou operário, e quero que todos os fascistas vão pra casa do caralho.

Sou Pinheirinho . Sou Pinheirinho. Sou Pinheirinho.

O esquerdopata diz que a ação de reintegração de posse no Pinheirinho foi “nazista”. Sem comentários…

Ele também diz que a ação foi somente contra o trabalhador “preto e pobre”. Não sei não, mas tinham vários brancos na invasão. Aliás, invasão de propriedade é crime, mesmo sendo alguém preto, pobre, rico ou branco.

Afirma o mentecapto que a ação de reintegração é somente para beneficiar Naji Najas. Mentira, pois a ação beneficia os credores de Naji Nahas, já que a área do Pinheirinho pertence à massa falida. A grana da venda do terreno é para pagar os credores de Naji Nahas, que estão sem receber até hoje…

Ele também fala dos “mortos” do Pinheiro. Depois do desmascaramento feito por Reinaldo Azevedo, fica difícil para qualquer esquerdista seguir com essa farsa.

Parte bizarra: “Eu sou Cracolândia, sou Zumbi, sou Eldorado dos Carajás, sou Carlos Marighella, sou Dorothy, sou Zapata…” (e outros artistas como Africa Bambaataa e Chico Science).

Quanto aos artistas, tudo bem, senão o fato de que ele só citou esquerdistas. Mas olhem o naipe da figura. Zumbi era um líder de escravos que POSSUÍA escravos. Na Cracolândia, só tínhamos marginais ou drogados. No caso do Eldorado dos Carajás, tínhamos invasores de terra, assim como Dorothy Stang incentivava esse tipo de crime. Zapata e Guevara foram assassinos e Marighella um terrorista.

No fim chama os seus oponentes de “fascistas” (usando a rotina “Seu, seu fascista”), mas como já mostrei isso é pura difamação desesperada.

O cara confessa em palco que é adepto do crime. E ainda é aplaudido!

Se um país aceita apologias ao crime dessa forma e ainda são lançados aplausos efusivos em relação a atos criminosos, a que estágio chegamos?

Detalhe, na defesa ao crime o sujeito usa recursos de manipulação emocional e o resultado pode ser visto em alguns comentários do vídeo, em que várias presas fáceis se manifestam:

“Chega a tocar a alma.”

“O cara é uma metralhadora moral com as palavras. Total apoio.”(Atenção no metralhadora "moral".)

“Se tem forças, ocupa e resiste. Temos forças, resistiremos a toda essa ação fascista, não só em são paulo, mas aonde houver o ideal preconceituoso e fascista envolvido. Escrevendo aqui, olhos que se encheram de lágrimas ouvindo o texto… resumindo, sou oprimido e resisto.”

“Fiquei toda arrepiada e chorei de emoção. Sou médium e sei que a alta espiritualidade está ao lado de todos que foram citados por nosso companheiro. Mas como ainda estamos encarnados, devemos lutar, enfrentar e nada temer!”

Leitura recomendada e de simples assimilação: “Meu Vizinho é um Psicopata”, de Martha Stout. Ela nos relembra uma característica importante dos sociopatas: incapacidade de convívio social sadio com outras pessoas e extrema habilidade em realizar manipulação emocional dos outros.

Ora, se o sujeito defende criminosos, ideologias genocidas e ainda consegue se safar por causa da manipulação da emoção dos outros, não há erro em classificá-lo como um sociopata.

Devemos, pois, estudar por que a ideologia de esquerda abarca tantos sociopatas entre eles.

Luciano Ayan, 08 Fevereiro 2012

METACAPITALISMO E DESINDUSTRIALIZAÇÃO


Artigos - Economia


O processo de desindustrialização nacional é resultante da “panelinha” entre grandes empresários e o governo.

Conversando com as pessoas em geral, percebo com muita clareza a confusão que lhes atormenta o juízo no que diz respeito à situação geopolítica nacional e mundial, especialmente no que tange ao que entendem por capitalismo e capitalistas.

Para um bom entendimento inicial, convém explicar que o termo capitalismo não designa uma ciência, uma doutrina econômica ou ainda menos, uma ideologia, tal como é o socialismo. O capitalismo não passa da descrição do conjunto de interações humanas de natureza comercial. Pode-se dizer que há de se confundir com o próprio verbete “mercado”.

Uma doutrina que estuda e defende a economia de mercado é o liberalismo. O conservadorismo, que engloba outras convicções de ordem moral e religiosa, adota o liberalismo no campo econômico.

Entender isto é fundamental para compreender por que um empresário não há de ser necessariamente um defensor dos fundamentos liberais.

Muito provavelmente você deve ter lido sobre o preocupante processo de desindustrialização por que tem passado o Brasil nos últimos anos. A denúncia é verídica, e tem explicação.

A princípio, o Brasil jamais foi uma sociedade autenticamente livre; portanto, nunca tivera uma economia completamente livre. Ainda vivemos o estigma das Capitanias Hereditárias. Todavia, em alguns breves períodos, fomos agraciados com algum alívio por parte das limitações impostas ao mercado pelo governo, bondades que geralmente foram concedidas em face de um inevitável colapso.

Foi assim com o mercado automobilístico, liberado pelo então presidente Fernando Afonso Collor de Mello, após um fastidioso período de dez anos de jejum de lançamentos a que as chamadas “quatro grandes” - Ford, Chevrolet, Volkswagen e Fiat – submeteram o povo brasileiro.

O mesmo se pode dizer das privatizações tucanas. Há de se destacar que o governo do PSDB nunca defendeu a privatização das tênias estatais em decorrência de qualquer traço de convicção neste sentido, mas somente porque elas já haviam chegado ao ponto da mais absoluta estagnação, corrupção, ineficiência, insolvência e atraso tecnológico. As privatizações ocorreram por conta da inexorável necessidade.

Agora estamos vivendo um momento em que há um enforcamento generalizado das micro, pequenas e médias empresas, incapazes de concorrer com produtos importados em face do cenário de burocratização e tributação crescentes: eis a chamada desindustrialização.

Alguns economistas metidos a sabichões alegam que se trata de um fenômeno natural, haja vista o mesmo estar se passando nas economias mais desenvolvidas. Nada mais falso!

Naqueles países, o valor agregado da mão de obra subiu de nível e de salários, ocupando os profissionais primordialmente em atividades ligadas à criatividade, como pesquisa e desenvolvimento tecnológicos de ponta, e as indústrias do cinema, da música, do turismo e dos esportes, de modo que mais ou menos forçoso se tornou transferir a mão de obra operária para as mãos dos chamados países emergentes.

No Brasil, nem sequer alcançamos um estado satisfatório de industrialização. A bem da verdade, salvo exceções, passamos pouco além do que se chama de primeira fase da industrialização, o que seja, a produção alimentícia e de vestuário. Tudo o mais produzido neste país tem sido produzido com muita dificuldade, de tal forma que os produtos fornecidos ao mercado são poucos, caros, de má qualidade e de estado tecnológico beirando a obsolescência.

A verdade mesmo é que o Brasil está perdendo a corrida pela transferência das indústrias dos países desenvolvidos para os emergentes, bem como nessa mesma esteira a oportunidade histórica de desenvolver a sua própria indústria nacional. O nosso setor de serviços, portanto, pode ser muito mais bem explicado pelo operário ou operária que perdem o emprego e respectivamente, um planta uma máquina de fritar batatas em uma parada de ônibus e a outra abre um salão de beleza na sala de estar de sua casa.

Até aqui, os leitores que se derem conta do óbvio, que tem sido obnubilado por farta e enganosa propaganda do governo e dos jornais engajados, vão se sentir alarmados e vão perguntar como isto pode sem que os representantes da iniciativa privada, especialmente sob a liderança dos grandes empresários, assumam uma liderança oposicionista.

A resposta, meu caro, é que isto não os preocupa, justamente porque estão mancomunados com o governo! Muito pelo contrário do que possa parecer aos ingênuos, a complicada legislação positivista que desce ao âmbito administrativo para decidir quem pode e quem não pode produzir se lhes aproveita muito bem, da mesma forma como a alta tributação que exclui aqueles que não detêm uma economia de escala.

A relação é simbiótica: os grandes empresários patrocinam os políticos e seus projetos de agigantamento e perpetuação do poder, enquanto estes lhes concedem monopólios e regalias fiscais para se diferenciar dos demais, pari passu à colocação de toda sorte de percalços no caminho dos seus rivais. Ao duplo processo de burocratização e tributação com efeito seletivo tenho cunhado o termo “dumping tributário-administrativo”. Com efeito, trata-se de uma eficiente e mais aprimorada forma de dumping, e é a população quem arca com os custos da iniciativa!

A tais empresários, o filósofo Olavo de Carvalho lançou o epíteto de “metacapitalistas”, porque embora vivam e prosperem em um ambiente capitalista, desconhecem ou desprezam seus princípios para associarem-se ao estado no afã de perpetuarem-se no mercado sem terem de cumprir com simples, iguais e desoneradas condições de concorrência.

O recente caso da Foxconn retrata isto muito bem. A Foxconn é uma empresa taiwanesa que por recente portaria do governo federal foi agraciada com privilegiados incentivos fiscais para produzir tablets segundo um processo produtivo básico em que uma determinada percentagem de componentes tenha de ser produzida no Brasil e mediante o compromisso de investir pelo menos 5% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento.

Até aí parece estar tudo bem. Só que Fulano tem uma pequena fábrica de fios de lã natural e ele gostaria muito de desenvolver um novo fio que não produzisse alergia e Beltrano, que produz tintas, anseia em pesquisar um novo pigmento que poderia revolucionar seu ramo. Ambos, todavia, por serem pequenos, jamais serão contemplados pelo dirigismo estatal, que escolhe a quem facilitar a vida segundo suas conveniências e não raro mediante outras condições não imprimíveis no papel...

Não é à toa que não temos os nossos Steves Jobs: eles percebem a situação e acabam se tornando funcionários públicos! O dono da Appple somente conseguiu iniciar sua grande empresa em uma garagem porque nos EUA dos anos 70 havia condições que tornavam viáveis tais iniciativas. No Brasil atual, isto é praticamente impossível.

Dia desses, um amigo meu, dono de um dos melhores restaurantes de peixes de Belém, foi avisado de que precisa comprar pescado com selo SIF. Ocorre que ele se abastece no próprio mercado do Ver-o-Peso, que se distancia do seu estabelecimento em pouco mais do que algumas centenas de metros. Ele compra do mesmo peixe que qualquer pessoa compra, mas por ter um negócio formal, o governo está a exigir que ele seja obrigado a adquirir carne vistoriada por seus fiscais agropecuários. Não parece coisa de máfia? Isto significa que ele está a um passo de ter de substituir o pescado adquirido fresco por pescado congelado e mais caro. Agora diga você, caro leitor: acaso o dono de um restaurante fino não guarda para si a maior responsabilidade, em função de sua própria reputação, de escolher bem os seus insumos?

Klauber Cristofen Pires, 08 Fevereiro 2012

PT ENTREGOU AEROPORTO DE BRASÍLIA PARA UM PICARETA ARGENTINO

O grupo argentino Corporación América pretende transformar o aeroporto de Brasília em um entroncamento internacional do transporte aéreo, depois de arrematar na segunda-feira o direito de explorá-lo, US$ 2,6 bilhões.
O aeroporto de Brasília foi um dos três a serem terceirizados em leilão pelo governo, que pretende assim melhorar a administração desses locais para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio.

Os leilões - que incluíram também os aeroportos paulistas de Guarulhos e Viracopos - renderam cerca de US$ 14 bilhões aos cofres públicos.A Corporación América e a construtora brasileira Engevix ganharam o direito de explorar durante 25 anos o aeroporto de Brasília.
"Vemos Brasília como um aeroporto que tem muito para crescer. Deveria ser um polo não só nacional como internacional. Tem 13% de tráfego internacional, e deveria ter 80%", disse à Reuters o diretor do grupo para a América Latina, Ezequiel Barrenechea. "Achamos que Brasília tem de ser a Washington da América Latina. Essa é a nossa visão." Leia mais aqui.


Agora vejam o que o Valor Econômico publicou sobre esta empresa em agosto do ano passado, sobre os picaretas argentinos que estão comprando aeroportos no Brasil:

Dívidas milionárias por atrasos no pagamento de royalties, descumprimento do cronograma de obras e duas grandes renegociações do contrato de concessão marcam a história recente da Corporación América, o grupo que controla 33 aeroportos na Argentina e fará a primeira operação privada de um aeroporto federal no Brasil, após a vitória do consórcio Inframérica no leilão de São Gonçalo do Amarante.
Seu principal sócio, o argentino de origem armênia Eduardo Eurnekian, faz parte do seleto grupo de "empresários kirchneristas", que têm acesso à Casa Rosada e gozam de relativa proteção do governo, normalmente em troca de favores.

Ernesto Gutierrez, um megaexecutivo escolhido por Eurnekian para presidir a Corporación América, frequenta com a mesma assiduidade as revistas de negócios e as de celebridades: sempre bronzeado, ele é jogador de polo e surfista, além de presença constante nas badaladíssimas festas do balneário de Punta del Este, onde o jet set argentino brinca de Saint Tropez durante as férias de verão.

8 de fevereiro de 2012
coroneLeaks

SÓCIO ARGENTINO ENFRENTOU PROBLEMAS EM SEU PAÍS

Dívidas milionárias por atrasos no pagamento de royalties, descumprimento do cronograma de obras e duas grandes renegociações do contrato de concessão marcam a história recente da Corporación América, o grupo que controla 33 aeroportos na Argentina e fará a primeira operação privada de um aeroporto federal no Brasil, após a vitória do consórcio Inframérica no leilão de São Gonçalo do Amarante.

Seu principal sócio, o argentino de origem armênia Eduardo Eurnekian, faz parte do seleto grupo de "empresários kirchneristas", que têm acesso à Casa Rosada e gozam de relativa proteção do governo, normalmente em troca de favores. Ernesto Gutierrez, um megaexecutivo escolhido por Eurnekian para presidir a Corporación América, frequenta com a mesma assiduidade as revistas de negócios e as de celebridades: sempre bronzeado, ele é jogador de polo e surfista, além de presença constante nas badaladíssimas festas do balneário de Punta del Este, onde o jet set argentino brinca de Saint Tropez durante as férias de verão.

Na última sexta-feira de julho, enquanto acompanhava a presidente Cristina Kirchner em almoço oferecido a ela no Palácio do Itamaraty, Eurnekian espalhou a autoridades de Brasília sua intenção de entrar com força no mercado brasileiro. Em menos de um mês, cumpriu com a sua palavra. O Brasil será o 7º país em que a Corporación América vai operar - ela já detém concessões na Argentina (35 terminais), no Equador (Guayaquil e Galápagos), no Uruguai (Montevidéu e Punta del Este), no Peru (cinco aeroportos do interior) na Armênia (Yerevan) e uma minúscula operação na Itália (Trapani).

Difícil afirmar se o grupo foi vítima da pior crise da Argentina ou aproveitou a situação para melhorar as condições do contrato

Em seu país de origem, a Corporación América controla a Aeropuertos Argentina 2000, que ganhou a licitação de 33 aeroportos concedidos em bloco, em 1998, na reta final da "era Menem". Diferentemente do novo aeroporto de Natal, em que venceu quem apresentou o maior valor de outorga, o critério era o maior pagamento de royalties anual. O grupo vencedor ficava com a concessão dos aeroportos por 30 anos e se comprometia em investir US$ 2,1 bilhões. O plano incluía um novo terminal em Ezeiza (que concentra 80% dos voos internacionais) e a desativação do Aeroparque (aeroporto central de Buenos Aires por onde passa cerca de 35% do fluxo doméstico).

Quatro anos depois, a Auditoría General de la Nación (órgão fiscalizador do Poder Executivo) denunciou pela primeira vez que a AA2000 descumpria suas obrigações contratuais e acumulava dívidas de US$ 104 milhões, pelo atraso no repasse dos royalties.

É difícil afirmar com exatidão se o grupo foi vítima da pior crise econômica da história argentina - obviamente é isso o que sustentam Eurnekian e Gutierrez - ou se aproveitou a situação para melhorar as condições do contrato como concessionária. De qualquer forma, há pouco mais de dois anos, a própria Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) chegou a uma conclusão quando divulgou estudo no qual analisava as experiências internacionais de transferências de aeroportos para a iniciativa privada. "A experiência argentina traz muitas lições para o Brasil sobre os riscos de um processo de privatização mal feito", diz o estudo da Anac.

De acordo com a AA2000, à medida que caía o número de afetados em função da crise e os investimentos eram preservados, não houve alternativa à inadimplência. Em 2003, segundo o governo argentino, o grupo comandado por Eurnekian já lhe devia US$ 350 milhões em royalties, que tinham duas funções: alimentar o orçamento do novo órgão regulador de aeroportos e subsidiar os poucos terminais que não foram privatizados.

Quatro dias antes de deixar a Casa Rosada, o ex-presidente Eduardo Duhalde (2002-2003) firmou um decreto que alterava o contrato de concessão, beneficiando a AA2000. Alvo de investigações no Congresso e de contestações na Justiça pela Aerolíneas Argentinas, então sob controle privado, a mudança foi suspensa pelos tribunais e Néstor Kirchner (2003-2007) recomeçou do zero as renegociações contratuais.

O encerramento da novela se deu, novamente, no fim de um governo. A uma semana de transmitir a faixa presidencial para sua esposa Cristina, Kirchner assinou o novo contrato de concessão com a AA2000, aprovado pelo Congresso. Em vez de royalties anuais, o grupo passou a pagar 15% das receitas aeroportuárias, o que significava uma queda das receitas para o governo no curto prazo. Com o aumento do fluxo de passageiros, no entanto, a tendência era aumentar a arrecadação. O plano de investimentos foi repactuado e Eurnekian se comprometeu em investir mais US$ 2 bilhões até o fim da concessão.

Investimentos como o novo terminal de Ezeiza, que havia sido deixado de lado, foram retomados. Com vários anos de atraso, o aeroporto internacional de Buenos Aires ganhou um novo terminal, inaugurado em julho deste ano. A dívida da AA2000 com o governo, estimada em US$ 108 milhões, foi paga com a emissão de títulos que podiam ser transformados em participação acionária, dando ao Estado a opção de tornar-se sócio novamente dos aeroportos, com até 20% do capital. O Ministério Público e vários parlamentares da oposição protestaram, contestando os valores renegociados.

No estudo que fez dois anos atrás, entre outros problemas na experiência argentina, a Anac citou dois: a firma vencedora subestima o custo e dá lances otimistas demais no leilão; depois, espera até renegociar o contrato de concessão quando for muito custoso para o governo substituí-la no contrato. Enquanto foi na Argentina, era apenas objeto de análise. A partir de ontem, passa a ser um assunto que interessa diretamente aos brasileiros.

23/08/2011
Daniel Rittner, de Brasília

A NATUREZA DA HUMANIDADE

O que é um homem?

Estudos sobre a genética do cérebro começam a revelar o que torna os humanos, humanos

O problema com tentar entender a singularidade dos seres humanos é justamente o fato de que ela é singular. Embora se esteja estudando humanos, o estudo não vai render muito se não há nenhum ponto de referência que se compare com um humano.

Pelo menos essa é a filosofia de Svante Pääbo do Instituto de Antropologia Evolutiva Max Planck, em Leipzig. Pääbo, cujo trabalho com o DNA de fósseis serviu de inspiração para “Jurassic Park”, passou desde então a se interessar pela evolução humana. Para esse fim, ele e seus colegas seqüenciaram o DNA tanto do homem Neandertal quanto de uma espécie asiática de ser humano pré-histórico, o hominídeo de Denisova, identificado pela equipe do próprio Pääbo.

Agora ele voltou sua atenção para o Homo sapiens moderno. Em colaboração com uma equipe da Academia Chinesa de Ciências, Pääbo e seu colega Philipp Khaitovich compararam atividade genética ao longo de uma vida nos cérebros de humanos, chimpanzés e macacos rhesus. Eles então combinaram o que encontraram com o que se sabe sobre os Neandertais, e acreditam ter descoberto pelo menos parte da diferença genética entre o Homo sapiens e os outros que gera a singularidade humana.

Pääbo e seus colegas focaram sua análise, recém-publicada na Genome Research, em duas partes específicas do cérebro. Uma foi o córtex dorsolateral pré-frontal, que é onde se localiza o pensamento abstrato e o comportamento social – duas coisas nas quais os seres humanos se saem particularmente bem. A outra foi o córtex cerebelar lateral, que é mais ligado a habilidades manuais. Eles extraíram células, post mortem, de pessoas, chimpanzés e macacos de diferentes eras, e examinaram quais genes tinham estado ativos nessas células enquanto seus donos estavam vivos.

O vórtex do córtex

Em primeiro lugar, eles encontraram alguns genes cujos padrões de expressão ao longo de uma vida eram particularmente humanos (ou seja, eram os mesmos em chimpanzés e macacos, mas diferentes em pessoas) e outros que eram próprios dos chimpanzés (ou seja, os mesmos em pessoas e macacos, mas diferentes em chimpanzés). Em segundo lugar, eles descobriram mais padrões de expressão unicamente humanos do que padrões exclusivos aos chimpanzés. Em terceiro lugar, padrões de expressão exclusivos dos seres humanos eram mais comuns no córtex pré-frontal do que no cerebelo. Em quarto lugar, embora esses genes que se expressavam de forma especial estivessem mais ativos nos jovens de todas as espécies, seu período de atividade era significativamente mais longo em humanos do que nas outras espécies. Em quinto lugar, as atividades desempenhadas por muitos desses genes especiais pareciam ser correlacionadas. E em sexto lugar, esses genes correlacionados pareciam estar envolvidos na função crucial de ligar células nervosas através de junções chamadas de sinapses.

Em resumo, os seres humanos têm conjuntos de genes que provavelmente fazem com que seus cérebros sejam mais “plásticos” e, portanto, receptivos a mudança por bem mais tempo (até mais ou menos os cinco anos de idade) do que os chimpanzés e macacos (cujos cérebros são plásticos por menos de um ano após o nascimento).

Fontes:The Economist - What’s a man?
8/02/2012

DIÁRIO DA DILMA: MALANDRO É O SACI ANDANDO DE PATINETE

1° DE JANEIRO ─ Ressaquinha leve. Acho que foi o Old Eight que o Lugo me deu. Armei um convescote aqui na base da Marinha para celebrar o fim de 2011, que graças a Deus acabou. O Bezerra, inconveniente como dor de dente, me trouxe toda a parentela. Pelo menos dois cunhados pareciam não comer desde a seca de 1948. Tive que pedir pro Almirante Julio correr atrás de mais lentilha.

Mamãe trouxe um chá de capim-limão com Engov e me perguntou se eu lembrava que cantei Ai Se Eu Te Pego para o Lobão. Como se não bastasse, parece que passei boa parte da noite chamando o Chalita de Crô. Não tinha amnésia alcoólica desde a festa da posse. Ai, que vergonha.

2 DE JANEIRO
─ Quem diria que a subversiva aqui ia passar férias numa base militar, hein? O bom é que cheguei impondo respeito. Exigi dois bonitões para preparar sucos tropicais e massagear meu joanete. Já me dizia o FHC: nada supera o prazer de indicar funcionários com perfil técnico para a função. “Livre / nasci como a brisa / que as praias alisa, / encrespa as ondas do mar. / Livre, de braços abertos, / os olhos desertos / do que faz a gente chorar…” Desde que cheguei aqui na Bahia essa música do Agnaldo Rayol não me sai da cabeça. Adoro! Agora, vou pedir uma caipirinha com água de coco e ficar jiboiando embaixo do guarda-sol até a hora do almoço.

3 DE JANEIRO ─ Tô assim meio passional por dentro. Começo de ano é fogo. O Haddad já avisou que vai embora. Foi o Lula que me empurrou, mas sabe que me afeiçoei? Sempre encontrava um jeito de ele sair a meu lado nas fotos. Duvido que o outro não ficava com ciúme.

De tarde fiquei na banheira até acabar o LP da Nora Ney. “Risque / Meu nome do seu caderno / Pois não suporto o inferno / Do nosso amor fracassado.” Um bálsamo.

4 DE JANEIRO ─ Liguei pro Jaques Wagner, com aquela cara de gato de hotel, e mandei ele me arrumar uns dois abadás. Vou sair na surdina, dar um perdido no pessoal e me esbaldar uns dois dias no Carnaval. Não posso ir pro Rio por causa daquela chatura do Sérgio Cabral e do Eduardo Paes. E provavelmente vai ter chuva na serra… quero evitar problema!

Ai se eu te pego, se eu te pego, se eu te pego, delícia, delícia, delícia!!!!! Fiquei mais inspirada ainda pensando nele depois que ouvi o Michel Teló. Tão bom cantor com esse nome! Ensaiei a dancinha em frente ao espelho. É uma graça aquela parte em que a gente se abana, fofo, fofo… Estava no maior embalo quando minha tia apareceu na porta do quarto. Xô, encosto!!!!!!!

Liguei para Brasília. Tá todo mundo lá. Menos a Gleisi, que tá no Paraná. Mandei buscá-la a fórceps. Malandro é o saci andando de patinete.

5 DE JANEIRO
─ Gleisi veio alegre e faceira me contar os macetes para ficar com os braços durinhos como os da Cristiane Torloni. Parece que tem um aparelhinho de infravermelho chamado Titan que estimula a produção de colágeno. Já mandei o Mercadante importar pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

6 DE JANEIRO
─ Chico estreou ontem no Rio. Me segurei para não aparecer de surpresa. Se tivesse coragem, tingia o cabelo de cor de abóbora. Ai, meu guri.

Lembrete: a irmã não me mandou convite. Se eu fosse ela, começava a consultar os classificados.

7 DE JANEIRO ─ Devo dizer que o Kamura me deu um bloqueador solar para o cabelo que é um espetáculo! Detesto aquele cabelo espigado que a gente fica depois da piscina. Na Bahia, usei bloqueador 15 para a pele. Precisava dar uma cor nesse bração.

8 DE JANEIRO ─ Passei o domingo vendo Mulheres Ricas. Para entrar no clima, comprei um potão de Häagen-Dazs sabor Cappuccino Caramel Truffle e uma Sidra Cereser. Aquela loirinha me lembrou a Marta Suplicy.

Nota: aumentar taxas para importação de botox. Esse uso indiscriminado não pode fazer bem.

9 DE JANEIRO ─ Apostei com a Helena Chagas quanto tempo vai levar para algum jornal dar a manchete “O Haiti é aqui”. Ela fincou o pé em uma semana. Foi otimista. Vai perder.

O Merval Pereira está ficando com o bigode branco. Será que ele pinta o cabelo?

10 DE JANEIRO ─ Preparei meu Campari, mandei cortar umas fatias de parmesão, pus aquele short delicioso de plush, uma camiseta bem velhinha, e estou pronta pra ver o BBB 12. Pena que a Ideli esteja viajando, a gente comenta tudo! Ela me pediu para gravar enquanto estiver fora. Mas prometeu que vai assistir só depois do expediente.

12 DE JANEIRO
─ Pisei em São Paulo e logo lembrei das Mulheres Ricas. Fiquei muito mexida e pensei em retomar a luta armada. Fui contida pelo João Santana, que sempre aparece nessas horas.

Helena Chagas perdeu a aposta.

14 DE JANEIRO ─ Que bafo! Mandei a Abin conseguir a fita daquela noite da festa do Big Brother. Quero ver se houve o que estão dizendo. Mas aquela moça, sinceramente! A Iriny Lopes deve estar subindo pelas tamancas. Francamente, depois que o Pedro Bial desistiu de ser jornalista parece que vale tudo. Agora, que não me ouçam as companheiras feministas, mas essa moça devia beber com mais moderação.

16 DE JANEIRO ─ Ah, meu Deus, lá vem esse pessoal me mandar censurar o BBB. Que mau humor!

17 DE JANEIRO ─ Temer é só sorrisos e abraços. Sempre esfregando a palma de uma mão nas costas da outra. Essa reforma ministerial vai dar trabalho.

19 DE JANEIRO ─ Não estou entendendo essa história da Luiza que está no Canadá. Quem é? Já falei que ia nomear a Luiza Trajano, mas, calma, ainda não deu! Deve ser coisa do PMDB. Tive que demitir até gente por causa dessa Luiza. Nem sei bem por quê… Ou será alguma coisa com a Brunet? Tadinha, se foi estou com dó. Preciso falar com o Gilbertinho, que sabe sempre de todas as fofocas. Se for coisa do Temer…

20 DE JANEIRO ─ Estava zapeando a internet quanto dei com a foto do presidente eleito da Bulgária. Muito catita, o moço, parece com esse deputado Molon que o ptvive empurrando nas fotos para melhorar a estética do partido. Rosen Plevneliev, será que é parente? Tinha um ferramenteiro lá em Stara Zagora que se chamava Plevnoliov, tio de mamãe. Dançava polca como ninguém. Da vice eu não gostei: com aqueles cílios é sirigaita clássica. Não sei se o Patriota combinou de ir à posse. Se for, mandarei um bilhete para a esposa do Rosen: olho aberto, que a moça não é boa bisca.

Lembrete: incluir na nova Lei de Imprensa um artigo obrigando os veículos a cobrirem mais a Bulgária. Não posso depender da internet, e do Itamaraty não espero mais nada. Desde Celso & Marco Aurélio que eles só se interessam pelo Chávez.

21 DE JANEIRO ─ Sabe que eu acho esse cara da Fifa que vem me atormentar a vida, esse tal de Volker, um morcegão? Coisa fina! Infelizmente não posso deixar aflorar minha porção mulher… é preciso ser firme, do contrário eles conseguem emplacar entrada dupla para gestantes.

22 DE JANEIRO ─ De novo? Ai minha santa periquita do bigode loiro! Esse Bezerra integrou a família inteira dele e dos vizinhos na mamata, isso sim… Avisei que é bom ele escolher melhor as companhias. Passarinho que dorme com morcego acorda de cabeça para baixo.

24 DE JANEIRO
─ O Lula adora um chapéu. Pediu para vir à posse do Mercadante com um boné do MST, mas achei melhor vetar para deixar claro que tenho autonomia. Agora já não tenho certeza se fiz bem. O que é aquele chapéu? Que loucura, como diria aquela moça rica.

26 DE JANEIRO ─ “Esse tempo tem feito muito bem à sua compleição, presidenta”, me disse hoje o Lobão. Senti assim uma coisa. “Hoje eu quero a rosa mais linda que houver / E a primeira estrela que vier para enfeitar a noite do meu bem / Hoje eu quero paz de criança dormindo / E o abandono de flores se abrindo / Para enfeitar a noite do meu bem.”

28 DE JANEIRO ─Vamos aumentar a turma da tranca com a Gracinha da Petrobras. É bom porque tem sempre uma viajando e, às vezes, a gente acaba não formando as duplas. A Gracinha é um ás na tranca! Vou ter que dar um toque para ela cortar o cabelo. Depois de uma certa idade não fica bem aquele cabelo comprido.

08/02/2012
PUBLICADO NA EDIÇÃO DE FEVEREIRO DA REVISTA PIAUÍ

MILHÕES DE BRASILEIROS DESCONFIAM QUE O EX-DEPUTADO JAQUES WAGNER E O GOVERNADOR JAQUES WAGNER NÃO SÃO A MESMA PESSOA!

O nome é o mesmo, a voz é a mesma, a barba é a mesma e o assunto é o mesmo. Mas os dois discursos abaixo reforçam a suspeita que anda intrigando milhões de brasileiros: é provável que o ex-deputado Jaques Wagner e o governador Jaques não sejam a mesma pessoa.


Deputado Jaques Wagner, 18 de setembro de 1992



Governador Jaques Wagner, 3 de fevereiro de 2012


augusto nunes
08/02/2012

CLASSE MÉDIA POR DECISÃO DO INSTITUTO DE PESQUISA APLICADA (IPEA)

Rogério Alves, o taxista que virou classe-média sem deixar de ser pobre
PUBLICADO EM 16 DE JULHO DE 2009

O motorista de táxi João Rogério de Sousa Alves, personagem do post A classe média inventada pelos alquimistas federais continua a subir pelo elevador de serviço, conta como é a vida dos brasileiros pobres transferidos para a classe média por decisão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), subordinado ao governo. “Faz vinte anos que não vou ao cinema”, lamenta na entrevista. Confira.



IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO, DE WOODSTOCK À CRACOLÂNDIA

Em 2000, o escritor Ignácio de Loyola Brandão partiu com a mulher, Márcia, e um casal de primos numa viagem à Nova Inglaterra – o pedaço dos Estados Unidos considerado o maior reduto de escritores por quilômetro quadrado. Loyola estava em busca de Woodstock, não como referência geográfica, mas como a imagem mítica que conservava do histórico festival de música em que rolaram, em 1969, sob o lema “Paz e amor”, muito sexo, muitas drogas e muito rock and roll. Mais de uma década depois, ele transformou as lembranças e anotações daquela viagem no livro Acordei em Woodstock – Viagens, memórias, perplexidades (Global, 288 pgs. R$35).

No relato de Loyola, ganha destaque o contato com as pistas de diversos escritores deixadas pelo caminho – J. D. Salinger, Herman Melville, Emily Dickinson, Robert Frost, Mark Twain e Louisa May Alcott, para só citar alguns. Misturando fantasia e realidade, registro documental e sonho psicodélico, Loyola reflete sobre rebeldia e ideais perdidos, sobre a ficção e a memória, confunde sonhos pessoais e coletivos. Nesta entrevista, o autor de Zero, Não verás país nenhum e O verde violentou o Muro lembra sua juventude em Araraquara, explica seu processo de criação e fala sobre a viagem singular no tempo e no espaço que resultou em seu novo livro – e também sobre um projeto de contracultura diante do qual o nosso presente dominado pelo consumo parece sombrio: “Estamos virando uma imensa Cracolândia”, afirma.



- Fale sobre o processo de criação de Acordei em Woodstock, que parece misturar diferentes gêneros – ficção, livro de viagem, memórias. Por que demorou 10 anos para escrever sobre aquela viagem?

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO: Tenho o costume de anotar. Vem dos tempos de reportagem na Última Hora, o jornal. Não havia gravadores, anotávamos tudo à mão, desenvolvemos a memória. Nunca deixei de levar um caderninho no bolso. Tenho milhares. Anoto situações, imagens, frases, nomes, imagens, filmes, preços, comidas, vinhos, olhares, gestos, tiques. Em viagem uso cadernos, aqueles Claire Fontaine dos estudantes franceses, que compro aos montes em Paris, na Jeune Gibert. Adoro escrever à mão. No avião, levo caderno em lugar de laptop, o que causa espécie aos executivos que têm laptops, Ipass, iPods, iPuts, iPhones. Cada vez que volto, escrevo, para mim, um livro sobre a viagem que fiz. Assim foi com a viagem à Nova Inglaterra. O volume tinha 250 laudas. Fui , ao longo dos anos, cortando, enxertando, acrescentando, reescrevendo. Quando vi, estava virando viagem por dentro de mim, da memória. Havia fantasia, infância, imaginação, perplexidades, descobertas súbitas, como aquela de quem foi Charles Fawcett.

Há momentos de minha vida que ficaram muito marcados dentro de mim. Uma estada em Roma em 1963, os dois anos na Alemanha em 1980, o tempo de critico de cinema, o repórter, o editor de Planeta, mulheres que foram fundamentais. Nesta viagem aos Estados Unidos cordéis foram sendo puxados aqui e ali, misturados com leituras, mitos, cinema, ficção, ícones, frustrações. Salinger, Scott Fitzgerald (que eu quis ser na juventude), Fellini (minha obsessão), os sonhos não realizados (dirigir filmes), os livros incompletos, a religião, mulheres como Ítala Nandi ou Marlene França ou Joana Fomm ou Helena Ignez, as que amei, ou Costinha – infância – as que ficaram platônicas. O livro é um liquidificador. Inventei um gênero? Provavelmente, porque não há como classificar. Aliás, acho que de tempos em tempo (desde Zero) saio do convencional e trago questionamentos quanto a gêneros. O Verde Violentou o Muro é viagem ou diário ou o quê? Veia Bailarina é o quê? Quanto a Acordei em Woodstock, um dia decidi que não havia sentido mexer mais naquele original e publiquei.

- Qual era sua relação com a contracultura na época do festival de Woodstock? Que informações chegavam a você sobre as manifestações estudantis nos Estados Unidos e na Europa? Você se identificava com aquele espírito rebelde?

LOYOLA: Em 1969 vivíamos o AI-5, a censura, a ditadura. Contracultura era ir contra o regime, era batalhar contra a censura. Catávamos as informações em jornais estrangeiros, ouvíamos os cantores rebeldes, cultivávamos Joan Baez, nossa musa, Bob Dylan, Joe Cocker, e principalmente endeusávamos, achávamos o máximo a rebeldia de Janis Joplin. Descobrimos a beat generation por meio do Jornal do Brasil dos sábados. Líamos sobre e discutíamos Kerouac, Ginsberg, Corso, Burroughs no quarto do Zé Celso Martinez Correia, do Oficina, na pensão da Alameda Santos, 93, em São Paulo. Lemos On the road primeiro em espanhol, numa edição argentina. Minha primeira grande rebeldia foi usar uma camisa vermelha em Araraquara em 1954. Homem não usava cor, só azul, verde escuro, branco. Prossegui fugindo do provincianismo do interior. Dançamos rock, com Elvis Presley. Nos masturbamos com Brigitte Bardot pelada e adorando as personagens amorais que ela representava.

- Qual seria o sentido do slogan sexo, drogas e rockn’roll hoje?

LOYOLA: Pura caretice. Sexo, fizemos de tudo. Drogas, nos anos 70 tomamos ácidos, chá de maconha e haxixe, chá de lirio. Este deixou muita gente louca. Rock? Hoje é o heavy metal, o Techno, o pum pum pum.

- Você considera que a visão de mundo simbolizada por Woodstock foi definitivamente derrotada pelo consumismo materialista e neoliberal? Você teve essa sensação durante a viagem ou enxergou resquícios do espírito libertário dos anos 60/70?

LOYOLA: Hoje é culto ao corpo, academias, silicone, botox, esteróides, plásticas de todos os tipos, homens usando cremes, metrossexuais, grifes, BBB, celebridade a qualquer custo, inexistência da privacidade, todo mundo falando de sexo em qualquer programa, qualquer revista, CQC, Pânico, reality shows, enriquecer a qualquer preço, corrupção generalizada, dinheiro na cueca, marketing, personals de todos os tipos, para tudo. Estamos prisioneiros do mercado, do financeiro, do jugo econômico, da demagogia.

- Depois da viagem que você fez à Nova Inglaterra, em 2000, o mundo foi abalado pelo 11 de Setembro e pela crise econômica de 2008, para só citar dois exemplos. Você acha que nos distanciamos mais ainda da contracultura e que o mundo está se “encaretando” cada vez mais?

LOYOLA: O mundo ficou muito chato, o homem é cada vez mais inviável. Os funcionários da prefeitura do Rio de Janeiro roubando os bens das vitimas na queda dos edifícios é algo tenebroso. Assim como as atitudes dos ministros, da politica suja, do comandante que foge do navio… Gente, o Brasil é o BBB, é o Mulheres Ricas, é o Michel Teló? Estamos virando uma imensa cracolândia. Vade retro Satanás!

- Com que autores você dialoga? E quais são suas re-leituras hoje?

LOYOLA: Sempre tentei dialogar com Graciliano Ramos. Angustia dá de vinte em A Náusea, de Sartre. Com Faulkner. Fui muito tocado por Luz em Agosto, O Som e a Fúria e Enquanto Agonizo. Por O Delfim, de Cardoso Pires. Por Quem Matou Pacifico, de Maria Alice Barroso. Por O Vermelho e o Negro, de Stendhal. Fui Julien Sorel. Assim como fui o personagem de Uma Tragédia Americana da Dreiser. Fui Robinson Crusoe. Adorei Vida, Modo de Usar, de Georges Perec. Um livro que gostaria de ter escrito. Assim como O Tempo e o Vento, do Erico. Também queria ter escrito A Leste do Eden, de Steinbeck

- Como você avalia a literatura brasileira hoje? Considera que os novos autores têm o mesmo impacto e importância que você teve na sociedade brasileira com “Zero”, por exemplo? A literatura ocupa um espaço social menor hoje?

LOYOLA: Gosto de Marçal Aquino, de Ivana Bentes, de Rubens Figueiredo, Raymundo Carrero, Antonio Torres, Luis Pimentel, Alberto Mussa, Tatiana Salem Levy, Michel Laub, Menalton Braff, Garcia Rosa. O resto deve ser respondido pelos críticos e ensaístas e teóricos que estudaram para isso, para nos analisarem, nos situarem. Quanto a Zero levo em mim um desconforto, uma estranha questão: acabou sendo um livro único dentro do panorama. Nunca imitado, nunca fez escola, nunca influenciou, nunca inspirou. De qualquer modo ainda encontro por este Brasil gente que foi impactada por Zero aos 20 anos, aos 30, que o traz na cabeça e no coração. Está bem assim.

03/02/12
Luciano Trigo

UFC E AS LESÕES CEREBRAIS

Não se engane com a morena da foto. Ela não está usando maquiagem para o Halloween, nem foi vítima de violência doméstica. Trata-se de Gina Carano, uma das melhores lutadoras americanas de artes marciais mistas (MMA), logo após um combate.

Gina perdeu o trono ano passado por nocaute técnico para a brasileira Cris Cyborg. Perdeu a luta, não perdeu a graça. Mas os machucados superficiais no rosto podem esconder lesões mais graves no cérebro da lutadora.

As consequências ao cérebro depois de tanto impacto ainda não são conhecidas pelos profissionais de saúde. Por isso mesmo, está sendo lançado um estudo com 500 lutadores profissionais (boxeadores e de luta livre), em parceria com a Cleveland Clinic, nos Estados Unidos. O projeto esta sendo financiado pela bilionária fundação Kirk Kerkorian’s Lincy.

A ideia é justamente entender o impacto físico das pancadas no cérebro dos atletas com a finalidade de melhorar o tratamento das lesões cerebrais. Hoje em dia, sabemos apenas como os danos se comportam no cérebro nos estágios finais, mas sabe-se pouco dos estágios iniciais das lesões e o que acontece com o acúmulo de danos ao passar dos anos. Lógico, cada pessoa reage a pancadas na cabeça de forma diferente, mas isso nunca foi estudado de forma criteriosa.

Os participantes irão se submeter a quatro procedimentos de MRI (escâner cerebral usando ressonância magnética) por ano, antes e depois das lutas. Além disso, terão acompanhamento físico, cognitivo e testes de fala que servirão para monitorar como a atividade cerebral é afetada após traumas no ringue.

A pesquisa tem atraído treinadores de outros esportes e conta com o apoio das associações de boxe, preocupadas com o impacto negativo de grandes lutadores em estados deploráveis depois de uma vida de glória nos ringues. Um exemplo clássico é o lutador Muhammad Ali, afetado com o mal de Parkinson – um ícone do esporte que sobre de imobilidade, tremores e demência.

Um dos objetivos da pesquisa será correlacionar a dinâmica do fluxo sanguíneo, medidas de regiões especificas do cérebro e tamanho da lesão a tempo de informar ao atleta quando é a hora de parar. Espera-se que o estudo traga autoridade suficiente para convencer lutadores seriamente machucados a se retirar dos ringues e aposentar, antes de serem afetados por doenças mais sérias.

Hoje em dia, segundo o regulamento oficial do boxe, apenas um exame de MRI é necessário durante a carreira inteira do atleta. O custo de cada exame fica em cerca de U$ 3.500. Com pouco dados e exames caros, a decisão de parar acaba sendo subjetiva e não intimida o lutador ou a equipe.

O estudo deve beneficiar neurologistas interessados em outras doenças, como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla – todas relacionadas com lesões cerebrais durante a vida do indivíduo. Os resultados serão divulgados publicamente em uma revista científica especializada, mas os dados de cada lutador permanecerão confidenciais. Os pesquisadores acreditam que a metodologia vá incentivar organizadores a exigir o escâner de cérebro como requisito para a licença de luta.

O que não está claro é como será a reação de lutadores (e fãs) ao serem informados que devem abandonar o ringue no auge das carreiras. Não acredito que o estudo irá afetar o desenvolvimento do esporte, pelo contrário, acredito que estudos como esse servirão para fortalecê-lo, aumentando a qualidade nas competições. Nada contra uma luta de MMA, mas eu ficaria mais confortável sabendo que a tecnologia e a neurociência estão auxiliando os atletas, protegendo-os de uma futura vida com demência, depressão ou outro efeito crônico qualquer.

16/09/11
por Alysson Muotri

BRASIL DEVE SEGUIR EXEMPLO DO EGITO E PUNIR ONGs QUE RECEBEREM FINANCIAMENTOS ILEGAIS

A agência de notícias France Presse informa que 44 pessoas, entre elas 19 americanos e outros estrangeiros, serão julgadas por acusações de financiamento ilegal de organizações não-governamentais que atuam no Egito, indicou no domingo uma fonte judicial egípcia.

“Esses réus foram levados à Corte Criminal do Cairo em um caso do financiamento de ONGs”, confirmou esta fonte à AFP, ressalvando que nenhuma dessas 44 pessoas foi colocada em detenção, porque continuam à espera do julgamento final.

Esta ação na justiça ocorre após buscas em 17 escritórios de ONGs egípcias e internacionais de defesa dos direitos humanos, no dia 29 de dezembro. Entre as organizações estão as americanas National Democratic Institute (NDI), International Republican Institute (IRI) e Freedom House, além de uma alemã, a fundação Konrad Adenauer.

Este caso, é claro, deixou tensas as relações entre Washington e o poder militar egípcio que sucedeu o presidente Hosni Mubarak depois da queda deste em 11 de fevereiro de 2011.

08 de fevereiro de 2012

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NOTA DE REDAÇÃO – Este fato evidencia que, apesar de o Egito ser altamente subsidiado pelo governo dos EUA, o país ainda mantém a soberania e não se curva completamente aos interesses da potência hegemônica mundial

COMO COMBATER A CORRUPÇÃO

Em 2011, vários movimentos de combate à corrupção ganharam as ruas do Brasil. A maioria deles protagonizada por jovens universitários da nova geração que – praticamente para tudo – se comunica por meio de mensagens de texto de celulares e pelas redes sociais. Esses jovens cresceram num país com inflação controlada e com a percepção crescente de que uma política social eficaz vem combatendo com sucesso a pobreza e a desigualdade. Portanto, apareceram com mais força problemas antigos que, por isso mesmo, se tornaram problemas novos.

A corrupção é antiga no Brasil. A grande novidade é que ela ficou mais visível. Ficar mais visível é condição necessária para que seja combatida. É impossível atacar um inimigo invisível.

Ela ficou mais visível, em primeiro lugar, porque se tornou arma de ataque na briga entre os políticos. Nada mais importante para combater a corrupção que a competição política. Como há dois ou mais partidos em permanente luta pelo poder, eles farão de tudo para enfraquecer seus adversários. As denúncias de corrupção têm esse importante papel.

Deixemos de lado o argumento moralista, aquele que critica o denunciante porque ele faz o que faz movido pelo interesse próprio. É assim mesmo que funciona. No episódio do mensalão, se o então deputado Roberto Jefferson não tivesse sido contrariado em seu interesse próprio, jamais iria à mídia denunciar o esquema de compra de votos de deputados. Devemos louvar o interesse próprio quando ele vier combinado com conflito e competição. Sem isso, jamais saberíamos de muitas das falcatruas que ocorrem na administração pública brasileira.

O segundo motivo que levou a corrupção a ficar mais visível – na verdade, o mais importante de todos – é a mudança na cabeça dos brasileiros. Estamos passando por um contínuo e ininterrupto processo de melhoria da escolaridade de nossa população. Há uma relação simples e direta amplamente comprovada por dados de pesquisas: quanto mais elevada for a escolaridade de uma pessoa, mais ela se importará e tenderá a ser contra a corrupção. Portanto, a cada ano que passar, os brasileiros ficarão mais indignados com os escândalos e as denúncias de corrupção.

É somente por causa disso que os políticos podem usar tais denúncias como arma de guerra. Em consequência, com o permanente aumento da escolaridade da população, veremos em paralelo um permanente aumento do uso de escândalos e denúncias como arma para derrubar e prejudicar os adversários.

O terceiro fator-chave para o aumento da visibilidade da corrupção é a liberdade de imprensa. Uma imprensa dependente do governo para sua sobrevivência financeira jamais publicaria fatos que viessem a prejudicar os governantes. Igualmente, uma imprensa controlada por uma mesma elite política que tivesse relações pessoais e de parentesco muito próximas também dificilmente daria publicidade a fatos que denegrissem os ocupantes do governo.

Uma elite mais ampla, em que as pessoas não tenham sido criadas juntas, estudado nas mesmas escolas e faculdades ou frequentado os mesmos círculos sociais, é fundamental para que haja liberdade de imprensa. Primeiro é preciso pluralismo, depois vem o exercício da liberdade.

Políticos atacam políticos e a imprensa divulga. No dia seguinte, milhares de jovens vão às ruas mostrar indignação. Sua grande frustração é que não têm o poder real de combater a corrupção. Basta procurar um pouco para encontrarmos dezenas ou centenas de depoimentos desses jovens afirmando que, ao final dos protestos, fica a sensação de impotência, fica o sentimento de que nada mudará porque os protestos em si não interferem no dia a dia das práticas ilícitas. Protestar e mobilizar a sociedade é fundamental para tornar o problema visível, mas não pune os políticos corruptos.

Os dois tipos possíveis de punição são o eleitoral e o judiciário. A punição eleitoral, mostramos isso num artigo anterior neste mesmo espaço, vem ocorrendo gradativamente. É graças a ela que figuras como Maluf e Quércia foram precocemente sepultadas como políticos de grande poder e influência. Eles são dois dentre inúmeros exemplos que existem em todos os cantos do Brasil.

A maior arma contra a corrupção é a existência de instituições que efetivamente a combatam. Mídia e opinião pública são instituições, porém não é a elas que me refiro, mas sim a Ministério Público, Justiça, Tribunais de Contas, Tribunais Regionais Eleitorais, a Agências Reguladoras, leis, departamentos de ensino e pesquisa em nossas universidades que estudem fraudes, ao Conselho Nacional de Justiça, a procuradorias, corregedorias etc.

A importância da ação dessas instituições está comprovada cientificamente pelo artigo de Lee Alston, Marcus Melo, Bernardo Mueller e Carlos Pereira intitulado “The predatory or virtuous choices governors make: the roles of checks and balances and political competition”. Usando dados de cada um dos Estados do Brasil, os autores mostram que, quanto mais ativas são essas instituições, menos os políticos do respectivo Estado enriquecem; menor é o gasto com pessoal como proporção da receita do Estado; e menor é o deficit primário daquela unidade da Federação. Eles provam que a interação entre Poder Judiciário ativo, Tribunais de Contas atuantes, procuradores públicos militantes, com o auxílio da mídia local e da opinião pública, são imbatíveis quando se trata de limitar a margem de manobra dos políticos no uso do dinheiro público. A lição é clara: quem quer combater a corrupção precisa apoiar o fortalecimento das instituições que controlam o poder dos políticos.

Os cinco Estados que têm as instituições de controle mais fortes são Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O lanterninha é o Maranhão de Sarney, antecedido por Roraima, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas. Isso mostra que as famílias Sarney e Collor não são fenômenos isolados, que pairam sobre o mundo sem ligação alguma com suas instituições. Pelo contrário, os Sarneys só existem porque, em seu Estado, não foram desenvolvidas as instituições que os combateriam.
7 de fevereiro de 2012
Alberto Carlos Almeida
Fonte: revista Época

MALDITA INOCÊNCIA

Ver FHC, Elena Landau e outros próceres do PSDB erguendo loas para Dilma pela privatização dos aeroportos, como se o assunto agora estivesse morto e enterrado e a honra estivesse lavada, chega dar pena.
Há muito tempo que o PT sabia que iria privatizar, porque isto é o correto. Prevendo que isto ocorreria em função da Copa do Mundo, seguindo um plano muito bem arquitetado, eles produziram um livro-dossiê chamado "A Privataria Tucana", para ser lançado na hora certa.
Tudo de forma orquestrada para "provar" que o PT leva as privatizações a sério, enquanto o PSDB roubou na venda de patrimônio público. Esta é a nova questão que os tucanos não estão considerando, na sua maldita inocência.
O que o PSDB vai ouvir do PT nas próximas eleições é muito simples: vocês roubaram, nós não! Vocês venderam a Vale por R$ 3,3 bilhões, nós vendemos três aeroportos por R$ 24,5 bilhões.
Acordem, tucanos, vocês não sabem com quem estão lidando? Onde está o processo que o partido iria mover contra o bandido que escreveu o livro?

08 de fevereiro de 2012
coroneLeaks

A NOVA FAMÍLIA BRASILEIRA - NFB

“Mantenha-os indisciplinados, deseducados, desorganizados, confusos, distraídos, alienados, drogados, e obcecados por sexo.” (Instituto Tavistock)

No bojo de uma verdadeira revolução cultural socialista que transformou o perfil honrado, digno e decente da família brasileira, substituindo o velho e bom padrão ético e moral por novas bases, desenraizadas, estéreis e até agora, depois de 30 anos, só fazendo piorar as condições básicas de vida do povo brasileiro, surgiu o que chamo de a NOVA FAMÍLIA BRASILEIRA (NFB).

A NFB veio para ficar no lugar da família tradicional. E ela já está na sua terceira geração. Ela também já representa 80% das famílias brasileiras, notadamente nas capitais.
A menor parte – a tradicional família brasileira – está em extinção. Essa não consegue mais impor seus velhos e bons valores éticos e morais. Estes foram levados de roldão. O que temos é a situação dramática da degradação moral, ética, política, e societária. Nossas instituições apodreceram sem terem atingido a maioridade; os três poderes já não são mais distinguíveis, confiáveis e visíveis. Vivemos uma ditadura disfarçada em democracia – isso é, uma democracia socialista. Mas é na família que está o nosso maior fator de desagregação.

Em janeiro deste ano a Rede Globo de Televisão voltou com o seu programa mais nojento: o Big Brother Brasil; que melhor chamar-se-ia Big Family Brazil. Dizer do seu conteúdo seria quase dispensável, mas é sempre bom afirmar que ele baliza bem a Nova Família Brasileira; mais, ele é o verdadeiro retrato moral da Nova Família Brasileira.

Vejam que dificuldade envolve desligar a TV Globo na hora da pornografia mais descarada. Como o verdadeiro Big Brother da cacotopia de George Orwell, o Big Brother é vigia, é guardião, é o guarda da cadeia de um povo totalmente anestesiado, inerme, incapaz de reagir. Por isso a NFB não consegue desligar a TV ou trocar de canal porque um condicionamento de 20 anos a impede de fazer isso. Ela prefere a demonstração explícita de vulgaridades sexuais feitas por gente desqualificada, embora escolhida a dedo.

A Globo sabe que o sucesso está garantido. Esses dias o site UOL, um lixão da internet que explora o que o ser humano tem de pior, e grande fã da NFB, chegou a publicar um convite para que o espectador ficasse atento ao programa daquela noite, porque havia a possibilidade de acontecer um estupro na “casa dos segredos”. Uma mídia da Rede convidava o espectador para assistir um possível crime.

Pois a NFB nem percebe mais o que é crime; esta palavra sumiu dos jornais e da TV há anos – ela foi substituída por violência. A NFB conhece apenas os factóides posteriores do crime, e não a sua essência. Assim se eliminou o incômodo enquadramento do Código Penal em vigência. Se não há crimes a registrar, então não há criminosos.
Não há crimes no Big Brother, nem criminosos. A NFB não reclama disso porque isso foi abolido de sua consciência por décadas de propaganda socialista “liberalizante”. Em poucos anos o Brasil não terá nenhum preso.

Mas a NFB não repara nada porque nada vê de errado ou imoral, ou antiético. Perdeu a vergonha e adora ver as vergonhas dos atores em ação. Pais, mães, crianças de todas as idades assistem tudo aquilo com grande prazer. A NFB é hedonista, isto é, movida pelo prazer; não se escandaliza a não ser quando os slogans da propaganda comunista são contrariados. Aí ela fica braba, denuncia quem denuncia a degeneração.

A NFB é educada por ideologia, por mentiras, por recursos à dissolução do passado histórico brasileiro. Nenhuma criança mais no Brasil tem qualquer nexo com o passado histórico além daquele que aprendeu em casa; existem cada vez menos crianças verdadeiramente alfabetizadas por padrões pedagógicos aceitáveis. Quando a informação é captada em idades mais avançadas, já por intermédio da ideologia socialista cuja principal meta é a DISSOLUÇÃO DA FAMÍLIA TRADICIONAL BRASILEIRA, já o ciclo se fechou.

No Rio Grande do Sul, Estado onde começou a degeneração da Educação Pública há 30 anos, o conteúdo escolar será neste ano 90% militância ideológica e pragmática leninista; serão fundadas organizações de militância baseadas em oficinas de trabalho segundo a orientação do Partido. Aliás, a NFB tem a mesma idade do PT. Coincidência?

É por isso que o Big Brother existe há 13 anos trabalhando na “cultura”. Não é coincidência; é conseqüência mesmo. Seria impossível que uma escalada de pornografia televisiva não se fizesse acompanhar por ações de três governos socialistas desde FHC. Todos eles se pautaram pela liberação do sexo promíscuo e as drogas, e pelo abrandamento das leis penais, já quase em extinção.

O jornal Zero Hora, que usa e abusa da estratégia da dissonância cognitiva de dar a palavra (democraticamente) ao criminoso, lado a lado com sua vítima, publicou esses dias um texto defendendo o Big Brother.
Houve após o escandaloso convite ao estupro algumas reações contrárias que a mídia corporativa logo tratou de abafar. Pois Zero Hora escolheu um beócio jornalista que falava em reality show (um disfarce) e não via nada de errado no programa que conta com uma dona de filmes pornôs, duas lésbicas, dois viados, e um pedro bial. Para aquele tarado jornalista tudo era normal; o tipo chegou a sugerir que o telespectador ofendido trocasse de canal.
O idiota, jornalista típico da NFB, não percebeu a gravidade do assunto: a sociedade não tem mais nenhum canal para ir; a única solução seria desligar a TV, que como 1984 não era possível de ser desligada..

Esse tipo de jornalismo degenerado é majoritário no país. São os mesmos que querem o fechamento das igrejas cristãs; a abolição de símbolos religiosos nos lugares públicos. São vampiros que odeiam o Sol e Deus, qualquer deus. São os mesmos que fazem ameaças veladas em favor da lei da homofobia até em programas desportivos.

A NFB é aquela também que se deixa sugar por parasitas políticos há trinta anos, de Sarney a Dilma Roussef. Ela não está nem aí se os impostos no ano passado atingiram um trilhão de reais desse que lhe garantam que todo ano em janeiro haverá um show de pornografia e vagabundagem feito por prostitutos e prostitutas que só estão lá para assinar contratos de pay per view.

A NFB contenta-se com a esmola do Bolsa (da Nova) Família, com a inclusão de retardados mentais nas escolas, com a flagrante injustiça inconstitucional das cotas minoritárias, etc. Não têm nada a dizer disso – querem seu pirão sexual primeiro, e já. Adorarão a Copa de 2014 mesmo sabendo que não temos nem condições morais de praticá-la; aplaudem a premiação dourada de criminosos estrangeiros, nem se incomodam de ver seus líderes políticos fazendo excursões com seu dinheiro à Cuba, exemplo mundial de miséria, campos de concentração, fome, e atraso social.

A NFB nasceu burra e morrerá burra, embora os propagandistas do governo na mídia diagnostiquem ali um tipo estranho de felicidade. É a felicidade que antecede a escravidão total. O Instituto Tavistock, centro de lavagem cerebral inglês, falava em comfortably numb (confortavelmente entorpecido). Este é o estado mental desejado da população. Para isso servem o flúor para crianças e a fluo(r)xetina para adultos.

Nestes dias finais de janeiro de 2012 e até hoje, 6/2/2012, a Bahia, em especial Salvador, sofre com o caos instalado: quase 100 mortos, centenas de saques, assaltos, atos de destruição.
A NFB baiana sofre calada; seu governador, lógico, estava em Cuba quando tudo começou, e agora a NFB tem mais motivos para odiar a polícia, as leis e a ordem. A barbárie baiana ameaça se espalhar pelo país do Big Brother.
O longo trabalho de destruição da autoridade policial e militar feito pela imprensa nacional, paralelo à comunização do Brasil, não é fato isolado não. Esse trabalho de sapa às leis, às polícias, às autoridades, ajudou a construir essa Nova Família degradada moralmente.
Em um país onde os políticos socialistas “pacificam” bandidos perigosos é absolutamente compreensível a aceitação da pornografia, o incentivo ao uso de drogas, e a criminalização das polícias. Em breve a pedofilia será aceita e o homossexualismo obrigatório.

A verdadeira paz socialista é a paz dos cemitérios. Antes da morte, entretanto, a morte em vida, nem tão severina.

08 de fevereiro de 2012
charles london

AÉCIO QUER QUE DILMA LEGISLE PARA ELE. O ROTO FALANDO DA ESFARRAPADA

“Nós perdemos o primeiro ano de governo sem que nenhuma reforma estrutural tenha sido enviada ao Congresso, sequer para discussão.”
“A agenda é pobre. Vamos aguardar a iniciativa do governo.”
“O presidencialismo brasileiro é quase imperial.”

Ao Legislativo cabe fazer, elaborar as leis (projetos, etc.) e ao Executivo cabe executá-las.

Partindo dessas definições que Aécio Neves parece desconhecer, as pérolas acima, ditas por ele em uma reunião em Belo Horizonte com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), e com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), não fazem o menor sentido. Ao cobrar de Dilma tarefas que ele mesmo deveria ter desempenhado – se tivesse trabalhado em 2011 – Aécio lembra a velha máxima do roto falando do esfarrapado.

É tão cara de pau que ainda tem o desplante de dizer que ainda vai aguardar a iniciativa do governo. Por que não cobrar de si mesmo e do Congresso os tais “projetos de reforma política, tributária, da Previdência e do Estado brasileiro” que, para ele, são tão “cruciais”, como afirmou na reunião?

Portanto, a culpa pelo que Aécio se queixa é exclusivamente dele e de seus pares, não de Dilma.

Que tal se ele falasse menos e trabalhasse mais?

08 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes

O "DESAFINADO" NA VOZ AFINADÍSSIMA DE ANDREA MOTIS, A GRANDE REVELAÇÃO DO JAZZ DA CATALUNHA



Nem tudo está perdido, minha gente. Abro espaço para essa talentosa jovem revelação do jazz de Barcelona, Catalunha, Andrea Motis. Com apenas 16 anos de idade, deve completar 17 neste ano, Andrea Motis já é uma artista de primeira linha. Além de cantar afinadíssima, com estilo próprio e timbre diferenciado, ainda toca trompete e sax.

Andrea foi uma descoberta casual do maestro Joan Chamorro que rege o quinteto e toca sax tenor nesta apresentação. Apaixonado pelo jazz, Chamorro é professor numa escola de música em Sant Andreu, um dos 11 distritos de Barcelona. Andrea Motis foi e é sua aluna nessa escola que reúne principalmente adolescentes e crianças que se dedicam a aprender a execução de um instrumento musical.

De repente o experiente maestro e multi-instrumentista viu que tinha um talento nato entre seu concorrido alunado: Andrea Motis, aos 12 anos já fazia parte dos grupos musicais que iam surgindo pelo dedicado trabalho de Chamorro. Logo Andrea já estava tocando e cantando em inúmeras apresentações dos grupos profissionais dirigidos pelo maestro.

Recentemente, o quinteto de Chamorro gravou um CD de jazz em que a estrela é Andrea Motis.
Andrea canta com desevoltura e delicadeza os mais famosos standards do jazz e da bossa nova, como vocês podem conferir no YouTube. Nesta apresentação ao vivo no Festival Internacional de Jazz de Barcelona, no Teatro Coliseum, em novembro de 2011, Andrea arrebata o auditório lotado. Canta com rara competência, charme e swing, o Desafinado (versão em inglês), de Tom Jobim, uma das mais famosas composições desse brasileiro excepcional dotado de insuperável genialidade musical.

Acompanham Andrea nessa excelente performance Joan Chamorro, na regência e sax tenor; Ignasi Terraza, piano; Josep Traver, guitarra, David Mengual, contrabaixo e Esteve Pi, bateria.
Enquanto no Brasil a bossa nova é esquecida para dar lugar ao pagode, ao axé e ao sertanejo, no exterior é idolatrada em teatros lotados como mostra este vídeo.
A bossa nova, como já afirmei aqui no blog em diversas oportunidades, é a única coisa de importância cultural internacional já criada no Brasil. Está no mesmo nível do jazz e as composições de Tom Jobim estão rigorosamente no mesmo nível dos mais importantes compositores de jazz de todos os tempos.

Envio daqui do blog o meu afetuoso abraço a Andrea Motis e os melhores cumprimentos ao maestro Chamorro e a todos os músicos pela competência, profissionalismo e bom gosto.
A apresentação está espetacular!

Fevereiro 06, 2012
aluizio amorim

O MENSALÃO NÃO É UMA FARSA

Era uma vez... no tempo em que lulas falavam, um cara chamado Luiz Erário da Silva. Depois de oito anos de domínio oficial sobre um séquito de aloprados e um povo embasbacado, fingiu que saiu do governo prometendo provar que o escândalo do mensalão era uma farsa.

De lá pra cá, não moveu uma palha no sentido de cumprir mais uma de suas promessas sem pé nem cabeça, mas com muitos tentáculos.

Agora, ainda que sem representar como antes a voz rouca das ruas, ele se desdiz como sempre se desdisse, num espetáculo dantesco de irresponsável e repetitiva coerência com o surrealismo de sua própria natureza.

Das salas de sua lavanderia, no Instituto Lula, do alto de sua honrosa presidência do PT, nos corredores do SUS no Hospital Sírio Libanês, ele mexe com os aguapés e, como presidente submerso dessa República dos Calamares continua com sua perniciosa "estratégia de coalizão", farsa infalível de comprar amigos e mal influenciar pessoas.

Bota e tira ministros; afasta martas e empurra hahahaddads; recebe estadistas de meia-pataca, como se presidente ainda fosse; diz e desdiz o que uma primeira-mulher-presidenta deve fazer, ou não; influencia tribunais, amarrota togas, puxa cadeiras e tapetes no Senado e na Câmara. E se desdiz. Como sempre.

Foi ele agora mesmo quem consagrou o deputado paulista Jilmar Tatto como líder do PT na Câmara. Acabou com as alegrias do rochonchudo Cândido Vaccarezza, líder do governo que defendia que a liderança ficasse com o petista cearense Zé Guimarães.

Até aí, nada demais. Apenas um replay da força tratoral de Luiz Erário da Silva. O pequeno detalhe é que, para emplacar Jilmar Tatto - que apoiou Hahahaddad - Lula trouxe à baila o fato de que o assessor de Guimarães foi flagrado com dinheiro na cueca, quando tentava embarcar em um aeroporto. Pronto! Lula sepultou o pretensioso Zé Guimarães. Simples assim.

Mas nem tanto... Para sepultar o pretenso líder, Lula ressuscitou o Mensalão. Justamente aquele que ele jurou ser uma farsa. Nada demais. Apenas Lula se repetindo no Lula de sempre.

09 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia

AUDITORIA JÁ IDENTIFICOU FRAUDE DE R$ 56 MILHÕES NO RELACIONAMENTO DE ONGs COM O MINISTÉRIO DO TURISMO

Denunciar irregularidades é fácil, a imprensa não perde tempo e coloca o bloco na rua. Mas depois…. Somente agora, cinco meses depois da Operação Voucher, que colocou a cúpula do Ministério do Turismo atrás das grades, é que começam a sair os recultados das primeiras auditorias.

Constata-se, por exemplo, que foi pedida a instauração de 32 tomadas de contas especiais para devassar convênios com entidades não governamentais. Resultado até agora: grupo de trabalho que analisou repasses financeiros para 57 ONGs estima que o prejuízo aos cofres públicos possa ter chegado a R$ 56 milhões entre 2008 e 2011. Mas este valor, segundo técnicos, está pendente de esclarecimentos e poderá sofrer variações.

Reportagem de Alana Rizzo, do Estadão, revela que o relatório – entregue segunda-feira ao ministro Gastão Vieira (PMDB) – cobra a rescisão imediata de 19 convênios e autoriza a liberação de transferências para seis entidades. Sob a análise do ministro, o documento será incorporado ao balanço de ONGs que a Controladoria-Geral da União (CGU) e Casa Civil divulgarão ainda esta semana.

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PROGRAMA FRAUDADO

No Ministério do Turismo, o foco da fiscalização era o programa Bem Receber Copa. Técnicos afirmam que o monitoramento da execução do programa era feito de forma “descoordenada”, o que teria provocado sobrepreço de gastos.

Em dezembro, a CGU concluiu auditoria em R$ 281,8 milhões repassados a ONGs e prefeituras pela pasta. O relatório apontava que pelo menos R$ 67 milhões dos valores repassados por meio de convênios, termos de parceria e contratos não estavam justificados. Caberia ao ministério, após analisar as prestações de contas pendentes e corrigir inconsistências, atualizá-lo. Depois de peneirados os convênios, os técnicos chegaram aos R$ 56 milhões.

Segundo a repórter Alana Rizzo, a CGU e o Ministério Público Federal, no entanto, ainda cobram da pasta, com base nas irregularidades identificadas, a reestruturação do programa. Para a Procuradoria da República, o modelo adotado pelo Turismo abre brechas para fraudes.

“As ações de qualificação dos profissionais de setores específicos do turismo nacional, inclusive voltadas para a realização da Copa do Mundo de 2014, apresentaram disfunções no tocante à seleção dos parceiros e ao monitoramento da execução dos objetos pactuados”, aponta o relatório final da CGU.

Em dois convênios com a Fundação Universa, por exemplo, foram identificados R$ 13,8 milhões em superfaturamento. O custo aluno/hora estava 67,8% mais caro do que o conveniado, vejam só a que ponto chegamos.

Carlos Newton
08 de fevereiro de 2012

A GENERALIZADA DESCRENÇA NO JUDICIÁRIO

Prestígio do Judiciário junto à opinião pública segue caindo, e não faltam razões para isso.

Duas em cada três pessoas já consideram o Judiciário pouco ou nada honesto e sem independência, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

Reportagem de Cristiane Agostine, no jornal Valor, destaca que o levantamento mostra também que mais da metade da população (55%) questiona a competência desse Poder.

De acordo com o levantamento da Escola de Direito da FGV, coordenado pela professora Luciana Gross Cunha, 89% da população considera o Judiciário moroso, o que não é nenhuma novidade.

Além disso, 88% disseram que os custos para acessar o Poder são altos e 70% dos entrevistados acreditam que o Judiciário é difícil ou muito difícil para utilizar.

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PRESTÍGIO EM QUEDA

Desde 2009, quando a pesquisa sobre o Índice de Confiança no Judiciário começou a ser feita, a percepção da população sobre a Justiça só piorou.
No primeiro levantamento, feito no segundo trimestre de 2009, o índice era de 6,5, em uma escala de zero a dez. Na pesquisa mais recente, do quatro trimestre do ano passado, caiu para 5,3 — índice um pouco melhor do que foi registrado no último trimestre de 2010, 4,2.

A coordenadora da pesquisa explicou que a avaliação geral da população “sempre foi ruim” em relação ao Judiciário, mas piorou por conta de problemas ligados a custos e morosidade.

Para Cunha, isso coloca em xeque a credibilidade do Judiciário. “Leva a essa maior descrença”, comenta a professora da FGV. A principal motivação do uso do Judiciário pelos entrevistados está relacionada às questões envolvendo direito do consumidor (cobrança indevida, cartão de crédito, produtos com defeito), aos conflitos derivados das relações trabalhistas (demissão, indenização, pagamento de horas extra), seguida e direito de família (divórcio, pensão, guarda de menores, inventário).

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PODRES PODERES

Ao comparar a confiança no Judiciário com outras instituições, a pesquisa mostra esse Poder atrás das Forças Armadas, da Igreja Católica, do Ministério Público, das grandes empresas e da imprensa escrita.

Na sexta colocação, o Judiciário aparece como instituição mais confiável do que a polícia, o governo federal, as emissoras de TV, o Congresso Nacional e os partidos políticos, vejam como os entrevistados realmente não confiam nas autoridades, com justa razões, é claro.

A pesquisa da FGV ainda indica que a maior parte dos brasileiros confia na sua família, tendo em vista que 87% deles responderam que confiam ou confiam muito em seus familiares. Em segundo lugar, aparecem os amigos, seguidos pelos colegas de trabalho e, depois, pelos vizinhos. E apenas 19% afirmaram que confiam ou confiam muito nas pessoas em geral.

08 de fevereiro de 2012

WORDS... WORDS... WORDS...

ALI, Ó!

VISITANDO O FRACASSO ELEITOREIRO NO NORDESTE E SEM 'MARQUETINGUE'

Fevereiro 08, 2012NO NORDESTE E SEM "MARQUETINGUE! A TRANSPOSIÇÃO QUE A GERETONA/FRENÉTICA E EXTRAORDINÁRIA DE NADA E COISA NENHUMA , HOJE "PRESIDENTA MAMULENGA" , NÃO VAI VER.

Dilma Rousseff está hoje no Nordeste.
Não foi à região para inaugurar nada, nem anunciar nenhuma novidade.

Foi apenas ver de perto um dos fracassos mais retumbantes da qual foi protagonista, não apenas como presidente, mas desde que "gerenciava" o governo Lula:
as obras da transposição do rio São Francisco.

O cenário que a aguarda é de desolação.
Obras paralisadas; empreendimentos que se desintegram semanas depois de serem "concluídos"; municípios inteiros submetidos à penúria; comunidades que agora vivem pior do que antes da chegada dos canteiros das empreiteiras.

A transposição é projeto muito antigo, e também polêmico. Parte dos estados nordestinos era contra; parte muito a favor. Lula decidiu tocá-la a partir de 2007. Vangloriou-se de estar fazendo algo que, desde Dom Pedro, não se conseguia.

"Eu digo sempre que o Lula de dona Lindu conseguiu fazer a obra que o Imperador, filho do rei Dom João VI, não quis fazer", disse ele, em um de seus últimos atos na presidência, em dezembro de 2010.

Lula não conseguiu coisa nenhuma; para existir, a transposição ainda tem de comer muita poeira.

Atualmente, a maior parte dos 14 lotes de obras está parada, à espera de aditivos contratuais. Desde o ano passado, as máquinas foram sendo desligadas. O total de empregados caiu de 9 mil para 3.900, se tanto.

As construtoras argumentam que os valores negociados com o governo mostraram-se insuficientes para bancar as obras. Para voltar ao trabalho, espetaram uma nova fatura bilionária no governo petista, que topou pagar.

Os custos da transposição já subiram mais de 50% sem que uma gota de água irrigasse o semiárido. O valor passou dos R$ 4,5 bilhões iniciais para os atuais R$ 6,9 bilhões.

Um dos pecados originais da transposição foi ter sido iniciada sem que houvesse sequer projetos básicos das obras. Em campo, a realidade que as empreiteiras encontraram era bem diferente da prevista.

O improviso já resultou em acidentes graves, como o desmoronamento de parte do túnel de Cuncas, que com seus 15 km corta a divisa entre Ceará e Paraíba, em abril do ano passado.

Em localidades como Montevidéu, no município de Salgueiro (PE), as obras afetaram o açude que garantia o abastecimento para a população, agora sem água.

A obra da transposição é alvo de pelo menos dez investigações do Ministério Público Federal. As primeiras ações foram propostas em 2005 e os inquéritos apuram desde fraudes em licitações até a remoção de índios de locais por onde passam as obras.

Hoje, cinco anos depois do seu início, apenas 58% da transposição foi feita, segundo o Jornal do Commercio, de Recife, em série de reportagens que vem sendo publicada desde domingo.

Inicialmente, a conclusão deveria ocorrer neste ano, mas já se sabe que, na melhor das hipóteses, ficará para o sucessor de Dilma inaugurar os 713 quilômetros de canais do empreendimento, em 2015.

"A transposição do São Francisco é uma amostra exemplar do padrão de gestão petista. Decisões são tomadas não com base em cálculos econômico-financeiros ou estudos sobre a importância e a urgência do projeto para a região e para o país, mas tendo em conta os interesses do PT e de seus aliados de ocasião", comentou O Estado de S.Paulo em editorial no primeiro dia de 2012.

Dilma ordenou a seus assessores que mantivessem sob discrição sua ida ao Nordeste hoje. Ela passará por Pernambuco - Floresta e Cabrobó - e Ceará - Juazeiro do Norte e Mariti.

Tudo bem diferente da caravana pomposa na qual acompanhou Lula em outubro de 2009 - cercada de ministros, uísque, roda de viola e tapetes vermelhos - para promover sua candidatura presidencial.

O mais nefasto é o uso e o abuso que o PT faz do dinheiro público para enganar o público, iludir pessoas que só pedem um pouco de atenção oficial e comunidades que gostariam de progredir honestamente.

A transposição é obra necessária, mas as gestões de Lula e de Dilma a transformaram em mais um estelionato a figurar na ficha corrida do partido.

08 de fevereiro de 2012
Fonte: Instituto Teotônio VilelaA transposição que Dilma não vai ver

CASA DA MOEDA: MANTEGA SE FAZ DE BOBO

Do Painel da Folha:

Num discurso na Casa da Moeda em agosto de 2010, Guido Mantega foi só elogios a Luiz Felipe Denucci, agora demitido por suspeita de desvio de dinheiro. "Estou muito satisfeito porque, além de tudo, a Casa da Moeda está dando lucro", declarou o ministro. E arrematou: "Continuem nesta trilha e contem comigo". Nenhum político do PTB, sigla à qual o titular da Fazenda atribui a responsabilidade pela indicação de Denucci, estava no evento. Em compensação, discursaram o presidente do PP, Francisco Dornelles, e Márcio Fortes, também pepista e na época ministro das Cidades. Denucci e Dornelles são amigos de longa data.

*** *** ***

Aqui? Jamais! No mesmo evento, programado para marcar o lançamento de nova linha de produção de cédulas, Denucci afirmou aos jornalistas: "Vocês nunca vão ouvir por aí notícia de que houve roubo aqui dentro".

*** *** ***

A pressão para o ministro Guido Mantega (Fazenda) depor sobre suspeitas de irregularidades na Casa da Moeda marcou o primeiro dia de trabalho do Congresso em 2012: a oposição quer obrigá-lo a falar, e a base governista faz uma ofensiva para blindá-lo. A polêmica envolve a indicação de Luiz Felipe Denucci, demitido da presidência da Casa da Moeda após o governo descobrir que a Folha fazia reportagem sobre um esquema dele com empresas no exterior.

Mantega credita ao PTB a nomeação de Denucci. O PTB alega que fez um favor ao ministro ao chancelar o nome e que alertou sobre as suspeitas. Presidente da Comissão Mista de Orçamento, o senador Vital do Rego (PMDB-PB) disse que deve levar à votação requerimento pedindo que Mantega fale sobre a crise global. Na Câmara, há um requerimento do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) pedindo a convocação do ministro. Ontem o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) apresentou requerimento para ouvir José Martins, presidente da empresa que relatou as movimentações das "offshores".

08 de fevereiro de 2012
(Da Folha de São Paulo)

AÉCIO JOGANDO A TOALHA?

Da coluna do Merval Pereira, em O Globo

Nos últimos dias, cresceu a boataria, ouvida até aqui em Paris, em torno de uma possível tendência de Aécio de não concorrer à Presidência em 2014, retornando a seu estado na qualidade novamente de candidato a governador, para reorganizar suas forças e disputar em 2018. O lançamento de sua irmã Andrea Neves como eventual candidata teria o objetivo de segurar o lugar até que se decida a anunciar seu retorno a Minas. A especulação é de que o recuo ocorrerá caso a presidente Dilma continue mantendo sua popularidade, e a economia se mostre robusta apesar da crise econômica internacional, o que a colocaria como favorita na corrida presidencial.

08 de fevereiro de 2012

A ORIGEM DA RADICALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS DAS PMs

Vejam como Lula e Dilma estão na origem da radicalização dos movimentos das PMs Brasil afora
Não é uma opinião, é um fato
COM VÍDEO E TUDO


Vocês já ouviram falar da Proposta de Emenda Constitucional nº 300,
a PEC 300?

Ela iguala o salário das Polícias Militares de todos os Estados ao que se paga no Distrito Federal, que tem a PM mais bem-paga do país.

É uma espécie de fomentadora continuada de revoltas das polícias Brasil afora.

Como isso começou?
Ora, com uma formidável parceria entre Luiz Inácio Lula Apedeuta da Silva e José Roberto Arruda, então governador do Distrito Federal, que já estava nas teias do petismo, bem perto de ser destruído.
Por Reinaldo Azevedo

Não que não merecesse, como se sabe. A população do DF é que merecia saber quem era o petista Agnelo Queiroz… Mas esse é outro assunto.

Vamos lá.

Ah, sim: depois Dilma deu os braços ao desastre.

Vamos ao que é história.

No dia 8 de maio de 2008, o Apedeuta assinou a Medida Provisória 426, que concedia reajuste de 14,2% aos 28 mil policiais militares e bombeiros do Distrito Federal, extensivo aos que já estavam na reserva. O aumento era retroativo a fevereiro, e o atrasado, pago numa vez só. O piso dos coronéis da PM do DF passou para R$ 15.224, e o dos soldados, R$ 4.117. Hoje, deve ser maior.

Pesquisem aí.

Por que por MP?

Porque os gastos com segurança, saúde e educação do Distrito Federal são bancados por um Fundo Constitucional.

Vale dizer: saem dos cofres da União!

Fez-se uma grande festa em Brasília.

Adivinhem quem foi a estrela.

Então é chegada a hora de ver o filme, com Lula no melhor da sua forma.



Na prática, como se nota, Lula é o pai da matéria. E vejam como ele gosta de fazer proselitismo em porta de quartel. Ele próprio previu, sindicalista que foi, o óbvio: a reivindicação se estenderia país afora. Tudo no maior ufanismo.

O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) não teve dúvida: apresentou a PEC 300, nacionalizando, então, o piso. Voltem ali ao discurso de Lula. Em 2008, ele ainda não tinha tanta certeza de que Dilma seria eleita. Parecia ter certa desconfiança. E já se via, fora da Presidência, associado aos sindicatos, pressionando o governo federal a fazer o que ele próprio não teria conseguido. E, vocês viram, o Brasil nunca foi tão bom, tão bacana, tão justo, com tanta auto-estima…

Era evidente que os estados quebrariam caso os salários se igualassem. Faria de Sá deu um jeitinho e pôs no texto um penduricalho interessante: ficou estabelecido que a União arcaria com aquilo que os estados não puderem pagar. Mais precisamente: seria criado um fundo de compensação, e o governo federal repassaria aos estados o que excedesse o valor atualmente gasto com salários.

O governo Dilma agora enrola os policiais.

Foi sempre assim?

Ah, não foi, não!

Dilma usou a PEC 300 contra Serra na campanha de 2010

Há um deputado estadual em São Paulo chamado Major Olimpio, do PDT. Ele chegou a ser cotado para vice de Aloizio Mercadante (PT) na disputa pelo governo de São Paulo em 2010. Foi um ativo colaborador da campanha da Dilma. Policiais do Brasil inteiro receberam correspondência afirmando que o tucano José Serra era contra a PEC 300 — logo, entendia-se que Dilma era favorável! Michel Temer (PMDB), hoje vice-presidente, comprometeu-se com os policiais. Nota: Serra nem havia tocado no assunto.
Agora o governo federal tenta se virar com o espeto.

E quem arca com o custo político das mobilizações das Polícias Militares?

Ora, os governos dos Estados, inclusive os da base aliada. Na prática, especialmente depois daquele discurso tão eloqüente, Lula é o pai da PEC 300, certo? Os policiais devem cobrar o apoio do companheiro, que ajudou a eleger a companheira. A proposta é pagar aos policiais do Brasil inteiro o que se paga no DF e mandar a conta para o governo federal. Lula avaliou que a 300, assim como a 51, também era uma boa idéia!

Encerro

Este texto, com alterações ditadas pela conjuntura, foi escrito aqui no dia 11 de novembro de 2010, como vocês poderão constatar se quiserem. Não preciso que as pessoas morram nas ruas como moscas para perceber o desenho de um desastre, meticulosamente planejado. Como o próprio Apedeuta deixa claro no vídeo, aquela solenidade poderia ter sido feita no gabinete. Mas ele preferiu as multidões, insuflando policiais do país inteiro.

Quem pode ser contra a que policiais ganhem salários maiores?

Mas é preciso ver o que cabe no Orçamento dos Estados. Como não cabia, o deputado que fez a proposta decidiu mandar a conta para a União.

Vá lá, Dilma, pague tudo!

Afinal, o governo federal nem mesmo está obrigado a cumprir o rigor de uma Lei de Responsabilidade Fiscal.

É claro que as contas públicas sofrerão um rombo.

Conseqüência de uma lei perversa que os petistas costumam seguir à risca: a Lei da Irresponsabilidade Eleitoral!

07/02/2012