"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PADRECO SEM-VERGONHA, EXPULSO DO BRASIL, GANHA DIREITO A PERMANÊNCIA NO PAÍS

Em setembro de 1980, quando era pároco na cidade de Ribeirão, na Zona da Mata de Pernambuco, o padre italiano Vito Miracapillo foi expulso do país por ter se recusado a celebrar uma missa pela Independência do Brasil. Foi durante a Ditadura Militar no governo João Figueiredo.

O padre, que desde 1993, tinha permissão para entrar no país apenas como turista, em novembro de 2011, teve a autorização de Dilma para voltar a morar no Brasil e ontem foi buscar o documento que lhe garante a permanência no país.

Segundo o governo, a revalidação do visto de permanência do padre Vito Miracapillo não é só um ato de burocracia. O gesto também tem a força de reparar uma injustiça cometida há mais de 31 anos pelo Regime Militar.

É preciso separar as coisas. Esse padreco sem vergonha, ao se recusar a celebrar uma missa pela Independência do Brasil não estava atingindo o governo da ditadura e sim o Estado, o País, portanto, mesmo os esquerdopatas que dominam hoje o Brasil, deveriam, por patriotismo, negar até que ele possa entrar e sair daqui como turista, como vem fazendo há tempos. Mas como esses incompetentes são incapazes de raciocinar com isenção, sem que tenham uma foto de Guevara ao lado, e não são patriotas, mas sim idiotas, devem estar orgulhosos de poder reincorporar à sua récua tão porca criatura.
10 de janeiro de 2012
Por Ricardo Froes

DILMA E OS SEIS CAVALEIROS DO POS-APOCALIPSE

(by Augusto Nunes)

Depois de alguns dias de férias o Augusto Nunes voltou a mil por hora e tem postado em suas coluna do site da revista Veja excelentes artigos, como este que transcrevo o primeiro parágrafo como segue e que tem um título impagável e na medida certa para definir que se passa no interior do Palácio do Planalto: "A farsa-tarefa de Dilma":
São seis os cavaleiros do pós-apocalipse que aparecem na foto que deveria figurar em qualquer dicionário universal junto à palavra Cinismo. Cinco envergam ternos circunspectos, um ostenta farda verde oliva; quatro estão de cabeça baixa, fingindo assumir a vergonha que não têm; um tem o olhar perdido no infinito a dois metros de distância, mas no fundo exulta: meia hora antes, salvara o empregão; o último, o de bigode em forma de símbolo do Batman, aparentemente balbucia alguma promessa morta no berço por sua incompetência científica e tecnológica. Sem ter como inovar ─ terceira missão de sua pasta – repete o anúncio feito por algum outro mentiroso exato um ano atrás, diante da devastação da região serrana pelas chuvas do verão de 2011: “Vamos fazer um mapeamento in loco para identificar as áreas mais vulneráveis e ajudar a Defesa Civil na remoção das famílias”.

A farsa-tarefa de Dilma, por Celso Arnaldo

São seis os cavaleiros do pós-apocalipse que aparecem na foto que deveria figurar em qualquer dicionário universal junto à palavra Cinismo. Cinco envergam ternos circunspectos, um ostenta farda verde oliva; quatro estão de cabeça baixa, fingindo assumir a vergonha que não têm; um tem o olhar perdido no infinito a dois metros de distância, mas no fundo exulta: meia hora antes, salvara o empregão; o último, o de bigode em forma de símbolo do Batman, aparentemente balbucia alguma promessa morta no berço por sua incompetência científica e tecnológica.
Sem ter como inovar ─ terceira missão de sua pasta – repete o anúncio feito por algum outro mentiroso exato um ano atrás, diante da devastação da região serrana pelas chuvas do verão de 2011: “Vamos fazer um mapeamento in loco para identificar as áreas mais vulneráveis e ajudar a Defesa Civil na remoção das famílias”.

A sétima figura da encenação galhofeira, única mulher presente a essa imagem da farsa como método de governo, é também o único membro do sinistro septeto a desfilar um olhar desafiador, de quem está à cavaleiro da situação – na qualidade de ministra da Casa Civil e gestora de mais um embuste inventado por Dilma, já saboreia a possibilidade de fazer cobranças imaginárias bem longe dos cenários da tragédia de 2012, ela e a chefa fingindo que é dor a dor que deveras nunca sentiram.

Há poucos minutos, no Blog do Planalto, a imagem revoltante ganhou um título arrasador, na acepção mais destrutiva da palavra:

“Governo cria força-tarefa para atuar nas áreas atingidas pelas chuvas”

Já no olho da matéria, começa a fantasia tonitruante, cheia de pompa e circunstância: “O governo federal vai criar uma força-tarefa, composta por 35 geólogos e 15 hidrólogos, para atuar nas áreas de risco dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, afetados pelas chuvas. A decisão foi tomada hoje (9) pela presidenta Dilma Rousseff em reunião com seis ministros no Palácio do Planalto. A força-tarefa vai trabalhar na identificação das áreas sujeitas a deslizamentos e inundações, de onde as famílias devem ser removidas pela Defesa Civil”.

E sabem da maior?

“Evitar mortes é nossa prioridade número um”, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em entrevista coletiva após a reunião com a presidente”.

A seguir, todos os homens de preto e o de verde oliva também falaram, sequencialmente, bem roteirizados pelas respectivas assessorias, numa espécie de jogral da fraude.

Para evitar as mortes que já ocorreram no ano passado e neste, incluindo a morte civil de quem perdeu tudo na vida, a presidenta que não chove no molhado também determinou que “os centros de operação e monitoramento permaneçam nos estados até fim de março para atuar nas ações de prevenção e reconstrução das cidades mais afetadas pelas chuvas”.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, informou em primeira mão – pelo menos para quem não viu os boletins de 15 dias atrás — que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden) prevê fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Ouro Preto. Por essas e outras é que ele conta os dias de ir para a Educação.

Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, revelou que mais 800 quilos de medicamentos serão enviados para as áreas mais atingidas, “somando 12,8 toneladas o total já encaminhado pelo governo”, por decisão pessoal de Dilma assim que voltou das férias, numa estranha ênfase na abordagem epidêmica de uma inundação.

Por fim, segundo o Blog do Planalto, o ministro que hoje salvou o empregão, Fernando Bezerra Coelho, transmitiu, em nome da gerentona Dilma, solidariedade às famílias das vítimas do deslizamento na cidade de Sapucaia, no norte do Rio de Janeiro – a mais recente tragédia que o governo vai prevenir. E afirmou, sem ficar vermelho e sem rir:

“Vamos envidar esforços para resgatar as vítimas e oferecer apoio aos familiares.”


Ele já o ofereceu ao irmão burocrata, ao filho deputado e ao correligionário proprietário do terreno em Petrolina comprado e pago duas vezes.

Todo brasileiro que ainda não se afogou nesse mar de lama, de corrupção, de inépcia, da pior forma de cinismo que existe, o cinismo que mata, deve olhar compenetradamente para cada um dos descarados da foto e anunciar em alto e bom som:

EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO.

Celso Arnaldo Araújo

ROUBALHEIRA E POLITICAGEM

Incompetência e politicagem do governo petralha: Fernando Bezerra usa ministério para prestigiar base eleitoral da família


Petrolina, reduto eleitoral do titular da Integração Nacional, é a cidade que receberá a maior parte das cisternas compradas pela pasta. Projeto de irrigação beneficia empresas ligadas ao ministro

Vinicius Sassine, Correio Braziliense

O município de Petrolina (PE), base eleitoral e cidade natal do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, foi escolhido para receber a maior quantidade de cisternas de plástico compradas pelo ministério, dentre as regiões do Nordeste que serão contempladas com os equipamentos. O edital do pregão que resultou na contratação da empresa que vai fabricar as 60 mil cisternas, a um custo de R$ 210,6 milhões, é assinado pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Clementino de Souza Coelho, irmão do ministro. A Codevasf é uma estatal vinculada ao Ministério da Integração Nacional.

Das 60 mil cisternas, 22.799 (38%) precisam ser entregues na unidade da Codevasf em Petrolina, conforme o edital. Das sete cidades nordestinas previstas no programa para a entrega dos equipamentos, Petrolina — onde Fernando Bezerra já foi prefeito por três vezes — é a que receberá a maior quantidade de cisternas, seguida de Bom Jesus da Lapa e Juazeiro (BA), com 11 mil; Penedo (AL), com 7.429; e Montes Claros (MG), com 7.391 cisternas.

A compra dos equipamentos integra o Plano Brasil sem Miséria, programa que é vitrine do governo da presidente Dilma Rousseff. O Cadastro Único, o mesmo usado para o Bolsa Família, encontrou 738,8 mil famílias em oito estados do Nordeste e em Minas Gerais que precisam de uma cisterna para obtenção da água necessária ao consumo. Conforme a radiografia do cadastro, Pernambuco é apenas o terceiro estado com a maior demanda: 128,6 mil famílias ainda não contam com o equipamento.

A maior necessidade está na Bahia (224,9 mil famílias), seguida do Ceará (185,9 mil). Mesmo assim, Fernando Bezerra e o irmão Clementino privilegiaram Petrolina e região com a destinação de novas cisternas. Clementino e um dos filhos do ministro, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho, são pré-candidatos à prefeitura de Petrolina nas eleições deste ano. Enquanto a Bahia, recordista em demandas por cisternas, receberá 11 mil equipamentos de plástico, não há nenhuma previsão de entrega para o Ceará, o segundo estado com maior números de famílias inscritas no Cadastro Único.

A cisterna de plástico que será fornecida pela Dalka do Brasil Ltda., a empresa contratada pela Codevasf, custa duas vezes mais do que as tradicionais cisternas de placa construídas no semiárido nordestino. O custo unitário do equipamento de polietileno é de R$ 3,5 mil, enquanto uma cisterna tradicional custa R$ 1,8 mil (veja arte).

Fábrica

Somados os gastos com transporte, instalação e manutenção, a cisterna de polietileno sairá por R$ 5 mil. A tradicional tem custo final de R$ 2.080, segundo a Articulação no Semiárido (ASA), organização responsável pelo programa de construção de um milhão de cisternas na região, financiado basicamente pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A pasta de Fernando Bezerra foi incluída no Programa Água para Todos, do Brasil sem Miséria, e a opção dele foi substituir parte das cisternas tradicionais por equipamentos de plástico.

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No mesmo dia em que a Dalka do Brasil Ltda. foi anunciada como vencedora da licitação, em 25 de outubro de 2011, representantes da empresa estiveram na Prefeitura de Petrolina para discutir a instalação de uma unidade da fábrica na cidade. Os executivos da Dalka ressaltaram que “grande parte do volume de entrega (de cisternas) está num raio de 150km de Petrolina”, como consta em notícia publicada no site da prefeitura. A Dalka do Brasil tem o nome fantasia Acqualimp. É, na verdade, a multinacional mexicana Rotoplas, que atua em 16 países da América Latina.

O grupo está no Brasil há 10 anos e foi contratado pela Codevasf em 28 de novembro do ano passado. As primeiras cisternas de plástico estão instaladas. Se antes a construção das cisternas era decidida pela comunidade, a distribuição dos equipamentos de plástico passou a ser definida pelos titulares da Codevasf e do Ministério da Integração Nacional, que privilegiam a região de Petrolina. “Grandes grupos acabam sendo favorecidos. É mais uma ação de clientelismo no Nordeste. O acesso à água é um direito da família ou passa a ser mais uma benesse?”, critica a coordenadora executiva da ASA, Cristina Nascimento. O Correio tentou falar com os representantes da multinacional mexicana no Brasil, contratada para a fabricação das cisternas. Na tarde de ontem, ninguém atendeu os telefones na Dalka do Brasil, sediada em Valinhos (SP).

Com o aval da CGU

O edital do pregão para a contratação da empresa fabricante de cisternas de plástico foi submetido à Controladoria-Geral da União (CGU) e, somente depois, aprovado pela diretoria da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). É o que sustenta o Ministério da Integração Nacional em nota da assessoria de imprensa enviada ao Correio.

O edital foi assinado pelo irmão do ministro Fernando Bezerra, porque, na ocasião (setembro de 2011), ele respondia interinamente pela presidência da estatal. Clementino de Souza Coelho é diretor de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf desde 2003, segundo a assessoria. É o presidente em exercício da estatal. “O processo obedeceu a todos os princípios de publicidade, foi amplamente divulgado em conformidade com as determinações legais. Não obstante todas as providências adotadas, apenas uma empresa, a Acqualimp, foi habilitada.”

Conforme o ministério, a distribuição das cisternas é definida pelo comitê gestor do Programa Água Para Todos, formado por diferentes pastas, entre elas a de Integração Nacional. O Cadastro Único indica onde estão as principais demandas. “A demanda de Petrolina que será atendida é de 2.658 cisternas. A decisão de situá-las em Penedo (AL), Montes Claros (MG), Teresina (PI) e Petrolina (PE) se deve ao fato de serem os municípios onde se localizam as sedes regionais da Codevasf.”

O pregão foi aberto à participação internacional “tendo em vista o reduzido número de empresas aptas a produzir este equipamento no Brasil”, cita a assessoria do ministério. A opção por cisternas de plástico é para que o governo cumpra a meta de 750 mil equipamentos até 2014, diz a assessoria.

Vinicius Sassine, Correio Braziliense
10 de janeiro de 2012
abobado

ACREDITE QUEM QUISER...

Falsa classe média desaba e nem sabe... que jamais existiu.


Da mesma forma que o governo populista convence o povo de seus grandes empreendimentos para melhorar sua vida, os convence também de tê-los alçado à classe média. Viver de tostões graças à "ajuda financeira" do governo é o mesmo que trocar a liberdade por um pedacinho de bife.
Mas para eles nem faz diferença, só incomoda a quem enxerga.


Desprezo do governo

Aparências aparentemente sérias na foto ao lado, ao tratar de um assunto grave em cima do qual pisaram durante todo o ano.

•Governo cria força tarefa contra as cheias - ontem os governantes criaram medidas para combater os efeitos da chuvas ...

• Em reunião extraordinária, o Conselho Curador do FGTS vai aprovar uma nova linha de crédito para materiais de construção para a "classe média". Classe média terá R$ 20 mil do FGTS para material de construção, que poderá ser pago em até 120 meses. A medida entrará em vigor em 30 dias e será destinada a quem ganha mais de R$ 5.400,00.

Tres imoralidades evidentes do governo

- 20 mil não dá para construir uma casa decente; - poucos brasileiros conseguem receber, por mês, um salário de 5.400,00 reais; - a politicagem faz promessas como se estivesse fazendo alguma coisa, quando deveriam ter tomado providências para evitar a repetição do que ocorreu há um ano atrás.

Nem é preciso conferir, pois sabemos que 20 mil reais, para os meliantes do parlamento brasileiro, é um mero 'cuspe'.

Nota: a tragédia, que derrubou diversas residências em janeiro de 2011, não foi apenas em relação a invasões ou moradias 'plantadas' em áreas perigosas.

casa da mãe joana

QUEM ESTÁ FREANDO A INVESTIGAÇÃO SOBRE PIEDAD CÓRDOBA

Internacional - América Latina

As autoridades têm a prova de que Piedad Córdoba passou informação secreta, ou como diz El Tiempo, “privilegiada”, às FARC, para tratar de impedir que as forças da ordem pudessem resgatar o Cel Mendieta.

Há mais de um ano, em novembro de 2010, a Procuradoria Geral confrontou cópias do novo material probatório que tinha sobre os prováveis vínculos da ex-senadora destituída Piedad Córdoba com as FARC, na Corte Suprema de Justiça (CSJ).

Não se trata apenas dos documentos e correios eletrônicos encontrados nos computadores de Raúl Reyes, nem dos registros digitais que estavam em poder do “Mono Jojoy”, apreendidos durante a Operação Sodoma, nem das provas básicas invocadas pela Procuradoria ao inabilitar essa ex-senadora.

Trata-se de algo mais: de interceptações telefônicas legais realizadas pela Direção de Investigação Criminal da Polícia Nacional (DIJIN), de conversações entre a ex-parlamentar e membros da organização terrorista, especialmente com um tal de “Manolo”, da frente 30 das FARC. (Ver El Tiempo, 19 de novembro de 2010).

A informação produzida pela DIJIN corrobora obviamente os fatos levados em conta pela Procuradoria, ao afirmar a inabilitação da senhora Córdoba para exercer cargos públicos durante 18 anos. Por essa razão, a Procuradoria anunciou, em 19 de novembro de 2010, que abriria um novo processo pela FARC-política e sobre Piedad Córdoba, desta vez embasada nos dados encontrados em centenas de arquivos do “Mono Jojoy”.

A Corte Suprema de Justiça, por sua parte, também recebeu documentação acerca da contribuição financeira, ou doação, que Piedad Córdoba teria feito ao senhor Ricardo Montenegro, ex-candidato à Câmara de Representantes para o período 2010-2014, doação perfeitamente ilegal, pois esta teria sido efetuada quando ela era senadora, violando assim a disposição que proíbe aos funcionários públicos fazer doações a partidos e a candidatos.

Mais grave: as autoridades têm a prova de que Piedad Córdoba passou informação secreta, ou como diz El Tiempo, “privilegiada”, às FARC, para tratar de impedir que as forças da ordem pudessem resgatar o coronel Mendieta, segundo uma mensagem de 14 de setembro de 2008, de Iván Márquez, onde este assegura que Piedad Córdoba, sob o cognome de “Gaitán”, lhes enviou essa informação: “Gaitán envia o seguinte: que o Exército está perto do coronel Mendietta (sic), pelos lados da Clínica. Planejam tirá-lo à força. Conhecem o local preciso”, escreve o chefe terrorista.

El Tiempo dizia em 22 de novembro de 2010 que o processo que a Procuradoria dirigia nesse momento tinha “outras abordagens explosivas” que comprometem a ex-senadora e que falam, sobretudo, de um “contato com um magistrado da Corte Suprema de Justiça sobre o caso dos capturados em maio passado que foram relacionados com atividades da política no ocidente do país”, e que há todo um “capítulo” sobre “o aparente envio de grana desde a Venezuela”.

Quer dizer, de “mais de 10.500 correios e chats intervindos”, enviados e recebidos por dois assessores de Piedad Córdoba, Ricardo Montenegro e Andrés Vásquez, onde aparecem milhões de dólares enviados a esse grupo desde a Venezuela.

Por que um ano depois de semelhantes revelações de El Tiempo, a Corte Suprema de Justiça e a Procuradoria Geral da Nação guardam tão estrito silêncio sobre essas investigações? Quem está freando as duas investigações sobre Piedad Córdoba? Alguém está intrigando para que os arquivos digitais do “Mono Jojoy” sejam declarados ilegais, como foram os de Raúl Reyes?

Esse silêncio chocante contrasta com o ruído estrondoso que o Coletivo de Advogados Alvear Restrepo está fazendo contra a ex-chefe do DAS, María del Pilar Hurtado, exilada no Panamá desde novembro de 2010.
Esse escritório chegou ao cúmulo do delírio megalomaníaco de ameaçar o próprio Presidente Ricardo Martinelli, e o estabelecimento dirigente panamenho, de iniciar uma denúncia ante a Corte Interamericana de Direitos Humanos “se não retirarem” o asilo outorgado a María del Pilar Hurtado.

Em outras palavras, o tenebroso coletivo, envolvido em três processos de desfalque contra o Estado colombiano por umas “falsas vítimas”, está cometendo excessos no exterior que custarão caro à Colômbia. Esse opaco escritório, graças ao estranho silêncio do presidente Juan Manuel Santos, acaba de se converter em emissário e agentes de pressões indevidas contra o Panamá. A Colômbia não tem um embaixador lá? Bogotá quer mostrar os dentes ao Panamá? Em que acabará essa aventura?

Parece que nestes dias os colombianos temos que engolir cobras enormes. Além de ter que suportar o questionado juiz Garzón como assessor presidencial, agora temos que aceitar que o Coletivo de Advogados se converta no substituto da chanceler Holguín.

O que pode um observador deduzir disto? Pode-se excluir o fato de que o Coletivo de Advogados, por razões misteriosas que poderiam passar por Caracas, está freando com tudo o que pode as investigações sobre Piedad Córdoba e a FARC-política na Procuradoria e na CSJ, ao mesmo tempo em que, em sentido contrário, trata de açambarcar funções muito delicadas do sistema diplomático colombiano para fazer a ex-diretora do DAS regressar à Colômbia, para crucificá-la com todo rigor em um processo stalinista sem garantias?

A histeria oficial contra María del Pilar Hurtado, a funcionária que cumpriu com seu dever ao indagar, entre outras coisas, sobre as obscuras andanças internacionais de Piedad Córdoba, e a abulia judicial a respeito de Piedad Córdoba, fazem parte de uma mesma operação: impedir que se descubra o escândalo da FARC-política.

Quer dizer, os amigos de Piedad Córdoba não querem que ela seja condenada penalmente por seus serviços às FARC e intrigam para que, pelo contrário, os funcionários do governo passado que não estavam dispostos a fechar os olhos ante o que Piedad Córdoba estava fazendo, sejam castigados mediante grotescos processos stalinistas.
É o que o ex-presidente Álvaro Uribe chama, com grande precisão, de um processo de “vinganças criminosas”, instigadas por escritórios “que não esclareceram seus vínculos com a guerrilha e enganaram o Estado com falsas vítimas como os casos de Mapiripán, Las Pavas e as inexistentes fossas comuns de La Macarena”.

O que está ocorrendo mostra, pois, a perniciosa influência que o Coletivo de Advogados está exercendo sobre o Governo de Santos, e a forte deterioração que isso implica para a exemplar conduta diplomática que a Colômbia mantinha até agora.

Com esses novos amigos, o governo de Santos acabará pondo em questão o direito de asilo e a Convenção de Genebra de 1951?

E pensar que todo este derrocamento moral e diplomático existe porque a cúspide do poder aspira a erradicar da memória dos colombianos os imensos avanços que o país fez, graças ao governo de Álvaro Uribe. Porém, aspirar é uma coisa. Coroar é outra.

Eduardo Mackenzie, 10 Janeiro 2012
Tradução: Graça Salgueiro

BRASIL, DE EXPORTADOR A IMPORTADOR DE ETANOL

MAMULENGA, O QUE ESTÁ ACONTECENDO? DE EXPORTADOR PARA O MUNDO...Brasil importa recorde de 1,1 bi/Ls/etanol dos EUA em 2011.

O Brasil importou 1,1 bilhão de litros de etanol dos Estados Unidos em 2011, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O volume é recorde e muito superior aos 74,084 milhões de litros importados em 2010.


Segundo a Secex, as importações de etanol dos Estados Unidos representaram 96,7% do total importado pelo Brasil em 2011, que atingiu perto de 1,14 bilhão de litros.

Em dezembro, a importação foi recorde histórico para um único mês, atingindo 279,71 milhões de litros ante 152,2 milhões de litros em novembro e 132,32 milhões em outubro.

As exportações foram realizadas principalmente via Nordeste, onde o menor frete garante margem para a operação. A menor produção de etanol em 2011/12 levou ao aumento das importações do produto.

Já as exportações do produto caíram 54,7% para 1,96 bilhão de litros, de acordo com a Secex. Já as exportações de etanol para os Estados Unidos subiram de 313,4 milhões de litros em 2010 para 663,925 milhões de litros.

Este aumento foi impulsionado pelos prêmios pagos pelos Estados Unidos para o etanol avançado, categoria em que o etanol de cana-de-açúcar está incluído por ter emissões reduzidas.

Com o prêmio pago pelo produto brasileiro, o Brasil pode exportar etanol de cana e importar etanol de milho, e ainda ganhar um prêmio na operação.

Em 2012, a expectativa é de que as exportações para os Estados Unidos podem crescer ainda mais com a queda da tarifa de importação a partir de 31 de dezembro de 2011.

Eduardo Magossi, da Agência Estado

A UTOPIA MATOU O RATO

Reflexões de Ferreira Gullar sobre Marx e o estranho comunismo na Coreia do Norte.
A pedido do comentarista Mauro Julio Vieira, estamos transcrevendo mais um crônica do poeta Ferreira Gullar, publicada originalmente na Folha de S. Paulo.

***

Os capitalistas aprenderam a lição e viram que seria melhor perder alguns anéis do que todos os dedos. Karl Marx certamente morreria de vergonha se ainda estivesse vivo para ver em que se transformou, na Coreia do Norte, o sonho da sociedade igualitária e fraterna que ele concebeu.

Revoltado com a selvageria do capitalismo de sua época, quando o trabalhador não gozava de qualquer direito, concebeu uma sociedade que, em vez do domínio da burguesia, fosse governada pelos trabalhadores.

Na sua visão equivocada, o empresário nada produzia mas apenas se apropriava do que produziam os trabalhadores, que, como os criadores da riqueza, deveriam gozar dela e dirigir a sociedade.

Ignorava, logo ele, que tão ou mais importante que o trabalho manual é o trabalho intelectual, sem o qual a economia não avançaria e a sociedade tampouco. Numa coisa, porém, ele estava certo: o capitalismo é um regime voraz que, movido pela sede de lucro e poder, a tudo devora. Até a si mesmo, como acabamos de ver no caso da bolha imobiliária nos Estados Unidos, que arrastou a economia norte-americana e a europeia a uma crise de consequências imprevisíveis.

A tomada de consciência, naquela época, do que era o capitalismo, alimentou a luta ideológica que conduziu à revolução comunista, inicialmente na Rússia e depois na Ásia e na Europa oriental, chegando até Cuba, na América Latina.
Só que, em nenhum desses casos, a classe operária assumiu o governo do país, mas, sim, o partido comunista ou, mais precisamente, os seus dirigentes, que passaram a usufruir dos privilégios próprios à classe dominante.

É verdade que, em quase todos eles, medidas foram tomadas em benefício dos trabalhadores, cuja condição de vida melhorou bastante, mas não tanto quanto nos países capitalistas desenvolvidos. É que os capitalistas aprenderam a lição e viram que seria melhor perder alguns anéis do que todos os dedos.

Isso durou grande parte do século 20, até que, para surpresa de muita gente, o sistema socialista começou a ruir e praticamente acabou.

E não foi em função de nenhuma guerra, de nenhuma invasão militar: acabou porque não tinha condições de competir com o capitalismo que, ao contrário do comunismo, não nasceu de uma teoria, mas do processo econômico mesmo.
Por isso o capitalismo é vital, criativo, voraz e destituído de ética, como a natureza. É evidente que um sistema, dirigido por meia dúzia de burocratas, não pode competir com um modo de produção que vive da iniciativa individual, ou seja, de milhões de pessoas, que querem melhorar de vida e enriquecer.

A República Popular da Coreia do Norte é filha da Guerra Fria que, após a Segunda Guerra Mundial, opôs os Estados Unidos e a União Soviética. Essa disputa teve um de seus momentos mais críticos na guerra entre o exército ianque, tropas chinesas e soviética na península coreana, dividindo-a em duas: a Coreia do Norte, comunista, e a Coreia do Sul, capitalista.

Mas não é só filha da guerra: é a perpetuação simbólica desse antagonismo, que já não existe mais em parte alguma,
exceto lá. Como naquela época, até hoje a Coreia do Norte investe mais em armamento do que em qualquer outra coisa, mantém um dos maiores Exércitos do mundo e insiste em afirmar-se como potência nuclear.

Isto quando o sistema socialista já desmoronou no mundo inteiro e a própria China – que era a expressão máxima do radicalismo revolucionário – aderiu ao modo de produção capitalista. O governo da Coreia do Norte ignora tudo isto e assegura que o socialismo invencível dominará brevemente o planeta.

Mas as mentiras servem também para mitificar os próprios governantes, transformados em predestinados salvadores do povo.

Kim Jong-il, o ditador que acaba de morrer e que nascera na Sibéria, ganhou por berço a montanha sagrada de Paektu. A locutora que noticiou sua morte na televisão o fez em soluços, como durante a espetacular cerimônia fúnebre, milhares de crianças, mulheres e soldados desfilaram fingindo soluçar convulsamente. Todos soluçavam, menos o filho que o substituirá. É que os grandes líderes, como os deuses, não soluçam.

Marx morreria de vergonha: ali a história voltou a uma espécie de monarquia farsesca, onde o poder passa de pai para filho sob os aplausos da plateia assustada.

10 de janeiro de 2012
Ferreira Gullar

PEDÁGIO URBANO PARA REDUZIR O TRÂNSITO

Lei sancionada pela presidente Dilma prevê estimular o transporte coletivo e não motorizado

Uma nova Lei de Mobilidade urbana sancionada pela presidente Dilma na semana passada autoriza a criação de pedágio urbano por prefeituras a fim de reduzir o trânsito de automóveis.

O objetivo da nova lei é estimular o uso do transporte coletivo, de bicicletas, além de diminuir a emissão de poluentes.

A lei torna obrigatório que a receita gerada pelo pedágio ou outro meio de tributação seja aplicada exclusivamente em infraestrutura urbana “destinada ao transporte público coletivo e ao transporte não motorizado”.

Planos de mobilidade urbana

Os municípios, entretanto, têm até 2015 para se adequarem às novas regras, o que significa que as medidas de incentivo ao transporte coletivo podem não entrar em vigor antes da Copa de 2014.

Foi estipulado também que todas as cidades brasileiras com mais de 20 mil habitantes terão que elaborar, no prazo de três anos, planos de mobilidade urbana. Caso não cumpram o prazo, essas cidades podem ter suspensos os recursos federais ao setor.

Estadão
10 de janeiro de 2012

A FORTUNA DE LULA SEGUNDO A REVISTA FORBES E MAIS BOMBAS


A fortuna de Lula segundo a revista Forbes e mais bombas
A censura já funciona. Esta é a razão da dificuldade de pesquisa sobre este grave tema.

6 de dezembro de 2006

2006 - Dossiê norte-americano adverte que Lula fará “populismo socialista” para conquistar a reeleição por mais 6 anos
Por Jorge Serrão

A fortuna do Lula

A pobreza deste homem que não sabia e nem sabe de nada...
Por Giulio Sanmartini

Sobre o novo mimo que Lula está adquirindo para seu lazer, Cláudio Humberto escreve o seguinte.
'A casa comprada por Lula junto à cooperativa habitacional Bancoop, no Guarujá (SP), fica no condomínio Iporanga, onde veraneiam o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e a viúva do ex-ministro de FHC Sérgio Motta. Não custam menos de R$ 2 milhões, cada. O presidente e a mulher, d. Marisa, passaram boa parte das férias do verão passado na casa de Bastos, nesse condomínio de classe alta, quando decidiram comprar o imóvel'.

Lula, vamos dizer assim, 'trabalhou' 22 anos e foi aposentado por ter estado um dia inteiro como preso político. Recebe do Instituto de Previdência o valor liquido MENSAL de R$ 6.956,40.

Um simples mortal HONESTO que como ele não foi funcionário público, terá que trabalhar 35 anos para aposentar-se e receberá o benefício máximo pago hoje pela Previdência de R$ 2.894,28...
Trecho do artigo de Giulio Sanmartini

"...O estudo revela que a fortuna pessoal de Lula da Silva é estimada pela revista Forbes em R$ 2 bilhões de dólares."
Este é apenas um trecho do texto a seguir.
IMPORTANTE: Dados de 2006. Em 2011 este número já recebeu muitos e muitos zeros.


Texto publicado em 2006.
Vejamos o que se cumpriu.


Exclusivo - Um organismo, sediado em Washington, que estuda e monitora a realidade da América Latina, enviou ao Senado brasileiro um documento em que chama a atenção para os próximos movimentos políticos do presidente Lula da Silva, rumo a um “populismo socialista”.

O estudo adverte que Lula pretende lançar medidas populares de impacto, incentivando o consumo para seus eleitores de baixa renda. Segundo o dossiê, a intenção de Lula é cosolidar seu poder de voto para uma futura reforma política que vai autorizar, a partir de 2008, a reeleição para um mandato de mais seis anos.
O documento assinala que Lula prepara um dos maiores movimentos de reestruturação econômica, voltado para as classes populares, dentro do projeto de longevidade no poder.

Segundo o estudo, os EUA estariam muito preocupados com este tipo de populismo no Brasil, que é um País continental e onde o povo é submisso, sem cultura e informação para avaliar as conseqüências políticas deste movimento rumo ao socialismo.
O plano de Lula é comparado ao do venezuelano Hugo Chávez. Segundo o estudo, conta com o apoio de grandes investidores europeus.

O dossiê, vindo dos EUA com a classificação “confidencial”, foi analisado segunda-feira, com toda cautela, em uma reunião fechada, do Colégio de Líderes do Senado. Alguns parlamentares o viram com ceticismo. Outros senadores chamaram a atenção para fatos objetivos já em andamento.
Um dos principais pontos do estudo alerta para uma especulação de mercado sobre a adoção de um novo pacote econômico, até o fim do ano, assim que fosse proclamada a vitória eleitoral de Lula.
Aliás, o dossiê chama a atenção para os problemas na aprovação das contas da campanha presidencial de Lula.

Curiosamente, segundo observou um senador, os norte-americanos anteciparam o parecer de técnicos do Tribunal Superior Eleitoral, que constataram "irregularidades insanáveis" na prestação de contas da campanha à reeleição. O PT recebeu R$ 10 milhões de empresas que têm concessões de serviços públicos, o que a lei proíbe. O problema ameaça a diplomação do presidente Lula, marcada para dia 14 deste mês.
As contas serão julgadas dia 12. O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, chegou a admitir até o adiamento da posse do segundo mandato, em 1° de janeiro. O advogado do PT no TSE promete entregar hoje ao TSE uma declaração retificadora das contas da campanha, para tentar resolver o problema.

O estudo norte-americano adverte para a possibilidade de um confisco tributário em fundos e em poupanças acima de R$ 50 ou 60 mil reais. Nos dois casos, o dinheiro só poderia ser movimentado de seis em seis meses, sob risco de remuneração quase nula. Os fundos seriam tributados em 35% dos ganhos. Segundo o documento, o Banco Central do Brasil tem um levantamento completo sobre os investimentos feitos por 36 milhões de pessoas, entre brasileiros e estrangeiros.

Uma das propostas em estudo no governo é que os fundos de pensão redirecionem R$ 80 bilhões, aplicados em títulos públicos, para investimento direto em empresas e projetos de infra-estrutura.

A baixa rentabilidade da renda fixa, com os cortes de juros na taxa selic, obrigaria os fundos a buscarem opções mais rentáveis para aplicar a maior parte dos R$ 190 bilhões mantidos em títulos públicos de seus ativos totais, estimados em R$ 350 bilhões. Assim, os fundos multimercado seriam grande cartada dos investidores para 2007.

O dinheiro seria usado para ampliar programas de compensação de renda (como o bolsa família), que se mostraram eficazes armas eleitorais. Lula também quer direcionar tal dinheiro dos fundos para áreas populares, investindo em infra-estrutura – setor de baixo risco, rentabilidade moderada e que gera caixa para as empresas, emprego e renda em longo prazo. O governo também quer investir pesado no segmento de moradias populares. Segundo dados oficiais, mais de 90% do gigantesco déficit habitacional de 7 milhões e 800 mil residências está na faixa de famílias com renda de até cinco salários mínimos.

No cenário desenhado pelos norte-americanos, uma coisa é certa. O governo vai criar por Medida Provisória um fundo para obras de infra-estrutura com recursos do FGTS.
A novidade ruim é que o risco do investimento ficará com o trabalhador. Os trabalhadores poderão investir até 20% dos saldos de suas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na construção de rodovias, ferrovias e portos, além de obras nos setores de saneamento básico e energia elétrica. O novo fundo será chamado de FI-FGTS.
Terá orçamento inicial de R$ 5 bilhões, originários do patrimônio líquido do FGTS.

Fortuna do Lula

O estudo revela que a fortuna pessoal de Lula da Silva é estimada pela revista Forbes em R$ 2 bilhões de dólares.
O presidente estaria usando tal fortuna para comprar televisões a cabo, a fim de formar uma rede de comunicação com o filho Lulinha, que estaria administrando uma fortuna pessoal de R$ 900 milhões.

Lula espera comprar uma rede de televisão, para preparar uma rede pessoal de divulgação para sustentar o trabalho de comunicação do governo petista.

Bolsa Carro?

Além do plano para os fundos, os norte-americanos revelam que Lula fechou acordo com uma companhia chinesa para financiar carros populares pela bagatela de R$ 5 mil reais.
Os carros seriam subsidiados com financiamentos do BNDES, no prazo de 60 meses.

Os veículos seriam de passeio e mini-vans para transporte de mercadorias.
Outra idéia seria reduzir impostos para aparelhos de consumo mais populares, e aumentar ainda mais a carga tributária para bens não populares, como automóveis de luxo.

Comissários do Povo?

Um dos pontos mais polêmicos revelados pelos norte-americanos é que o governo Lula quer patrocinar um projeto de segurança voltado para a organização de milícias de bairros.
As milícias foram uma idéia copiada da Venezuela.

Na terra de Hugo Chávez, o síndico de bairro tem poderes de um xerife.
O modelo lembra os velhos “comissariados do povo”, da extinta (porém mais viva que nunca na cabeça dos petistas) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Lula comprando jornalistas amestrados?

No estudo noste-americano, foi identificada a preocupação do presidente em manter várias redes de televisão sob seu controle.

Segundo o dossiê, o presidente estaria pagando “por fora” para jornalistas famosos, de grandes redes de tevê e jornais, especialmente escalados para analisar a notícia de uma maneira não contundente ao governo petista.
O estudo também adverte que o presidente estaria comprando a oposição com ameaças de denunciar as mazelas dos opositores.
Porrada no Jornalismo

A reportagem da Folha foi agredida no domingo por um segurança da Presidência da República que acompanhava a primeira-dama, Marisa Letícia, em evento que arrecadava brinquedos, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O repórter-fotográfico da Folha Lula Marques foi barrado pelo segurança, que o agrediu com socos e agarrões e quebrou seu flash.
O repórter da Folha Eduardo Scolese tentou separá-los, mas foi empurrado e teve seu gravador lançado ao chão.

Comentário pertinente

Roxane Andrade, mulher do jornalista e filósofo Olavo de Carvalho, decidiu enviar uma cartinha curta e objetiva para o Diretor de Redação da Folha de São Paulo, Otávio Frias Filho, lembrando que seu marido já alertara sobre a violência prevista contra os jornalistas há muito tempo:

“Caro Otávio Frias Filho, há 10 anos, quando o Sr. disse que Olavo de Carvalho estava "açoitando cavalo morto" ele respondeu com firmeza e alertou, pediu, implorou, brigou, escreveu inúmeros artigos para que o senhor e outros donos de jornais se conscientizassem de que o país estava correndo um sério risco de cair nas mãos de um regime autoritário de esquerda. Ninguém acreditou. Por isso, tomo a liberdade de afirmar, sem medo de errar, que os donos de jornais também são todos responsáveis pelo que está acontecendo no Brasil. Poderiam ter mudado o rumo da história. Não mudaram porque não quiseram. Uma pena! O Brasil poderia estar sendo hoje um exemplo para a América Latina. Essa agressão toda é somente o começo. Aguardem o pior. Saudações, Roxane Andrade”.
Jornalismo colaborativo
Não! Não é o jornalismo praticado pelas empresas de comunicação para puxar saco e tomar grana do governo.
Mas sim um conceito de jornalismo com a participação do conteúdo enviado pelos internautas.

Problema das contas

A campanha de Lula da Silva recebeu R$ 10 milhões que se encaixam nas "doações vedadas" pela lei eleitoral.
Os recursos são provenientes, em sua maioria, de empresas que exploram concessões públicas, direta ou indiretamente.
Além disso, não há prestação de contas de R$ 10 milhões e 200 mil, cerca de 10% do total arrecadado.
O comitê alegou que a maior parte se refere a dívidas deixadas pela campanha e assumidas pelo PT e apresentou as notas fiscais correspondentes.

Arrecadação ilegal

A campanha petista arrecadou recursos ilegalmente após a divulgação do resultado das eleições.
O parecer afirma que a lei permite arrecadação após a eleição para despesas contraídas até o dia do pleito e não quitadas.
Mas os técnicos constataram que, após a eleição, a arrecadação superou o pagamento de despesas em R$ 27 milhões e 900 mil.
Só das grandes empresas a campanha ganhou R$ 16 milhões e 500 mil.

Quem lucra com Lula

O lucro dos bancos dobrou nos quatro anos de governo do PT.
Os bancos ganharam nos últimos quatro anos mais do que em oito anos do governo anterior, o de FHC, que também foi um paraíso para os banqueiros, com juros altíssimos.

O mais recente levantamento divulgado pelo Banco Central confirma:
Os lucros dos 50 maiores bancos brasileiros, acumulados em nove meses, até setembro, atingiram R$ 23 bilhões e 400 milhões.

A soma equivale a praticamente o dobro do que foi registrado nos primeiros nove meses do governo Lula, em 2003, de R$ 12 bilhões e 700 milhões.
Em relação ao acumulado até setembro de 2005, aumento do lucro dos bancos foi de 21,2%.

Motivo dos lucros

O desempenho recorde deve-se à expansão do crédito ao varejo, aos spreads elevados, ao aumento das receitas com serviços à maior eficiência, obtida com corte de custos e investimentos em tecnologia.

Considerando apenas os ganhos do trimestre, os resultados acumulados foram um pouco inferiores aos do terceiro trimestre de 2005: R$ 6 bilhões, ante R$ 6 bilhões e 900 milhões, no ano passado.
Mas tal queda é uma ilusão contábil, pois ocorreu porque Bradesco, Itaú e Unibanco decidiram deduzir dos lucros os ágios pagos por aquisições recentes de outros bancos.
A antecipação do lançamento contábil dos ágios significa que no último trimestre deste ano os ganhos dos bancos devem ser espetaculares.
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A censura já funciona
Por Celso Brasil

Basta dar busca na internet e tentar encontrar vídeos ou artigos relacionados a este delicado e grave tema.
Sugiro que você não fique por aqui. Após ler todo este post, busque mais informações. Pesquise, publique, repasse e ajude a acabar com este medo que a própria população alimenta graças a esta censura, que funciona através de ameaças e casos de brasileiros que se opuseram e hoje vivem no exterior para preservarem suas vidas e da família.

Isso é democracia?
Isso é Ordem e Progresso?

A cegueira que nos foi imposta não permite enxergar a grande força que temos. Somente o povo tem o poder. Qualquer outra visão é falsa!

http://www.dihitt.com.br/n/politica/2011/12/06/a-fortuna-de-lula-segundo-a-revista-forbes-e-mais-bombas

O "PUDÊ" DA CASTA: O HOMEM DO "NÃO" EMBOLSA R$ 51 MIL


Ele realmente é o homem do dinheiro.

Segundo na hierarquia do Tesouro Nacional, o subsecretário de Política Fiscal, Marcus Pereira Aucélio, é mais conhecido como a autoridade que de fato diz não aos pedidos de recursos de parlamentares e até de ministros para todo tipo de despesa, incluindo reajustes salariais para servidores públicos.

Tão potente quanto o poder da sua canetada é o tamanho do seu contracheque.

Engenheiro florestal e analista de controle do Tesouro Nacional de carreira, Aucélio embolsa por mês R$ 51 mil por causa do cargo, quase o dobro do teto do funcionalismo previsto na Constituição, atualmente de R$ 26.723,13.

É bem mais que os salários recebidos por ministros, que abocanham remunerações de até R$ 45,7 mil, conforme mostrou o Correio no domingo.

O contracheque é inflado por jetons, recebidos pela participação em conselhos de estatais e de empresas privadas com capital da União.

O salário do subsecretário do Tesouro é de R$ 23,7 mil, mas ele ganha mais R$ 27,3 mil de dois conselhos — da Petrobras e da AES Eletropaulo — e do Comitê de Auditoria do Banco de Brasília (BRB).

Mas seus vencimentos podem chegar a R$ 70 mil num mês.
Basta que ele participe de uma reunião mensal do Conselho Fiscal da Vale, do qual é suplente, caso o titular não possa comparecer.

Participações
Decreto presidencial determina que os representantes da União nessas companhias só podem receber por, no máximo, dois conselhos. Procurado, o Ministério da Fazenda se negou a informar quais entidades o subsecretário do Tesouro integra e a base legal para que ele embolse jetons de três delas.

Da AES Eletropaulo, em que a União tem uma participação minoritária, o segundo homem do Tesouro ganha R$ 3,8 mil brutos por mês.
Pela participação no Conselho Fiscal da petrolífera, embolsa outros R$ 7.090. O que lhe rende mais, no entanto, é o trabalho na auditoria do BRB, R$ 16.405,78 brutos.

Embora também receba um megassalário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ganha um pouco menos que Aucélio, seu subordinado.

A participação nos conselhos da BR Distribuidora e da Petrobras elevou os rendimentos de Mantega de R$ 26,7 mil para R$ 40,9 mil.
O mesmo ocorreu com sua colega do Planejamento, Miriam Belchior.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, embolsa, no total, R$ 38,7 mil.
Ele engorda o salário de R$ 26,7 mil de ministro em mais R$ 12 mil ao participar da administração das empresas privadas Brasilprev e Brasilcap.

Celso Amorim, da Defesa, é agraciado com R$ 45,7 mil, com o conselho da Itaipu.
O secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, abocanha R$ 41,1 mil brutos mensais.

CRISTIANE BONFANTI Correio Braziliense

PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA. NORDESTE RECEBE METADE DOS BENEFÍCIOS DO BOLSA FAMÍLIA EM DEZEMBRO


A Região Nordeste recebeu 51,1% dos benefícios do Bolsa Família distribuídos pelo governo federal em dezembro de 2011, informa o estudo "Presença do Estado no Brasil: Federação, suas Unidades e Municipalidades", divulgado nesta terça-feira, 10, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Estado da Bahia foi o Estado que mais ganhou recursos - 1,753 milhão de benefícios, 543 mil a mais que São Paulo, segunda unidade da Federação mais favorecida.

Em recursos, o Bolsa Família distribuiu cerca de R$ 1,6 bilhão para todo o País em dezembro.

De acordo com o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, a distribuição dos benefícios pelo governo federal não é homogênea porque atende às necessidades locais com o objetivo de reequilibrar as diferenças regionais.

"O Nordeste recebe mais da metade dos benefícios do Bolsa Família, mas a região possui 28% da população", disse. "Nesse caso, o Estado coloca mais recursos na proporção inversa ao tamanho da população porque ali existem mais pobres", afirmou.

Pochmann vê relação entre as políticas sociais adotadas pelo governo nos últimos anos e o crescimento da economia nas regiões menos ricas, como o Nordeste, que viu a renda média subir 28,8% entre 2004 e 2009, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009.

"A atuação do Estado vem produzindo resultados importantes. O País é um dos poucos do mundo que vêm reduzindo pobreza e desigualdade ao mesmo tempo", disse.

As políticas sociais brasileiras, de acordo com o presidente do Ipea, podem ajudar o País diante de um cenário de crise econômica internacional. "Há vários estudos científicos demonstrando que a injeção de recursos para os pobres move segmentos da economia que não seriam movimentados", afirmou.

"Países que vêm tendo mais sucesso diante da crise são aqueles que fortaleceram o mercado interno. E o Brasil tem um potencial enorme de fortalecimento do mercado interno por meio de redução da pobreza."

Cinco Estados receberam mais que um milhão de benefícios em dezembro, sendo três deles do Nordeste:
Bahia (1,753 milhão),
São Paulo (1,210 milhão),
Minas Gerais (1,159 milhão),
Pernambuco (1,116 milhão) e Ceará (1,077 milhão).

O Sudeste foi a segunda região com maior atendimento pelo Bolsa Família, com 24,7% dos benefícios distribuídos.

Depois vieram o Norte (11,1%),
o Sul (7,8%) e o Centro-Oeste (5,4%).

Os três Estados que receberam menos benefícios são da região Norte:
Acre (56 mil),
Amapá (51 mil)
e Roraima (46 mil).

Wladimir D'Andrade, da Agência Estado

A QUEM INTERESSA O SUDÃO DO SUL?

Ainda há pouco, eu comentava a hipótese absurda de o vestibular da Fuvest propor redação sobre a crise na Europa e Estados Unidos ser tema de redação na segunda fase da Fuvest. Se aluno fosse, eu responderia com um solene “vai pra pqtp” – escrevi na ocasião. Se nem economistas e jornalistas da área conseguem entender a tal de crise, como pedir isto a um jovem que certamente nem conhece a Europa? O máximo que ele poderá fazer é repetir as bobagens que os jornais escrevem sobre a crise.}´[

Foi pior. A prova da segunda fase do vestibular perguntou sobre Primavera Árabe e a criação do Sudão do Sul. Ora, Primavera Árabe foi como os jornais decidiram denominar fenômenos que nada têm a ver uns com os outros, ocorridos na Tunísia, Líbia e Egito. E que de primavera nada têm. Por primavera se entende renascer, florescer e – como pretende a imprensa ocidental – democracia. Vã esperança de jornalistas ingênuos. Democracia até pode parecer que rima com teocracia. Mas não rima. Jamais existirá democracia em regimes islâmicos.

Ou alguém acha que pode existir democracia em países onde um marido se divorcia com três palavrinhas? A lei dos três talaks (repúdio) simplifica extraordinariamente o divórcio. Pronunciado três vezes o repúdio pelo marido, a mulher está divorciada. Claro que o inverso é inimaginável. Mulher vale sempre metade no Islã. Se o Corão reconhece às mulheres o direito à herança, os doutores da lei decidiram que a mulher só pode receber metade da parte devida ao homem. O testemunho de um homem vale pelo testemunho de duas mulheres. Um homem pode ter quatro mulheres. A mulher, um só homem.

Correspondentes que sequer falam o árabe se entusiasmaram com a participação das mulheres na tal de primavera. (Correspondente, quando fala em "fonte confiável", quer dizer chofer de táxi ou porteiro de hoitel). Ora, na hora de contestar, mulher é bem-vinda. Uma vez tomado o poder, que volte à cozinha para fazer cuscuz. Aconteceu na Argélia. Na luta contra a França, as mulheres desciam da casbá carregando bombas. Tomado o poder pelos “revolucionários”, recebiam ácido no rosto se não portavam véus.

A Primavera Árabe é mais ou menos como a Revolução de 68, a revolução que não aconteceu. Foi criação da mídia. Ao falar-se, em Paris, da tal de revolução, ajunta-se: pas de sang, trop de sperme. Revoluções são movimentos que modificam as estruturas sociais de um país. Fora a extinção da Sorbonne, não vi modificação alguma entre a França pré-68 e a França pós-68. A paralisação de Paris não ocorreu em função dos jovens, mas porque o PC francês - que naqueles dias ainda apitava - decidiu aderir ao movimento e decretou greve de transportes.

Como naquele ano se produziram convulsões também na China e na antiga Tchecoslováquia, os jornalistas ocidentais jogaram dentro das mesmas páginas movimentos que nada tinham em comum e criaram o mito de 68. Os leitores caíram como patinhos na armadilha midiática e até hoje não falta quem ache que houve uma Revolução de 68. Como ainda há quem julgue que houve uma Primavera Árabe.

Quanto ao Sudão do Sul... Quantos jovens sabem que o Sudão existe? Mais ainda, um Sudão do Sul? Diria que nenhum. Nem adultos sabem. Entre estes nenhuns, quantos saberão que o Sudão um dia dividiu-se? Os organizadores do vestibular certamente estavam muito além do Marrakesh quando formularam esta questão. Aparentemente, houve uma intenção de introduzir uma questão africana no vestibular. Mas a quem interessa o que ocorre na África?

Eu, que leio jornais todos os dias, e que me interesso por política internacional, não conseguiria escrever uma linha sequer sobre a criação do Sudão do Sul. Que o Sudão se divida em dois, quatro ou oito, para mim tanto fez como tanto faz. Até sei que uma coisa chamada Sudão existe.

Para que serve, para quem ingressa na universidade, discorrer sobre a divisão do Sudão?
Janer Cristaldo
10 de janeiro de 2012

OITO ANOS DE GOVERNO LULA...

A SOCIEDADE PERDEU A CONFIANÇA NA JUSTIÇA DO TRABALHO

Não existe pior lesão para a sociedade, do que a perda da confiança nas inst
ituições que compõe o universo de proteção ao direito. Como se não bastassem às agruras sofridas com as justiças criminal, civil, e a eleitoral, temos o quadro caótico de uma justiça laboral herege e divorciada da classe trabalhadora e produtora do país.

Quadro que se acentuou em 2003, e por isso neste ano, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizou uma pesquisa com 1.700 entrevistados, e o resultado classificou o Judiciário no 5º lugar quanto ao grau de confiança da população, recebendo 39% dos votos. O Poder está à frente do Ministério Público (37%) e do Congresso Nacional (34%) na preferência popular. As três instituições apontadas como mais confiáveis pelo público são: a Igreja (74%), Imprensa (60%) e a Presidência da República (58%).

Apesar das ponderações dos integrantes do judiciário na época, a situação em 2011 se tornou caótica, em razão disso foram estabelecidas novas metas nacionais definidas durante o 4º Encontro Nacional do Judiciário, realizado na cidade do Rio de Janeiro, em dezembro de 2010, os temas foram escolhidos pelos presidentes dos 91 tribunais brasileiros.

Um estudo com base nos dados sobre o Judiciário, reunidos na pesquisa Justiça em Números, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), relativo aos números apurados em 2007, revela que naquele ano, existiam 67,7 milhões de processos em tramitação na Justiça Brasileira. A maior parte deles, 54,8 milhões (80%) estava concentrada na Justiça Estadual, que apresentou taxa de congestionamento de 74%. O indicador mostrou que, de cada 100 processos em tramitação (novos ou antigos), 74 não tinham sidos julgados no ano em análise da pesquisa.

As informações do projeto Justiça em Números apresentam um panorama global da Justiça. Entre outras informações, a pesquisa traz dados sobre processos distribuídos e processos julgados, número de cargos de juízes ocupados e ainda o número de habitantes atendidos por juiz. Os dados se referem ao ano de 2007 (sendo a 5ª edição do Justiça em Números), divulgada anualmente pelo CNJ desde 2005.

Uma lista oficial do CNJ divulgada no ano passado indica que as cem instituições que mais demandam o Judiciário representam cerca de 20% dos 71 milhões de processos registrados até fim de março de 2010 (extra-oficialmente pode chegar a 84 milhões). A Previdência Social, contabilizadas as ações que tramitavam nas Justiças Federal, Estadual e do Trabalho, lidera o ranking de processos.

O setor bancário corresponde a mais da metade do total de processos da Justiça Estadual, a Caixa Econômica Federal (54%), Banco do Brasil (8,5%), seguida do Itaú, (6,8%), e o Bradesco ( 6,1%) são os maiores litigantes. O INSS, a Caixa e a União são os maiores usuários das Justiças e do Supremo, na lista estão ainda os bancos privados e as empresas de serviço público.

Por outro lado, mais da metade das 2,3 milhões ações que ingressam anualmente na Justiça do Trabalho, ficam um ano na sala de espera de juízes, sem ser analisada. Na Justiça do Trabalho a quantidade de processos era de 6,6 milhões. Foram julgados mais de 3,5 milhões de processos, que correspondem, percentualmente, a 53,3% do total que estavam em tramitação em 2007. Ao todo, a Justiça do Trabalho tinha 6.651.049 processos em tramitação naquele ano. A taxa de congestionamento da JT ficou em 46,7%. Isso significa que, de cada 100 processos que estavam em tramitação, aproximadamente 53 conseguiram ser julgados.

A taxa de congestionamento na primeira instância trabalhista foi de 51,76% em 2006, e na segunda instância 29,12%. No Tribunal Superior do Trabalho (TST), a situação é mais complicada, registrando uma taxa de 63,56% de congestionamento. O índice, que teve uma leve queda entre 2004 e 2005, influenciada pela EC n° 45/04 que ampliou a competência da JT, voltou a crescer no ano retrasado.

Embora seja a mais ágil entre as justiças, a trabalhista não deveria apresentar número (48%) tão alto de encalhe, já que o processo do trabalho é de natureza alimentar e a entrega da prestação judicial teria que ser mais eficaz e rápida. É bom lembrar que as primeiras edições da pesquisa foram realizadas nos anos de 2003 e 2004, quando ainda não havia a obrigatoriedade de que os tribunais enviassem as informações.

Somente em 2006, com a publicação da Resolução nº 15, do CNJ, os Tribunais foram obrigados a fornecer esses números, sendo que a Justiça do Trabalho foi à última a cumprir a determinação do Conselho. O estudo também enumera relação de despesas com pessoal, recolhimentos e receitas, informática, taxa de congestionamento e carga de trabalho dos juízes.

10 de janeiro de 2012
Roberto Monteiro Pinho

HISTÓRIAS DO SEBASTIÃO NERY

A Bahia viu primeiro

Quando o navio “Príncipe Real”, à frente das naus portuguesas, entrou na baía de Salvador, o príncipe Dom João VI não entendeu nada. O cais estava inteiramente deserto. Tudo que ele viu foi um pessoa só, “uma única autoridade, o governador, representante colonial da Coroa, postado nas docas de um porto deserto de um povoado colonial”.

“Houve uma certa inquietação à bordo, à medida que a esquadra se aproximou de seu destino. Nenhum navio de reconhecimento fora enviado de antemão e não se sabia ao certo que impacto teria na colônia a súbita chegada da família real. Os exilados haviam esperado que houvesse multidões para lhes dar as boas vindas, mas o cais parecia deserto quando as naus entraram na baía de Salvador.”

“Ao subir a bordo do “Príncipe Real”, o governador disse ao príncipe regente que ele é que mandara esvaziar as ruas, nas imediações das docas, inseguro dos desejos do regente. Dom João lhe disse que desejava ver seus vassalos do Novo Mundo e, uma vez espalhada a notícia, as ruas encheram-se aos poucos de espectadores curiosos.” Era 22 de janeiro de 1808.

***

SALVADOR

Perdoem os nativos invejosos. O Brasil foi descoberto duas vezes. E ambas na Bahia. Pedro Álvares Cabral chegou a Porto Seguro em 22 de abril de 1500. Mas só 308 anos depois, com Dom João VI descendo em Salvador em 22 de janeiro de 1808, o Brasil começava a nascer como país.

Salvador era a cidade mais populosa do Império Português, “com um traçado semelhante ao da cidade do Porto ou, em menor escala, ao da própria Lisboa. Trilhas íngremes subiam em ziguezague pela escarpa de 60 metros. Havia igrejas opulentas, conventos e prédios do governo espalhados pelas colinas da cidade, seguindo o que tinha sido uma estratégia medieval de construir cidades fortificadas em colinas”.

“Salvador era uma cidade mais africana que européia. Suas ruas eram povoadas por uma população predominantemente negra e mulata”. Parece que Caymmi, Caetano e Gil ainda não cantavam por aqui.

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DOM JOÃO

Ficaram um mês descansando em Salvador. “Passadas as cerimônias de boas-vindas, dom João, seu filho Pedro e sua mãe, a rainha Maria I (a Louca), desembarcaram para uma semana de recuperação no palácio do governador. Dona Carlota não os acompanhou, permanecendo mais cinco dias à bordo, antes de se mudar para o prédio do Tribunal de Justiça. Ao chegar a Salvador, dona Carlota era uma mulher abatida. Amargurada, tomou-se de ódio pelo país e por seu povo.”

“Nas saídas com o filho Pedro, dom João levava sua carruagem às partes altas da cidade, seguido por multidões de vassalos. Os laranjais estavam em flor, desprendendo um doce aroma que circulava pelas plantações dos arredores. Distribuía moedas entre os que acompanhavam sua carruagem, concedia perdões, conferia honrarias e ouvia petições.”

“As restrições coloniais foram afrouxadas, mediante a expedição de licenças de fabricação e a fundação de uma escola de Medicina e Cirurgia.”

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NO RIO

Em certa ocasião, visitaram Itaparica, uma grande ilha na baía, repleta de praias, coqueirais e trilhas na mata e ali passaram uma noite.

Dom João voltou frustrado porque não encontrou lá o João Ubaldo. No dia 8 de março de 1808, a família real desembarcou afinal no Rio de Janeiro, elevada, da noite para o dia, da condição de capital colonial para a de capital do Império, com 60 mil habitantes. Então menor do que Salvador, ainda assim o Rio era um porto colonial de dimensões consideráveis para os padrões da época”.

Dom João ficou morando no Rio, mas a Bahia é que viu primeiro.

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PERO VAZ-2

E é assim que começa a história do Império Português no Brasil, com a chegada de dom João VI há mais de 200 anos. Há muita coisa, e boa, para ler, até para fazer a justiça histórica que o Brasil deve ao gordo comedor de frango, mas estadista, dom João.

O primeiro e mais importante documento histórico é o “diário de bordo” do oficial inglês Thomas O’Neil, o Pero Vaz de Caminha de Dom João VI: “A Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil” (J.Olimpio).

Ainda não li (é o terceiro da minha lista domjoânica) o best-seller “1808 – como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes (Ed. Planeta do Brasil).

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OBRA-PRIMA


Todas as citações que fartamente fiz estão em um livro magnífico, avalisado pela autoridade de Claude Levi Strauss: “Uma obra-prima, escrita com erudição e grande talento literário. Fascinante”. “Império à deriva – a corte Portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821″, de Patrick Wilcken, tradução de Vera Ribeiro (Editora Objetiva).

Patrick Wilcken é um jornalista e historiador nascido na Austrália, radicado em Londres e que já passou longos períodos no Rio. Todo seu livro é baseado em documentos brasileiros e portugueses e em pesquisas no Ministério das Relações Exteriores britânico. Magistral.

10 de janeiro de 2012
Sebastião Nery

CARLOS LUPI JÁ VOLTOU A PRESIDIR O PDT, MOSTRANDO A QUE PONTO CAIU O NÍVEL DA POLÍTICA BRASILEIRA

Era só o que faltava. O secretário-geral do PDT, Manoel Dias, e o ex-presidente interino, André Figueiredo, justificam o fato de o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi ter reassumido a presidência do partido. “É natural. Lupi saiu do ministério e volta para casa dele. Só não reassumiria se ele não quisesse”, afirmou Manoel Dias, que é do grupo de Lupi e mostra a que ponto caiu o nível da política brasileira, tendo como exemplo um partido fundado por Leonel Brizola.

Na verdade, Lupi jamais quis sair da presidência do partido, função à qual se grudava como uma ostra. Somente se licenciou do comando do PDT em 2008, quando a Comissão de Ética da Presidência questionou o acúmulo de funções do então ministro.

No lugar de Lupi, em 2008 assumiu interinamente o deputado federal André Figueiredo (CE), que também é ligado ao ex-ministro. Segundo ele, Lupi avisou que iria descansar em dezembro e reassumira a presidência do PDT em janeiro. “Assim, quando ele voltou, assumiu naturalmente”, explicou.

Como era esperado, o PDT vai continuar na base do governo Dilma Rousseff apesar da saída de Carlos Lupi do comando do Ministério do Trabalho, após denúncias de irregularidades na pasta e de malfeitos do próprio Lupi, acumulando cargos de funcionário-fantasma.


O agora ex-presidente André Figueiredo afirma que há uma posição “consensual” dentro do PDT de que “o partido continuará, independentemente de qualquer coisa, na base do governo”, mesmo que a sigla perca o controle do Ministério do Trabalho.

Já o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, reafirma que cabe à presidente Dilma Rousseff decidir se a pasta do Trabalho permanecerá com o PDT após a saída de Lupi, que pediu demissão do cargo na noite de domingo. “Ela que tem que medir as consequências”, disse o deputado.

Lupi foi o sétimo ministro a deixar o governo Dilma, o sexto diante de denúncias de irregularidades. Ele era um dos integrantes do governo do ex-presidente Lula que foram mantidos por Dilma em seus cargos.


Carlos Newton
10 de janeiro de 2012
Além de nomear o irmão, o ministro Fernando Bezerra contratou também o tio.
A agência Estado revela mais uma estripulia do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que há quatro meses nomeou o próprio tio, ex-deputado federal Osvaldo Coelho (DEM), para integrar o comitê técnico-consultivo para o desenvolvimento da agricultura irrigada, criado dias antes por portaria do ministério.

Trata-se do segundo integrante da família Coelho a ter cargo indicado pelo ministro e subordinado a ele, contabilizada a permanência do irmão Clementino na presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).

Osvaldo Coelho se diz perito em irrigação, tema que atrai muito a atenção do sobrinho-ministro. Procurado, o tio queixou-se de trabalhar pouco. Desde a criação, o comitê só se reuniu uma vez, para a sua instalação, em 20 de setembro. “Estou fazendo de conta de que sou conselheiro, mas não estou dando conselho nenhum. Não sei se o conselho é que está estático ou se é o ministro”, queixa-se.

A legislação – expressa em decreto presidencial e em códigos de conduta – impede a nomeação de familiares por autoridades. O Ministério da Integração nega que seja caso de nepotismo. Em nota, alegou que o comitê não tem “personalidade jurídica”. “Trata-se de um órgão colegiado, paritário, consultivo e opinativo. A função de conselheiro não é cargo em comissão ou função de confiança”, diz a nota.

O Ministério da Integração Nacional alega ainda que os integrantes do comitê da agricultura irrigada apenas opinam sobre a política nacional de irrigação, sem direito a remuneração.

“Quando necessário, podem ser solicitadas apenas passagens e diárias”, afirma a Integração. A Controladoria-Geral da União (CGU) endossa o entendimento do ministério, baseada no decreto editado em junho de 2010.

***

‘PRINCÍPIO DA MORALIDADE’

O código de conduta da Comissão de Ética Pública, subordinado à Presidência da República afirma, porém, que “nomear, indicar ou influenciar, direta ou indiretamente, a contratação, por autoridade competente, de parente consanguíneo ou por afinidade para o exercício de cargo, emprego ou função pública” ofende o princípio da moralidade administrativa e compromete a gestão ética.

A nomeação do tio do ministro da Integração Nacional deve ser analisado pela Comissão de Ética Pública, que volta a se reunir em fevereiro.

Osvaldo Coelho nega que seja nepotismo. “Eu e o ministro somos água e vinho, não temos nada para estarmos juntos. Apenas como eu tinha essa bandeira da irrigação, decidi aceitar o convite”, explica o ex-deputado.
10 de janeiro de 2012

ORÇAMENTO DE 2012 MOSTRA QUE O SERVIÇO DA DÍVIDA É MAIS IMPORTANTE DO QUE EDUCAÇÃO, SAÚDE, SANEAMENTO, TRANSPORTE ETC ETC.

Em setembro de 2011, o Executivo enviou ao Congresso o projeto do Orçamento Anual para este ano. Foi votado no último dia 22, faltando em torno de meia hora para o fim da sessão legislativa de 2011, no “apagar das luzes”, evento contumaz na putrefação oligárquica atual.

Lembre-se, a título de exemplo, o aumento de 61% autoconcedido aos parlamentares no mesmo “apagar das luzes” da sessão legislativa de 2010…

O Congresso aprovou o Relatório Final do Orçamento 2012 fixando em R$ 2,15 trilhões a chamada “lei de meios” (de corrupção, inclusive).
Quanto à política salarial, o texto contemplou aumento real para aposentados e pensionistas cujo salário é o mínimo (14%), e recomposição inflacionária para os que recebem acima deste patamar (6,3%, INPC). Servidores do Judiciário, do Ministério Público e juízes não foram contemplados (reajuste zero).

Como diz o jornalista Pedro do Coutto, “nada como o Diário Oficial para derrubar mitos e iluminar contradições”. Sendo INSTRUMENTO DE AÇÃO do governo, o orçamento traz diversos números relevantes ao interesse coletivo. Os valores constantes no orçamento revelam, basicamente, a decisão acerca de como o governo pretende gastar os recursos do povo. Nesse sentido, um dos prismas que mais exprimem concentração da riqueza refere-se à “natureza econômica da despesa”. Na “divisão do bolo” (Delfim Netto), quase metade do orçamento federal (47%) é canalizado para a “Dívida Pública”.

O “mecanismo da dívida” é uma das modalidades de corrupção “legal e legalizada” utilizada pelos rentistas de sempre (banqueiros, especuladores etc.), numa jogatina alucinada em que “o céu é o limite” (HF).

Não sem a leniência, locupletação, e mesmo o benefício financeiro de agentes públicos que foram postos no governo para, em princípio, servirem ao país.

Cumpre registrar que a sangria da economia nacional com “juros” e “amortização” sempre foi combatida com veemência pela TI, nas figuras de seu diretor, o gigante Helio Fernandes, como também por diversos de seus colaboradores e articulistas. Infelizmente, o “capital-motel” (Brizola), tão privilegiado no nefasto governo FHC, também hoje é sacramente “defendido” por muitos daqueles os quais se encontram “investidos” (alguns se acham donos) em cargos do governo.

Dentre outros pontos de contato, os mandatos do “Sociólogo de Safardana” (HF) e do “ex-príncipe-operário” (Carlos Chagas) também foram marcados pelo crescimento patrimonial vertiginoso de familiares, assim como de pessoas e grupos “associados” à camarilha. Mas esta é outra história…

Uma das estratégias de “marketing” do atual governo é a erradicação da miséria. No entanto, sem incorrer na generalização, a qual anularia alguns acertos, o que se constata é recrudescimento, nesses nove anos, de práticas “politiqueiras” e deletérias ao regime o qual se almeja democrático.

Tem-se, então, a predominância do pseudo-esquerdismo, do aparelhamento estatal, do neoclientelismo, do neopeleguismo, do neonepotismo, do neoentreguismo das riquezas nacionais, do tráfico de influência etc. E os reflexos desses “fenômenos” no orçamento, dado o relevo dos mesmos no plano dos fatos, demonstram que ainda não foi adotado um projeto de emancipação para o país.

Senão, confiram-se alguns números do orçados para 2012. A soma dos recursos destinados às áreas de Saúde, Educação, Transporte, Ciência e Tecnologia, Saneamento, Cultura, Energia e Habitação representam o percentual de 9,13% do orçamento.

Enquanto isso… os atuais “administra-DORES” (J. G. Schossland) perpetuam a política econômica instaurada por FHC e asseclas, cumprindo com fidelidade o papel de representantes de seus verdadeiros corifeus. “Reservam” nada menos que 11,73% do orçamento APENAS para o “serviço da dívida interna”, uma das demandas/exigências do capital-motel. Há pouco, Paulo Solon trouxe a lição de Jesse James para os dias atuais: “[...]os maiores inimigos do povo são os banqueiros. Será que dona Dilma já esqueceu disso?” (TI, 23/12/2011).

A comparação entre os valores atribuídos às áreas citadas e aquilo que é destinado aos banqueiros e demais especuladores ilustra a amplitude dos interesses em jogo. Como se vê, as decisões contidas no orçamento afetam diretamente a vida da população.

Esta, além de suportar os lucros do setor privado, ainda é aviltada, usurpada e vilipendiada pela escorchante carga tributária, a qual flerta com 40% do PIB. A esse respeito, resta ainda o funesto agravante da concentração tributária sobre o consumo, em favor da riqueza, como alertado por Carlos Frederico Alverga (TI, 31/12/2011). Outrossim, não há a respectiva contraprestação através de serviços públicos de qualidade.

Pede-se licença para abrir um parêntese e destacar a relevância da brilhante proposta de renegociação da dívida, elaborada por Martim Bertho Fuchs em seu Capitalismo Social.
Se adotadas as medidas ali elencadas, ter-se-ia em torno de R$ 234 bilhões para relocação de recursos, transferindo-os do setor financeiro-parasitário às áreas deficitárias acima expostas.

Tal valor é suficiente para mais do que dobrar (!) os “investimentos sociais” em Saúde, Educação, Transporte, C&T, Saneamento, Cultura, Energia e Habitação previstos na Lei Orçamentária de 2012.
Faria também diferença qualitativa em termos de desenvolvimento sócio-econômico, tão necessário ao país. É elementar que essas aplicações pressupõem probidade: de modo diverso, desloca-se o “custo-corrupção” do setor especulativo para o de infra-estrutura e/ou serviços.

Não há intenção de se simplificar o debate ou de esgotar as análises. Inúmeras outras constatações podem ser extraídas das estatísticas, inclusive as oficiais. Brecht advertia que “o pior analfabeto é o analfabeto político”. O cotejo dos números do Orçamento 2012 bem indica quais as “opções” que os “representantes” do povo estão privilegiando.

A democracia, invenção genuinamente grega que vivera seu auge nas magistraturas de figuras como Péricles, Solon e Clístenes, também fora avassalada pela podridão instalada em sua sociedade, especialmente entre as “elites”. No entanto, o ideal da cidadania democrática permaneceu como legado às civilizações e fraturou a História, notadamente no mundo ocidental.

Se vivemos numa democracia, ou politeia (na expressão de Platão), a população deveria ser melhor esclarecida sobre os números orçamentários. Desse modo, poderá chegar a suas próprias conclusões e, assim, influenciar as ações governamentais que interferem em sua vida.

De outra feita, se o regime é democrático do tipo “faz-de-conta”, fragiliza-se a legitimidade e consagra-se ao Povo a condição de “Admirável Gado Novo”, consoante a luminosa interpretação do poeta…

10 de janeiro de 2012
Christian Cardoso

INÉDITO NO MUNDO: MCDONALD'S SAI DA BOLÍVIA DEVIDO AO DESINTERESSE DO PÚBLICO

O comentarista Sergio Caldieri nos envia esta matéria muito curiosa, publicada originalmente no adital.org.br. Mostra que, felizmente, nem todo o mundo suporta essas frituras do McDonald’s.

Todos os esforços desenvolvidos pela cadeia McDonald’s para inserir-se no mercado boliviano foram infrutíferas. De nada valeu preparar o molho Ilajwa, favorito do altiplano, nem apresentar os melhores conjuntos locais ao vivo.

Após 14 anos de presença no país e apesar de todas as campanhas feitas e por fazer, a cadeia se viu obrigada a fechar os oito restaurantes que mantinha abertos nas três principais cidades do país: La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra.

Trata-se do primeiro país latino-americano que ficará sem McDonald’s e o primeiro país no mundo onde a empresa fecha por ter seus números no vermelho por mais de uma década.

O impacto para os chefes de marketing tem sido de tal força que foi gravado um documentário sob o título “Por que McDonald’s quebrou na Bolívia” , em que tentam explicar de algum modo as razões que levaram os bolivianos a continuar preferindo as empanadas, ao invés dos hambúrgueres.

O documentário inclui reportagens com cozinheiros, sociólogos, nutricionistas, educadores, historiadores… Todos coincidem em que o desprezo não é aos hambúrgueres, nem ao sabor; o reação está na mentalidade dos bolivianos. Tudo indica que, literalmente, o “fast-food” é a antítese da concepção que um boliviano tem de como se deve preparar uma refeição.

A comida rápida não é para essa gente, concluíram os norte-americanos.

10 de janeiro de 2012

FERNANDO PIMENTEL ACENDE UMA VELA E AGRADECE PELO ESCÂNDALO TER TROCADO DE MINISTÉRIO

Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, não é baiano, mas tem santo forte. Estava submetido a um tiroteio infernal, denunciado por ter feito tráfico de influência em consultorias-fantasmas, mas de repente saiu da linha de fogo e entrou numa calmaria impressionante.

A imprensa parece ter esquecido inteiramenNDALOte as irregularidades cometidas por Pimentel, no intervalo entre sua gestão na Prefeitura de Belo Horizonte e sua posse no Ministério do Desenvolvimento. Como se sabe, o ministro jamais conseguiu explicar ou justificar as tais “consultorias” que supostamente teria feito, pois delas só conseguiu exibir as notas fiscais, sem dispor de nenhum relatório para apresentar.

A presidente Dilma Rousseff, sua companheira desde os tempos da luta armada, saiu em defesa do amigo e lhe concedeu uma espécie de “habeas corpus preventivo”, ao alegar que as irregularidades cometidas por Pimentel tinham sido praticada antes dele assumir o cargo de ministro e o governo, portanto, não tem nada a ver com isso.

Poucos repararam que a presidente Dilma usou no caso de Pimentel a mesma desculpa esfarrapada que evitou a cassação da deputada Jaqueline Roriz. Recorde-se que, no final de agosto, em votação secreta, o plenário da Câmara dos Deputados absolveu por 265 votos a 166 e 20 abstenções, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) do processo que pedia cassação de seu mandato.

Os parlamentares rejeitaram o primoroso e detalhado relatório do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que pedia a perda de mandato de Jaqueline, após a revelação de um vídeo em que ela aparece recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa. A gravação foi feita em 2006, mas foi divulgada no início de 2011.

Para que Jaqueline perdesse o mandato, seria necessário haver concordância da maioria absoluta dos deputados, ou seja, 257 votos (mais da metade dos 513 parlamentares da Casa). Mas a deputada encaminhou um “memorial” de 28 páginas aos 513 parlamentares pedindo a rejeição do parecer do Conselho de Ética. O memorial argumentava que Jaqueline “não se encontrava no exercício de qualquer mandato, especialmente de deputada federal” quando ocorreram os fatos, em 2006.

Como a maioria dos deputados tem ficha suja ou cometeram deslizes no passado que podem sujá-los a qualquer momento, absolveram Jaqueline Roriz e deixaram registrado que no futuro também podem ser absolvidos se flagrados em idêntica situação, com a mão na massa, digo, com a mão no dinheiro da corrupção.

Um dos que votaram a favor de Jaqueline foi o deputado José Nobre Guimarães (PT-CE), que em 2005 teve seu assessor parlamentar José Adalberto Vieira da Silva flagrado transportando dinheiro sujo na cueca e em uma mala. O Ministério Público concluiu que se tratava de propina proveniente de um contrato de financiamento em investigação, de R$ 300 milhões, fechado entre o BNB (Banco do Nordeste) e o consórcio Alusa/STN (Sistema de Transmissão do Nordeste).

Com base nessa conclusão, os procuradores Márcio Andrade Torres e Alexandre Meireles Marques denunciaram, por suposta improbidade administrativa, o presidente do banco, Robert Smith, e outros quatro dirigentes da instituição. A ação tramita na 10ª Vara Federal de Fortaleza e até agora não aconteceu nada, como era de se esperar.

Também foram denunciados o ex-assessor especial da presidência do BNB Kennedy Moura Ramos e o deputado José Nobre Guimarães, que é irmão de José Genoino, e todos sabem que “quem sai aos seus não degenera”.

Com o escândalo, José Nobre Guimarães, que era deputado estadual, progrediu e hoje é deputado federal pelo PT do Ceará, mostrando que os eleitores não ligam mesmo para a epidemia de corrupção que se alastra pelo país. Mas que país é esse, Francelino Pereira?
10 de janeiro de 2012
Carlos Newton