"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

QUANDO O RÉU É PADRINHO

 

Luiz Fux é o centro do mundo de Luiz Fux. Na momentosa entrevista que concedeu a Mônica Bergamo (“Folha de S.Paulo”, 2/12), o ministro do STF revela suas peripécias rumo à meta obsessiva de ocupar uma das 11 cadeiras da mais alta Corte.
Fux procurou fidalgos da nossa pobre república, como Delfim Netto, um signatário do AI-5, Antonio Palocci, o ministro que violou o sigilo bancário de uma testemunha, e João Pedro Stédile, líder de um movimento social pendurado no cabide do poder, além de “empresários” que prezam tanto o acesso aos palácios quanto o conforto do anonimato.

O juiz não diz, apenas, que fez política, como sempre fazem os candidatos ao Supremo. Confessa — é essa a palavra! — que procurou padrinhos entre os poderosos réus do caso mais importante que julgaria, caso sua empreitada fosse exitosa.

José Dirceu e João Paulo Cunha apadrinharam a candidatura de Fux — o magistrado que, no ano seguinte, ajudaria a condená-los a penas de prisão em regime fechado.

Não é uma confissão espontânea, longe disso. “Querem me sacanear”, disse Fux a uma repórter na cerimônia de posse de Joaquim Barbosa. Dias depois, procurou o jornal para conceder a entrevista.
A iniciativa é uma reação à ofensiva da quadrilha incrustada no PT que, desde a proclamação de seus votos sobre o núcleo político do mensalão, começou a vazar uma mistura de informações e lendas sobre a heterodoxa campanha do juiz pela indicação presidencial.

“O pau vai cantar!”, avisou Fux à repórter, ajustando sua linguagem aos costumes do meio político no qual habitualmente circula.

No mundo de Fux, jornais devem ser instrumentos a serviço dos interesses de Fux. Ele sabe escolher. A imprensa independente serve-lhe, hoje, para apresentar sua versão das conversas perigosas que manteve com os réus.

A imprensa chapa-branca serviu-lhe, anteontem, para cristalizar relações com os padrinhos, que já eram réus. O jornal “Brasil Econômico” pertence à Ejesa/Ongoing, que tem Evanise Santos, namorada de José Dirceu, como diretora de marketing institucional. Em 2010, o juiz em campanha combinou com Evanise uma entrevista “de cinco páginas” à publicação.

Comenta-se no mercado de mídia que a entrada do grupo português Ongoing no Brasil teria sido intermediada por Dirceu e obedeceria à estratégia de montagem de uma rede de veículos de comunicação alinhados ao governo.

O enigma de Capitu pertence ao domínio da grande arte; o de Fux, ao da baixa política. Mas, assim como nunca saberemos se Capitu traiu Bentinho em “Dom Casmurro”, não se esclarecerá jamais se o magistrado traiu os padrinhos quando proferiu suas sentenças no caso do mensalão.

Naturalmente, Fux nega ter discutido o processo nas conversas de apadrinhamento, mas admite a hipótese do intercâmbio de frases de duplo sentido num encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Sobre o fato incontroverso de que se reuniu com o réu José Dirceu para solicitar apoio, suas explicações oscilam, contraditoriamente, entre os excessos da implausibilidade (”naquele momento, eu não me lembrei” da situação jurídica do interlocutor) e os da candura (“a pessoa, até ser julgada, é inocente”).

Durante o julgamento do mensalão, o Planalto e a cúpula petista fizeram chegar à imprensa os sinais de sua fúria com os votos de ministros que, na tóxica visão do governo, seriam devedores do favor da indicação.

No caso de Joaquim Barbosa, insinuou-se que haveria favor associado à cor da pele, uma sugestão asquerosa que emana da natureza das políticas de preferências raciais consagradas pelo mesmo Barbosa.

No caso de Fux, que o juiz-candidato assumira um compromisso informal de “matar no peito” o espectro da condenação do núcleo político da quadrilha. Agora, pela boca de Cândido Vacarezza, ex-líder do governo na Câmara, interlocutor do juiz e de João Paulo numa “reunião que me parecia fechada”, a insinuação contra Fux roça a fronteira da acusação.

Combinam-se, na operação difamatória, o impulso cego da vingança e um cálculo político racional. A quadrilha e sua esfera de influência pretendem manchar a reputação do juiz, mas também contestar a legitimidade do Supremo na arena da opinião pública.

Os condenados e seus porta-bandeiras estão seguros de que o vício é idêntico à virtude. Por isso, não se preocupam com os estilhaços lógicos desprendidos por seu bombardeio: segundo a versão que semeiam, o governo Dilma Rousseff trocou a indicação de Fux pela promessa de um voto favorável a réus do alto círculo do lulopetismo, algo que configuraria crime de responsabilidade.

No Antropologia, Immanuel Kant define a virtude como “a força moral da determinação de um ser humano no cumprimento de seu dever”, e o vício como transgressão dos princípios da lei moral.

A trajetória de Fux, das reuniões com os padrinhos que eram réus até as sessões de julgamento do mensalão, esclarece os dois conceitos kantianos. Na campanha promíscua de candidato ao Supremo, o juiz pode até não ter violado nenhuma lei, mas transgrediu a “lei moral” que manda separar os interesses privados do poder associado a uma posição pública ocupada ou almejada.

Nos votos sobre o núcleo político da quadrilha, os melhores proferidos no STF, o magistrado não se limitou a aplicar a lei com competência e brilhantismo: ele revelou, junto com a maioria de seus pares, a “força moral” incomum de cumprir o dever fundamental dos juízes, que é o de submeter os poderosos à ordem jurídica geral.

A ofensiva difamatória da quadrilha é uma nova, repetitiva, descarga do lixo produzido por figuras deploráveis que, sem corar, exibem-se como arautos de sacrossantas causas políticas e sociais.

A reação de Fux tem suas utilidades. Serve como vacina contra a crença ingênua nos discursos líricos do próprio Fux e como exposição involuntária do arcaísmo do Brasil oficial, que ainda não sabe o significado de “coisa pública”.

06 de dezembro de 2012
Demétrio Magnoli é sociólogo

PRIVILÉGIO ÀS AVESSAS

 

O exemplo de um deputado federal condenado em outubro de 2010 pelo Supremo Tribunal Federal, até hoje solto e no exercício do mandato, pesa contra dois pedidos feitos pelo Ministério Público aos juízes do mensalão: a prisão imediata dos réus e a cassação automática dos parlamentares condenados.
 
Natan Donadon foi condenado a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão por peculato e formação de quadrilha na Assembleia Legislativa de Rondônia, mas a execução da pena ainda aguarda o julgamento de um embargo de declaração.

Aplicado o conceito de mesmo peso e igual medida, a princípio nem seria lógico todo esse debate sobre prisão e perda de mandatos de imediato em relação aos réus da Ação Penal 470.

Donadon não teve questionado o mandato nem se cogitou de sua prisão porque a sentença não transitou em julgado, faltando o exame de um último recurso.

Por que os culpados por arquitetar e participar do esquema do mensalão receberiam tratamento diferente?

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, argumenta que por se tratar de ação julgada na última instância, os recursos possíveis (embargos infringentes e de declaração) não modificarão as decisões já tomadas e, portanto, não se justificaria a espera.

Na opinião dele são muito otimistas as previsões de que as penas serão cumpridas a partir de 2013. "Se não houver prisão imediata o meu horizonte é 2014 ou bem depois, porque temos um grande número de réus que poderão interpor recursos durante muito tempo", pondera Gurgel.

Ora, havendo a possibilidade de recursos, como ignorá-la? Fica difícil aceitar o raciocínio de que o mensalão é um caso exemplar e por isso a execução das penas deve ser feita desde logo, pois a punição desses condenados representa "um marco na história de Justiça brasileira". É o que diz o procurador, mas não necessariamente é o que aconselha o bom senso.

O STF estaria dando razão às acusações de que atua como "tribunal de exceção" se agora determinasse prisões, decretasse a cassação de três deputados e deixasse o colega Donadon, condenado muito antes, na posse de suas prerrogativas legais.
Um questionável privilégio às avessas.

Rede. Em seus depoimentos no Congresso, o ministro da Justiça nada acrescentou que possa ajudar a esclarecer as atividades da quadrilha dos pareceres técnicos, tráfico de favores e peripécias outras.
O que confirma a impressão de que esteve lá para aplacar cobranças de explicações e ganhar tempo a fim de impedir que Rosemary Noronha seja convocada.

José Eduardo Cardozo disse que ela não foi protegida nas investigações da Polícia Federal. Como se viu pelo resultado da Operação Porto Seguro, não parece mesmo ter sido.

No entanto, agora que o caso passou à administração política do Planalto, na prática a moça está sob a proteção do Estado a fim de se preservar o ex-presidente Lula.

Infantaria. Governadores de um lado, prefeitos de outro e a maioria da Câmara atuando de perto na pressão, será pesado o movimento em favor da derrubada do veto da presidente à nova lei de distribuição dos royalties do petróleo.

Raras vezes um assunto reuniu tantos interesses contrariados.
Vetos presidenciais não costumam ser derrubados. Aliás, nem costumam ser examinados. Até outro dia ainda havia - e talvez ainda haja - vetos do governo Itamar Franco na fila da pauta.
A votação é conjunta do Congresso e por isso cabe ao presidente do Senado a decisão de levar vetos ao plenário.

Devido à proximidade do recesso parlamentar, o assunto talvez fique para a próxima legislatura e o abacaxi transferido ao sucessor de José Sarney.

06 de dezembro de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

IMAGEM DO DIA

Soldados alemães em patrulha perto de Baghlan, no norte do Afeganistão
Soldados alemães em patrulha perto de Baghlan, no norte do Afeganistão - Fabrizio Bensch/Reuters
 
06 de dezembro de 2012

IDELI ASSUME BLINDAGEM DE ROSEMARY EM NOME DE DILMA

Cardozo fora da blindagem; Ideli assume a missão

Bola para Ideli

Agora está com Ideli Salvatti a missão de articular no Congresso as estratégias da base aliada para tentar atenuar os possíveis danos políticos da participação de José Eduardo Cardozo e Luís Inácio Adams na audiência pública de ontem, no Senado.

Até semana passada, Cardozo vinha atuando nos bastidores. (Leia mais em: Cardozo na blindagem). Anteontem, depois de prestar esclarecimentos sobre a operação Porto Seguro na Câmara, ele foi fazer um balanço da sessão com Ideli.

06 de dezembro de 2012
Por Lauro Jardim - Radar - Veja Online

"CHOQUE DE INCOMPETÊNCIA"


 

Incompetência, autoritarismo e uma espantosa desinformação condenaram o governo federal ao fracasso em seu plano de antecipar a renovação de concessões do setor elétrico. Se ainda houvesse alguma dúvida, teria sido eliminada pelo secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, na entrevista coletiva de terça-feira à tarde. "Essas companhias privilegiaram seus acionistas e não a população brasileira", disse ele, referindo-se à Cesp, à Cemig e à Copel, como se a decisão dessas empresas de rejeitar a proposta do governo fosse, além de surpreendente, censurável.

É quase incrível, mas o número dois de um Ministério responsável por grandes sociedades por ações, como a Petrobrás e a Eletrobrás, parece desconhecer as obrigações de empresas desse tipo em relação aos detentores de seus papéis. Mas a aparente surpresa do secretário, embora chocante no primeiro momento, combina perfeitamente com o estilo de ação seguido pela cúpula federal nessa e em várias outras iniciativas desastradas.


A Fazenda paulista detém 94,08% das ações ordinárias da Cesp e, juntamente com outras entidades ligadas ao governo do Estado, 40,6% do capital. A maior parte está distribuída entre vários acionistas, incluída a Eletrobrás (2,05%). Os papéis são negociados na Bovespa e no mercado de balcão americano. As ações do Grupo Cemig, controlado pelo governo de Minas Gerais, estão espalhadas entre 114 mil investidores em 44 países e são negociadas em São Paulo, Nova York e Madri.

O secretário executivo do Ministério teria encontrado ideias esclarecedoras se tivesse visitado o portal eletrônico da Cemig. A declaração sobre "missão, visão e valores" inclui referências a "dividendos, juros sobre capital próprio, agregação de valor, capacidade de geração de caixa e retorno sobre investimento". Sua responsabilidade social cobre a oferta de energia à sociedade, o respeito ao meio ambiente e também aos "clientes, colaboradores, acionistas, governos e comunidades". Rentabilidade, geração de caixa e respeito aos acionistas são condições para o bom atendimento de todos os princípios e valores enunciados.

O governo federal, no entanto, segue ideias diferentes ao decidir o destino das empresas sob seu controle, sem levar na devida conta os interesses dos demais acionistas. A adesão da Eletrobrás ao esquema proposto pelo Ministério de Minas e Energia foi decidida contra a opinião de minoritários. Apesar de seus protestos indiscutivelmente legítimos, esse grupo foi desconsiderado e o governo impôs sua vontade. O alerta para o mercado é inequívoco: investir em estatais controladas pela União é assumir riscos muito sérios de perda de patrimônio.

Perdas já ocorreram com a redução do valor de mercado da Eletrobrás, iniciada há meses e acelerada a partir de setembro, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou a proposta de renovação das concessões. A adesão da empresa ao esquema oficial justifica mais preocupações. Mas ninguém deveria surpreender-se. Quantos danos foram impostos à Petrobrás, com o controle de preços de combustíveis e com a interferência desastrosa em seus planos de investimento?

Bons propósitos, como o barateamento da energia, são insuficientes para a produção de bons resultados. Competência ainda é um requisito importante, mas esse artigo continua muito escasso em Brasília. O governo tenta compensar essa deficiência apelando cada vez mais para o voluntarismo e o autoritarismo. Todos querem contribuir para a redução das tarifas de energia, "mas é um risco, uma imprudência, quase um desatino", fazer isso à custa da insolvência do setor, disse o senador Aécio Neves.

Especialistas conhecidos também se manifestaram contra a maneira de agir do governo. A proposta oficial não levou em conta o valor necessário para as empresas manterem a qualidade do sistema, disse o professor Luiz Pinguelli Rosa, do Coppe-UFRJ. O professor Ildo Sauer, da USP, atribui à presidente Dilma Rousseff uma política de argentinização do setor elétrico. É uma descrição tão apropriada quanto assustadora. Os industriais deveriam levá-la em conta, antes de reafirmar seu apoio ao novo desatino federal.

06 de dezembro de 2012
Editorial de O Estado de São Paulo

THE ECONOMIST CHAMA PIB DO BRASIL DE MORIBUNDO E SUGERE DEMISSÃO DE MANTEGA

 
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A revista britânica The Economist levantou o tom contra a presidente Dilma Rousseff e engrossou o coro dos que pedem a cabeça do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A publicação disse que a economia brasileira é uma “moribunda criatura”, chamou a presidente de “intrometida-chefe” (em referência às intervenções do Estado no mercado) e acrescentou que, se ela fosse mesmo pragmática, “deveria demitir o senhor Mantega”.

O semanário publicou três textos sobre a economia brasileira. O título de um deles é: “Colapso da confiança – se quiser um segundo mandato, Dilma Rousseff deveria arrumar uma nova equipe econômica“.

Após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu apenas 0,6% do segundo para o terceiro trimestre, parte dos agentes do mercado disse acreditar que Mantega seja substituído. De outro lado, houve quem argumentasse que o cálculo do PIB estivesse subestimando o tamanho da economia, por tratar os ganhos do setor financeiro com uma metodologia imprecisa – análise que também é questionada.

Na ocasião, Mantega defendeu-se dizendo que a maior parte dos economistas do setor privado também errou a previsão do PIB e lançou um pacote de estímulos à construção civil e disse que novas medidas estão por vir.

Para a Economist, o problema não está na falta de esforços do governo para fazer o País crescer e sim no que a revista avalia como uma “intromissão” excessiva do governo na economia.
 
Abaixo, trechos da reportagem:
“Apesar dos esforços oficiais cada vez mais frenéticos para estimular (a economia brasileira), a moribunda criatura cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre – metade do número previsto por Guido Mantega.”

“A preocupação é de que a presidente seja, ela própria, uma intrometida-chefe. Ela insiste que é pragmática. Se for, deve demitir o senhor Mantega, cujas projeções otimistas demais perderam a confiança dos investidores e nomeie uma nova equipe capaz de ganhar a confiança das empresas.”

“Ainda mais do que Luiz Inácio Lula da Silva, a senhora Rousseff parece acreditar que o Estado deve dirigir as decisões do investimento privado. Tais micro-intervenções derrubam a confiança na política macroeconômica.”

06 de dezembro de 2012
Sílvio Guedes Crespo - O Estado de São Paulo
 

VÍDEO PROFÉTICO


Estamos exatamente conforme a PROFECIA DO PT


 

LULA, POR CHIRAC E AMIM

 

“Para o Presidente Lula, o que é dele é dele, e o que é dos outros pode ser dividido”.
Jacques Chirac, ex-Presidente francês.
“O pior atentado que se pode cometer contra o Lula, além de alvejá-lo com um Mortífero Dicionário, é atirar-lhe uma Carteira de Trabalho”.
 
Esperidião Amim, ex-governador de Santa Catarina.

NORDESTINO CONTANDO UM FILME

DIVIRTAM-SE E COMENTEM A ESTUPIDEZ DE OLAVO DE CARVALHO

Olavo de Carvalho: Sonhando com a teoria final


A prova lógica perfeita independe das paixões e veleidades humanas. Independe de testemunhas e até da existência de seres humanos. Impõe-se com a impessoalidade dos terremotos e dos ciclos planetários. Mas estes são, na escala do universo, acontecimentos limitados. Infinitamente acima deles, a prova lógica perfeita impõe-se com a autoridade absoluta da vontade divina.



Aquele que dispõe de uma prova lógica perfeita pode aceitar a discordância como um fato, não como um direito. Em última instância, explicará toda divergência como fruto da ignorância ou da perversão e, mais dia menos dia, desejará suprimi-la pela doutrinação ou pela força.



Felizmente, provas lógicas perfeitas só existem no domínio ideal, não dizem respeito às realidades do mundo. Mesmo a ciência mais exata admite que seu reino não é o das verdades definitivas, mas o das probabilidades e incertezas. Isso não impede que muitos cientistas continuem sonhando com a “teoria final”: a explicação unificada e cabal da natureza e de tudo quanto existe dentro dela – o que inclui o ser humano com todos os seus pensamentos, desejos, emoções, crenças e valores.



Os devotos desse ideal, quando falam dele, apressam-se em reconhecer que “ainda estamos longe” de alcançá-lo. A aparente modéstia dessa confissão esconde a fé de que ele será alcançado. Inclui também o esquecimento de que, no passado, houve quem acreditasse já tê-lo alcançado, já possuir ao menos em linhas gerais os princípios fundantes da natureza inteira, e estar capacitado, portanto, a aplicá-los a todos os domínios do conhecimento e da ação, modelando por eles a sociedade, as leis, a cultura, a educação e a mente humana.



Em nenhum desses casos a fundamentação chegava ao nível de uma prova lógica perfeita. Incluía sempre alguns pressupostos não provados, às vezes incongruentes ou incompreensíveis. Mas, em todo caso, comparada com o restante das opiniões em circulação, a “teoria geral” parecia ser o que mais se aproximava de uma prova lógica perfeita, tornando difícil, aos seus porta-vozes, resistir à tentação de arrogar-se a autoridade ilimitada de um mandamento divino, sufocando toda oposição como irracional e anticientífica.



Isso aconteceu pelo menos três vezes na História. A primeira foi quando Sir Isaac Newton, tendo obtido sucesso em deduzir de princípios mecânicos alguns fenômenos da natureza, fez votos de que em breve se pudesse explicar pelos mesmos princípios todos os demais fenômenos. O desenvolvimento posterior das ciências mostrou que o sonho era impossível.



Mas, no século 18, à medida que o prestígio de Sir Isaac se espalhava pela Europa, esse sonho foi tomado como realidade e se consagrou em doutrina sob o nome de “mecanicismo”. Logo o mecanicismo transfigurou-se em projeto de reforma social e começou a cortar cabeças – inclusive as de alguns mecanicistas insatisfeitos com as consequências políticas da doutrina.



A segunda vez foi quando a doutrina evolucionista de Charles Darwin, mal publicada, e embora não fosse uma teoria de tudo, mas uma explicação abrangente da variedade dos seres vivos, já foi aplaudida como chave geral da história humana e fundamento científico tanto da guerra de raças quanto da luta de classes. Adotada com ligeiras modificações pelos dois regimes totalitários que disputavam o poder no mundo no início do século 20, serviu de fundamento ideológico à matança organizada de uns 200 milhões de seres humanos. A terceira foi a proclamação do marxismo como suprema explicação científica da evolução histórica e, no dizer de Jean-Paul Sartre, “a filosofia insuperável do nosso tempo”. Deu no que deu.



Nos três casos, é inócua a tentativa piedosa de cavar um fosso intransponível entre o núcleo “puramente científico” dessas teorias e os seus efeitos histórico-sociais maléficos, atribuindo estes últimos exclusivamente à distorção ideológica superveniente e à contaminação da “pseudociência”. Teorias científicas não descem prontas do céu das ideias puras. Todas trazem no fundo algum elemento ideológico, por discreto e indesejado que seja, o qual cedo ou tarde acaba por subir à superfície da História.



Newton não concebeu sua teoria gravitacional só para explicar determinados fatos da natureza, mas como parte de um projeto abrangente de destruir o cristianismo trinitário e substituí-lo por uma religião da “unidade absoluta” de inspiração esotérica. É preciso ser muito sonso para não notar aí o alcance da ambição totalitária subjacente.



Darwin e Marx foram bem mais explícitos quanto às consequências previsíveis das suas teorias: o primeiro aceitou o genocídio como fato normal da natureza, o segundo como instrumento indispensável para a instauração do paraíso socialista.


A deleitação utópica com que tantos cientistas sonham com a “teoria final” e se esmeram em aprimorar os instrumentos lógicos para fundamentá-la não parece ser um prenúncio de dias melhores para a espécie humana.
 
06 de dezembro de 2012
Ricardo Froes

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



06 de dezembro de 2012

ARQUITETO BOLCHE CADUCA *


Abomino stalinistas. Mas quando leio algum artigo de Oscar Niemeyer, às vezes me pergunto se o abomino ou admiro. Explico.
Enquanto velhos bolches como Roberto Freire e Tarso Genro preferem esquecer seus passados vergonhosos, Niemeyer não tem pudor algum.
Continua ostentando orgulhosamente seu obscurantismo. É o que chamo de coragem intelectual.

Na Folha de São Paulo de hoje, o medíocre arquiteto comunista – responsável em boa parte por este monstrengo urbano que se chama Brasília – faz uma defesa entusiástica do narcotráfico e do terror. Define as Farc como “um grupo de revolucionários que, instalados no território da Colômbia, vem-se opondo há décadas ao governo reacionário ainda existente naquele país”.

Os próprios militantes das Farc admitem seu envolvimento com o tráfico de drogas e o velho bolche insiste em ignorar este envolvimento. O grupo terrorista mantém setecentos reféns em condições subhumanas, e o velho bolche ignora o fato.

Em sua defesa, Niemeyer cita outra múmia da mesma estirpe, Eric Hobsbawm, que ainda goza de grande prestígio no mundo acadêmico brasileiro. “O combate ao terrorismo, ao longo dos últimos anos, por parte das autoridades colombianas, tem superado, em muito, a violência política desses guerrilheiros”, escreve o bolche britânico.

Manifesta pelo menos mais lucidez que o arquiteto: situa as Farc como terrorismo. E se acha que o combate ao terrorismo pelas autoridades colombianas supera a violência política desses “guerrilheiros”, está admitindo que o Estado colombiano está sendo eficaz na luta contra o terror.

Para justificar seu obscurantismo, Niemeyer mente descaradamente: “sem possuir a força para eliminar o movimento político já instalado no país, o governo reacionário de Bogotá passou a acusar a direção das Farc de ser conivente com o narcotráfico em crescente expansão na Colômbia”. Não é que as Farc sejam coniventes com narcotráfico, nem Bogotá fez tal acusação. As Farc são o narcotráfico.


Só Niemeyer, centenário e já caduco, não vê.

06 de dezembro de 2012
janer cristaldo

UMA "CELEBRIDADE" HUMILHADA...


 
06 de dezembro de 2012

ABSURDO: DUPLAS LÉSBICAS SÃO AGORA "MELHORES DO QUE MÃES E PAIS?

    
          Artigos - Movimento Revolucionário        
obamagayÉ de admirar que esse estudo tenha produzido os resultados que seu fundador e o instituto estavam esperando achar?
Isso não é ciência. É política - pura e simplesmente.

Não demorará muito para que a revolução da perversão sexual receba muito mais aceitação.


Com Barack Obama firmemente estabelecido por mais quatro anos no governo americano e agora apoiando solidamente as pressões que querem impor o “casamento” homossexual, quero lhe dar um vislumbre do futuro.

Provavelmente, passou-lhe despercebido um acontecimento importante que foi anunciado no dia em que Obama foi eleito. Esse acontecimento foi o anúncio de que os “pais” homossexuais não são mais simplesmente tão bons quanto pais heterossexuais.
Um estudo realizado por professores do Instituto Williams na Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia em Los Angeles que seguiu o rastro de famílias de mesmo sexo por 26 revelou que esse é o caso.

O estudo, envolvendo 78 filhos de “pais” lésbicos revelou que todos os participantes estavam se saindo melhor na escola e estavam mais felizes com seus colegas. Eles também têm “mente mais aberta”, concluiu o estudo.

O único problema que qualquer participante encontrou, revelou o estudo, foi a tão chamada “homofobia” dentro de seu grupo social.

Com reportagens desse tipo, não demorará muito para as duplas homossexuais e lésbicas receberem preferência em processos de adoção em detrimento de casais no modelo tradicional de homem e mulher casados. (N. do E.: Isso já ocorre na Inglaterra.)
 
Aliás, se essa pesquisa for acurada e imparcial, o que não é, por que simplesmente não criar todas as crianças em lares lésbicos? Isso presumivelmente reduziria os índices de criminalidade, aumentaria o desempenho acadêmico e criaria a sociedade perfeita? Não?
Não.
 
Na verdade, o estudo é muito desonesto e tendencioso. É um crime que tenha sido autorizado e apoiado por uma universidade pública — onde no passado dei aulas de jornalismo.
 
Para começar, os participantes desse estudo usaram, como participantes clínicos, apenas duplas que permaneceram juntas por um mínimo de 28 anos. Como sabemos, a maioria dos casais heterossexuais e das duplas homossexuais não permanece unida por tanto tempo assim. De fato, apesar do horrendo índice de divórcio os casais heterossexuais e as duplas homossexuais e lésbicas tendem a não ter aproximadamente a mesma longevidade que os pais tradicionais.
 
Então há o problema dos padrões de medição. A vida consiste muito mais do que só desempenho acadêmico e “felicidade”. Será que os pais são inúteis? Será que os homens não contribuem nada de importante para a criação das crianças? Isso é exatamente o que esse estudo sugere.
 
Então há o grupo que conduziu o estudo. O que é o Instituto Williams? Em suas próprias palavras, é uma organização que faz “pesquisas independentes sobre leis e políticas públicas de orientação sexual e identidade de gênero”. Essa organização então espalha essa pesquisa para juízes, legisladores, elaboradores de políticas públicas, meios de comunicação e o público.
 
O Instituto Williams foi fundado em 2001 por um homem — Charles R. Williams. Quem é Williams? Ele é um empresário proeminente e bem-sucedido — e um ativista homossexual. Ele é membro da Comissão Consultiva Sociável da Fundação Gill. Ele “teve o reconhecimento de várias organizações e publicações LGBT. Em 2002, a Ordem dos Advogados Gays e Lésbicos o honrou com sua distinção de co-presidente, e a revista homossexual OUT o nomeou um de seus ‘100 mais importantes homossexuais fora do armário’ na edição de dezembro. Em outubro de 2003, o Centro Gay e Lésbico de Los Angeles o premiou com um cargo na sua junta diretora”.
 
Ele doou 2,5 milhões de dólares para lançar o instituto — a maior doação já dada a alguma instituição acadêmica em apoio de um programa acadêmico gay e lésbico em qualquer matéria de ensino. Desde então, ele deu ao instituto um total de 13 milhões de dólares.
 
É de admirar que esse estudo tenha produzido os resultados que seu fundador e o instituto estavam esperando achar?
Isso não é ciência. É política — pura e simplesmente.
 
E é desse jeito que a agenda homossexual está sendo promovida mediante os meios de comunicação, assembleias legislativas e tribunais. Esse é um exemplo da “ciência” fajuta por trás desse estudo.
Mas, marquem minhas palavras, estudos assim, independente de sua inutilidade e desonestidade, estão fazendo um impacto em nossa sociedade.
 
Não demorará muito e os tribunais e assembleias legislativas começarão a dar tratamento preferencial para homossexuais e lésbicas porque é um fato provado que eles são simplesmente pais melhores.
 
Você acha que algum esquerdista contestaria isso?
Você acha que Barack Obama contestaria isso?
Você acha que a esquerdista Assembleia Legislativa da Califórnia contestaria isso?
Você acha que algum jornalista fora do WND contestaria isso?
Essa é a decadência cada vez mais profunda em que se encontra a cultura dos EUA em 2012.
 
06 de dezembro de 2012
Joseph Farah é fundador e editor-chefe do WND.

Tradução: Julio Severo
Do WND: Lesbian parents now ‘better’ than moms, dads?

ANÁLISE ECONÔMICA: SCHIFF vs BERNANKE

   
          Artigos - Economia 
SchiffPeter Schiff nos lembra que a intervenção governamental é o que torna pequenas recessões em grandes recessões. Mais escandaloso que um sistema em que bancos podem falir é um sistema em que os bancos não podem falir.
Nossos líderes são incompetentes porque eles pretendem nos liderar quando na verdade eles deveriam nos deixar em paz. Uma economia livre funciona maravilhosamente. A mão do governo é desastrosa.

Se você não teve o prazer de assistir a resposta de Peter Schiff às conferências de Ben Bernanke, então você deveria dar uma pausa e assistir. Na apresentação de Schiff, ele nos lembra que existem fatos e existem análises; e às vezes as pessoas acreditam em coisas que são contrafactuais, embora na maior parte das vezes isso seja consequência de análises malfeitas. Nas conferências de Bernanke, os fatos históricos foram mal interpretados por conta de uma análise malfeita e é aí que Schiff pega ele.

 
Bernanke alegou que bancos centrais são necessários porque eles promovem a estabilidade. Em sua terceira conferência, Bernanke defendeu os resgates massivos da Bear Stearns e da AIG definindo-os como "difíceis e, em muitos aspectos, desagradáveis..." Segundo ele, isso foi inevitável, pois "precisávamos [...] prevenir um colapso do sistema".
Mais adiante, Bernanke afirmou que a peculiaridade do que foi feito "está ganhando maior aceitação [pois] estabilizou o sistema financeiro no ano de 2008 e no começo de 2009..." Assim, o Presidente do Fed argumentou que a massiva intervenção no sistema financeiro patrocinada pelo governo é essencial em alguns casos.
 
De acordo com Bernanke, os Estados Unidos historicamente passaram por episódios de pânico financeiro antes da criação do Federal Reserve. Por conta dos bancos serem negócios privados, eles poderiam ir à falência. Se os consumidores percebessem que um banco poderia falir, eles entravam em pânico e tentavam sacar suas economias.
 
Sob essas condições, até mesmo um banco solvente pode entrar em colapso; e, sem sombra de dúvidas, muitos negócios prósperos foram afetados pelo pânico. "Esse não é um caso hipotético", disse Bernanke. "Momentos de pânico financeiro nos Estados Unidos foram um grande problema". Bernanke então nomeou seis grandes pânicos financeiros do passado: 1873, 1884, 1890, 1893 e 1907. Mais de 500 bancos faliram no pânico de 1893. Na crise de 1907 os bancos ameaçados eram maiores e o Congresso americano começou a ponderar acerca da criação de um banco central.
 
Bernanke cobre outros pontos de interesse na sua série de conferências, mas sua análise dos episódios de pânico bancário foi a mais marcante. Tendo maior conhecimento de história financeira, Schiff respondeu com a seguinte crítica: "O recorde de estabilidade era melhor antes de existir o Fed. Na verdade, as maiores recessões e as maiores bolhas econômicas aconteceram durante a existência do Federal Reserve..."
Ao afirmar isso, Schiff fez referência à Grande Depressão, que Bernanke afirma ser um estudioso dela.
 
Segundo Schiff, não há como comparar os pânicos bancários e colapsos entre 1873 e 1907 com a Grande Depressão que foi de 1929 até 1939. Se checarmos as cifras das falências bancárias durante a Grande Depressão, veremos que Schiff está certo. Enquanto 500 bancos faliram em 1893, 744 bancos faliram durante 10 meses em 1930. Mas eis aqui a diferença: em 1893 as falências bancárias cessaram porque o governo não interveio, enquanto em 1929 o governo interveio e a crise continuou até que 9 mil bancos foram à falência.
 
Schiff nos lembra que a intervenção governamental é o que torna pequenas recessões em grandes recessões. Mais escandaloso que um sistema em que bancos podem falir é um sistema em que os bancos não podem falir. Evidentemente, nesse sistema de "grande demais para falir", evita-se o problema do pânico; mas só se atinge isso introduzindo um risco moral, privando a pessoa que deposita o dinheiro da responsabilidade de escolher o banco certo. Conforme Schiff explicou, "os clientes dos bancos não se preocupam mais com a solvência dos bancos". E se um banco é grande demais para falir, talvez essa instituição possa vir a se arriscar na certeza de que o governo cobrirá suas perdas.
 
Seja qual for a estabilidade que o FED produza, ela é anulada pelo risco massivo que ele representa para o sistema econômico como um todo, pois sem um banco central você não pode colapsar um sistema econômico inteiro. Além disso, um colapso se torna muito mais possível assim que se abandona o padrão-ouro. Para Schiff, isso acontece pois o sistema de moeda fiduciária "permite que o governo seja fiscalmente irresponsável". Se as taxas de interesse são determinadas pelos planejadores e não por um sistema de moeda corrente baseada no ouro, a taxa de interesse pode tornar-se muito baixa e, desse modo, fomentar maus investimentos que criam um falso boom econômico. Para aumentar a confusão, os políticos de hoje veem o boom econômico como uma coisa boa e a recessão como ruim. Na verdade, o boom econômico é o que prejudica a economia enquanto a recessão é o que cura. Por isso mesmo é que nos termos "estabelecidos" pelos nossos políticos a ignorância os leva a cometer erros seríssimos.
 
De acordo com Schiff, tudo o que Bernanke tinha a dizer era "pura fantasia". As pessoas responsáveis por estruturar a recuperação econômica do país não sabem o que estão fazendo. "A economia está debatendo-se sob o peso de todo esse sistema de centralização bancária do governo" disse Schiff. "A verdadeira crise, o verdadeiro dia de pagar as contas não está no nosso passado, está no nosso futuro".
 
Os fatos históricos são importantes, mas uma análise adequada também é importante. Se tivermos os fatos e não conseguirmos descobrir qual seu correto significado, basearemos nossas políticas em mal-entendidos históricos. Em seu livro Os Intelectuais e a Sociedade, o grande economista e analista social Thomas Sowell escreveu: "Nada se provou que a idéia de uma intervenção governamental na economia ser essencial como na Grande Depressão dos anos 1930". E qual foi o resultado dessas intervenções segundo Sowell? "Muitas coisas que o FED, o Congresso e os dois presidentes fizeram foram contraproducentes. Dadas as múltiplas falhas na política governamental, não está de forma alguma claro que foi a economia de mercado que falhou".
 
Aqueles que não aprendem com a história estão de fato condenados. Nossos líderes são incompetentes porque eles pretendem nos liderar quando na verdade eles deveriam nos deixar em paz. Uma economia livre funciona maravilhosamente. A mão do governo é desastrosa. Como Le Bon uma vez disse, "O historiador que souber qual fraqueza nos causará a ruína e a queda das civilizações que nós defendemos tão impropriamente, não só não nos consolará, como sentenciará que tal destino foi merecido".
 
06 de dezembro de 2012
Jeffrey Nyquist
Publicado no Financial Sense.
Tradução: Leonildo Trombela Júnior

A PRIVATARIA PETISTA

    
          Artigos - Governo do PT 
maracutaiaRosemary Nóvoa de Noronha, surpreendida com a abordagem da Polícia Federal, ameaçou ligar para o “chefe” dos policiais. Queria dar uma “carteirada”. Percebe-se a petulância da favorita de Lula. Como uma matrona da fazenda, queria dar pito na jagunçada.

Durante os dois mandatos presidenciais de FHC, a propaganda petista inventou uma denominação pejorativa para criticar as privatizações da telefonia, das fornecedoras de energia, das siderúrgicas e outras empresas estatais: a privataria.
Foi disseminada a falsa idéia de que privatizar empresas estatais ou terceirizar serviços públicos seria uma espécie de crime de lesa-pátria contra o Estado e a comunidade. Tal ideia, propagada por parte da mídia e pelos formadores de cultura, como universidades e escolas, acabou impregnando a mente da população.

Na prática, porém, as ações do governo foram perfeitamente legítimas. Não havia nada contra a lei em privatizar, já que o Estado e a sociedade ganham em níveis de eficiência e recursos. O governo privatiza e terceiriza para melhorar os serviços à comunidade.
E a telefonia é uma concessão pública, como várias outras atividades pelas quais a iniciativa privada realiza serviços públicos. Mas inventou-se a lenda de que como por um carro. Atualmente os celulares são um artigo comum de qualquer classe social. Graças às as privatizações foram ruins. Será?

O serviço de telefonia só foi democratizado por causa das vendas de telecomunicações. Na época das estatais, só ricos tinham telefones e celulares.
Pagava-se tão caro por uma linha empresas privadas. Graças às privatizações. Siderúrgicas falidas hoje são bem mais produtivas. E a Embraer, que estava no vermelho quando era estatal, virou uma empresa brasileira de renome internacional.

Contudo, existe um outro tipo de privatização que é inimigo do poder público. Não é o ônus da iniciativa privada em assumir funções públicas e atos eficientes, em favor da comunidade. É justamente o contrário, a usurpação descarada do bem público, quando o Estado é usado como bem privado, aos caprichos de partidos, camarilhas, quadrilhas e grupos de poder.

Neste aspecto, como nenhum outro partido, o PT conseguiu instalar uma verdadeira “privataria”, no sentido mais corrupto e ilegal do termo. Estatais, ministérios, cargos públicos, tudo virou propriedade do PT. Os bandoleiros socialistas transformaram a corrupção
 endêmica num direito adquirido.

Dilma Rousseff não deu um carguinho de ministério para comprar o apoio da senadora Marta Suplicy, para dar força à campanha do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo? O ex-presidente Lula não comprou algumas alminhas através destes mesmos cargos? Roberto Mangabeira Unger dizia que o governo Lula era o mais corrupto da história nacional.

No entanto, certas pessoas têm preço. Tempos depois, Unger aceitou um cargo no mesmo governo que ele declarou corrupto. E o jornalista da Globo Franklin Martins? Não virou também ministro, por serviços prestados ao jornalismo chapa vermelha? E o Mensalão? Estatais, cargos, prerrogativas, dinheiro do contribuinte, tudo usado em favor de uma quadrilha particular. Ou seja, os bens de um país inteiro nas mãos de uma minoria.

Porém, mais outro caso de corrupção surge na seara política petista. A descoberta de um novo esquema de propinas, envolvendo a Advocacia Geral da União e o Escritório do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, abre novas portas aos esquemas escusos da privataria petista. Há algumas cenas curiosas deste caso, que refletem até que ponto o PT se apropriou do Estado brasileiro.

Dilma Rousseff, ao ser informada de um novo escândalo, extinguiu o cargo atribuído à Rosemary Nóvoa de Noronha, pessoa muito próxima do ex-presidente Lula e uma das envolvidas no esquema de corrupção. E mandou fechar o escritório da Presidência.

Em artigo publicado no Mídia Sem Máscara, o jornalista Percival Puggina foi muito feliz em observar como o dinheiro público é jogado na lata do lixo, para favorecer pessoas incompetentes e insignificantes. Para que servia, afinal, o cargo de dona Rosemary? Aliás, para que a Presidência da República necessitaria de um escritório num dos bairros mais caros de São Paulo? Tudo indica que era para fazer esquemas e engordar os bolsos dos companheiros.

Outra cena estarrecedora encontrada no local do crime: uma foto do ex-presidente Lula chutando uma bola de futebol, na parede da sala do escritório. A pergunta que não quer calar é: o escritório era realmente do Estado ou do PT?
O que o ex-presidente Lula estaria fazendo num lugar que é, teoricamente, uma repartição pública? O Ministério Público de São Paulo pode se revoltar contra crucifixos ou louvações a Deus nas cédulas de real, mas parece fechar os olhos para o culto idolátrico do ex-presidente.

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Outro lance, igualmente perverso, reflete a psicologia do PT no governo. Rosemary Nóvoa de Noronha, surpreendida com a abordagem da Polícia Federal, ameaçou ligar para o “chefe” dos policiais. Queria dar uma “carteirada”.
Percebe-se a petulância da favorita de Lula. Como uma matrona da fazenda, queria dar pito na jagunçada. Para os petistas e seus comparsas, os policiais federais não são funcionários públicos, sujeitos a uma legalidade democrática, dentro de um Estado de Direito.
São capangas, paus mandados de um chefe em Brasília, apaniguados do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Desde que o PT se tornou governo, o Ministério da Justiça serve de advocacia privada do partido. Márcio Thomaz Bastos, o criminalista, fez escola em Brasília...

Quanta insolência, não é mesmo? A Polícia Federal descobriu mais uma falcatrua do PT! Como eles se atrevem a invadir a intimidade de um escritório da Presidência, já que é uma propriedade privada do partido? Só faltou chamar o outro “chefe”, o ex-presidente Lula.

Como sempre, Lula é o último a saber. Ainda que todos os seus contatos, indicações e amigos próximos sejam incrivelmente corruptos e descarados, ele, coitado, é sempre uma pessoa ingênua e desinformada.

Também é “vítima” da enganação. O problema é que Lula, o suspeito, quando cai na realidade, foge da situação. Já caiu fora do país. Em 2007, ele também deu uma sumida quando o avião da TAM explodiu em Congonhas, São Paulo, e quando a ANAC se encontrava atochada em corrupção. O ex-presidente ficou caladinho lá, encastelado na Versalhes de concreto, esperando algum resultado satisfatório para se safar.

Não é mera coincidência a de que no governo de Dilma Rousseff, a ANAC seja mais uma vez envolvida em bandalheiras, ameaçando a segurança dos brasileiros nos aeroportos.

Agora dá pra entender as motivações do PT contra as privatizações de estatais. Os petistas querem que o Estado controle tudo, justamente porque não vão perder a boquinha, a mamata governamental. Eles são o próprio Estado. Lula ou Dilma são versões caricaturais e republicanas de Luís XIV. E Dona Rosemary Nóvoa, como parte da máquina absolutista da corrupção, já deu o recado aos policiais: L´État C´est moi!

06 de dezembro de 2012
Leonardo Bruno  

NIEMEYER E OS ZURROS DOS 100% IDIOTAS

 
Ai, ai, grande revolta no Twitter e também aqui porque me referi, num post publicado no fim da noite (abaixo), a Oscar Niemeyer, que morreu ontem, como “metade gênio e metade idiota”, na pista de Millôr Fernandes, que assim definiu um de seus parceiros de “Pasquim”.
 
Os mais revoltados, como sempre, não leram o que escrevi. Os ainda mais revoltados leram e não entenderam zorra nenhuma. Escrevo para quem lê com o cérebro, não com o fígado militante.
De fato, trata-se um de um artigo elogioso ao trabalho do arquiteto, não o contrário. A metade idiota ficou por conta de sua adesão estúpida ao comunismo chique.
 
Ora, vão plantar batatas! Fiz com ele, aliás, o que os comunistas não costumam fazer com seus adversários políticos: reconhecer a grandeza da obra, independentemente das escolhas ideológicas do autor. Niemeyer pode ter sido tudo – inclusive o arquiteto de primeira grandeza –, menos o “poeta” humanista que está sendo exaltado nas reportagens de TV. Muito pelo contrário.
 
Não houve tirano comunista – a começar do próprio Stálin, de quem era devoto – que não tenha incensado; não houve regime de força de esquerda que ele não tenha aplaudido. Reconhecer, a despeito disso, a sua obra é coisa que, data vênia, liberais conservadores como eu costumam fazer.
 
Com os comunas, é diferente. Aqueles de quem Niemeyer puxava o saco mandavam e mandam seus desafetos para a cadeia ou para a morte. Perguntem se a Cuba de Fidel Castro reconheceu a poesia de Cabrera Infante ou de Reinaldo Arenas. Perguntem se as esquerdas admitiram a grandeza de Jorge Luis Borges.
 
Niemeyer como expressão humanista? Não mesmo! Tinha, sim – e também acho besteira negá-lo –, um talento imenso, que transcendeu sua indigência política. É bem verdade que, aqui e lá fora, contou com amplo financiamento de governos – muitos deles eram ditaduras – para realizar seus monumentos.
Mas nem isso me faz mudar de ideia. Mesmo os artistas “da corte”, se genuinamente bons, conseguem superar a contingência de estarem atrelados ao poder. Não que esteja comparando, mas é o caso do maior poeta de todos os tempos, Virgílio.
É o caso de toda a arte renascentista. A produção não precisa ser marginal ou contestar valores dominantes para ser grande. No ensaio “O que é um clássico?”, Eliot empresta essa condição a Virgílio justamente porque o vê como a síntese de uma civilização triunfante.
 
Na verdade, fiz um elogio ao Niemeyer arquiteto, não o contrário. E deplorei uma vez mais sua ideologia, que justificava os piores facínoras. Mas a turma que zurra e escoiceia, sem entender uma linha do que leu, mandou brasa.
 
Entendo a razão. Andei lendo alguns perfis derramados que já estão nas redes e nos jornais. Curiosamente, fala-se pouco do arquiteto e muito do suposto humanista. A sua adesão ao comunismo (ou a defesa que fazia do regime, já que militante propriamente nunca foi; dava dinheiro para a causa), curiosamente, é apontada como um dos traços de seu… humanismo! Ora, tenham paciência! Isto, sim, é nauseante e evidencia uma crise de valores que toma conta de setores consideráveis da imprensa.
 
O que há de glorioso em defender tiranias?
O que há de generoso em apoiar ditaduras?
O que há de humanista em apoiar homicídios em massa?
Se Niemeyer fosse um fascista, estaria a merecer essas considerações? Não! E seria justo que não! Por que um fascista deveria ser elogiado por sua ideologia? Mas me respondam: e por que deve um comunista? Leio coisas assim: “Ele amava a vida!”. Certamente não a dos que morreram nos gulags. Qual é?
Ao arquiteto Niemeyer, a metade genial, o meu aplauso. Ao comunista Niemeyer, a metade idiota, reitero o meu desprezo. Abaixo, um pequeno apanhado dos zurros (conforme o original):
 
O André Mortatti escreve:
“Que triste lê-lo, Reinaldo. És um completo idiota. triste testemunhar tua imensa ignorância.”
Onde está a minha “ignorância”? Ele não disse. Só não refreou o desejo de me ofender.
 
O Rodrigo, à diferença de Niemeyer, acredita em Deus e, segundo entendi, decidiu encomendar a minha alma, como faziam os inquisidores quando condenavam alguém à fogueira para o seu próprio bem:
“Deus há de aplacar essa animosidade delirante que você têm dentro de você e te dar paz.”
 
O José Natalino, que não tira as duas mãos do chão por convicção, escreve isto:
“O Sr. é de extrema direita. Tenho nojo… felizmente pessoas como o Sr. são vistas como lunáticos… ninguém o leva a sério… claro que esxistem os debeis mentais que lhe adoram.. mas são isso… débeis mentais insignificantes… sem o salario do psdb o Sr nao seria um mero idiota falando bobagens”
O Natalino esqueceu que era Niemeyer quem levava dinheiro dos governos, de qualquer partido, para erigir seus monumentos.
 
O Fernando Freitas já acha que a crítica só deve ser feita por celebridades. Segundo o seu critério, uma opinião de Tiririca sobre filosofia é mais importante do que a de Schopenhauer:
“Esse Reinaldo Azevedo é o famoso quem mesmo?
Para a maioria do povo brasileiro ele é um ilustre desconhecido metido a intelectual sem passar de um mero “IMBECIL”, só tenho um adjetivo para esse senhor. DESQUALIFICADO!!!!!”
 
O Luiz Gonzaga ficou sem palavras:
“que desespero de ler isso”.


O Thiago escreveu o texto impossível:
“Ainda bem que ninguém liga para o que você pensa.”
Ninguém, exceto o… Thiago!
 
A Maria da Piedade Peixoto dos Santos, veio com todos os seus sobrenomes:
“Reinaldo há muito tempo não tenho o desprazer de ler um texto tão fora de propósito como esse seu amontoado de bobagens. Um gênio com Niemeyer prescinde de ser unanimidade, já que a unanimidade é burra, como pontificava Nelson Rodrigues. Aceito que vc ache isso que disse dele. Mas hoje, só hoje … porque não te calas, Reinaldo?”
Não sei se entendi direito, mas acho que ela me pediu para ser burro só por um dia…
 
O Ney Torres parece que andou consumindo ideias pesadas. Ou comeu muita banana Leiam:
“Que me desculpe a revista VEJA mas este “jornalista” só podia está bêbado ao escrever tamanha idiotice…chamar de idiota os defensores do anticapitalismo só pode vir de alguem que não enxerga q o capitalismo está se destruindo.É nítido que esse câncer está agonizando…”
Agora que sei que o capitalismo vai acabar, vou me preparar para ser um chefe comunista…
 
A Catarina decidiu fazer uma digressão sobre a língua portuguesa. Vejam com que graça:
“Caramba, que tristeza…
A língua portuguesa, nos presenteada por tantos poetas e escritores, retorcida e deformada para tomar a forma de um texto deplorável.”
Se eu verter o que ela escreveu para o português, talvez entenda…
 
O Fábio Oliveira acha que o comunismo não é coisa deste mundo:“Cuidado! O céu com certeza é mais comunista que capitalista. Quando você chegar lá, esses idiotas vão te pegar! corre cabeçudo!ah ah ah!”
Alguém me explica por que ele riu?
 
A Anelisa já é, assim, mais visceral:
“Nojo de cada palavra que você escreve.”
 
RetomoE assim segue uma parcela da humanidade, zurrando com desenvoltura. Tive a delicadeza – não que devesse isso a ele; devo à cultura – de distinguir a obra de Niemeyer dos regimes homicidas que ele defendeu.
Apontei a metade idiota de um vivo (não de um morto!!!), reconhecendo o que chamei de “metade genial”. Ele próprio considerava que a morte de 40 milhões na União Soviética ou de 70 milhões na China era o justo preço que se pagava por uma utopia.
 
A sua metade idiota era também asquerosa. Nunca se preocupou com os poetas, os músicos, os bailarinos, os escritores e os arquitetos que a União Soviética e os demais países comunistas mandavam para os campos de trabalho forçados. Se chamado, iria lá e ainda construiria um de seus monumentos para abrigar os “reacionários”. Em nome do povo!
 
Vá estudar, cambada de 100% de idiotas!
 
PS – Viram só de quanta coisa eu os livro impedindo essa gente de tomar conta dos comentários? Aqui não! Eles até podem me ler porque são viciados em mim. Mas sem direito a voz e a voto na nossa casa. Há milhares de blogs por aí precisando de gente assim, certo?
 
06 de dezembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo